Jessie, Uma Nova Pirata escrita por Hawtrey


Capítulo 1
Sem rumo...?


Notas iniciais do capítulo

É minha fic desse tema, por isso me ajudem ai ok?



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Jack Sparrow, ou melhor, Capitão Jack Sparrow estava, como na maioria das vezes, alheio a tudo o que acontecia a sua volta. Com as mãos apoiadas no leme, ele apenas olhava para o horizonte pensando em sua tão amada Elizabeth Swann... ora, como se isso fosse provavel no presente momento! Mesmo que a srta. Swann fosse tão amada assim por Jack, ele não estaria pensando nela agora e sim em como escapar pelo maximo de tempo possivel de Davy Jones que queria muito que o mesmo pagasse sua “divida”,  mas isso é uma longa história...

— Capitão, temos um rumo? — perguntou sr. Gibbs.

Vendo que seu Capitão nem se mexeu, aproximou-se e insistiu:

— Capitão? Capitão?

— Sim? — perguntou Jack saindo do transe.

— Temos um rumo? — repetiu o homem.

O Capitão pegou sua inseparavel bússola, abriu-a e ficou observando os ponteiros se moverem loucamente sem darem sinal algum de que iam parar tão cedo.

— Vamos parar na ilha mais proxima, abastacer e embarcar novamente — respondeu ele depois de um longo suspirou.

Joshamee Gibbs, apesar de tudo, sempre seguiu Jack Sparrow fielmente, eram praticamente amigos, do jeito de Jack é claro. Por esse e outros motivos, sr. Gibbs sabia que quando Jack não tinha um rumo certo, é porque eles iriam enfrentar problemas no futuro bem proximo.

Logo que chegaram a uma ilha pouco povoada e desembarcaram, os tripulantes começeram a abastecer o Pérola Negra, primeiro com o principal: o rum, depois pensariam na comida.

— Me chamem quando acabarem — ordenou Jack ao sr. Gibbs.

— Sim, senhor.

Jack aproveitou que os tripolantes estavam ocupados, e foi até um pequeno bar proximo, pediu duas garrafas de rum e ficou por ali mesmo.

Ele estava confuso? Sim, ele estava, a bússola e seus pensamentes sem sentido provaram isso. Mas com o quê? Isso ele não conseguia responder. O que fazer quando seus pensamentos estão confusos, sem rumo e  sem sentido algum?, perguntava ele a si mesmo. Sem rumo? Essa pergunta ficou ecooando na cabeça de Jack e com frustação ele percebeu que a resposta para essa pergunta era NÃO. Seus pensamentos, infelizmente, tinha um rumo sim, todos seus pensamentos de um jeito ou de outro acabavam parando em uma pessoa: Elizabeth Swann. Sem chance de isso levar a alguma coisa... Ótimo! Agora sim ele estava pensando em sua Lizzie.

— Não pode ser... — murmurou ele a si mesmo.

— Falando sozinho Jack?

Como em um pesadelo onde o objetivo é zoar com o Capitão, Elizabeth Swann pareceu se materealizar ao seu lado.

— Ah, é um prazer revê-la minha cara — enrolou Jack virando-se para ela.

Somente quando fez isso percebeu que ela não estava sozinha, atrás havia Will Turner, Barbossa, Calypso e uma garota que ele não conhecia.

— Quem é essa? — ele indicou a garota desconhecida.

— ... Essa é Jéssica Swann, meu pai passou a cria-la depois que a mãe dela morreu há três anos — apresentou Elizabeth chamando a garota para mais perto.

A garota não parecia ter mais do que dezessete anos, possuia os cabelos castanhos longos e ondulados, a pele bronzeada, o corpo bem formado, os olhos castanhos e misteriosos, no entanto, suas feiçoes mostravam que era uma garota divertida, usava uma bota de salto médio, uma calça comprida, uma blusa azul escuro e por cima uma capa de couro preto.

— Ela vai embarcar conosco, se importa? — perguntou Elizabeth.

— Claro que não, mas a srta. Swann não é muito nova para ser uma pirata? — perguntou Jack divertido.

— A minha idade não importa Capitão, e por favor, me chame de Jessie — pediu a recém chegada, então ela se aproximou do balcão, pegou a garrafa de rum e perguntou — Importa-se?

— A vontade.

— Ótimo.

