My Dear Devil escrita por ana_christie


Capítulo 35
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Oi, meninas! Sorry pela demora! Estamos muito felizes por ver que há pessoas que realmente gostam da história! A Naonix é incrível, não é? Adoro o que ela escreve! Espero que gostem do próximo!
Bjs



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Es-es...

ESPOSA?

Mamoru...

Mamoru é casado?!

Olhei perdida para a garota à minha frente e voltei a olhar para Mamoru, não entendendo o que estava acontecendo.

Ma-mas... ele é muito novo para estar casado!

E... e...

OH, MEU DEUS...

Todas essas coisas que aconteceram entre nós...

Todos os nossos beijos...

Todas as suas palavras...

E-ele...

CASADO?!

Ma-mas... isso faz com que ele esteja traindo ela...

ELE ESTAVA TRAINDO ELA!

OH, MEU DEUUSSS!

Ma-mas...

- Parece que ela entrou em choque com as suas últimas palavras, Mamoru... - a garota disse, me fazendo voltar à realidade.

Pisquei algumas vezes e me afastei, largando a mão dela.

Eu não acredito nisso...

Isso me faz ser...

Ugh...

Eu não acredito...

Senti lágrimas nos olhos.

Isso significa que eu sou culpada também...

Kami-samaaa!!!

Além de ser uma idiota por ter caído nos feitiços desse monstro... eu acabei sendo cúmplice na sua traição...

Eu não acredito...

Ele realmente me fez de boba...

- Tsukino Usagi, hum? - Hino disse, e eu me voltei para ela, me sentindo a pior pessoa do mundo. - Foi um prazer conhecê-la... - ela simplesmente sorriu bonito e me deu as costas, indo na direção de Mamoru.

O seu sorriso pareceu me esfaquear por inteiro.

E o infeliz em questão, continuava a me olhar...

E meus nervos pulavam de raiva!

Eu odeio tanto ele...

O odeio mais do que no começo...

Como ele foi capaz de fazer isso...

Com ela!

Co-comigo...

Sempre fui um brinquedo nas mãos dele, não é?

Ugh e pensar que meu coração bate por esse cafajeste... ARGH!

Eu tenho vontade de matá-lo!

Por ter brincado com meus sentimentos...

Por trair a pessoa com quem ele está casado...

E por... e por...

AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

POR ME TER FEITO ME APAIXONAR POR ELE...

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Hino passou por ele e continuou o seu caminho, Mamoru permaneceu no mesmo lugar sem tirar seus olhos de mim.

Aquilo me esquentou tanto... mas tanto...

Que, sem pensar...

Eu já estava indo na direção dele com toda fúria possível...

Vi os olhos dele aumentarem de tamanho.

- Vamos, Mamoru... você me prometeu me levar para cas...

- UUUUUUUUAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH!

$%@*&¨%%""""ESTRELAS"""""$%@*&¨%%

- UGH! - o retardado caiu no chão com as duas mãos no meio de suas pernas.

Parei ao lado dele, fulminando-o com as duas mãos fechadas.

Fúria tomava conta do meu corpo, e chamas saíam de meus olhos enquanto eu fitava o desgraçado no chão.

Ele me olhou com dor.

- O-odango... - murmurou se contorcendo no chão.

- Maldito... - disse por entre meus dentes. A raiva era imensa em meu corpo... e, para mim... aquela joelhada não era o suficiente para acabar com ele.

Eu realmente queria matá-lo!

Quando olhei para o lado, Hino estava me olhando surpresa, seus olhos estavam bem abertos, como se não acreditasse que eu tivesse feito aquilo.

Apenas corei e pisquei várias vezes, voltando à normalidade.

- Er... hum... - olhei para todos os lados e abaixei minha cabeça em sua direção, não querendo encará-la. - Go-gomen... - por ter beijado seu marido, mesmo sem saber que ele era casado...

Era o que eu gostaria de dizer... mas a primeira palavra seria o suficiente.

Eu me sentia tão... horrível por ter feito isso com ela...

Pisquei mais uma vez, e algumas lágrimas escaparam.

Mas não queria que ela visse isso.

Então...

Eu corri.

Me afastando daquele... mal- di- bes- UGGGHHHHH!

Corri.

#########

- UAH! - acertei a bola de vôlei com toda força, a menina tentou pegar, mas consegui um ponto.

