My Dear Devil escrita por ana_christie


Capítulo 13
Capítulo 13




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Solucei bem baixinho...

Apertei ainda mais as mãos no meu rosto, cobrindo a face inteira, para que Chiba não notasse meus soluços.

E, kami...

Novamente eu me encontrava em seus braços.

Isso é tão irônico...

Senti que meu joelho latejava, e a dor em meu tornozelo voltara.

- Sabe... – o tom de sua voz pareceu brincar em meus ouvidos. Afastei só um pouco os dedos de meu rosto e vi que ele ainda olhava para frente. - Eu poderia me acostumar a isso.. – ele apenas disse isso.

Não entendi o que ele quisera dizer.

- Huh? – seus olhos voltaram para mim, e eu cobri outra vez todo meu rosto.

- A te levar no colo... – seus dedos se mexeram como se quisesse me acariciar. E eu corei, mas não poderia mostrar isso para ele.

Não falei absolutamente nada.

Percebi que ele abriu uma porta, e entrarmos num banheiro.

Chiba me colocou gentilmente em cima da pia.

Eu ainda tinha minhas mãos sobre o rosto, e, droga.. eu não parava de chorar.

O senti se afastar e bisbilhotei rapidinho.

Será que ele me deixaria ali e iria embora?

Mas ele somente trancou a porta do banheiro e se voltou para mim.

Rapidamente cobri meus olhos.

E-ele trancou a porta? Po-por que ele trancou a porta?

Novamente ele veio até mim e parou na minha frente. Suas mãos se apoiarem ao lado de minhas pernas.

- Elas te machucaram tanto assim? - sua voz saiu tão gentil e suas mãos tocaram as minhas, como se quisesse afastá-las de meu rosto.

- Não... – minha voz saiu chorosa.

- O que houve, então? - ele afastou suas mãos, por certo notando que eu não abaixaria as minhas. Solucei algumas vezes.

- E-eu... perdi todo o meu lanche... – e chorei mais um pouco.

Ficamos em silêncio ali, só ouvindo meus soluços. Não sei realmente o que ele pensou, mas ele não riu.

O silêncio era, de certa forma... reconfortante...

- Se eu te comprar outro lanche, você para de chorar? - parei de soluçar na mesma hora. Afastei um pouco os dedos dos olhos e o fitei.

Seu rosto estava bem perto, seus olhos eram gentis, e ele tinha um pequeno sorriso nos lábios. Abaixei meus olhos e, em seguida, cobri novamente minha face, mas assenti.

Ele sorriu de lado e tocou novamente minhas mãos.

- Certo, prometido, então... – puxou minhas mãos de meu rosto, e eu fitei o chão, envergonhada por ele ver meu rosto cheio de lágrimas. Provavelmente meus olhos deveriam estar vermelhos e inchados.

Seus dedos tocaram minha face, e eu voltei a olhá-lo. Chiba afastou as lágrimas de meu rosto com tanta delicadeza...

A cada toque, minha respiração passou a ficar mais acelerada.

Era como se, ao mesmo tempo em que ele afastava as lágrimas, decorava cada detalhe de meu rosto.

Seus dedos quentes e suaves traçavam linhas preguiçosas pela minha face...

Senti vergonha por toda a atenção que ele demonstrava por mim e abaixei meu olhar.

Uah!

Me senti corar novamente...

Ele estava tão perto de mim porque estava no meio de minhas pernas! E por isso eu estava me sentindo tão quente! TÃO QUENTE!

- Er... – afastei suas mãos de meu rosto e coloquei a minha em seu peito, o empurrando. Quando ele finalmente saiu daquela posição, fechei minhas pernas. - E-eu posso fazer isso... – disfarcei, limpando as lágrimas.

Chiba sorriu de lado e olhou para baixo.

Afastou-se só um pouco e tocou meu joelho.

- Você tem um belo corte aqui... – seus olhos estavam atentos ao machucado. Eu olhei e vi que estava sangrando.

