(Nessie)

Eu podia ver apesar das minhas pálpebras estarem um tanto fechadas, todos ali. Menos Alyssa que dormia. Meu pai tagarelava na volta um tempo, mamãe pedia para ele ficar quieto. Jacob, se ele estava no corpo dele, respirava espaçadamente e muito baixo.

Jacob estava do lado direito, mamãe e papai do meu lado esquerdo. Derek e Sophie estavam aos meus pés, vovó e vovô estavam ajoelhados do lado direito. Tia Alice, tio Jazz, tia Rose e Tio Emmett estavam de pé.

- Pai? – falei. Minha voz era só um sussurro fraco, mas eles ouviriam. Todos comemoraram quando falei. Tia Alice bateu palminhas.

- O que foi meu bem? – papai disse muito feliz.

- Pode parar de tagarelar, por favor? – falei. Dei uma risada fraca e todos riram comigo.

- Eu disse pra ficarem quietos! - Derek disse. – Como você está maninha?

- Oi Derek. Estou legal. Jake você está aí? – falei. Pelo que percebi Jacob deu um salto na cama ao meu lado, depois pegou minha mão. E alguma coisa estava com cheiro estranho.

- Oi amor. Estou bem ao seu lado. – ele respondeu.

- Sua respiração está tão baixa que ouço a de todos e não ouço a sua direito. A propósito que cheio estranho é esse? – perguntei.

- Nessie eu precisei fazer uma transfusão de sangue em você. Seu cheiro vai ficar estranho por uns dias. – vovô falou.

- Ah! Mamãe? – falei.

- Sim querida? O que foi? – mamãe disse pegando minha mão.

- Estou com frio. Podem me deixar falar com vovô? – falei.

- Claro. Aqui tem mais um cobertor. – vovó falou. Então todos saíram do quarto.

- Vovô eu não sinto meu braço esquerdo. – falei um tanto assustada, num sussurro muito baixo.

- Calma. Tente movimenta-lo. Pode ser porque está há um dia na mesma posição sem se mexer. – vovô disse, pegando meu braço e movimentando varias vezes para o sangue circular.

- Está latejando? – ele perguntou.

- Sim. Obrigada. Pode me trazer água e pedir para Jake vir aqui? – pedi.

Quando vovô passou pela porta olhei meus braços. Eu estava com vários tubos intravenosos. Meus braços tinham varias partes enfaixadas e vários hematomas.  Em poucos minutos Jacob chegou com um copo d’água.

- Você não vai abrir os olhos nem para me ver? – Jacob perguntou. Um tanto brincalhão.

- Estou te vendo. Feche a cortina, por favor, a claridade está me incomodando. – a luz estava vindo direto em meus olhos. Assim que ele fechou a cortina abri os olhos.

- Assim está melhor? Tome água. – ele me alcançou o copo d’água. Bebi. Dei uma batinha na cama ao meu lado para Jacob vir se sentar ali.

- Parece que você retornou dos mortos. Há quanto tempo não dorme?  Desculpe por quebrar a promessa. – falei. Jacob tinha olheiras horríveis.

- Faz uns três dias que eu não durmo. Não me importo com essa promessa, quando quebrei a que mais importava. Prometi que nunca deixaria ninguém te machucar e olhe para você, está toda machucada. Acabei com nosso casamento... – ele disse.

- Não me importo com o casamento. Isso já passou. Mas a promessa que você quebrou, acho que é um erro quase imperdoável. – falei.

- Quase imperdoável? Acho que pode guardar a resposta. Não quero seu pai me incomodando depois. – ele disse.

- Mas é que preciso de uma coisa. – falei.

- Hmm. Tenho medo de te machucar. – ele disse, indicando meu braço e os tubos intravenosos.

- Não vou morrer por causa de um beijo! Prometa que vai dormir. Aqui comigo. Em alguns dias iremos voltar e começar a reorganização do casamento. – falei cansada.

- Um beijinho! Sabe que não é uma má ideia dormir. Quanto ao casamento, deixe-o para lá. – ele me deu um beijo e se deitou novamente ao meu lado. Peguei a mão dele, em segundos ele dormia profundamente.

Tentei dormir, mas eu não consegui. Concentrei-me para ouvir o que falavam no andar de baixo. Alguém vinha vindo ao corredor, parecia ser Alyssa pelos passos pesados.

- Nessie? Está acordada? – Alyssa disse, abrindo uma frestinha na porta, para falar.

- Oi querida. Entre. – falei.

- Ah! Como é bom te ver! Você ficou muito mal. – ela disse.

- Desculpe pelo susto. Como seu pai está? – perguntei.

- Ele ficou chateado. Tio Edward “explodiu” em cima dele. Mas ele só estava preocupado com você. Ah! Mamãe e Jake não brigaram! – ela disse.

- Acho que devo desculpas ao seu pai. Pode o chamar, por favor? – pedi.

