O Templo Da Imortalidade escrita por Kbex


Capítulo 11
Capítulo 11: Decisões


Notas iniciais do capítulo

oiie
bom gente, me desculpem por não postar na sexta, mas é que não deu.
eu to em começo de semanas de provas, espero que vocês compreendam se eu demorar a postar, to com 3/4 provas por semana.
aah e claro, o capitulo poderia ter saido uns minutos mais cedo de a BrunaS não ficasse cantando e perguntando o que acontece do meu lado kkkk
mais enfim pessoal, espero que gostem, eu chorei junto com a Annabel nesse capitulo, que já adiantando, é narrado pela nossa loirinha fofa.
eu me inspirei nessa foto pra criar a Annabel http://2.bp.blogspot.com/-YuBY0AAHkBc/TVhUN-DEwMI/AAAAAAAAAJk/3AAQNi1WNsQ/s1600/Elisabeth%2BHarnois-%2BLissa%2B2.jpg {sei que falta a pintinha na bochecha e que essa atris agora tem 30 e poucos anos, mais nessa foto ela me lembra a Annabel kkk} só pra quem tiver curiosidade para saber em como eu pensei nela.
agora, ao capitulo.



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POV ANNABEL

- Você não vai mais berrar – falou o garoto de cabelos escuros e pele bronzeada, sem aquela cara de quem iria me matar pode-se dizer até, que ele é bonito – vai nos ajudar a achar a Alice, não é mesmo Annabel?

Ah meu Deus, esse dia poderia ficar ainda mais estranho?

Primeiro aquele ataque aos piratas e agora os piratas estavam aqui, falando comigo, e eles sabiam meu nome. Um deles queria me matar e o outro... sei lá o que o outro queria, eu nem ao menos sabia quem eles eram. O que era injusto pois ao que parece eles me conhecem de alguma forma, quer dizer ele, o garoto fofinho, porque o homem estranho parecia tão confuso quanto eu.

- Prazer, Will Turner.

Ah que perfeito, ele lia mentes agora? Eu queria sair dali, isso tudo esta me assustando.

Eu fiquei parada analisado qual seriam as minhas chances de fugir, que por sinal não era nada boas. Se eu corresse, eles me pegariam com certeza, vestidos e saltos não são roupas adequadas para corridas e se eu berrasse por ajuda o homem estranho cortaria minha garganta.

Me peguei encarando a mão estendida do garoto e me afastando dele, e se fosse só um golpe? Um golpe de muita sorte ele ter acertado meu nome? Afinal, quanto tempo eles estavam ali? Poderiam ter ouvido alguém me chamar.

- Desculpa, mas eu acredito que tenha me confundido com alguém – falei juntando minhas duas mãos e as repousando no vestido.

O garoto, que agora eu conhecia por Will Turner franziu o cenho e me parecia preocupado. Seus cabelos negros bagunçados, sua camiseta suja de sangue e suor e seu rosto sujo de... credo estou começando a questionar meu encanto por piratas. Se bem que bem limpinho... ai ele deixaria de ser pirata. Complicado heim.

- Hum... poderia jurar que você esta com medo e não quer falar a verdade.

- HÁ HÁ. Medo? De que? Vocês são dois míseros piratas num navio da Companhia Espanhola. Mesmo que vocês me matem, apenas um grito meu é necessário para vocês virarem caveiras. – falei em tom de deboche – Afinal, que diabos vocês fazem aqui?

- Viemos roubar o navio – o homem estranho falou.

- Sério? Em dois? – eu ri – e piratas nunca falam a verdade.

- Então porque perguntou? – ele falou sacudindo as mãos e o corpo de uma maneira estranha.

Franzi o cenho e cruzei o braço brava. Will Turner começou a rir e eu queria esmurrar a cara dele, mas se fizesse isso é capaz de eu ficar sem a mão. Eu o encarei de cara feia e ele começou a parar de rir.

- Ok, ok – falou quando parou de rir – Você não se deu conta do que eu falei? Acredito que sim, porque se não você não estaria aqui até agora para descobrir o que queremos.

- Como se eu tivesse outra escolha. Ou eu fico aqui jogando conversa a fora, ou eu morro, tem mais alguma alternativa?

- Claro que sim Annabel que tal ...

- Da onde você me conhece?

- Como eu ia dizendo – ele parecia irritado – Eu e o Jack viemos aqui para pegar a Alice.