- Sugoi... - alguma menina disse atrás de mim. Respirei agoniada olhando para o time adversário, voltei para trás, e meu time parecera que tinha levado um susto.

- Tsukino-san, por que não demonstrou antes as suas habilidades!? - ouvi o professor dizer do outro lado da quadra.

Hunf...

HUNF!

Maldito...

Maldito...

MAAAAAAAALLLDIIITTTOOO!

UGH...

Estou com tanta raiva que nem sei o que posso fazer...

EU QUERO MATAR CHIBA MAMORU!

ARRANCAR SUA PELE!

DEPENAR O GALINHA!

UUGGGHHHH!

Como ele pôde fazer isso comigo!?

UUUUUUUUUGGGGGGGGGGGGGGGHHHHHHHHHHH!

Agora, que finalmente descobri que estou gostando tanto desse calhorda...

Ele me faz isso...

BAKA MAMORU!

BAAAKKKAAA!

E faz quanto tempo que ele está casado com ela?

Ahh Kami sama...

Jamais poderia imaginar que um cretino daquele poderia vir se casar um dia!

Suspirei.

Isso significa que eles já se beijaram, não é verdade?

Aahhhh...

Por que estou pensando nisso?

Saí da quadra e me sentei num banco da arquibancada.

Hum...

Cruzei meus braços sobre meus joelhos.

Hum...

Será que ele está apaixonado por ela?

Senti uma tristeza grande em meu peito.

Bem, eles estão casados, não é verdade?

E, se estão casados, devem realmente se amar...

Suspirei mais uma vez e fechei os olhos.

Mas também...

Ela é muito bonita...

Com certeza é muito rica, pois suas roupas não são do tipo que qualquer uma usa...

Seu cabelo é tão bonito...

A pele dela é linda...

E ela tem uma atitude forte, e parece ser bem direta...

Fiz um bico.

E eu...

Não sou nada disso.

Suspirei mais uma vez.

Apoiei minha cabeça sobre meus braços.

Qualquer um ficaria muito feliz por ter uma garota como ela como esposa...

E Mamoru é um sortudo.

Apesar de não dar muito valor a isso.

Hunf...

Eu não entendo...

Se ele é casado com uma garota daquelas...

Por que ele a está traindo?

Hum...

Ela disse que tinha acabado de chegar de viagem... então significa que Mamoru estava muito sozinho esses dias... e por isso ele estava vindo atrás de mim.

Hum...

Não... não, ele continua sendo um canalha dessa maneira...

Ele é um tremendo de um canalha...

Por ser casado...

Ter uma esposa linda...

E, ainda assim... trair ela...

Comigo.

BEM, NÃO SÓ COMIGO!

COM A ESCOLA INTEIRA!

Ahhhh Kami-sama...

São tantos pensamentos...

E eu quero chorar...

Chorar muito pelo que esse desgraçado faz comigo...

Senti alguém apertar meu odango e afastei só um pouco minha cabeça dos braços... ergui os olhos.

Seiya.

- O que houve, Bombom? – ele murmurou com seus olhos perto de mim. Sorri por causa do apelido e também por saber que agora eu teria ele ali comigo... nessa escola.

- Só estou um pouco triste... já passa... – sorri, e Seiya continuou me olhando. Levantou-se e se sentou ao meu lado.

Senti seus braços em meu ombro, e ele me puxou para ele.

Abri meus olhos na hora quando senti que estava com o rosto em seu peito.

- Uah... Seiya... o que está fazendo? - falei um pouco embaraçada ao sentir seu calor.

- Somos amigos agora, hum? Se estiver triste... vou estar aqui para confortá-la... – ele sussurrou perto de meu ouvido, e meu coração acelerou.

Ele me abraçou mais um pouco, e corei.

- Ah... – fiquei um pouco envergonhada com sua atitude... e me afastei um pouco dele. - Arigatou, Seiya-kun... - olhei para seu rosto. Seiya sorriu bonito para mim, e minhas bochechas esquentaram.

Kami-sama...

Acabamos de nos conhecer...

E...

Parece que eu já sei tudo sobre ele há anos...

Seiya é tão gentil...

Afastei-me dele, ficando de pé, e limpei meu rosto com o braço várias vezes, tentando tirar os vestígios de lágrimas. Abri um enorme sorriso e olhei para ele.

