Do Seu Lado. escrita por Burn


Capítulo 3
Gary - O pato.


Notas iniciais do capítulo

Ooi gente :3
Peço mil desculpas,demorei né?
Tenho uma noticia muito boa pra todos*-*
Vocês conhecem a Juliiet que escreve O amor é clichê? (quem não conhece eu super recomendo que deem uma olhadinha na fic dela pq alem de ser perfeita e muito bem escrita ela é hiper viciante)
Mas enfim, a noticia boa é que ela #minhaídola ta me ajudando a escrever essa fic *-* Ou seja, com duas cabecinhas pensantes acho que coisa ruim não vai sair...
antes de qualquer coisa, muito obrigada Juliiet!
Agora sem mais delongas, boa leitura :)



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Sabe aquelas pessoas educadas? Aquelas que te ajudam a arrastar três malas para o seu quarto, que perguntam como foi sua viagem ou se você esta com fome, que se apresentam decentemente, do tipo que lavam os cabelos, ou pelo menos que o cortam? Sabe aquelas pessoas?

Bem, definitivamente essas pessoas não são Noah.

–O quarto é a ultima porta no final do corredor , meu nome é Noah e vê se não da muito trabalho, pirralha. Gabe, vem logo jogar, mano - bufou, se jogando no sofá.

Ah, então ele estava irritado? Como se eu estivesse nadando em alegria por ser obrigada a passar minhas férias com ele.

Gabe ignorou Noah e pegou as duas malas que estavam do meu lado. Pelo menos alguém tinha educação ali.

–Não esquenta não, ele é assim mesmo - Gabe murmurou com um sorriso que fez seus olhos castanhos parecerem chocolate derretido. AimeuDeus acho que meu coração parou.

–A cama de cima é a minha! - ouvi Noah falar enquanto seguia Gabe. Engraçado, o que será que ele queria dizer com a cama de cima é minha? Porque normalmente só há uma cama em cima quando há uma cama em baixo - que dedução impressionante - e isso no caso de uma beliche e...

AimeuDeus!

Por favor, me diz que eu não vou precisar dividir o quarto com aquele trombadinha...

–Gabe, vem logo jogar, cacete! - palavreado bacana esse do meu irmão. Eca, não acredito que chamei aquela coisa de irmão. Se eu tivesse qualquer laço genético com aquele aprendiz de mafioso, eu mesma me amarraria no trilho do trem e rezaria por uma morte rápida.

–Vou lá jogar antes que Noah me mande tomar naquele lugar - Gabe disse, colocando minhas malas no chão do quarto, perto da porta, e depois indo embora.

Ele só podia estar de curtição com a minha cara não é? Na verdade, tudo parecia estar de curtição com a minha cara. Primeiro minha mãe, que achava mais prudente me deixar sozinha numa casa junto com um garoto que eu nunca vi na vida, em outro continente, do que continuar na minha própria casa. Segundo era que esse garoto que eu nunca havia visto na vida e que realmente parecia um marginal como eu havia imaginado. E terceiro eu teria que dividir o quarto com o marginal. Tipo assim O MARGINAL!

Ok, ok, eu cuspi bolinhas de natal na cruz mesmo, algo me diz isso.

Coloquei a cabeça para fora do quarto avistando outra porta no corredor, provavelmente seria o quarto do meu pai e da hiena disfarçada de vacadrasta. Coloquei a mão na maçaneta e girei calmamente. Olha, eu nunca fui muito sortuda, e definitivamente não seria agora que eu teria sorte, mas poxa vida, me responde uma coisa: Por que raios eles trancaram o quarto deles?

Eu to falando que tudo não passa de uma conspiração, a resposta é simples como manteiga de amendoim. Eles trancaram o quarto para eu ser obrigada a dormir na cama de baixo da beliche do Noah, eles queriam mesmo que eu dividisse o quarto com o aspirante a marginal.

Um apartamento tão grande, luxuoso e bem decorado com só dois quartos.E um ainda trancado.

Acho que vou morrer de desgosto.