Jack se surpreendeu com a garota, ela nem de longe parecia com aquelas riquicas, ou até mesmo com a antiga Elizabeth. Ela, principalmente bebendo rum, parecia uma legitima e nata pirata. E ele gostava disso... Mesmo Jéssica parecendo muito jovem, Jack nem cogitou a ideia de um dia tentar algo com ela, ele mesmo se surpreendeu ao se dar conta disso.

— A que devo a honra dessas presenças repetinas? — perguntou lutando para sair de seus proprio pensamentos.

— Viemos fazer companhia a você no Pérola — respondeu Will.

— Vou logo avisando que eu vou continuar comadando o Pérola — disse Jack rispido a Barbossa.

— Mas eu sou o capitão, o navio é meu — protestou Barbossa.

Jack não tinha paciência alguma no momento para discutir isso pela milesima vez, mas nem morto que deixaria o seu navio nas mãos de Barbossa. Decidido, ele pergou sua arma e apontou para a cabeça de Barbossa e rudo, disse:

— Estou cansado de discutir isso Barbossa, então só vou dizer mais uma vez: o Pérola Negra é meu, eu o tirei do fundo do mar e ainda pago por isso, eu o comando a mais de treze anos e continuarei a comanda-lo por um bom tempo e na proxima vez que se disser capitão do meu navio ou tentar toma-lo do meu poder, eu juro pela minha alma que não hesitarei em atirar na sua cabeça. Fui bem claro dessa vez?

— Ora Jack...

— Fui bem claro? — repetiu Sparrow destravando a arma.

— Sim Jack, como sempre foi — afirmou Barbossa sério.

— Ótimo — Jack guardou a arma — Bem vindos a bordo, amigos!

Então ele apenas suspirou, encostou-se no balcão e voltou a tomar o rum.

— O que aconteceu com você Jack? — quis saber Elizabeth.

— Como assim? — Jack fez-se de desintendido.

— Você está estranho... aconteceu algo?

— Não, não...

— Opa, opa, opa — reagiu Jessie passando a frente de todos — Eu conheço esse olhar...

— E eu conheço aquele suspiro — complementou Calypso.

Estava muito bom pra ser verdade..., pensou Jack frustado. Como elas podiam perceber algo que nem o proprio Jack sabia? Mulheres e seus estranhos instintos...

— Ora ora ora, Jack Sparrow, quem diria... — provocou Calypso.

— Está imaginando coisas Calypso — cortou Jack se levantando — Agora vamos, o navio já está pronto para partir.

— E para onde vamos? — divertiu-se a deusa.

Jack parou abruptamente e encarou-a sério.

— Não me provoque Calypso.

Dias haviam se passado desde o dia em que Turner e companhia voltaram a navegar no Pérola e Jack estava novamente alheio e isso o frustava. Isso já estava se tornando frequente, ele não podia deixar que seus proprios pensamentos o tirassem da vida real, muito menos que o transformasse em um pirata inexpressivo e sem divertimento algum. Ora, ele é o capitão Jack Sparrow e nada o abalava tão rapido! E ali, sentado a sua mesa enquanto tomava outra garrafa de rum, ele decidiu que mesmo não conseguindo dar um jeito em seus pensamentos confusos, não deixaria ninguem perceber o que se passava em sua cabeça. Sparrow sempre surpreendeu e sempre surpreenderá a todos.

— Capitão, precisamos de um rumo — pediu sr. Gibbs adentrando a sala do capitão.

— Novos horizontes, meu caro — bradou Jack jogando as mãos para o alto — Vamos navegar por esses mares em busca de novos horizontes, novas aventuras! Há muitas coisas a serem descobertas por esse mundo.

Sr. Gibbs riu discretamente e saiu quase ao pulos de alegria: o Jack que conhecia havia voltado.

Jack percebeu que a maioria dos tripulantes estavam sentados, sem trabalho algum. É muita moleza mesmo..., resmungou ele mentalmente.

— Que moleza é essa? Vamos, levantem, temos um rumo — avisou.

— E qual é? — perguntou Will.

— O desconhecido. Vamos em busca de novas aventuras — declarou o capitão sorridente.

— Isso nunca dá certo — murmurou Barbossa.

— Pense positivo Barbossa e dará — replicou Jack — Todos ao trabalho!