- Já estou melhor!

Seiya sorriu para mim e se levantou também.

- Estou vendo... – ele disse, tocando meu odango, e corei, sorrindo. - Vamos voltar para a quadra... – ele continuou, e, assentindo, o segui.

#########

Quando terminaram as minhas aulas, arrumei minha maleta e olhei para trás. Seiya novamente estava com várias garotas ao seu redor. E sorri, balançando a cabeça.

Não acredito na forma como ele faz sucesso assim, tão cedo...

- Ja ne, Seiya! - falei alto e acenei para ele. Ele piscou algumas vezes, e me virei, dando minhas costas para ele, e saí da sala.

Meu coração estava doendo...

Doendo muito.

E, nesse exato momento... eu queria ficar sozinha.

Minha mente estava tão cheia... e tudo por culpa de Mamoru... e nem ao menos eu conseguia pensar em outra coisa que não fosse ele... e sua esposa.

Argh...

Droga de Mamoru...

Droga, droga, droga!

Eu queria chorar tanto...

Deveria saber...

Como um playboy desse ia ligar para uma menina como eu?

Ele só queria se divertir comigo...

Só isso...

Lembrei do primeiro dia em que nos encontramos.

Eu em cima dele... e seus olhos enormes me fitavam como se não acreditasse que eu estava ali.

Sorri comigo mesma.

Tinha sido a primeira vez que eu vira seus olhos tão perto.

Suas investidas em cima de mim... urgh... eu o odiei tanto quando ele me roubou meu primeiro beijo!

Começou a me perseguir como um animal faminto...

Ele me carregou duas vezes no estilo de princesa... uma quando eu me machuquei na sua casa com o balé... eu fiquei com falta de ar enquanto sentia seus braços fortes me segurando... enquanto sentia seu calor... seu perfume. E, na outra, o desgraçado pagou para aquelas meninas me machucarem... e fingiu que ele vinha em meu socorro... Balancei a cabeça. Será que ele notara o papel ridículo que fizera?

Seus beijos...

Como pode ele querer me beijar tanto?

Como pode eu querer beijá-lo tanto...?

Suspirei alto.

Mas parece que tudo isso... foi realmente uma brincadeira da parte dele.

- Bombom! - ouvi uma voz atrás de mim e me virei. Seiya vinha correndo em minha direção, e parou ao meu lado.

- Ah? Seiya? - pisquei algumas vezes, e ele começou a buscar por ar.

- Queria te perguntar... – ele disse enquanto respirava com rapidez, e me olhou. - O que vai fazer agora?

- Hum? - não entendi sua pergunta.

- Er... é que... – ele olhou para o lado, e pude ver seu rosto corar um pouco. - Estava me perguntando... se você gostaria de... er... me mostrar a cidade?

Pisquei mais algumas vezes.

- Gomen, Seiya... mas acho que não vai dar hoje... – ele voltou a me olhar com seus olhos parecendo um pouco tristes. - Eu preciso visitar meu amigo no hospital... - dessa vez ele piscou surpreso.

- Hospital?

- Er... uma longa história... - balancei minha mão na frente, para deixar de lado o assunto. - Mas gomen... se você quiser, podemos ir num outro dia... - apertei a alça de minha maleta.

- Ah... sem problema... - ele pareceu um pouco triste com minha resposta e, depois, voltou a olhar para mim com um pequeno sorriso. - Quer carona? – eu sorri dessa vez.


- Hm... seria ótimo!

##########

Eu não estava conseguindo falar muito com Seiya enquanto íamos para o hospital. Estávamos em seu carro esporte, muito bonito, por sinal, e, como previsto...

Minha mente estava em Mamoru...

Infelizmente.

Mas, apesar disso tudo...

Eu não conseguia odiá-lo.

E, mesmo que eu tentasse... não conseguiria.

Meus pensamentos e meu coração estavam completamente impregnados com Mamoru...

Os seus toques... seus beijos...

Até mesmo quando eu fechava os olhos, o sentia.

Suspirei agoniada.

Estranha, essa sensação...

Como eu podia me sentir dessa forma por ele...?

ELE TINHA SIDO UM TOTAL PERVERTIDO COMIGO ESSES DIAS!

MAS...

Mas...

Hum...