Fiquei desconfiada. O que eles estavam tramando? Será que mais deles estavam chegando e eles eram apenas distrações? Mas é um pouco improvável que ele tenha um chute tão bom assim, tanto com o meu nome, como no nome da Alice. Será? A Alice? A minha amiga Alice? Se ela estivesse aqui eu saberia não é? Nunca acreditar em piratas, nunca acre...

- Sua amiga, Alice Teach.

- Ditar em piratas – terminei em voz alta o meu pensamento, eles ficaram confusos – Como você a conhece? Quem... Há venham cá – puxei os dois pela mão e levei para um lugar mais reservado do navio – Comecem a explicar – falei colocando as mãos na cintura.

- Resumidamente...

- Resumidamente o caramba, eu quero saber tudo.

- Sua amiga pode morrer se demorarmos mais.

- Por favor né – eu sorri, devo confessar, ele tem uma imaginação e tanto. – Turner estamos em um navio Espanhol e a Alice sabe se cuidar muito bem, ela é espanhola também, esqueceu querido?

Os dois se olharam contrariados.

- Ok, bom... por onde posso começar..

- Que tal pelo começo? O que a Alice fazia em um navio pirata?

- Ela estava com a mãe dela, ah qual ela não via a muito tempo, mais você sabe disso e... Ah tem muita coisa para falar e eu não quero perder tempo, isso esta me cheirando cilada.

Ele continuou a falar, mais eu parei de ouvir. Alice tinha encontrado Angélica finalmente, se ela esta mesmo nesse navio eu preciso vê-la rápido. Eu encarei os dois piratas à minha frente, Will estava mesmo com uma cara de preocupado e o Jack meio... desconfiado.

- Você esta com medo por ela ou por você? – só essa resposta e eu teria o que queria.

- Por mim? Fala sério, se eu estivesse preocupado comigo eu nem ao menos estaria aqui.

Eu sorri, sim, ele gostava dela. Tive que me segurar para não dar pulinhos de animação, preciso encontrar Alice rápido, temos muita coisa para conversar.

- Ok, temos que dar um tempo, logo eles todos vão se acomodar para dormir, ai será a hora certa para leva-la. Só mais uma perguntinha – eu não iria agüentar até falar com a Alice -  que você é dela?

- Sou amigo dela, nos conhecemos no navio do Jack. Nós havíamos parado em uma ilha para pegar água, e quando chegamos logo vocês começaram a nos bombardear ai então alguém a trouxe para cá e agora você me explica o motivo.

- Não fui eu quem a seqüestrou, então eu não sei. Só estou aqui mesmo porque... ah esquece. A única coisa que sei é que o nosso passeio se transformou a caça-aos-piratas – eu disse irônica.

- Nossa ajudou muito – ele revirou os olhos

- Hey... se fosse qualquer outro desse navio teria matado vocês, eu estou ajudando como posso ta.

- Claro, porque você nunca conseguiria nos matar né amor.

- Jack... – Will falou censurando-o.

Eu fiquei com raiva, aquele pirata maldito, isso que dá querer ser boa com essa gente. Dei um passo a frente ficando a uma boa distancia do Jack e o esbofeteei.

- Não me subestime senhor pirata.

Will começou a rir e o Jack olhou espantado para mim, eu dei um sorrisinho vitorioso.

- Agora...

Parei de falar quando ouço passos, olho para os dois e aponto para um lugar escuro atrás de uns barris.

- Anna? – escutei Daniel chamar.

- Hum, aqui perto da descarga Daniel.

- Ah achei você – ele disse sorrindo – esta tarde, vamos entrar?

- Eu queria respirar o ar da noite, foi um dia e tanto.

- Pode ficar tranquila, vamos achar aqueles piratas e enforcar todos. Sinto muito que essa não tenha sido a viagem que nós tínhamos planejado.

- É – eu dei um meio sorriso escondendo a minha preocupação.

A Alice era daquele navio, mais eles não fariam mal a ela, porem a mãe dela está lá, provavelmente o pai e  Will, que me parecia ser mais que um amigo, e eu conheço a Alice, ela morreria por alguém que amasse.

Eu deveria estar ainda com medo no meu rosto, pois ele me abraçou e afagou meu cabelos sussurrando.

- Vai ficar tudo bem, temos a ajuda da garota que eu salvei hoje mais cedo. Achávamos que era uma pirata mas nos enganamos, ela foi sequestrada por eles, ela é Espanhola, alias estudou na mesma escola de freiras que você. Pode visita-la quando quiser.

