CAP 11

- Ahhh...

O último sinal tocou e todos os alunos levantaram das carteiras, prontos para irem embora.

E eu continuei ali...

Sentada, com todo o meu material espalhado pela minha carteira.

Vaguei meus olhos para a janela.

O céu estava límpido. As nuvens caminhavam lentamente por ali, como se o dia de ontem não tivesse existido, como se aquele chuva de ontem nem tivesse caído.

Kami-sama...

Minha mente ainda estava perdida naquele momento. Naquele evento de hoje de manhã... simplesmente ele não parava um minuto de surgir em minha mente, parecia que não desapareceria de minha memória.

Graças a quem?!

 AO MALDITO CHIBA !

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Por que eu não paro de pensar nele?

Por que eu não paro de pensar nele?!

Uaaaahhhhhh...

Desde aquele instante eu tenho estado tão confusa!

O problema é que a baka aqui pensou que ele fosse uma boa pessoa!

Só porque ele me entregou aquele chocolate!

DIGA-ME COMO ALGUÉM PODE PENSAR ASSIM?

Como alguém poderia pensar nisso?!

É ESTUPIDEZ DEMAIS!!!

Uuuaahhhhh!

 Como você é burra, Usagi!

 Tããããoooo estúpida!

Bati minha testa na carteira...

Enganada por uma barra de chocolate!

Baka, baka, baka!

Peguei meus livros em cima da mesa e os guardei na minha mala, já me levantando.

Eu preciso parar de pensar nisso.

Comecei a andar e meu pé doeu, se eu não tivesse corrido naquele momento, não estaria doendo tanto quanto agora!

Manquei até o meu armário.

Coloquei minhas coisas lá dentro e o fechei.

Hmmmm...

Havia algo de estranho em mim...

Meu corpo está estranho...

Não entendo por que estou me sentindo dessa maneira...

Desde que o Chiba me beijara, parece que ele invocara algo dentro de mim.

Parei para pensar.

Era algo que estava me deixando tão quente...

Minha mente voltou para aquele beijo, me lembrando do quanto perturbador fora...

Humm... Perturbador e gosto-

- HUH? – pisquei várias vezes. – O que foi isso, Usagi?! – senti minhas bochechas queimando e bati na minha cabeça.

UAAHHHH USAGI-HENTAI!

USAGI-HENTAI!!!

Depois de algumas porradas na minha cabeça, voltei a mancar indo em direção à entrada.

O dia estava quente hoje, o sol brilhava lá em cima, respirei o ar fundo e comecei a descer as escadas.

Mas meus ouvidos captaram uma risadinha ao meu lado.

Virei e me surpreendi.

Chiba estava ali, com o seu grupinho e um grupinho de meninas - novamente. As garotas riam envergonhadas enquanto ele dizia sabe-se lá o quê! E seus amigos pareciam se divertir também.

Havia uma menina na frente dele, de cabelos castanhos curtos, e seu rosto estava todo vermelho. Ele a olhava com um sorriso e se aproximou dela, cochichando algo em seu ouvido. A menina só riu envergonhada novamente colocando a mão sobre a boca.

Maldito... playboy...

Eu já sabia, ele gostava de flertar com qualquer uma. E comigo não seria diferente.

Suspirei com a cabeça baixa e voltei ao meu caminho.

Idiota...

Continuei a andar e fechei meus olhos.

Eu odeio o Chiba...

Como pude me sentir daquela maneira até agora pouco?

Ele tá se aproveitando de mim...

Se aproveitando!

Argh... Você é tão tola, Usa-

Bati meu rosto com tudo no peito de alguém.

Uah?

Senti meu rosto ficar quente.

Abri um olho de cada vez levantando minha cabeça e vi um sorriso gentil.

- Konnichi wa, Usa... - pisquei algumas vezes.

- Mando-chan? – ele estava no pátio do meu colégio. Usava óculos escuros que ocultavam seus belos olhos. Me afastei dele. - O que faz aqui? – eu senti vergonha só de olhá-lo. Aquela maldita cena do beijo voltou ao meu cérebro.

- Ikuko-san pediu para vir te buscar! – pisquei surpresa.

- Mama? – ele pegou a mala de minha mão.

- Ela disse que você havia torcido o seu tornozelo... – ele tirou uns fios de cabelo que estavam na frente de meus olhos e os colocou atrás de minha orelha. Fiquei vermelha com seu ato - Estou aqui como seu motorista... – vi seu sorriso gentil.