Lembrei de uma vez quando mama me contara sobre almas gêmeas... Nunca havia ouvido sobre isso, mas... mama falava que sua alma gêmea tinha sido o papai... ela se completava quando estava com ele.

Perguntei para ela como ela tinha sabido que sua alma gêmea era papai.

E, por estranho que parecesse...

Ela disse que tinha sido somente por um olhar...

Abri meus olhos.

Ela se apaixonara completamente quando ambos se olharam... e sentiu, dentro do seu coração, que era com ele que ela viveria para sempre...

Seria possível isso?

Lembrei também a primeira vez que meu olhar se encontrou com Mamoru, naquela quadra, enquanto ele acenava para as fãs.

Tinha sido como se o tempo parasse...

Tenho certeza que ele sentiu isso também... pois seus olhos tinham estado em mim todo o tempo...

Encostei minha cabeça no vidro.

Meu coração batera tão forte...

E, a cada vez que Mamoru começara a se aproximar de mim, os mesmo doki-doki pareciam que iam explodir meu peito...

Seria isso o que mama sentira quando olhora para papai?

Mas o que isso importa agora...?

Ele é casado...

E...

E parece...

Que tudo o que ele disse para mim... foram mentiras.

Aquela porcaria de coração batendo por minha causa...

Argh...

Mentira...

Mamoru baka...

- É alguém que você gosta... - a voz de Seiya quebrou meus pensamentos, e olhei para ele.

- Ah?

- Conheço bem esse olhar – ele disse sem desviar seus olhos da pista. - Você está apaixonada...

Quando ele terminou de dizer isso, meu rosto esquentou, mas esquentou tanto que abaixei a cabeça.

- Vo-vo-você... Se-Seiya... sem-sem-sempre fa-falando al-algo qu-que não de-deve! - falei brava, com meu coração explodindo no peito.

- O que ele fez para você? - continuou insistente, e mordi meus lábios, não sabendo mesmo se eu dizia ou não.

- Hum... - olhei para fora. Seiya ficou em silêncio por um tempo. - Ele sempre faz algum mal para mim... e hoje... foi o fim de tudo... - e me calei.

Só ao dizer isso...

Meu coração voltou a doer...

Droga de Mamoru...

Por que você faz isso comigo...?

- Se me permite lhe dizer algo - sua voz foi suave. - Se ele realmente faz mal a você... é melhor que termine mesmo - pisquei algumas vezes, e o olhei. - Ele não merece alguém como você. Podemos ter nos conhecido faz pouco tempo, Bombom... mas percebi... que você é melhor do que qualquer garota daquele colégio e qualquer garota que conheci. E só um idiota não enxergaria isso – ele olhou para mim e sorriu de lado. Pude ver que ele ficou um pouco corado. – Er... desculpe... mas... é o que senti quando conheci você...

Senti lágrimas nos olhos quando ele falou isso. E não pude deixar de corar...

- A-arigatou, Seiya... - fechei os olhos e sorri para ele, encostando a cabeça no banco do carro.

- Não precisa agradecer... mas somos... a-amigos, não somos? - seus olhos me olharam de soslaio. E não pude deixar de corar, feliz.

- Hai!

- Pode contar comigo se precisar desabafar, Bombom... - vi um sorriso em seus lábios. - Eu vou estar aqui.

Fitei todo seu rosto, e sorri feliz novamente.

Tenho a impressão que Seiya será meu amigo para sempre...

Não entendo como posso me sentir assim com uma pessoa que conheci há tão pouco tempo...

Mas, arigatou, Kami-sama...

Por ter me mandado uma pessoa como Seiya Kou...

- Arigatou...

Puxei o ar para os pulmões... e senti o perfume dele invadir minhas narinas.

O suave aroma começara a acalmar meu coração.

#########

Seiya me deixou na frente do hospital e partiu.

Demorou um tempo para eu me tocar que não havia falado o caminho para o hospital, só havia falado o nome do local. E Seiya parecia que conhecia já que rua pegar.

Fiz um bico.

Ele já conhecia Tóquio... e mesmo assim me pediu para mostrar a cidade para ele.

Balancei minha cabeça e sorri.

Esse Seiya...

Já estava no corredor indo em direção ao quarto que a enfermeira havia me informado onde Mando-chan estava.

203.