Houve uma correria e todos logo procuraram o que fazer. Elizabeth apenas sentou em um dos degraus da escada, fitando o nada. Ela estava dividida, confusa, e tinha que admitir isso a si mesma antes que piore as coisas. Estava pensando há dias, alheia a tudo a todos enquanto tentava dar um jeito em sua mente dominadora e tomar uma decisão definitiva. Mas com o tempo isso se tornou quase impossivél, quanto mais pensava mais perdia a coragem, parecia que pensar muito não era o recomendado, pois quanto mais pensava, mais encontrava riscos e mais riscos, e isso não melhorava em nada sua situação. Tenho que conversar com o Will, decidiu ela.

— Precisamos conversar — disse Will sentando ao seu lado.

Acho que vai ser mais facil do que pensei..., confortou-se Elizabeth.

— Claro Will, eu também quero conversar com você — respondeu ela.

— Elizabeth... — começou Will tentando ser o mais cuidadoso possivel — Estamos há um tempo juntos, você sempre esteve ao meu lado, me ajudando, me protegendo, me defendendo. E eu nunca vou esquecer isso e nem tudo que fez por mim. Mas... mas eu acho que devemos dar um tempo, pra nós dois.

Elizabeth permaneceu em silêncio, pensando se escutou certou ou estava imaginando coisas.

— Espero que me entenda, e que não fique com raiva de mim — pediu Will.

— Não, tudo bem — confortou Elizabeth indiferente — Eu também queria conversar com você sobre isso, também preciso de um tempo, estou muito confusa.

— Nunca pensei que diria isso, mas é um alivio saber que você também esta confusa — entregou Will — Eu... acho que estou gostando de outra pessoa. Conheci ela em uma das ilhas que visitei.

Mas ainda não consegui te esquecer..., completou ele mentalmente.

— Eu também acho que estou gostando de outra pessoa, e por mais que eu ainda goste muito de você, estou muito confusa — disse Elizabeth tomando um golhe de rum.

Decididamente Will são sabia se ficava ou não felliz por Elizabeth gostar de outra pessoa, a conversa estava sendo mais facil do que ele imaginava, do que ele queria.

De longe, Jack Sparrow observava os dois conversarem, e quando se abraçaram não impediu que seus olhos se revirassem para a cena que ele classificou como melosa.

— Com ciumes? — perguntou Jessie ficando a frente dele.

— Eu não tenho ciumes de quem não gosto — respondeu Jack já sabendo qual seria a proxima pergunta.

— Admita Jack — insistiu Jessie sorrindo — O que confundi todos os homens?

Não era essa pergunta que ele havia pensado...

— Mulheres, logicamente.

— E por que achou que seria uma excessão?

— Porque não sou um homem qualquer. Sou o Capitão Jack Sparrow!

— Você é, mas sem isso — ela tirou o chapeu de Jack — Você é apenas o Jack, um homem normal, excentrico sim, estravagante talvez, notavel sempre, mas não deixa de ser um homem, ou deixa?

— Não — respondeu Jack a contra gosto, virando-se para encarar o mar agitado.

— O posto de Capitão, e muito menos esse chapeu, não vão esconder quem realmente você é e nem evaporar com seus sentimentos. Tornar-se um homem sem sentimentos e sem qualquer chance de se apaixonar não é possivel do dia pra noite, e quando alguem se torna um homem assim não é porque quis e nem de um jeito facil.

— Não consegui te enganar, não é mesmo? — perguntou Jack suspirando.

— Não mesmo — confirmou Jessie também fitando o mar.

— Como posso decidir sobre algo que nem mesmo entendo? — resmungou Jack.

— Peça ajuda — respondeu a garota indiferente.

— Está complicando as coisas — retrucou ele.

— Pode não querer admitir esse sentimento para todos, mas sabe que terá que admitir para si mesmo. Não vai conseguir escapar — aconselhou Jessie.

— Por acaso você tem algum paretesco com Calypso? — questionou Jack rindo.

Jessie riu, sabia que mais dia menos dia alguem ia perguntar isso, então respondeu:

— Quando eu tinha treze anos, fui agredida fisicamente diversar vezes. Cheguei bem perto da morte, mas minha mãe pediu ajuda a Calypso e ela transferiu alguns de seus poderes para mim. Sou tão feiticeira quanto ela.

— E quem te agrediu tanto?

— Lord Cutler Beckett.

Ao ouvir aquele nome, Jack não pôde reprimir sua raiva que se espalhou rapidamente.

— Beckett?

— Sim, acho que o conhece, né?

— Sim, o conheço muito bem por sinal.

Jack não sabia muito bem o porquê, mas o desejo de ver Beckett morto se tornou muito maior do que o de costume. Ele não conseguiu pensar num motivo para que uma pessoa pudesse fazer algum mal a uma pessoa como Jessie.