- Arigatou... – retribuí o sorriso.

Kami-sama!!!!

OBRIGADA, MAMA!

Senti uma grande felicidade percorrer todo meu corpo.

Hehehe...

Olhei para o lado, distraída.

E meus olhos se encontraram com olhos azuis que me fitavam.

Minha respiração paralisou.

Chiba me olhava com tanta seriedade que, por algum motivo, meu corpo começou a tremer. Qual o problema dele?

E qual o meu problema?? Por que essa tremedeira??

Seus olhos desviaram dos meus e olharam para Mando-chan.

Mando-chan!

Pisquei, recobrando minha consciência, e voltei para o rapaz à minha frente.

Mando-chan ainda sorria e foi para a minha direita, fechando meu campo de visão, de modo que eu não podia mais ver o Chiba.

- Você está conseguindo andar? – ele me tocou no ombro e deslizou sua mão até meu cotovelo. Me arrepiei com esse seu gesto.

- Ah... – eu o olhei - Está doendo só um pouco... – Hummm... será que ele me pegaria no colo também?

 Ah... da... mesma forma que o Chiba fizera naquele dia?

Ele tocou meus braços, como se fosse me segurar.

E eu fechei meus olhos em expectativa.

Me pega no colo, me pega no co-

- Tudo bem se eu servir de apoio? – sua voz surgiu, e eu abri meus olhos. Voltei para ele um pouco chateada, mas abri um sorriso.

- Está... obrigada... – ele sorriu novamente e me ajudou a andar calmamente.

Que bobeira... Ele jamais faria algo desse tipo.

Ainda mais na frente de todas essas pessoas. Mas..

O IMPORTANTE.. é que Mando-chan veio me buscar!

ISSO!

E parece que meu coração vai explodir a qualquer momento!

Disfarçadamente levei meus olhos para onde estava Chiba.

Seus olhos pareciam estar grudados nas costas de Mando-chan.

Pode parecer tolice, mas me deu uma bela vontade de mostrar a língua para ele.

E dizer... OLHE AQUI, HENTAI-SAN! Esse é a pessoa a quem meu coração pertence!

FIQUE LONGE DE MIM PARA NÃO CONFUNDIR MEUS SENTIMENTOS, TÁ??!!!

Hum?

Confundir meus sentimentos?

De onde veio isso?

############

Eu não sabia realmente havia quantas horas eu estava ali deitada, olhando fixamente para o teto. Mama tinha acabado de sair de meu quarto.

Ela tinha feito umas compressas em meu pé, e a dor aliviara.

Amanhã provavelmente vai estar melhor.

Mas...

Hmmm...

Eu estou me sentindo tão triste..

Mando-chan somente viera me pegar na escola, e então ele se foi dizendo que tinha trabalho para fazer. Do jeito que ele viera, se fora. Tão rápido como um raio.

Era como se ele tivesse perdido tempo ao me pegar.

Virei para o outro lado...

Eu queria ter algum tempo a mais com ele...

É tão confortável estar ao seu lado...

Mas ultimamente Mando-chan não tinha mais tempo para mim.

E como poderia ter tempo para mim?

Não somos nada, somente amigos de infância...

Droga...

Por que tudo tinha que ser tão difícil?

Ainda mais com toda essa história aí... do Chiba me beijar... uaahhh Kami-sama...

Não sou mais pura para o Mando-chan...

Uahh.. como isso foi acontecer comigo?

Hmmm... droga...

Ai, ai, Mando-chan... será que você me perdoaria pelo que aconteceu?

Kami-sama...

Eu gosto tanto do Mando-chan...

Era com ele que eu teria meu primeiro beijo...

Com ele...

Há tantos anos venho sonhado com isso... e agora..

Grrrr

E AGORA AQUELE INFELIZ DO CHIBA ESTRAGOU TUDO!!!

Fechei meus olhos, suspirando fundo...

Tudo...

E pouco a pouco senti o sono chegar.

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Eu estava tão quente, meu corpo parecia que iria pegar fogo a qualquer hora. Eu mexia minhas pernas pela cama, e afundei minha cabeça no confortável travesseiro.

Toquei levemente minha cintura, e ela estava doendo um pouco.

Fora então que eu senti dedos tocarem gentilmente a minha mão. Como se surgissem do nada.

Eu gemi surpresa com o contato.

Um forte peito tocou minhas costas e uma respiração quente surgiu em minha nuca. Meu corpo inteiro arrepiou-se.