Olhei os números em cima da porta, dei uns leves toques e esperei.

A porta se abriu, e Keiko-san estava ali com um sorriso.

- Usagi-chan! Entre! - sorri para ela, a cumprimentando, e assenti, entrando. - Demando... veja quem está aqui... - ela falou olhando para o lado. E vi a figura comprida deitada na cama. Ele se virou para mim e vi seu rosto. Ele não estava mais com a faixa, e pude ver o quanto ele estava machucado. Mas, mesmo assim, ele sorriu bonito quando me viu.

- Usa... - sua voz me deu arrepios... Kami... parecia que havia anos que eu não ouvia sua voz.

- Mando-chan... – me aproximei da cama, e ele tomou minha mão na dele. Isso me fez sorrir.

- Pensei que não vinha hoje... ontem só consegui te ver de manhã... – ele disse numa voz triste, mas ainda sorria.

- Gomen... - Keiko-san puxou uma cadeira para mim. - Arigatou, Keiko-san...

- Fique à vontade... Vou sair por um momento e daqui a pouco volto... - ela sorriu olhando para nós e saiu, fechando a porta atrás de si.

- Ela ainda acha que vamos nos casar... - Demando falou de repente, e segurei minha respiração.

Desde que ficamos amigos... e começamos a andar de mãos dadas...

Keiko-san dizia para mama que um dia nós iríamos nos casar.

Que fazíamos um par perfeito...

E, naquele tempo, enquanto eu me sentia apaixonada por Mando-chan, eu realmente acreditava nisso... meu coração batia tão rápido naquele tempo...

Mas agora...

Voltei a olhar para Mando-chan, e seus olhos estavam presos em mim.

- Co-como está se sentido? - murmurei tentando mudar de conversa.

- Melhor agora... ver você me faz sentir melhor... - seus dedos tocaram minha bochecha, e corei sorrindo para ele.

- Tente melhorar logo, Mando-chan... - ele assentiu, continuando a cariciar minha bochecha.

Fechei os olhos.

E me lembrei de ontem, quando ele falou que Chiba tinha feito aquilo com ele.

Abri rápido meus olhos e segurei sua mão.

- Mando-chan... - seus olhos estavam ternos para mim, de uma forma que fez minhas pernas ficarem bambas.

- Hum?

- Por que disse para mim que foi Chiba Mamoru que fez isso com você? Se, na verdade, você puxou briga com uma gangue? - os olhos dele mudaram quando eu disse esse nome. Ele franziu o cenho e olhou para o lado. - Mando-chan... você realmente puxou briga com uma gangue?

- Ahhh... eu estava muito irritado naquele domingo, Usa... E... eu bebi muito, Chiba destruiu minha empresa, e-ele... - ele parou como se pensasse se diria ou não. - Ele está tentando roubar você de mim...

Corei quando ele falou isso.

- O-o quê? - olhei para ele, piscando várias vezes, e ele voltou a olhar para mim.

- Droga... enquanto você dormia comigo... você disse o nome daquele desgraçado, Usa... - meus doki-doki aumentaram, e eu abaixei a cabeça, me sentindo envergonhada.

Uahhh...

Eu realmente disse!

- Isso me deixou tão louco da vida que quis tirar satisfações com ele... - mordi meus lábios. - Quando você me perguntou sobre quem havia me batido... na verdade eu queria lhe falar para ficar longe daquele miserável - ele apertou minha mão com a dele. - Você não gosta realmente dele, não é? - segurei minha respiração, com meu coração a mil.

Kami-sama...

- I-iie... Mando-chan... - sussurrei para Mando-chan sem querer olhá-lo.

Eu não poderia lhe dizer a verdade...

- Ah... isso é um alívio para mim... não quero você com ele, Usa... esse cara não presta, é um maldito... - ele levou minha mão até seu rosto e respirou como se realmente estivesse satisfeito com o que eu havia lhe dito. - Quanto à gangue... depois de ter discutido com Chiba... eu queria bater em alguém... - ele sorriu de lado, ainda com seus olhos fechados. - Precisava me livrar daquele ódio... e bem que eu gostaria de quebrar a cara do Chiba... mas isso não seria bom para a imagem de minha família... então bati no primeiro idiota que encontrei na frente... mas não sabia que ele estava acompanhado com mais seis caras...