- Ah sim, claro, é ótimo não termos piratas aqui – falei com dor no coração de estar enganando-o – hum... Daniel?

- Sim? – ele tirou os braços que estavam em volta de mim e me olhou nos olhos.

Ficava mais difícil mentir com aqueles olhos castanhos tão calorosos e bons me encarando profundamente. Desviei o olhar por um segundo recuperando minha coragem com uma respiração.

- Onde ela esta? Queria visita-la antes de me deitar.

- Na cabine ao lado da do meu pai. Se quiser eu vou com você, podemos ir agora.

- Obrigada mais eu prefiro ir sozinha.

- Tudo bem. Agora.. – ele pegou meu rosto em suas mãos e sorriu, aquele sorriso que ele fazia afirmando que estava tudo bem – não se preocupe, está tudo bem ta? Boa noite Anna – falou depositando um beijo em minha testa.

- Boa noite – eu falei sorrindo para ele.

Suspirei quando Daniel se virou, eu não queria mentir para ele...

- Vamo lá – Will falou

Eu dei um pulo e me virei para eles.

- Nada disso – coloquei uma mão em seu peito, parando-o – deve te rum guarda na cabine com medo que os piratas voltem, eu vou sozinha

- Vai adiantar alguma coisa se eu discordar?

- Não. Olha só Turner, Alice é minha melhor amiga, minha irmã, voe acha mesmo que ela corre perigo comigo? Faz favor né – falei – se escondam no mesmo lugar, volto logo com ela – falei me virando e me dirigi a cabine.

A minha consciência só não estava mais pesada porque eu sabia que ajudaria a Alice com tudo isso, mas o fato de mentir para o Daniel me matava. Eu gosto dele e estávamos começando a nos entender, engana-lo seria um tiro no pé, quer dizer, no coração, ele nunca mais olharia para meu rosto novamente. Enquanto o seu irmão, Felipe, usaria disso para fazer Daniel sofrer. Respirei fundo e dei mais um passo para a cabine. É da Alice que se tratava, da minha irmã, eu faria tudo por ela, mesmo que isso me prejudicasse de algum jeito, e sei que ela faria a mesma coisa por mim.

- Olá, eu gostaria de ver a garota...

- Ah Annabel, que bom que estas bem, não queríamos que nada acontecesse a você, o Daniel estava louco a sua procura...

- É, eu falei com ele – sorri amarelo, “faz o favor de não lembrar que ele existe, pelo menos nós próximos segundos em que eu ainda sou a traidora ?” completei mentalmente.

- Ûhm... ah quer ver a Beatriz não é? Pode entrar, mas ela não é muito de falar.

- Vocês são homens, meu querido.

Eu sorri ao comodoro e entrei.

A única coisa que se podia ver em meio a escuridão era uma um amontoado em forma de feto em cima da cama iluminado pela luz fraca de um abajur, chegando mais perto notava-se também seus cabelos castanhos e ondulados esparramados pelo travesseiro.

- Alice? – falei baixinho com medo de despertar a curiosidade do comodoro e também com medo de acorda-la. Vi que ela se mexeu desconfortavelmente e sorri – Ops, quer dizer, Beatriz, como vai? – falei brincando percebendo que ela não estava dormindo.

Ela se virou lentamente, seu rosto em expressão de duvida e surpresa. Assim que seus olhos castanhos encontraram os meus ela sorriu e levantou correndo.

- Ah meu Deus... Bel... – Alice se chocou contra mim me abraçando, ela deveria estar louca, teríamos caído se ela não se segurasse, afinal ela é maior do que eu – Eles falaram que tinha uma garota que estudou na mesma instituição que eu, mas eu nunca imaginaria que seria você e aaaah, que saudades – ela pulava abraçada a mim.

- Lice – eu falei rindo – eu senti tanto a sua falta, aah, nós temos muita coisa pra conversar sabe.

- Mas é claro – ela me soltou e me puxou até a cama – começando com, como você veio parar aqui? Alias, seu vestido é lindo.

Eu sorri, estava com o meu vestido rosa bebe que eu mais gostava.

- Obrigada. Mas Lice... acho que poderíamos falar disso mais tarde... tem gente que quer falar com você.

Eu queria fazer suspense e ver qual seria a reação dela ao ver o Will sem saber que ele estava aqui antes. Ela franziu o cenho desconfiada, eu sorri para tranquliza-la

- Ûhm... antes eu queria saber. Porque Beatriz?

