Lágrimas por Amor escrita por Aki Nara
O tempo voava como folhas a vento. Se às vezes custava a passar, outras nem tanto. Quando realmente se percebia, já havia passado. E assim, foram os anos de Umi na Universidade de Keio.
_ Mona! – Natsuko lhe acenava enquanto corria ao seu encontro e arfante pelo esforço de alcançá-la continuou – para onde irá nas férias de verão?
_ Talvez à praia. Ainda não sei... Por que?
_ Eu posso ir com você? – o olhar sonhador suplicava.
_ Posso perguntar... – sorriu afetuosa.
_ Ah! Por favor. Eu queria muito saber como os ricos se divertem. Pelo menos uma vez na vida quero deixar de ajudar meus pais na loja. Você é tão sortuda.
_ Sou mesmo, não? – empinou o nariz se vangloriando.
_ Sua chata! Não precisa humilhar – a amiga fez-lhe cócegas e fugiu.
A perseguição prosseguiu por toda extensão do campus. Natsuko era rápida das pernas, ela ria enquanto Umi corria atrás dela. Preocupada em alcançar a amiga não teve foco do rapaz à sua frente, sem conseguir se desviar do impacto, derrubou-lhe os livros que ele carregava.
_ Desculpa! Minha máxima culpa. Deixe que eu ajunte – abaixou-se imediatamente para pegar os livros caídos.
O rapaz também se abaixou, mortificada pelo que tinha feito, olhava apenas para a sola dos sapatos dele enquanto ajudava-o a empilhar vários volumes e surpreendeu-se a vê-lo segurar sua mão. E pela primeira ousou olhar...
_ Asuka! – seus olhos arregalaram diante de seu sorriso.
_ Só podia ser você para esbarrar em mim. Por onde se escondeu?
_ Estive escondida no Campus de Arquitetura para não cruzar o caminho de... Nossa! Você está fazendo medicina?
_ Na verdade quero ser um paramédico.
_ E agora que saiu da toca, nos encontramos... Como você está?
_ Estou me formando este ano. Liberdade!! – levantou os braços. – Você está mais alto.
_ Acho que cresci um pouco.
_ E estará mais zangado e irritante? – Umi disse sem pensar.
Ele estava para responder quando sua amiga os interrompeu.
_ Mona! Você está bem? Não se machucou? – Natsuko veio socorrê-la olhando de soslaio para um Asuka de cara atrevida.
_ Acho que a sua amiga está equivocada, Mona. Sou eu quem precisa de assistência. Afinal, é você quem sempre tem a mania de me atropelar.
_ Vocês se conhecem? – surpresa a amiga olhou de um para o outro.
_ Asuka Tsuki. Natsuko Miyagawa – apresentou-os não tendo outro remédio.
_ Só isso? Você não consegue acrescentar algo do gênero “meu ex-namorado” ou “minha melhor amiga”? – Natsuko a fazia corar como um pimentão sem jeito. – Tudo bem... Se você não me dá opções, eu tenho que ser drástica. O que você é para ela?
Asuka riu com muito gosto e estendeu a mão para cumprimentá-la, ao que Natsuko apertou.
_ Candidato a namorado. Prazer.
_ Não acredite nisso, Natsuko – ela tentava se explicar em vão. Os dois falavam como se ela não estivesse presente.
_ Mona, não tem parentes vivos. Portanto, terá de passar pelo meu crivo.
_ Está enganada. Mona tem pessoas muito poderosas que cuidam de seu bem estar e por sorte eu conheço todos eles. Não sabe o quanto meu poder de persuasão é forte. Acho bom que seja minha aliada, se não quiser perder uma amiga.
_ Hum! Você parece conhecê-la mais... Sou sua melhor amiga e não tenho segredos pra você e agora percebo que tem segredos para mim. Isso não é justo.
_ Asuka!? – suplicou por ajuda.
Olhou para os dois e viu que eles se divertiam as custas dela. Umi fingiu zanga e jogando os livros nos braços do rapaz virou-se para ir embora.
_ Não fuja! – ele a segurou pelo pulso fazendo-a se voltar. Os olhos se cruzaram. O coração dela acelerou batendo forte a ponto de achar que todos ouviriam. Era uma sensação tão estranha de reconhecimento. Sentia um dejá vu, como se já tivesse sentido aquilo.
_ Eu... Não estou fugindo – sussurrou despertando.
_ Vai haver uma festa hoje à noite.
_ No campus de Medicina? Uia! Que chique. Lá só tem playboy e filhinho de papai.
_ Pois é... Sou um deles – ele sorriu enviesado.
_ Não está mais aqui quem falou – Natsuko se desculpou. – Posso ir também?
Ele retirou dois ingressos e a amiga foi mais rápida em guardá-los.
_ Obrigada. Nós teremos imenso prazer em comparecer.
_ Trate de ir porque se não eu te caço por todo esse Campus e te faço passar vergonha. Nem me pergunte como?
_ Eu a levo nem que seja amarrada.
_ Combinado. Então... Até logo mais – ele passou a mão nos cabelos meio sem jeito e acenou antes de afastar.
Natuko não demorou muito para bombardeá-la com perguntas inconvenientes que não queria responder, mas enfim, achou melhor falar antes que enlouquecesse com ela matracando.
_ Você nunca me falou dele. Qual é a relação de vocês?
_ Nenhuma. Ele foi o namorado de Maya.
_ O cara rebelde que não queria você na casa dos Kaneshiro?
Umi confirmou balançando a cabeça.
_ Ele não me parece um cara mau.
_ Eu nunca disse que ele era mau – olhou a amiga.
_ Ah! Eu odiei pelo que você me contou.
O celular tocou e ela teve que atender.
_ Alô? Oi, Takako-san. Arrumar as malas? Hoje ainda? A que horas? É que estava pensando em ir para uma festa. Pode ser mais tarde? Não ficaremos até muito tarde. Prometo. Ai! – Natsuko havia lhe beliscado juntando as duas mãos numa pedido mudo. – Eu posso convidar uma amiga para passar alguns dias? Então, às dez está ótimo. Beijos.
_ E então? – ansiosa pela resposta esperava Umi guardar o celular.
_ Você pode ir – disse depois de fazer suspense.
Natsuko gritou de alegria, quase quebrando seus ossos por abraçá-la forte e ainda não sendo suficiente, segurou suas mãos para rindo girarem em torno de si mesma como duas crianças.
_ Preciso avisar meus pais. Não. Isso é o de menos. Agora... Diga-me o que levar.
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Acho que vem mais reencontro por aí. xD