- E o que você ganhou com isso, Mando-chan? Agora está aqui... numa cama de hospital... - falei um pouco chateada por ele realmente ter feito aquilo.

Mas o que mais me incomodava era...

O que os dois discutiram?

- Pelo menos não me sinto mais tão nervoso... - ele sorriu mais uma vez, voltando a olhar para mim, e eu balancei minha cabeça. Estiquei meu dedo e encostei na sua testa.

- Baaka-Mando-chan...

Ele sorriu e pegou meu dedo, levou-o em direção aos seus lábios e beijou gentilmente.

- Fico feliz por saber que você não sente nada por ele... - meu coração se apertou com suas palavras, e tive vontade de chorar.

Mando-chan... gomen ne...

- Você é muito especial para mim, Usa - seus olhos me fitaram intensamente. E, se eu perdesse você para ele... não saberia o que fazer... – ele colocou minha mão em seu peito e voltou a fechar os olhos, começando a respirar calmamente.

Era como se ele me esfaqueasse a cada palavra que ele dizia...

- O que... Chiba disse pra você? - perguntei num sussurro.

Mando-chan demorou para responder... e achei se ele já estivesse dormindo.

- Disse... que estava te usando... para me atingir... - suas palavras me acertaram forte no peito, e, dessa vez, não pude conter as lágrimas.

Tampei minha boca, contendo os soluços, e vi que, pouco a pouco, Mando-chan começara a dormir, suas mãos ainda estavam segurando meu braço.

E apertei com força meus olhos, deixando as lágrimas começaram a cair livremente.

Me usando?

Mamoru...?

Por que isso...?

#########

Eu saí mais arrasada do hospital, minha cabeça latejava.

Estava com muuuiiitta dor de cabeça...

Não acredito...

Usada...

Fui usada numa vingança...

E usada para uma traição...

IISSSSOOO É TÃO RIDÍCULO!

EU!

EU SOU MUITO BUUURRAAAA!

UUUUUUUAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH!

Trim, trim!

Levei um susto com o treco vibrando na minha bolsa.

- Uah! Celular! - abri rapidamente a maleta e peguei o celular com o coelhinho. Olhei para ver quem era, e aparecia Hotaru. - Ah! - atendi mais rápido ainda. - Moshi-moshi, Taru-chan?

- Usagi-chan! - a voz dela saiu num sussurro.

- Hum? Taru-chan, por que está sussurrando? - pisquei algumas vezes.

- Estou na aula... você esqueceu... hoje tem balé... a professora estava perguntando sobre você agora mesmo...

Meu corpo inteiro gelou.

- Kami-sama! - falei alto. - Eu esqueci que tinha balé joje, Taru-chan! - olhei para um lado e para o outro e corri para o lado esquerdo.

Eu estava muuiiittoo longe do estúdio!

Hotaru riu divertida ao telefone.

- Vê se você consegue chegar a tempo aqui... eu disse para a professora que você estava tendo prova, e por isso iria se atrasar!

Sorri com a ideia dela e ri.

- Arigatou, Taru-chan...

Ela riu mais uma vez.

- Até depois! - e desligou.

Enquanto eu corria, coloquei o celular de volta na bolsa e, um tanto que atrapalhada, acabei derrubando os cadernos.

- Ahhhh Kami-sama! - voltei e peguei rapidamente os cadernos. - COMO PUDE ME ESQUECER DAS AULAS DE HOJE!?

SE EU NÃO PENSASSE TANTO EM MAMORU, EU NÃO TERIA ESQUECIDO!

ARGGHHH!

##########

Acho que cheguei meia hora atrasada e, quando entrei na sala, a professora me olhou com um rabo-de-olho, mas não disse nada.

Cheguei bem na hora em que Hotaru se apresentava, vi seus passos leves e perfeitos.

Comecei a me alongar enquanto a observava...

Hotaru dançava muito bem... sorri quando a vi completar aquele passo que ela tanto lutara para acertar... e saiu perfeito. Olhei para a professora, e vi que ela também estava encantada com a perfeição dos passos.

Senti me tão feliz... Hotaru havia conseguido...

Ela se curvou delicadamente, terminando sua dança.

- Hotaru... você melhorou muito! - a professora falou se aproximando dela. Hotaru levantou seus olhos e olhou diretamente para mim. Abriu um enorme sorriso, acenando.