- Fiquei com medo. Eu fugi do convento, se falasse meu nome eles poderiam desconfiar e descobrir a verdade.

- Mas mentir o nome também não é arriscado?

- Não. – há muitas Beatriz que estudavam conosco, iriam demorar mais e ai eu já estava longe.

- Faz sentido... mas ok, vamos agora – eu a puxei para fora da cama e do quarto.

Assim que passamos da porta do quarto o comodoro veio atrás de nós.

- Esta tudo bem, como eu disse eles não vão voltar, já conseguiram o que queriam de mim, eles iriam me jogar em uma ilha mas graças a vocês isso não vai acontecer e vocês pouparam tempo deles, eles não iriam desperdiçar tempo vindo atrás de mim, está tudo bem – Alice disse, ela sabia mesmo enrolar... ou não, será que o Will e o Jack me enganaram? Será que eles armaram essa emboscada para ela. Travei assim que pensei nessa possibilidade.

- Tem certeza senhorita?

- Claro, obrigada. – ela sorriu, desde quando a Alice conseguia deixar um homem assim? O comodoro estava visivelmente deslumbrado, não que ela não fosse linda, ela é, mais não achei que soubesse deslumbrar comodoros alheios.

Alice me rebocou para longe dele e eu sem ter certeza do que estava fazendo a levei para os piratas, só quando foi tarde demais

- Eles podem ter mentido para mim. – falei e Alice me encarou confusa.

Depois de um silencio pude ver Will espiando por entre os barris e saiu de lá quando viu que erra nós.

- Will? – Alice disse quando Will saiu da escuridão. Ela sorriu e correu para ele, que estava de braços abertos.

Respirei fundo, mais aliviada, sabia que esses dois não eram apenas amigos. Eles ficaram abraçados por um tempo.

- O que você faz aqui – ela perguntou depois de algum tempo. O sorriso nunca deixando seu rosto, o rosto de ambos alias.

- Viemos buscar você, ou você acha que..

- Pera, pera – ela falou encarando-o – viemos? – ela olhou para trás do Will e viu o Jack – Pai? É...

Calma, agora quem não entendia nada sou eu, como assim pai? Aquele pirata bêbado e louco é o pai da Alice?

- Preciso do meu colar querida.

Alice começou a rir e Will fuzilou o Jack com o olhar, eu me encolhi ao vê-lo assim, dava medo.

- Ok, ok, eu fiquei preocupado com você – Jack falou.

Alice parou de rir na hora e o encarou surpresa. Algo me diz que essa foi a maior declaração de afeto que o Jack fez para a Alice. Poxa que saco, quanta coisa eu perdi heim.

Alice voltou a olhar para o Will, que sorria atrás dela.

- Vamos dar um tempinho a eles – Will falou pegando meu braço e me tirando dali.

E quando a gente pensa que esta tudo resolvido, que o dia que tinha virado de pernas pro ar estava se ajeitando, levamos outro tapa. Quando Will e eu viramos para deixa-los a sós o Felipe aparece.

- Seu pirata maldito, tire as mão dela – ele falou puxando a espada e tirando a mão de Will do meu braço, ele se colocou na minha frente.

Will, Jack e Alice ficaram de frente para ele com a espada na mão também, ai meu Deus, eu não conseguia nem mais raciocinar direito.

- Soltem a garota, antes que eu ache os guardas e a morte de vocês será mais lenta e dolorosa.

- Não – eu gemi e comecei a chorar baixinho.

- Annabel? – Felipe falou. Sua mão relaxou em volta da espada

- Bel? – Alice deu um passo na minha direção.

- Alguém pode me explicar o que esta acontecendo aqui? – Jack disse

- Cala a boca – Felipe e Will falaram juntos.

- O que eles fizeram com você... isso é demais para você não é? Não fique assim, logo todos eles estarão mortos e você não precisa mais temer.

- Como? – Alice disse, a voz preocupada.

- Fiquem calmas as duas está bem? Eu já vou chamar os guardas para prendê-los.

Eu ainda soluçava baixinho desesperada. Alice deu um passo para trás na direção de Jack e do Will, o Jack olhava para todos os cantos, acredito que tramando alguma fuga, eu so...

- Por favor não – eu falei para o Felipe, erguendo meu rosto até poder ver o seu – não os machuque por favor.

Eu só tinha que enrola-lo um pouco até eles conseguirem fugir.

