Acordei com a claridade da luz do sol invadindo meu quarto, tenho que confessar, odeio quando eu esqueço de fechar as cortinas! Justin estava dormindo feito um bebê ao meu lado, acho que vai ser meio impossível acorda – lo com essa carinha fofa dele, sorri involuntariamente, um sorriso que foi apagado quando me lembrei que hoje era a minha partida.

Levantei me e fui para o banheiro fazer minha higiene matinal, era nove horas da manha.

Vesti um short desfiado com o jens escuro e uma blusa da banda Nirvana larga e preta, finalizando com uma bota, também preta, sem salto.

– Justin. – o chacoalhei até ele abrir os olhos. – Acorda, já ta tarde.

– Quantas horas são? – Ele disse sonolento.

– Nove da manha. – Ele me olhou incrédulo.

– Cacete, porque você me acordou a essa hora? Isso é tarde pra você? – Ele disse irritado.

– Hoje esse horário é tarde. – Abaixei a cabeça, fazendo um teatrinho. – Eu só não queria ficar sozinha e passar as ultimas horas sem fazer nada. Mas se você quer dormir. – me levantei, em vão, ele me puxou fazendo eu cair em cima dele.

– Que fofa você. Devo admitir que você não é uma boa atriz. – Ri com o comentário dele.

– Nunca mais me chame de fofa. – Disse séria.

– É, com essa roupa de roqueira você não parece fofa.

– Eu sempre me vesti assim, não reclama, seu swaggista u.ú – Ele riu.

Ficamos um tempinho a mais na cama e descemos para tomar café, a essa hora eu tinha passado de sorridente para um humor da capeta, não queria encarar o meu pai, e se ele falasse alguma merda eu não ficaria calada e o responderia, causando mais problemas.

– Oi, Demi. – Minha irmã disse sorridente, aquela vaca já devia estar sabendo. Não respondi e me sentei na mesa. Estava um clima meio tenso, coitado do Justin por ter que encarar isso sem nem fazer parte da família.

– Já arrumou as suas coisas? – Meu pai disse. Só assenti.

– Eu ainda acho que eu não preciso ir para essa merda. –Disse, mas ninguém respondeu.

– Eu também estou voltando pro Brasil hoje, tenho que resolver algumas coisas, acho que só voltarei para o casamento. – Fiz uma careta ao lembrara do maldito casamento. – Ah, e hoje você pega o avião as três, você deve chegar em Londres de madrugada, talvez.

– Cacete, o negocio é em Londres, não tinha um lugar mais longe não? Nem na América fica! – Meu humor esta manha não era dos melhores.

– Achei que iria gostar, Londres é uma bela cidade.- Meu pai falou.

– Não me interessa! Eu não quero ir para nenhum lugar. –Disse isso dando fim a conversa.

14:00, vê se pode, Justin estava me levando para a pista onde o avião ia me pegar, meu pai disse que iria me levar mais eu aprontei um barraco e disse que eu não queria, aí eu ia vir de táxi quando o Justin todo prestativo se ofereceu para me levar, e é claro que aceitei.

Como a garoto é muito retardado ele começou a contar aquelas piadas sem graças que não fazia o menor sentido, e eu ria simplesmente pelo fato de a piada não ter graça. É, somos retardados, principalmente ele, mas eu já disse isso.

Chegamos ao lugar marcado, um avião particular do meu pai já me esperava, Justin parou. Abaixei a cabeça.

– Então... – Eu disse, sem a menor idéia do que falar.

– Então... – Ele repetiu, sorri fraco. Ele tirou seus óculos e disse. – Demi, não deve ser tão ruim assim, vão ser só por alguns meses.

– Ah, claro que não, você cercado por milhões de pessoas metidas e nerds com aqueles uniformes horríveis e professores que pegam no seu saco, afastada dos amigos sem poder ao menos sair. – Eu disse. – mas obrigada por tentar me colocar pra cima. – Ele pegou em minha mão.

– Sempre que der nos podemos nos ver, ou conversar por skype, sei lá. – Eu ri.

– Ok, obrigada. – Disse. – Então, vamos descer? – Ele assentiu e nos descemos, Justin pegou minha mala e entrelaçou nossas mãos, ele deu minha bagagem para um moço que trabalhava para o meu pai e se virou para mim.

– Qualquer coisa me liga, ta? – Ele disse.

– Ok, só não deixa aquela vaca da Mellany te envenenar. Você é uma das únicas pessoas daquela casa que é legal. – Abaixei a cabeça. Justin sorriu e passou um de seus braços pela minha cintura, e colocou sua mão em meus rostos, me dando um beijo lento e demorado.

– Você tem que parar de fazer isso. – Disse envergonhada, ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e falou:

– Acredite, eu gosto de fazer isso. – Rimos. Um homem acenou para mim e disse que precisávamos ir. – Me liga quando chegar.

– Ok. – O abracei. – Tchau Justin.

– Tchau princesa do rock. –Sorri Justin me deu um selinho e soltou minhas mãos devagar, caminhando para trás, acenei para ele e entrei no avião. Enfim começava, definitivamente, o inferno, pensei.