Fiz sinal de positivo para ela, que voltou a sorrir alegremente.

- Tsukino-san! - pulei com a voz rabugenta da professora. - Já terminou de se aquecer? Só falta você se apresentar...

Er...

Cocei minha cabeça... bem, eu tinha corrido o suficiente, e provavelmente deveria estar bem aquecida... eu estava quente por causa da corrida... então achei que deveria fazer a dança.

Assenti e fui até a frente da professora.

E, bem...

FOI UM DESASTREEEEEEE!

Quando comecei a dançar, errei várias vezes os passos, e teve até uma parte que parecia que eu estava lutando com as minhas próprias pernas!

TERRÍVEL... TERRÍVEL...

E sem esquecer a câimbra que me deu bem na batata da perna... caí no chão, chorando. E bem... novamente todas as meninas riram da minha cara.

A professora me olhou com um ar de reprovação e pediu para eu me sentar antes que eu me matasse...

E aqui estava eu, massageando a batata da perna para ver se melhorava.

Arrghh que dor!

Desmanchei meus cabelos, e eles caíram nos ombros.

O coque estava me machucando, pois eu estava com muita dor de cabeça ainda... então por isso os desamarrei.

Vi Hotaru se afastar da dança e se sentar ao meu lado.

- Já melhorou? - seus olhos me olhavam preocupados.

- Ahã... - ri colocando a mão na cabeça. Credo... eu só me machuco! - Sim... está passando...

- Também já passei por isso, é horrível, né? Lembra no terceiro dia de aula? - Hotaru falou sorrindo.

Assenti, lembrando.

Foi quando eu começara a falar com ela.

Hotaru, no começo, era indiferente comigo... e dizia poucas coisas...

- Você sentou ao meu lado e pediu para eu te dar a minha perna...

- E você ficou muito vermelha! - sorri lembrando.

- Claro! Eu nem ao menos te conhecia... e, mesmo eu dizendo que não, você puxou minha perna e começou a massageá-la! Ahaha... - ela riu envergonhada. - Quando contei isso para Mamoru, ele não acreditou...

Foi como uma pancada no coração ouvir o nome dele.

E, de repente...

Me senti muito triste.

- Hotaru-san! - a professora a chamou, e Hotaru se levantou do meu lado.

- Se precisar de algo, me diga, está bem!? - abri um sorriso e assenti. Hotaru saiu correndo até onde a professora estava.

E meu coração começou a ficar pesado... aos poucos meu sorriso sumiu e fiquei olhando o vazio...

#########

Terminei de me vestir e coloquei minha maleta atrás das costas, saí do vestiário e esperei Hotaru terminar de se arrumar.

Tudo que eu queria agora era voltar para casa e chorar...

Patético.

Mas... se ela soubesse a dor que eu sentia em meu peito...

Deus...

Eu jamais me senti dessa maneira...

- Ah! Gomen pela demora! - Hotaru apareceu ao meu lado com sua maleta e uma outra grande que segurava atrás das costas. - Hoje vou direto para casa! Não tenho mais aulas de flauta! – ela disse contente, e pisquei.

- Huh? Por quê? - ela se voltou para mim com um enorme sorriso.

- Não gosto mais... já estou cansada de tocar flauta, pedi para Mamoru para cancelar as aulas. Ahaha, ele ficou uma fera... eu disse que essa era minha decisão e que ele parasse de me incomodar! - sorri pelo seu jeito desafiador com Mamoru. - Se você quiser... quer dar uma passada em casa? Podemos tomar algo gelado!

Casa...

Lembrei do que Hino Rei disse...

“Você prometeu me levar para casa, Mamoru”. Me arrepiei com tal pensamento.

...ir até a casa de Hotaru e ver Mamoru com... com... a sua esposa...

- Go-gomen, Taru-chan... quem sabe outro dia... - de tantas pessoas no mundo, Taru-chan tinha que ser realmente irmã dele...

- Algum problema, Usagi-chan? Você parece abatida!

Pisquei e a olhei; seus olhos me fitavam.

- A-ah... na-nada não... - abaixei minha cabeça, corando.

- Hum... - continuamos andando uma ao lado da outra. - É por culpa do cara que te persegue?

Pisquei surpresa e a olhei.

Deus... era tão evidente assim?