- O que você esta falando Annabel? Eles são piratas, não devem viver, nosso mundo navega para o fim por culpa deles, eles devem ser sucumbidos.

Eu balancei minha cabeça em negação ferozmente.

- Isso não é verdade, eles são pessoas boas. Por favor Felipe.

- Acho que foi muito para você ver aquela batalha, mas isso vai acabar. – ele falou se virando e jogou um pedaço de madeira na direção do Will que segurou firme com uma só mão a madeira a centímetro do seu rosto. Ele baixou a madeira e encarou Felipe com aquele olhar zangado de antes, ah meu Deus, eles vão se matar.

Will veio para cima dele com a espada e o Jack pegou a Alice no colo, colocando-a sobre o seu ombro e correu para a beirada do navio enquanto os dois ainda cruzavam espadas. Ambos tinham habilidade imensas com a espada, aquilo parecia um duelo sem fim.

- Seu pirata insolente – Felipe falou quase acertando Will.

- Parem por favor – eu estava apavorada, não sabia o que fazer. – Felipe, por favor, pare. – comecei a chorar de novo, porem mais alto dessa vez, se continuasse assim logo estaria cheio de guardas aqui e a Alice não conseguiria escapar – Por mim Felipe, por mim, para com isso. – implorei a ele.

Felipe parou na hora e Will o encarou, era a chance dele de mata-lo. Meu Deus, se ele morresse a culpa seria minha, eu só fazia porcaria mesmo né. Mas Will me surpreendeu, dando um passo para trás disfarçadamente para mais perto da beirada do navio.

- Lembra da Alice? Lembra? Então, é ela, o nome dela não é Beatriz é a Alice, minha melhor amiga, por favor, não a machuque e nem machuque seus amigos, eu te imploro.

- Mas... como...

- Eu te contei a historia dela já Felipe, você sabe. Ela não é má, e nem eles, deixe-os em paz.

- Eu não posso querida, é o meu trabalho – ele sussurrou em meu ouvido.

Eu o segurei antes que ele pudesse voltar e começar a lutar com Will novamente.

- Você não precisa, você não é uma pessoa má, eu sei disso – falei ainda chorando, fechei meus olhos, eu tinha de fazer isso, que outra escolha eu teria? – Eu aceito me casar com você – falei e mais lágrimas rolaram pelo meu rosto. Fiquei na ponta dos pés para selar meu lábio ao dele.

- Solte-a – Ouvi Daniel falar com raiva e o corpo de Felipe amoleceu em meu braço. – O que esse imbecil pensa que esta fazendo?

- Ela me escolheu irmãozinho, ela não é burra, ela sabe o que eu sou melhor

Daniel chutou a boca do irmão, eu estava horrorizada com tanta violência.

- Diga para o seu cunhadinho parar de bater em mim Annabel, ele sempre te escuta.

Daniel olhou para mim, o rosto retorcido em tristeza, eu engoli em seco e virei o rosto. O que eu estava fazendo? O que eu estava fazendo? Ah claro, eu estava, acabando com a vida da pessoa que eu amo, perfeito.

- É verdade o que ele diz Annabel? – eu não respondi certa de que seria melhor eu não abrir a boca e falar mais besteira – É VERDADE O QUE ELE DIZ? – ele gritou me fazendo estremecer.

- Eu... eu...

- Ela me ama

- Cala a boca infeliz, antes que eu acabe com essa sua vida inútil.

- Eu precisava ajuda-la, eu precisava ajudar a Alice, de qualquer maneira e ele iria matar a ela e toda a sua família se eu não o para-se eu precisava de uma boa desculpa para... – eu voltei a chorar mais

- Alice, sua amiga? – eu assenti – A garota que eu salvei do outro navio? O nome dela é Beatriz, não Alice.

- Ela mentiu, lembra Daniel? De toda a historia verdadeira da Alice que eu te contei – eu havia contado aos dois historias diferentes, eu não confiava em Felipe – ela não podia dar o seu nome verdadeiro, vocês teriam descoberto mais cedo, e Deus sabe o que ia acontecer.

- E por isso vai se casar com ele?

- EU NÃO TIVE ESCOLHA – berrei – eu a amo, Daniel, ela foi a minha primeira família, ela é minha irmã de alma, eu não podia ver ela sofrer.

- E prefere sofrer por ela?

- Ela faria o mesmo.

- Eu não a vejo aqui, ela te deixou Annabel, e você se arriscou por ela.