É, eu não tinha opção, ou era a cama de baixo ou era o sofá.

Ou então aprender a arrombar portas com cartões de crédito.

Tá, como se isso fosse acontecer.

Baixei os ombros e voltei, resignada, para o que seria minha prisão. Certo, o quarto até que não era tão ruim. Tinha uma beliche encostada numa das paredes que era rosa pink - muito estranho para um garoto - uma escrivaninha com alguns livros, um computador e uma janela numa parede azul, depois em uma parede toda pichada haviam duas portas, uma de correr que provavelmente era o armário dele e a outra estava aberta mostrando ser o banheiro e algumas estantes entre as portas, onde se encontravam alguns troféus. Na ultima parede, para onde eu arrastei minhas malas, não havia nada, nem cor, nem desenho, era branca, simples e perfeita.No centro do quarto havia um tapete preto que tomava boa parte do chão.

Enfim.

Eu ainda estava encharcada.

Peguei minha nécessaire, um blazer vermelho, uma saia, as roupas intimas e adentrei o banheiro. Apesar de ser imenso com direito a banheira de hidromassagem e tudo, os únicos utensílios que encontrei ali foram uma escova e pasta de dentes, e dois sabonetes, um no chuveiro e outro na pia. Só. Nem sequer um daqueles shampoo 2 em 1 que os homens normalmente usam tinha ali. Se bem que a julgar a limpeza do cabelo de Noah era óbvio que não haveria shampoo algum em seu banheiro.

Bom, eu não podia me importar menos com os hábitos de higiene do marginal, e como tinha trazido tudo de que precisava comigo, não precisaria esfregar sabonete no cabelo.

Terminei meu banho e vesti minha roupa, secando o cabelo e depois prendendo-o no costumeiro coque no alto da cabeça.

Minha solitária já começava a dar sinais de vida, para falar a verdade ela dava uns roncos monstros, eu precisava me alimentar rápido.

Saí daquele corredor de duas portas, que na verdade eram três portas só que uma porta sem porta...era meio que só uma passagem para a cozinha. A cozinha era espaçosa, moderna e bonita, com os armários em preto e branco e possuía um balcão que ficava bem na parede provavelmente dando visão direta da sala, não pude saber ao certo porque havia uma janela grande de madeira que tomava todo o balcão tampava um lado do outro.

Cozinha grande, bonita, espaçosa, moderna e com tudo vazio.

Armários: vazios.

Geladeira: vazia.

Despensa: Vazia.

Definitivamente nada.

Por acaso, o Noah se alimenta de brisa?

–Quack - minha barriga roncou novamente.

Espera um pouco...

Minha barriga não ronca igual a um pato.Barriga nenhuma ronca igual a um pato e por que tem um pato enlouquecido correndo na minha direção?

–AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH - me desesperei, correndo do pato raivoso que surgiu Deus sabe de onde. Eu não sabia nem a direção que estava indo e só parei de correr quando finalmente tropecei (como sempre) em meus próprios pés caindo de cara na frente do sofá onde Noah se encontrava sozinho jogando videogame.

Obrigada, vida, por não ter me sacaneado mais uma vez e permitido que Gabe estivesse ali para presenciar aquela cena vergonhosa.

–Vejo que já conheceu Gary - Noah falou sem tirar os olhos do jogo.

–Você ta falando do pato enfurecido?- indaguei me recompondo.

–Shii, você ta maluca? Não pode falar isso aqui em casa, a não ser que você realmente queira ver um pato enfurecido - me repreendeu- O Gary acha que é um cão de guarda.

Ah que ótimo. Um pato que acha que é cachorro.

Mais alguém acha que essas férias vão ser um inferno?

–Eu to com fome- falei me sentando e ficando o mais longe possível daquele pato maluco, que simplesmente se acomodou ali no chão, como se não tivesse me perseguido como se fosse o próprio capeta apenas um segundo antes.

Noah ignorou completamente meu pedido desesperado por comida. Será que ele nunca tiraria os olhos daquele jogo?