- A-ah... i-iie... - balancei minha cabeça mais uma vez e olhei para ao chão.

- Usagi-chan... você pode me contar tudo que quiser... - meu coração se apertou... eu sei... e gostaria tanto de contar para ela... ma-mas... droga... ele era o irmão dela... - Ele fez algo de ruim para você? - sua voz era tão carinhosa que eu suspirei, triste.

E, silenciosamente, assenti.

Hotaru não falou mais nada, lágrimas começaram a se formar nos meus olhos.

- Então foi por isso que você não conseguiu se apresentar direito! - ela bateu uma mão na outra. - Você estava com a cabeça cheia...

Suspirei.

- Descobri que eu gosto dele... Taru-chan - disse bem baixinho, e vi Hotaru se virar rapidamente para mim.

- UAH! - ela falou bem alto e parou de andar. - Ma-mas isso é ótimo! – se pôs à minha frente, e seus olhos brilhavam. - Usagi-chan! Estou feliz por você! - pegou minhas mãos, e continuava a me olhar com um enorme sorriso.

E não pude deixar de rir.

- Mas... isso que sinto por ele, Taru-chan... não é correspondido... - suspirei triste, olhando para o outro lado.

- NÃO? - sua voz saiu muito alta, e não foi só eu que a olhei surpresa, as meninas do balé também a olhavam. - COMO NÃO? - de alguma forma, eu a achei um pouco abalada com a minha resposta.

- Ele... ele já tem alguém... - preferi não falar que ele me usara também... isso ficaria comigo.

- ISSO É IMPOSSÍVEL! – ela continuou falando alto, e eu pisquei.

- Huh? Por que seria impossível?

De repente ela ficou muito, mas muito corada. Largou minhas mãos e tossiu, como se limpasse sua garganta. Olhou para o lado, ainda vermelha.

- Er... bem... se ele estava atrás de você... daquela forma que você me contou... ele deveria estar realmente apaixonado por você... não creio que goste de outra garota que não seja você... e bem... é o que eu acho...

Sorri por ela tentar me ajudar com suas palavras.

Hotaru é tão gentil...

Arigatou, Kami-sama...

Por também ter me feito conhecer Taru-chan...

Para sua surpresa, eu a abracei bem forte.

- Ah! - ouvi sua voz, mas, aos poucos, ela retribuiu meu abraço.

- Arigatou... Taru-chan...

A ouvi rir.

- Não precisa agradecer, Usagi-chan. Somos amigas...

Quando me afastei dela, começamos a rir.

Caminhamos até a frente do estúdio, e Hotaru acenou para seu motorista para esperar.

- Ah! Amanhã, na minha escola, vai ter um festival! - Hotaru falou de repente, se voltando para mim. - Quer ir?

- Ah! Mas a que horas, Taru-chan?

- Vai começar lá pelas três da tarde! - pisquei e sorri.

- HAI! HAI! EU QUERO IR! - sorri corando, e Hotaru riu.

Sugoi!

Um festival!

Na escola de Hotaru!

Mas...

- Ah! Onde você estuda?

- É um colégio só para meninas, Colégio Particular das Garotas de Sakura...

Minha boca caiu lá no chão.

Era o colégio mais caro de toda Tóquio... só as melhores entravam...

- Sugoi! - meus olhos brilhavam. - Eu sempre quis entrar lá! - apertei minhas mãos na minha frente enquanto sonhava com o colégio.

- Ahaha... então quer dizer que você vai? – me voltei para ela, toda emocionada.

- É claro!

Taru-chan riu mais uma vez.

- Então está combinado, quando você chegar, venha á minha sala... é no quarto andar... a sala 47! - ela tirou um papel do bolso e me entregou. - Com esse cartão você poderá entrar no colégio, e apresente isto para quem pedir! Certo?

Assenti várias vezes e olhei para o cartão em minhas mãos. Tinha até mesmo o lugar onde Hotaru disse para encontrá-la.

- Sugoi! - Hotaru sorriu.

- Vou estar te esperando lá na frente... até amanhã! – ela disse, e partiu correndo acenando para mim.

Meu sorriso cresceu.

Suuuugoooiii!

Continua...


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Notas finais do capítulo

Até o próximo, e, por favor, nos deixem saber o que pensam sobre a história, mandem reviews em todos os capítulos! Bjs