- Bel? – ouvi a voz da Alice, fraca e baixinha vindo da borda do navio. – vem com a gente, por favor, você não precisara fazer nada que não quiser lá.

Eu olhei para ela e dela para o Daniel.

- Ela não me deixou – eu falei para ele.

- Mas você esta prestes a me deixar – assim que terminou essas palavras ele abaixou a guarda, seus ombros caíram e seus olhos castanhos me encaravam tristes e desapontados, lagrimas se formavam no canto de seus olhos e eram derramadas em seu rosto.

- Dan... – eu falei encarando-o.

Meu coração estava em pedaços, ou eu ficava aqui e me casava com o imbecil do Felipe e via o Daniel sofrer por eu ter escolhido o irmão, ou eu ia com a Alice e talvez ele se sentisse um pouco melhor por saber que eu não passaria o resto da minha vida infeliz ao lado do irmão mais velho.

- Me desculpe, eu...

- Você fez sua escolha, eu não posso te impedir de seguir em frente Anna.

- Eu ainda não escolhi.

- Se desculpas por que então? Por prometer se casar com ele? Aposto que não, você fez isso sobre pressão, não teria aceitado em condições normais.

- Eu me desculpo por te fazer infeliz. Se eu ficar, terei que me casar com ele e vai ser pior para nós dois, eu não vou suportar te ver sofrer por uma escolha minha, mas se eu for eu nao vou sofrer nas mãos dele, e você saberá que eu não passei o resto da minha vida infeliz.

- Você estará com piratas Anna, poderá morrer a qualquer momento.

- Eu estarei morta aqui do mesmo jeito, seja casada com ele, ou, caso eu relute e insista em falar que não prometi nada, ele irá falar da minha traição, e eu vou morrer. Não tenho muitas escolhas não é.

- Eu não deixaria que nada nem ninguém te machucasse, você sabe disso.

- Sim eu sei – falei chegando mais perto dele – e é por isso eu vou, porque eu não quero te ver sofrendo por minha causa Daniel, você não merece.

Ele me encarou profundamente, ver seus olhos cheios de lagrimas é dilacerador, aquele olhar tão triste em uma pessoa tão boa.

- Me desculpe – falei limpando algumas de suas lagrimas – eu sinto muito, muito mesmo – descansei minha testa na dele, nossas respirações entrecortadas e aceleradas.

Ele aproximou mais seu corpo do meu, colocou uma mão em minha bochecha acariciando-a  e selou seu lábio ao meu.  Eu podia sentir o gosto das nossas lagrimas e que cada parte dos nossos corpos estavam fundida no outro. Eu podia sentir a tensão que vinha dele, assim como o amor que vinha de seu corpo.

- Eu te amo Annabel – ele falou no meu ouvido.

- Eu também te amo, muito, e é por isso que eu não vou suportar te ver sofrer.

- Não vou deixar você fugir de mim – ele disse segurando forte a minha cintura, sendo impossível eu me mexer.

- Daniel, eu pre...

- Shhhh – ele colocou um dedo no meu lábio. – eu não vou deixar você num barco pirata sozinha e perdida – ele virou o rosto para onde Alice estava, só fui me lembrar dela quando segui o olhar de Daniel. – Tem vaga pra mais dois? – ele perguntou a ela que sorriu.

- Mas é claro que sim, fique a vontade – ela disse e começou a descer a escada colocada no lado de fora do navio.

Eu o encarei sem acreditar.

- Isso está totalmente fora do roteiro de vigem – eu falei para ele – é errado e totalmente contra as regras.

- E quem disse que as regras ditam a verdade? A verdade está no que cada um acredita.

Eu sorri e o abracei. O dia que estava tão estranho ficou ainda mais, só que estranho é bom as vezes.


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Notas finais do capítulo

e então o que acharam?
Piratas do caribe, não é piratas do caribe sme o Jack levar uma bofetada não é? kkk
espero que tenham gostado eu sofri junto com a Anna nesse final, tadinha
ela literalmente criou vida, o final desse capitulo não era para ser assim, mais ela guiou esse capitulo de uma maneira que... foi quase como se eu tivesse psicografando kkkk
bom é isso meninas, eu vou tentar postar domingo que vem esta certo? porem tenho muita coisa para fazer, por favor nao me matem se eu não der conta.
muito obrigada a quem deixou review no capitulo passado, eu fico muito feliz.
baci, ragazze