My Dear Devil escrita por ana_christie
- NÃO COMECE! - foi a primeira coisa que gritei. Eu estava caída na grama com os meus braços me sustentando. E ele estava ali logo em frente sentado no banco virado para mim.
Minha bochecha parecia que queimava.
- Começar o quê?- ele sorriu de lado, me olhando. Rapidamente eu sentei na grama, arrumando minha saia.
- Eu odeio esse seu joguinho – murmurei, me levantando. Seus olhos pareciam estar grudados em cada movimento que eu fazia. Senti minhas pernas falharem.
Uhhhh meu coração... POR QUE ESTÁ BATENDO TÃO RÁPIDO ASSIM?!
- E PARE DE ME SECAR! - virei para ele com raiva, ele piscou lentamente.
- Por que acha que eu estaria te secando? - sua voz foi bem suave.
- EU SENTI! - limpei minha saia.
- Eu poderia estar olhando para outra coisa...
- Não se faça de inocente, Chiba! Eu sei muito bem o que se passou pela sua mente!
- Sou tão transparente assim? - não sei por que, mas meu rosto esquentou de repente. - Se realmente sabe o que está se passando na minha mente, deve adivinhar o que estou a fim de fazer...
Pulei de imediato e me afastei o possível dele. Mas Chiba apenas continuou sentado ali com seus olhares assustadores sobre mim.
Uahhh...
Tá difícil de respirar...
MAS POR QUE DIABOS ESTÁ DIFÍCIL DE RESPIRAR?
O IDIOTA ALI, só está sentado! NÃO há motivo para ficar nervosa!
Ele NÃO VAI fazer NADA, e se ele fizer, eu corro!
A porta está logo ali atrás. E, até ele se levantar, eu já terei fugido.
Isso...
Tenha esse plano em mente, Usagi...
Você tem muita vantagem! Só não vá fazer...
HUM?
O QUÊ?
O QUE ELE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?
- O-O QUE ES-ESTÁ FAZENDO? - soltei todo o meu nervosismo em meu grito.
- Hum? - ele disse com a boca cheia.
O MALDITO TINHA PEGADO UM DOS MEUS ONIGIRI!
UM DOS MEUS ONIGIRI! E ENGOLIDO DE UMA VEZ SÓ!
- ISSO AÍ É MEU! VOCÊ NÃO PODE COMER O QUE É MEU!
- Fui eu que comprei... - ele disse, comendo dois de uma vez.
AH, NÃO! ISSO JÁ É DEMAIS!
Pulei em cima da mesa como uma leoa faminta, arrancando a vasilha de suas mãos. Mas ele a segurou, por sua vez.
- LARGA, CHIBA!
- Não... - ele puxou novamente e... Ah! O DESGRAÇADO SEGURAVA O SORRISO!
ELE, POR ACASO, ESTAVA SE DIVERTINDO COM ISSO?!
- SOLTA! EU ESTOU COM FOME!
- Eu também... - sua voz estava bem calma. E eu poderia lhe dizer...
QUE ELE NÃO ESTAVA TÃO FAMINTO COMO EU ESTAVA!
- SOLTE, MAMORU!
E ele soltou...
Baka, baka, baka
BAKA USAGI!
Por eu estar em cima da mesa, acabei me desequilibrando e comecei a cair para trás.
Uaahhhhhh baka, baka, baka, baka, baka, baka, baka, baka, baka!
Os braços dele vieram em meu resgate, contornando a minha cintura e me puxando de volta.
Quente...
A vasilha estava bem firme em minhas mãos acima da minha cabeça, e meu corpo inteiro fora ao encontro do dele.
Quente...
Minha respiração falhou quando me encontrei com seus olhos, que estavam azuis bem claros agora. Deve ser por que a luz do sol os deixa assim...
Oh... Deus...
Esse cara tinha que existir mesmo?
É claro que, se ele não fosse tão "estragado" assim, eu poderia vir a me apaixonar por ele. Mas isso que sinto agora é só atração...
Só atração...
Meu corpo pode se arrepiar cada vez que me encontro com ele, ou pelo simples fato de ele me tocar, mas nada mais, além disso...
Atração...
É isso...
Certo?
- Não sabia que seria tão fácil... - ele por acaso não pisca? Ou sou eu que não estou piscando? Hum?
- Fácil? - murmurei sem tirar meus olhos dos dele.
- Não precisei nem me levantar para ir atrás de você... – ele sorriu de lado, e acariciou minha cintura.
AH!
Pisquei, quebrando nossos olhares, e taquei a vasilha em sua cabeça.
Ele me largou na hora. E eu me afastei dele, descendo da mesa.
- Itai...