— E por que ele fazia isso?

— Porque odeia o meu pai — respondeu a garota, retirando-se logo em seguida para não responder mais perguntas sobre o assunto.

— Capitão — chamou um marujo — Encontramos um passageiro a mais.

      Dois marujos seguravam um garoto, adolescente,...

      — Quem é você garoto? — perguntou Jack se aproximando do mesmo.

     — Meu nome é Jason.

    Jessie paralisou ao ouvir a voz do garoto. Aquela voz ela jamais esqueceria, pois foi a mesma voz que a entregou para Lord Beckett, que a fez receber castigos e agressões por dois anos seguidos, e que colocou ela e sua mãe nas mãos sujas e sangretas de Beckett. Ela odiava ouvir aquela voz. Lentamente ela virou-se para encarar melhor o garoto de cabelos castanhos e olhos claros. No momento que a viu, o garoto recuou como se tivesse visto um fantasma.

— Jessica!? — exclamou ele assustado — Oh meu Deus!

— Como vai Jason Beckett? — disse Jessie cruzando os braços se aproximando.

— Eu respondo pelo nome de Jason Brian, agora — respondeu o garoto temeroso.

— Ele é o irmão mais novo do Lord Beckett — revelou Jessie ao Capitão, fazendo todos soltararem pragas baixas ao menino.

— Passado é passado, que tal esquecermos todo o ocorrido? — arriscou Jason temeroso.

Jessie lançou um olhar mortal a ele e se aproximaou ainda mais, dizendo:

— Me dê um motivo para que eu não coloque minhas mãos no seu pescoço e o aperte até que você fique roxo, e implore por ar e que eu tenha o prazer de negar até o seu ultimo minuto de vida.

— Acho que aprendemos uma coisa nova hoje: jamais irritar Jessica Swann — comentou Jack para os outros — Coitado do garoto...

— Calminha Jessie...por favor, me perdoa — implorou Jason, olhou em volta e comentou — Pelo visto já está na companhia do seu pai.

Jessie arfou furiosa.

— Que ainda não sabe que tem uma filha — reparou ele vendo a expressão furiosa da garota — Desculpe por isso...

— Eu te odeio Beckett — decretou Jessie respirando fundo.

— Não, você me ama — retrucou Jason, beijando Jessie em seguida.

A garota lutou contra, esperniou e abateu no peito do garota. Por que ele sempre faz isso quando quer escapar da dor?, perguntou-se Jessie. Só há uma maneira...Então ela desferiu um golpe baixo fazendo o garoto guinchar e se curvar de dor.

— Vai se arrepender! — rosnou a garota.

Ela pegou uma garrafa de rum vazia e começou a correr atrás do garoto.

— Seu desgraçado!

Ela jogou a garrafa que por um triz não acerta o Jason.

— Sua louca! — praguejou ele.

— E se eu for? Algum problema?  Ah é claro. Eu quero te matar — ironizou Jessie.

— Desculpa por isso capitão — pediu Jason apontando sua espada para Jack que lançou um olhar a ele do tipo “Você vai se arrepender disso.”

— Isso é jogo sujo — disse Jessie pegando sua espada.

— Você nem sabe manejar uma espada. Nem pense em chegar mais perto — ameaçou ele.

— Eu mudei Beckett — avisou Jessie.

Ela se aproximou ainda mais do garoto e lançou-lhe uma piscadela. Enquanto o garoto se preocupava em ficar confuso, Jessie jogou sua espada para o alto e enquanto a mesma estar no ar, a garota rodopia e acerta Jason com um forte chute na barriga, ele se afastou bruscamente de Jack deixando a espada cair, Jessie aproveitou para pegar a propria espada. Quando Jason levantou a cabeça, encarou a ponta da lança a milimetros do rosto.

— Jamais ameace Jack Sparrow na minha frente — avisou Jessie em tom letal.

— Jessie... — tentou o garoto.

— Eu fui sua amiga, te ajudei, arrisquei minha vida — começou ela com raiva — E sabe o que eu ganhei com isso?

— Me perdoa... por favor...

— Perdoar o quê exatamente? Por ter entregado a mim e a minha mãe ao seu querido irmão? Ou por ter feito eu ganhar dois anos de agressões e castigos? — ironizou Jessie.

— Se for por um desses motivos ou todos eles, pode esquecer — continuou ela — Eu nunca vou te perdoar! 


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Notas finais do capítulo

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