O Coração de um Caçador escrita por Joanna


Capítulo 43
O aviso.


Notas iniciais do capítulo

A Madge aparece nesse cap o/ que feliz :33



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A arena secar de um dia para o outro não era incomum. Assim como quando algum grupo possuia muita comida, a caça sumia, e nunca havia temperatura amena, segundo os termômetros projetados na tela.

Não que a arena fosse lugar para situações seguras.

Um suspiro enorme ecoou ao meu lado e vi Madge - Com as sobrancelhas franzidas - observando de forma acusadora.

- Quanto tempo você acha que vai demorar até que o "recado" final se concretize?

- O tempo que demorar até a Capital se entediar. Uma parte minha quer que eles se apressem, e outra preferiria vê-la todos os dias longe a imaginá-la lutando contra Cato.

- Ela não vai estar sozinha.

- Sem querer desmerecer Peeta, mas acho que nesse caso, é quase isso.

Ela revira os olhos de forma teatral.

- Os dois se completam. Ela é boa com o arco, e Peeta é forte o bastante para combater Cato. Em especial se a Kat estiver em perigo. Os dois estarão juntos até o final.

Ignorei a parte do "Os dois se completam", torcendo para que não houvesse qualquer duplo sentido na fala de Mad.

- De qualquer forma, não faz diferença desde que ela volte pra casa.

- Com voltar para casa, você que dizer "voltar para meu intenso amor e o calor de meu corpo em um dia quente e ensolarado, com palavras de amor eterno e uma promessa de mudança de vida"?

- Mais ou menos por ai.

- É por esse caminho que o Peeta está indo, se eu fosse você mudaria a estratégia - Ela fingiu um suspiro.

- Vou pensar nisso. Qual seria a estratégia perfeita?

- Pegá-la a força, levar até a floresta e amarrar em um tronco de árvore. - Ela fez uma careta - Se eu fosse ela, seria a única coisa que me manteria perto de você e longe do padeiro.

- Você fica perto demais de mim pra quem diz esse tipo de coisa. - Arqueei levemente a sobrancelha antes de chegar mais perto. - Porque será?

- O Peeta ainda não voltou pra casa, então eu tenho que arranjar alguma coisa pra me distrair. Tipo você.

- Aham. Seu pai não tem dinheiro o bastante pra te comprar a padaria inteira, além do Peeta e os seus irmãos?

- Artigos que nem o Peeta são feitos sob encomenda, Gale. Você que é um daqueles está sempre em promoção, para quem quiser levar.

Torci o nariz - Se o Peeta é tão perfeito, porque você não vai até a padaria sozinha ao invés de mandar uma das suas empregadinhas buscar pão? - Fechei a cara mesmo. - Agora já até perdeu a vez, Peeta gosta da Catnip.

- Certo. Vou me lembrar de não falar de como o Peeta é perfeito na sua presença - Fiz uma carranca que deveria estar tão engraçada, que ela até abandonou seu ar "inocente" pra rir da minha cara. Juro que ela frisou a palavra perfeito.

- Fica com ele, então.

- Não posso. Gente perfeita demais é chata.

- Por isso que eu não gosto de você?

- É, - ela riu. - Talvez. Mas eu não preciso disso, assim que o Peeta voltar eu vou fazer uma visita lá na padaria -  Ela sorriu debochada. - Eu ando com tanta saudade dos pãezinhos de lá. Hmmm.

- Bom você também começar a sentir falta dos morangos, se continuar falando assim não negocio com você nunca mais.

- Depende do negócio que eu quero. - Ela sorriu com delicadeza antes de terminar. - Ás vezes você está mais interessado em negociar do que eu.

E me deixou falando sozinho, virou as costas e correu igual uma criança para longe.

Doida.

Virei a mochila nas costas antes de entregar parte da caça á Prim e voltar para casa. Os ecos do que era uma verdade/mentira - minha cabeça anida estava decidindo, e consequentemente não iria atrapalhá-la. - Joguei a mochila com o máximo de cuidado e - caso possível mesclar - desprendimento em cima da mesa, da casa tão bem aconchegante que sempre fora a minha. Fixei os olhos pala casa tão cheia, mas meus olhos pareciam vazios, apenas com lembranças das cores. Sorri sem humor antes de tirar as botas enlameadas e posicioná-las na soleira da porta, e andar de meias. Já deveria pensar em preencher as fichas para trabalhar nas minas e garantir renda á mais. Renda o bastante para que ninguém na casa precisasse de tésseras. Não que eu realmente acreditasse que os sorteios eram verdadeiros golpes de azar direcionados a esmo, mas não poderia - nem sua consciência me deixaria - permitir que seus irmãos passassem por esse risco. Fácil de ser contornado. Não necessariamente fácil, mas o resultado de assisti-los crescer tornaria o peso mais leve de carregar. Flagrei-me pensando em crianças correndo pela casa e a mim mesmo, segurando alguém pelo ombr com os olhos brilhantes. Mas não conseguia virar o rosto para ver quem era. Eu já decidi que em minha vida seria Katniss Everdeen. 

Até olhar a ponta de cabelos louros que se estendiam onde eu, instantes depois, recostaria a cabeça calmamente. Era Madge. Talvez eu levasse essa imagem como consequência do seu atiramento - Atiramento, friso bem. eu não tenho a menor dificuldade para captar esses sinais, diferente de certas pessoas. Revirei os olhos para mim mesmo. Quem não saberia o que eu queria dizer com certas pessoas? Meu blá-blá-blá mental foi interrompido pela minha mãe, perguntando se estava tudo bem. É óbvio que ela estaria preocupada, eu estava revirando os olhos para o nada e não havia tratamento psiquiátrico no 12. Apenas respondi a pergunta e abracei a baixinha Hazelle, com os olhos que nunca me conformei em serei cinza. Olhando de perto, eram de um quase azul. Olhando minha mã e tão de perto assim, deixei meus pensamentos vagarem até minha irmãzinha, com seus olhos tão iguais os de minha mãe. E flagrei-me pensando em qualquer coisa que faria por elas. Toda e qualquer coisa. Por um momento imaginei-me na colhita assistindo Katniss subir no palco e repreendi-me mentalmente. Um homem de verdade teria se voluntariado, para protegê-la. O que seria de Katniss caso não encontrasse pessoas boas na arena, como Rue ou Peeta? Provavelmente estaria morta, logo após o episódio das teleguiadas. Deixei meus pensamentos vagarem por um long tempo, mudando de assunto e me prendendo a algumas frases que minha mãe dizia, ou alguma coisa que minha irmã me mostrava.

O pequeno relógio preso na estante diziam as horas, tarde para quem caçava durante as madrugadas. Olhei pela última vez para o telão perto da janela e fui para a cama.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews, recomendações se puderem. A fic está chegando ao final, pooor favor façam com que ela valha a pena.
Xoxo, district 7