- A-ah! Po-pode deixar que eu vou à enfermaria...

- Não... – seus olhos fitavam sérios o meu joelho - Deixa que eu cuido...

- Não, Chiba... e-eu... – ele ligou a torneira e pegou um pedaço de papel, logo o molhando. Após o papel inundar-se com gotículas de água, ele fechou a torneira e colocou o papel molhado em cima do local.

O contato me deu arrepios de dor...

Ele começou a limpar lentamente, retirando o sangue que estava por ali. E eu apenas o observei.

Não sei por que, mas ele inspirava certa confiança enquanto fazia aquilo. Seus olhos estavam tão atentos naquele ferimento, que eu gostei de apenas ficar ali o observando.

Pode parecer ridículo, mas me senti como se eu fosse uma criança nas mãos dele. A forma como ele me oferecera aquele lanche gratuito, como me pegara no colo, e como ficava cuidando de meu ferimento logo em seguida...

Mas...

Será que ele fazia isso com outras garotas também? Eu me senti um pouco triste ao pensar nisso.

MAS NÃO PENSEM QUE EU ESTOU GOSTANDO DELE...

NÃO, NÃO... NUNCA!

Mas... realmente, não sei por que me senti assim.

Fitei seu rosto...

Vi uma pequena marca roxa na sua face direita.

Foi por causa do soco que eu lhe dei ontem.

Mordi meu lábio para não começar a rir.

Bem feito para ele...

Mas... o jeito com que ele me defendera daquelas garotas...

Estava corando, agora...

Chiba-baka...

Qual é a intenção dele?

Qual é??!!

Ele finalmente se afastou e jogou o papel molhado no lixo. Olhei o ferimento.

- Hum.. está bom, Chiba , eu posso ir para a enfermaria agora... – fui descer, mas ele me segurou, me impedindo.

- Não... – encontrei-me com seus olhos, e ele os desviou, voltando para meu joelho.  - Ainda está sagrando...

Percebi o líquido vermelho saindo, mas era bem pouquinho.

- Eu posso ir assim mes- dois dedos calaram meus lábios, e eu segurei minha respiração.

- Me deixa terminar de limpar... – ele disse num sussurro, afastando seus dedos gelados de mim, e começou a baixar a cabeça, aproximando seus lábios do machucado.

Meu sangue congelou nas veias...

O que ele vai fazer?

- Chib- ele passou a língua no machucado, e eu senti doer. Meu corpo arrepiou-se ao sentir sua língua quente em minha pele.

Ele repetiu o movimento inúmeras vezes, lento e quente. E eu fechei meus olhos. A cada vez que o sentia, doía e também fazia meu corpo reagir com seu toque.

- Itai, CHIBA!. – falei, não aguentando mais aquela sensação. - Pare! – lágrimas voltaram a descer de meus olhos. Tá doendo...

Mas ele simplesmente não me ouvia, apenas passava a língua com mais força.

Como se precisasse provar do meu sangue.

- Chiba! - e novamente ele me ignorou. – Chiba!

Deus...

O que eu faço para ele parar com isso?

Eu estou me sentindo tonta. As batidas do meu coração estão tão fortes. E as lágrimas não param de cair...

- Mamoru! – falei mais alto dessa vez, sem saber o que mais falar. E ele parou.

Abri um olho de cada vez; meu rosto estava quente.

Ele me fitava com aqueles olhos penetrantes.

- Não foi tão difícil dizer meu nome, foi? - ele sorriu maliciosamente.

Eu o fitei por algum tempo.

Realmente não foi tão difícil... Era até interessante o jeito como seu nome saía de minha boca.

Pisquei com o meu pensamento e abaixei minha cabeça, sentindo-me corar.

Deus...

Por que meu coração está tão acelerado desse jeito?!

- O-okay... e-eu vo-vou a-agora pa-para a enfermaria... uahhh o que eu faço? Eu não estou conseguindo respirar!

- Não vai me agradecer? – voltei para ele, e Chiba colocou suas mãos nos lados de minhas pernas.