- IDIOTA... - raiva... AAHHHH QUE RAIVA. ESSE MALDITO NÃO PERDE A OPORTUNIDADE DE TIRAR VANTAGEM DE MIM!
Ele sorriu e apoiou seu cotovelo na mesa, me fitando.
- Quero que você me responda uma coisa, Odango-chan...
- FALEI PARA VOCÊ PARAR COM ESSE NEGÓCIO DE ODANGO! - ESSE CARA ME IRRITA!
O QUE ME FAZ GRITAR!
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH!!!! (grito interno)
Nunca na minha vida alguém me tirou do sério dessa forma...
ughh...
Chiba me faz me sentir até mal...
- O que eu tenho para te deixar tão nervosa assim? - ele continuou, sem ligar para o que eu tinha falado. Seus olhos se mantinham suspeitos, ELE NÃO DEMONSTRAVA NENHUMA EMOÇÃO QUANDO FALAVA!
- EU JÁ LHE DISSE QUE TE DESPREZO, CHIBA ! E VOCÊ não me deixa nervosa... VOCÊ ME DEIXA IRRITADA!
Ele se levantou e eu dei um passo atrás, pronta para correr.
Por que você não corre, Usagi?! Antes que ele se aproxime de vo-
Chiba colocou as mãos nos bolsos da calça, e tinha um sorriso um tanto malicioso enquanto se aproximava.
- Não fuja, não vou fazer nada com você... só quero... hum... - olhou para cima, como se procurasse pela palavra - conversar...
Conversar?
Conversar?
Hummmm
Ele estava falando sério? Olhei para seus olhos, e eles continuavam sem emoção. Chiba parou um pouco longe de mim, ainda com as mãos nos bolsos.
A-acho que, pela distância em que ele está... e, bem, se ele tentar algo... eu posso fugir sossegada!
- Sobre o que quer conversar? - falei bem calma sem tirar meus olhos da besta logo à frente.
Ele mordeu seu lábio inferior como se segurasse o sorriso e passou a mão em seus cabelos, os ajeitando. E, quando seus olhos voltaram para mim, ele já tinha a face séria.
- O que você acha de mim?
Hum?
Pisquei várias vezes.
O que eu acho dele?
Que tipo de pergunta é essa?
E, bem... eu já não tinha respondido para ele?
Eu o olhei dos pés à cabeça e voltei para ele...
Era para falar para ele sobre a sua aparência... que, Infelizmente, quase me deixa completamente com falta de ar. Com seus ombros largos e peito bem definido, braços fortes e aquela mexa de cabelo que insiste em ficar na frente de seus belos olhos. Sem esquecer que, involuntariamente, eu acho sexy o brinquinho em sua orelha esquerda.
NANI?
DE ONDE VIERAM TODAS ESSAS BESTEIRAS?
MENTE PERVERTIDA, MENTE PERVERTIDA!
- Eu já disse que te odeio, Chiba! Não tenho nada para “achar” de você - dei-lhe as costas e comecei me afastar.
- Se não dizer nada, vou achar que realmente está a fim de mim, só que tem vergonha de me falar... - paralisei e me virei para ele com fúria. Coloquei a vasilha no chão.
- QUE TIPO DE IDIOTA É VOCÊ? Nunca pensei que alguém como você fosse pensar algo tão estúpido! - caminhei até ele ficando à sua frente.
- Alguém como eu? Como assim? - ele pareceu segurar seu sorriso novamente.
- Alguém que bate recordes em natação, é excelente em basquete, vôlei, futebol, ganhou várias partidas de esgrima, artes marciais - eu enumerei marcando em meus dedos. - Sabe falar mais de cinco línguas, administra várias empresas, tem o poder da escola em suas mãos! E, mesmo assim, não tem inteligência o suficiente para entender o que estou falando? - sua face pareceu demonstrar surpresa pelas coisas que eu falava. - VOCÊ NÃO É NADA PARA MIM, CHIBA! VOCÊ SÓ É MAIS UM IMBECIL NESSA ESCOLA DE RIQUINHO! - finalmente respirei, o olhando. Ele ficou em silêncio por algum tempo.
Será que ele entendeu agora?
- Nossa... - ele disse, olhando todo meu rosto. - Você realmente acha que eu faço tudo isso? - ele sorriu de lado. - Sou tão gostoso assim para você? - e riu.
Meu rosto esquentou.
- EU NÃO ACHO ISSO, CHIBA ! NÃO ACHO QUE VOCÊ É GOS-
- Não me acha mais um imbecil numa escola de riquinho? - ele falou de repente, parando de rir e caminhando em minha direção.
- NÃO... quer dizer, EU ACHO VOC- eu comecei a me afastar, andando para trás.
