— Olá sou Samantha — Era estranho me escutar falando inglês, mas daqui para frente iria ser assim

— Oi! Sou Anne Styles — Ela sorriu e me deu um abraço, admito que até me assustei porque haviam me falado que britânicos não eram tão simpáticos. — Venha querida, temos tanto o que conversar

No carro ela me falou que se sentia sozinha já que sua filha estava morando sozinha no centro de Londres e aparecia uma vez por semana na sua casa, seu marido estava na pior época do ano, cheio de viagens e seu filho também viajava muito.

— Nossa, você deve se sentir bem só não é? — Ela estacionou o carro em frente a uma casa bege com detalhes marrom, extremamente linda.

— Sim! Meu filho quando não está em turnê geralmente dá uma passada aqui, mas ele também divide um apartamento com um amigo. — PERAÍ, ELA DISSE TURNÊ? COMO ASSIM?

— Er, ele. . . — Não poderia simplesmente falar “TURNÊ? SEU FILHO É FAMOSO? CADÊ ELE?”

— Antes que pergunte, ele canta em uma banda. — Ela falou de um jeito tão normal e simples que imaginei ser uma bandinha qualquer, dei de ombros e a ajudei a tirar minhas bagagens da mala

— Essa foi a última — Sorri já colocando dentro da casa que tinha um visual um pouco rústico.

Comecei a olhar as fotos que havia em cima de uma estante e logo achei uma em que Anne estava abraçada com um garoto de cabelo cacheado com olhos extremamente verdes, me parecia muito familiar

— Esse é seu filho? — Perguntei mostrando o porta-retrato para Anne que colocou a cabeça para fora da cozinha assentindo — Ele não me é estranho

— Você já deve ter visto em algum clipe, essa foto na verdade é antiga.

AI MEU DEUS! AQUELE ERA O HARRY STYLES DO ONE DIRECTION. OK RESPIRA, RESPIRA. NEM SOU TÃO FÃ E ESTOU TENDO ATAQUES?

— Uma amiga minha no Brasil me falou sobre a banda, eu até cheguei a escutar algumas músicas — O que era verdade

— Quando liguei para ele avisando que eu estava na lista para receber algum intercâmbista ele só faltou enlouquecer dizendo “ESPERO QUE NÃO SEJA UM PSICOPATA, OU MELHOR, UMA FÃ PSICOPATA! VOCÊ SABE COMO ELAS ESTÃO AGRESSIVAS ULTIMAMENTE, ONTEM UMA ARRANHOU MINHA MÃO TÃO FORTE QUE SANGROU” — Anne o imitava o que me fazia rir bastante

— Não se preocupe, não sou nada disso! — Falei depois de muito rir

— Ótimo! Ele deve estar voltando da turnê depois de amanhã.

Eu iria conhecer algum famoso? Estou me sentindo até popular agora!

Anne me mostrou o meu quarto, e que para ser sincera era maior do que o meu no Brasil, fala sério tinha até cama de casal. Tratei de ligar para Claire e avisar sobre na casa de quem eu estava hospedada e depois de alguns surtos ela falou que nossas casas eram um pouco longes e teríamos que simpatizar com os metrôs britanicos. Teve que desligar avisando que ia jantar e que lá ela tinha que seguir os horários direitinhos.

Aproveitei e desci para a cozinha sentindo um cheiro bom de comida, encontrei Anne conversando com outra mulher; baixinha e de cabelos claros.

— Sam, quer dizer, posso te chamar assim? — Ela perguntou sorridente e assenti — Essa é Jay, ela trabalha aqui

— Olá Jay — Sorri acenando e a mulher que até então estava virada para o fogão olhou para mim

— Seja bem vinda querida — Voltou a olhar para a panela — O jantar está quase pronto

Resolvi ficar ali com elas socializando um pouco, não queria dar uma de chata e passar 24 horas dentro do quarto. Comemos um ótimo macarrão que Jay fez e depois de conversar mais um pouco com Anne subi para o meu quarto e desfiz as malas, quando acabei a única coisa que me lembro foi de deitar na minha cama.

Um barulho forte começou e acordei um pouco assustada, dei uma breve olhada pela janela e vi que caía uma grande chuva. Chequei o relógio e ele marcava dez e meia da manhã. Passei para o banheiro necessitando de um banho.

— Bom dia — Sorri para Jay que lavava a louça

— Bom dia Sra. Pomer — Ela sorriu colocando um prato na mesa e talheres

— Onde está Anne? — Me sentei e comecei a me servir de panquecas — Só me chame de Sam ou Samantha, por favor.

— Tudo bem então. Dona Anne saiu para o trabalho há um tempinho, e comentou algo sobre ir te matricular na St. Andrew School.

Ela me perguntou algumas coisas do Brasil e eu dava respostas longas contando todos os detalhes, ela deveria estar me achando uma chata, pois saiu dando uma desculpa de “Vou limpar a casa”.