Mesmo estando a uma pequena distância um do outro, senti o calor vindo do seu corpo. Tão aconchegante...

Seus lábios ficaram semiabertos, seu cabelo estava sobre seus olhos famintos...

- Hum... arigatou.. – abaixei meus olhos, fitando o seu peito.

Hummmm...

Sua camisa estava completamente aberta.

Mas, quando ele me segurou naquela hora, os botões estavam fechados até em cima. Por que ele gosta tanto de deixar sua camisa aberta desse jeito? Ele por acaso sente muito calor?

- Não dessa forma... – Hum? - Quando você esteve em minha casa, você me agradeceu de uma forma bem mais íntima... – meu rosto corou.

Fiquei apenas sem palavras...

Maldito...

Ele realmente sentiu minha vontade naquele beijo, não foi?

Não... Não!

A-aquilo foi besteira da minha parte! E-eu nunca deveria tê-lo beijado!

E-eu apenas pensei que poderia ser gentil com ele, da mesma forma que ele foi comigo! Só isso! Nada mais!

Um beijo gentil, certo?

Existe isso, né? NÉ?

- E então? – seus olhos pareciam que queriam penetrar dentro de mim, como se quisessem descobrir meus pensamentos. Ele ergueu seus dedos novamente e voltou a tirar algumas lágrimas que estavam perdidas em meu rosto.

O seu toque queimou minha pele.

A sua colônia era diferente da de ontem, era um perfume mais suave e embriagador.

Parecia... de rosas?

- Baka... – murmurei. - Aquilo não foi nada, só fui gentil com você, não vou repetir de novo... – fiz um bico e olhei para o lado.

- Hum... – o fitei de soslaio. - É uma pena... ­ - sua mão deixou meu rosto, voltando para o lado da minha perna.

Lá vai novamente meu coração entrar em disparada...

Tive vergonha de voltar a olhar para ele, apenas mantive minha cabeça abaixada. Mas ele me fitava como se eu fosse a única pessoa ali...

Mas, bem...

Eu era a única pessoa ali...

Só eu...

E o Chiba...

Trancados...

No banheiro...

HUH?

EU E O CHIBA TRANCADOS NO BANHEIRO?

UUUUUAAAAAHHHHHHHHH

É MELHOR SAIR DAQUI ANTES QUE ALGO ACONTEÇA!

- Ah... é-é melhor irmos embora, nã-não vi se o sinal já tocou. Você ouviu? – eu o olhei, mas ele continuava ali parado, fitando todo meu rosto.

Droga... qual o problema dele?

- Não ouvi nada... - senti então algo gelado tocar o lado de minha perna, acariciando levemente.

Olhei para baixo e seus dedos tinham já entrado por debaixo de minha saia.

Arregalei meus olhos.

- Você não quer matar aula comigo? – sua voz parecia mais uma súplica do que um pedido. Eu me voltei para ele, sentindo seus dedos gelados me acariciando.

- Ti-TIRE SUA MÃO DAÍ, HENTAI! – dei um tapa certeiro em seu rosto, e suas mãos se afastaram de mim na hora.

A raiva se espalhou pelo meu corpo.

AAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

MALDITO PERVERTIDO!

Ele se voltou para mim com um sorriso de lado.

- Estava gostoso, Usa. Sua pele é bem macia... - meu rosto esquentou violentamente e eu desci da pia.

- IDIOTA PERVERTIDO! – gritei caminhando para a porta. Eu precisava sair dali! Precisava respirar!

Minhas mãos tremiam de ódio. Destranquei a porta e a abri.

- As suas ações, Usa, fazem com que eu te deseje mais e mais – paralisei e não olhei para ele.

Saí do banheiro como um raio.

Voei para a enfermaria e segurei minha respiração.

Deus...

Encostei-me contra a parede.

Está tão difícil de respirar...

Droga de Chiba...

Continua...


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Notas finais do capítulo

please, REVIEWS!!!