–Eu estou com fome - repeti, levantando e indo para a frente da TV, impedindo-o de ver o que acontecia no seu precioso jogo.

– Não!

Ele se levantou, tentando olhar a TV através de mim. Mas, infelizmente para ele, eu não sou transparente.

Noah me olhou furioso antes de largar o controle do videogame no sofá.

– Que merda menina, você me fez perder! -se exaltou - O que eu lhe disse sobre dar trabalho, heim?

Olhei indignada para ele, colocando as mãos nos quadris.

–Que merda digo eu! Eu to com fome, cabeça ensebada.

–Vai na cozinha procurar o que comer - ele disse, dando de ombros e me olhando como se eu fosse estúpida demais para saber que a cozinha é o lugar onde se guarda comida.

Idiota.

–Eu já fui, e não tem nada - respondi, tentando manter a calma e não mandar aquele seboso mal educado lamber sabão.

–Se fodeu - ele me empurrou com um sorriso cínico no rosto voltando a atenção para seu jogo.

Senti meu rosto queimar com ódio. O marginalzinho me empurrou? Ele teve a audácia? Noah não devia brincar com uma Julia faminta, ah não devia mesmo!

–Pe-pera ae, o que você ta fazendo sua louca?

Sorri terminando de tirar o vídeo game da tomada. A tela da TV imediatamente ficou preta.

–Você é retardada ou o que?!- gritou, se levantando.

Eu estava com o maldito videogame na mão antes que ele pudesse perceber minhas intenções.

–Retardado é você para falar que eu me fodi,eu só sou uma inocente garota com fome te mostrando a noção do perigo - falei calmamente com o meu melhor sorriso cínico, ele teria que aprender na marra como seria lidar comigo.

Ah, como o poder da persuasão era gostoso. Ah não, era o McCheddar mesmo que estava gostoso. Depois de jogar aquele console na privada, Noah resolveu aceitar que me alimentar era a coisa mais prudente a se fazer. Acho que ele ficou com medo que eu estragasse mais alguma coisa. Garoto esperto.

Nós dois estávamos sentado numa mesa do Mcdonalds perto do prédio. Antes de saírmos, eu perguntei por Gabe e Noah só disse que ele tinha ido embora. Ainda acrescentou um "sortudo" sob o fôlego, achando que eu não ouviria.

–Quer um pouco?- sorri amarelo balançando o lanche na frente dele.

–Eu te odeio - ele me olhava emburrado, parecendo um menino que derrubou o sorvete.

–Ah, qual é Noah, você não vai ficar todo chateadinho só porque eu joguei seu Xbox-Sei-Lá-Que-Número na privada, né? - descobri rápido que eu adorava provocá-lo.

–Eu te odei-merda!- num movimento rápido e inesperado Noah me puxou para baixo da mesa.

Bati os joelhos no chão e meu coração batia rápido com o susto. Qual era o problema daquele maluco? Era a polícia atrás dele, por acaso? Ele bem que tinha cara de fugitivo...

–O que você ta fazendo seu retardado? - ginchei, tentando sair dali debaixo, mas ele me ficou me segurando pelo braço.

–Shii, fica quieta.

–Hein?

–Ta vendo aquela loira ali?- perguntou ele. Estiquei meu pescoço pra enxergar aonde ele estava apontando. Será que ela era da polícia? Loira alta, cabelos grandes, com peitos e bunda exagerados e um vestido tão curto que dava até para ver o útero dela se ela abaixasse. Não, definitivamente não era uma policial.

–To, to vendo, o que tem ela? - fui direto ao ponto, sentindo-me ridícula por estar sendo obrigada a me esconder debaixo de uma mesa no McDonald's.

Ele me olhou incrédulo.

–O que tem ela?- repetiu irônico- Ela tem tudo!- deu uma picadela com um sorriso malicioso ressaltando suas covinhas que só agora eu percebi que ele tinha.

Revirei os olhos para o comentário.

–Pelo jeito você já comprovou isso.