- Posso. Já volto. – ela disse saindo do quarto.

Minha pele começou a queimar, como se alguém estivesse colocado fogo em meu corpo, exatamente onde tinha as agulhas intravenosas. Soltei um grito de dor. Jake pulou na cama ao meu lado assustado e papai e vovô apareceram no quarto.

- Vovô está queimando! Tira isso! – pedi aos berros.

- Calma. Vovô vai tirar. – vovô disse aparecendo atrás do meu pai. Ele tinha expressão estranha no rosto que parecia de surpresa.

- Ah! – falei tentando arrancar aquelas agulhas.

- Nessie pare quieta! – papai disse.

Vovô retirou todas as agulhas dos meus braços. Ele também desenfaixou meus machucados para ver como estavam. Todos estava meio roxos e os pontos haviam caído.

- Olhe para mim! Parece que rolei barranco abaixo! – falei colocando o dedo no meu pulso.

- Em uma hora no máximo volta ao normal. Acho que podemos ir. – papai disse, ignorando minha reclamação.

- Tente descansar Nessie. Qualquer coisa nos chame. – vovô disse. Ele parecia cansado, tinha uma expressão vazia.

- Está com fome Nessie? – vovó perguntou, aparecendo no quarto, uns cinco minutos depois, com todos que não tinham ido quando gritei.

- Sim. – respondi. – Tio Emmett, eu posso falar com você?

 - Ah! Claro. Vou falar uma coisinha com seu avô e já venho. – ele disse, saindo do quarto com todos que tinham vindo atrás da vovó. Todos me deram um beijo na testa, Derek e Sophie se sentaram em cadeias ao meu lado. Jacob deitou ao meu lado novamente.

- Está tudo bem? – ele perguntou.

- Sim. – falei. Ele deitou para dormir.

- Você nos deu um susto Nessie. – Derek disse brincando, afagou meu cabelo. Geralmente ele me dava um abraço, mas todos estavam com medo de que eu quebrasse se tocassem em mim.

- Desculpe-me. Acho que sou um pouco fraca para enfrentar dois vampiros que me sequestraram e depois começaram a me torturar. – falei sarcasticamente

- Isso é um erro grave nas regras. Tem que ver isso aí produção! – Derek disse.

- Derek! Deixe sua irmã. Ela está toda torta e você ainda abusa da boa vontade dela. – Sophie disse.

Não sei quem estava pior Derek ou Sophie, eles pareciam àqueles bêbados que ficam falando asneiras e rindo feitos loucos.

- Vocês estão bem? Obrigado pelo “está toda torta” Sophie. – falei. É Sophie obrigada pelo “está toda torta”, mas felizmente machucada como estou ainda sou melhor e mais bonita do que você. (pensei)

Ouvi a gargalhada do meu pai na sala. Então tio Emmett entrou  e Derek e Sophie saíram. Quando a porta foi aberta papai gritou:

- Concordo com você Nessie! – e começou a rir de novo.

- Perdi alguma coisa? – tio Emmett perguntou. Então mostrei tudo a ele inclusive o pensamento.

- Essa é boa! – Jacob disse. – Você é milhões de vezes mais bonita do que qualquer outra garota!

- Jake querido vá dormir. – falei. Então percebi que Jacob ainda segurava minha outra mão, e por isso tinha visto também.

- Nessie você é muito danada! – Tio Emmett disse.

- Aprendi com os melhores. – pisquei para ele.

- Hmm. O que queria falar comigo? – ele perguntou.

- Ah é! Queria pedir desculpas, por causa de tudo o que você teve que ouvir do papai. – falei. Meu pai não pediria desculpas, nunca, por ter sido grosseiro com tio Emmett.

- Sem problemas. Já faz mais de m século que aguento seu pai não vai ser por um momento de irritação dele que vou ficar chateado. – tio Emmett disse., parando no meio do caminho , desistindo de me dar um abraço.

- Pode chamar tio Jazz para mim? – pedi.

- Claro, descanse. – ele respondeu saindo do quarto.

Ouvi tio Emmett gritar: “Emo! Nessie quer falar com você!” Emmett via implicando com Jazz.

- O que foi? – tio Jazz perguntou, entrando no quarto.

- Obrigada por ajudar com a carta e com a dor depois que cheguei da floresta. – falei. Tia Alice apareceu atrás dele sorridente.

- Não foi nada. – ele disse.

- Tia me ajude a ir ao banheiro, por favor. – pedi para tia Alice.

Tia Alice me ajudou a levantar. Era bom poder levantar depois de um tempo sentada. Lavei meu rosto, falei que Jacob parecia ter retornado dos mortos, mas eu estava pior. Vai ver retornei com ele.

Já fazia praticamente dois dias. Eu não podia estar tão fraca. Voltei para o quarto e me arrumei para dormir. Eu não sentia mais as cicatrize do meu braço latejarem.