- Você me acha atraente? - ele continuou vindo.
- SIM! Qu-quer dizer, NÃO! - mas que droga! O que ele tá falando?! - E-eu estou dizendo... - bati em uma coisa e olhei para trás, havia outra mesa ali.
Voltei para frente e sufoquei com o perfume que estava espalhado ao meu redor.
- O que realmente você está querendo dizer é que, apesar de me desprezar totalmente, você tem uma queda por mim? - ele sussurrou perto de meu rosto, e suas mãos se apoiaram na mesinha, encostando seus braços na minha cintura.
- Isso! – falei, batendo minha mão na outra, olhei só um pouquinho para cima, me encontrando com seus olhos. - Quer dizer... não...
Eu estava quase sentando na mesa, e Chiba estava em cima de mim. Com todo o seu calor e perfume.
Ouvi o sinal bater e minha respiração sair agoniada de meus pulmões.
Nossos narizes se tocavam, como se logo, logo, fôssemos nos beijar.
E
Perfeito...
Novamente ele tinha conseguido...
Eu não tinha jeito de fugir!
Ele havia me prendido entre seus braços!
Esse idiota sempre me prende dessa forma!
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- Hum... – murmurei, olhando para baixo e voltando para seus olhos. - O sinal já bateu...
- Não ligue para isso... - ele murmurou também, olhando para meus lábios e meus olhos.
Ohhh...
Que droga, que droga...
Não estou conseguindo pensar...
- E-eu pre-preciso voltar para sala! – falei, começando a me zangar.
- E eu não quero que você saia daqui... - sua voz saiu mais séria dessa vez.
- Huh? Como assim VOCÊ NÃO QUER que eu saia? Você não comanda a minha vida!
- Você não vai me deixar frustrado como me deixou no banheiro, Usagi! Eu quero você aqui...
Minha respiração falhou, e meu coração se acelerou.
Nossos narizes continuavam encostados, e o calor que crescia em meu peito não estava me fazendo nada bem. Não é seguro ficar perto dele!
- Por que você está fazendo isso comigo, Chiba? - eu murmurei, já não aguentando mais. - Você não entende que não sinto nada por você?
Ele não me respondeu de imediato, seus olhos se voltaram para mim.
- É você que não entende, Usagi, o que você faz comigo...
Seus lábios tocaram minha testa num único beijo...
Único beijo quente e angustiado...
Mas logo ele virou a cabeça, abaixando-a lentamente.
E senti seus lábios encostarem em meu pescoço e me beijarem mais uma vez...
Duas...
Três...
Fechei meus olhos, deixando-o me beijar ali.
Bem ali...
Droga, droga...
Isso não é certo...
Eu não gosto dele...
Não gosto!
Mas por que toda vez que ele se aproxima de mim, minha vontade de fugir dele desaparece?
Ele murmurou algo em meu pescoço, e eu coloquei minhas mãos em seu peito, apertando a sua camisa em minhas mãos.
Eu o odeio tanto!
Eu o odeio por me deixar fraca dessa forma! Eu odeio esse seu perfume! Eu odeio esses seus lábios! Eu odeio a forma como ele me confunde!
- Hum...
- Hummmmm... AAAAAAAHHHHHHHHHHHHH! - ergui meu joelho com toda a força e o acertei com tudo no meio das pernas.
Ele parou de me beijar na mesma hora, seus braços se afastaram da mesa e, aos poucos, ele começou a cair de joelhos.
Olhei para o seu rosto, e parecia que ele sentia muita dor.
- Qu-que droga, odango... - disse numa forma dolorida. E eu me afastei dele.
- I-isso É POR VOCÊ TI-TIRAR VANTAGEM DE NOVO DE MIM! E-EU DISSE PARA VO-VOCÊ NÃO SE APROXIMAR DE MIM!
Pare de gaguejar Usagi!
Uuuuhhhhh
Minhas mãos estão tremendo!
Corri até a vasilha e a peguei.
Virei para ele novamente, e ele parecia não aguentar de dor no chão. Mordi meus lábios com raiva e ao mesmo tempo com pena dele.
- Er... hum... o-obrigada pelo lanche... e-e... hum... pe-pelo chocolate TAMBÉM! - e corri em disparada, deixando o pobre maldito no chão.
E corri... nossa, como corri...
Meu coração ia sair pela boca, de tão veloz que ele batia.
Oh, meu Deus...
OH, MEU DEUS! O que eu tinha feito?
Eu não podia acreditar que existia esse lado violento em mim!
Eu chutei Chiba bem no meio das pernas!
Uahhhh!
Coloquei a mão na minha boca, tentando segurar o riso.
- Que estupidez a minha!
Continua...
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Dia matta ne!
Bjs