–E como... - por um momento, seus olhos pareceram sonhadores, como se lembrassem de uma coisa muito boa.

Não, eu não acabei de imaginar meu irmão com aquela loira fajuta. Eca.

–Mas então por que estamos nos escondendo?- perguntei confusa.

–Para ela não me ver - disse como se atestasse o óbvio.

–Mas você e ela já não...

Ele riu antes que eu terminasse a frase.

–Querida, o problema aqui não sou eu , o problema aqui- ele me olhou de forma depreciativa- é você.

–Cretino - falei dando um belo tapa em seu rosto. Não havia nada de errado comigo.

–Aaai - reclamou, passando a mão na área atingida- pra uma criancinha você bem que é forte heim! Ela ta vindo, fica aqui quietinha pirralha - ele murmurou saindo de baixo da mesa.

Era só o que me faltava.

–Noah!- ouvi a voz, provavelmente da loira, soar em algum lugar que não era em baixo da mesa.

–Tifany! Que surpresa boa encontrar você aqui! Sente-se comigo - agora era Noah quem falava enquanto balançava aqueles pés gigantes embaixo da mesa.

–Claro - ela falou, fazendo surgir novos pés - calçados em saltos altos - embaixo da mesa.

Desviei o olhar da calcinha da garota, ela estava de vestido e com as pernas arreganhadas.

Eu mereço?

–Faz tempo que você esta aqui? - perguntou Noah e eu podia ouvir o sorriso em sua voz. - Eu nem tinha te vistoAAAAAI-

–Cínico - murmurei depois de dar um soco na perna dele.

–Você esta bem? - ouvi a garota perguntar.

–Sim sim, estou com câimbra.- ele murmurou, eu até podia imaginar um sorrisinho amarelo se formando no rosto dele, o que me fez sorrir, mas logo o meu sorriso se desfez com o chute que levei no rosto.

–Pronto, passou - ouvi ele falar, tentando me acertar de novo com aquele pé sujo.

–Aai!- murmurei sentindo minha bochecha arder.

Ah, eu não ia deixar isso barato. Não mesmo.

Afastei as pernas do Noah e saí de baixo da mesa, assustando a loira.

– Quem é você?- ela perguntou confusa, os olhos arregalados por ver de onde eu saí.

–Eu sou a meia irmã do Noah, e ele esta me obrigando a ficar aqui em baixo da mesa para tirar fotos da sua calcinha - falei dramatizando.

–Noah!- ela o olhou indignada, em seguida pegou o meu cheddar que eu não havia terminado de comer e jogou na cara dele.

Houve um momento de pausa dramática, com os olhares se cruzando...

–Sua baixinha desgraçada!- Noah sibilou entre dentes pegando o meu refrigerante e tentando jogar em mim, porém eu me escondi atrás da loira fazendo todo o liquido acertar ela. Noah tentou segurar o riso da segunda cara de indignação que ela fez.

A garota seguiu para a porta toda suja e ele ia correr atrás dela, ainda rindo, porém, foi impedido de ir mais adiante quando coloquei o pé na sua frente fazendo ele tropeçar e cair de cara na bandeja de um cliente que estava vindo.Nem preciso falar que o sorriso do Noah murchou rapidinho não é?E murchou mais ainda quando o gerente que avisou a ele que toda aquela sujeira não se limparia sozinha e que alguém também precisaria pagar pelo pedido do cliente que havia tropeçado nele.

Agora estávamos nós dois limpando toda a sujeirada com os paninhos que as tiazinhas da limpeza entregaram para gente.

–Eu te odeio.- ele falou emburrado, terminando de limpar o chão.

–Cala a boca cabeça ensebada, você ainda ta me devendo um sanduiche.- ele me olhou confuso.Lerdeza é fogo – Porque a loira estragou o que eu tava comendo.



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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?
Ah, deixa eu perguntar, quem ai gosta do Gabe?
Gente vou tentar deixar um cap pronto esse fds pra postar no meio da semana, mas não prometo nada..
mereço comentários ?