A pessoa atrás de mim começou a beijar meu pescoço, e fazer leves carícias pela minha pele. Eu fechei meus olhos, adorando a sensação. Aquilo era tão gostoso...

A boca trilhou caminhos pelo meu pescoço e queixo até finalmente chegar a meus lábios. E eu retribuí...

Tão bom...

Virei mais para ele, para conseguir beijá-lo melhor, e ele gemeu satisfeito.

Toquei seus cabelos e finalmente enrolei meus braços em seu pescoço. Senti o peso dele sobre o meu corpo.

- Eu quero você, Usa... – sua voz sussurrou em meus ouvidos. E eu abri meus olhos. - Nada me fará ficar longe de você... vou fazer com que você me queira também...

Aqueles olhos azuis me fitavam seriamente, e minha respiração parou.

- CHIBA ? – murmurei.

##BUMP

- Itaiii... – passei a minha mão na cabeça e abri meus olhos, olhando para todos os lados. - Foi um sonho? – respirei com dificuldade, puxando o lençol até minha boca.

Não... não fora um sonho...

FORA UM MALDITO PESADELO!

AAAAAAHHHHHHHH! QUE SONHO FOI ESSE... QUE SONHO MAIS ESTÚPIDO FOI ESSE!

UUUUUAAAAAAAAHHHHHHH! O QUE ESTÁ ACONTECENDO COMIGO!

UUUUAAAAAAAHHHHHHHHHHH!

SONHANDO COM O CHIBA AGORA!

- Isso é tudo culpa dele! TUDO CULPA DELE! – falei alto me levantando do chão. Uaahhh!!!! Meu corpo estava doendo, o que eu fizera para cair daquele jeito?!

- Usagi... – olhei para trás e minha mãe estava na porta. Ela me olhou e fitou os meus pés. – Caiu da cama? – eu apenas passei a mão no rosto, e mama balançou a cabeça. – E de quem é a culpa que você estava falando? – eu olhei para o lado, pensando no que eu poderia falar...

Bem porque...

EU SIMPLESMENTE NÃO PODERIA DIZER QUE A CULPA ERA DO CHIBA ! E NEM FALAR SOBRE O SONHO HENTAI QUE EU TIVE!!

Então...

PENSA RÁPIDO, USAGI! PENSA RÁÁÁÁÁPIDO!

- É do... da... do coelho! - ISSO! Peguei o boneco de pelúcia e dei um soco na cabeça dele. - Ele não me deixou... er... hum... comer os doces... da... – O QUE EU TÔ FALANDO? – cantina... – minha mãe me olhou como se eu fosse louca e colocou a mão no rosto. - Foi um sonho... um sonho...

- O que é que você anda comendo ultimamente, Usagi? – dei um sorriso amarelo para ela, o que a fez sorrir. - Eu já ia te chamar mesmo, vá tomar um banho e desça para o café.

- Sim... – a vi começar a fechar a porta e lhe dei as costas com um suspiro aliviado.

Aaahhhhh por pouco...

Maldito Chiba, ele me persegue até mesmo nos sonhos!

ARGH!!!

- Hum? – ouvi a voz de mama atrás de mim. – O que é isso, Usagi? – voltei para ela.

- Huh?

- Você por acaso se arranhou?

- Huh? - realmente não entendi o que mama falava. Ela abriu mais a porta e apontou para mim.

- A sua cintura, ela está toda arranhada! – pisquei algumas vezes e olhei para baixo.

Vi marcas de unhas em minha cintura.

Marcas de unhas? Mas eu não me arra-

Meus olhos se abriram mais...

E eu me senti corar, corar, corar...

- Você se arranhou? – mama disse de novo e eu me voltei para ela.

- A-ah, a-acho q-que quando eu estava dormindo, e-eu acabei me arranhando! – coloquei a mão atrás da cabeça.

- Hummm... Vê se não demora muito no banheiro! – e fechou a porta atrás de si.

Soltei o ar de meus pulmões.

Olhei novamente as marcas na minha cintura.

Eu não acredito... não acredito!

Aquele maldito CHIBA!!!

Lembrei-me daquele momento em que ele forçou seus lábios contra os meus e seus dedos erguerem minha blusa. Eu senti na hora quando ele cravou suas unhas em minha cintura, mas eu estava tão nervosa com a sua violação, que nem ao menos senti a dor.

Ohhhhhhhhh... MALDIIIIITO!

continua...