Do not leave me here escrita por Hoppe, Mih Ward


Capítulo 5
Run and hide


Notas iniciais do capítulo

Hoppe: Perdoem-nos a demora pessoal! Totalmente culpa minha dessa vez, eu demorei mesmo D: nos perdoem. Bem, espero que gostem do cap! (:
A musica dele: http://www.youtube.com/watch?v=ezK5azSmXeU
Boa leitura!



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Era impossível pensar em algo com a dor em minha têmpora esquerda que voltara de forma absurda conforme eu me esforçava cada vez mais para acompanhar Cato em suas passadas.

Eu tentei me concentrar somente na adrenalina que começava a correr pelas minhas veias, que pulsava em meu sangue e era bombeado diretamente ao meu cérebro como um claro comando de que aquele momento não era uma boa hora para a dor.

Esforcei-me mais para alcançar Cato em sua corrida, mas toda a minha atenção estava tão centrada na tentativa de ignorar a dor que o perdera de vista. Olhei ao redor, os óculos de visão noturna eram inúteis naquele momento de desespero. Eu conseguia ouvir os rosnados da coisa com os olhos de Glimmer se aproximar cada vez mais, embora havíamos conseguido uma boa distância dela.

- Cato! – eu gritei, procurando-o em meio á escuridão. Corri incerta para a outra direção escorregando minhas mãos no bolso interno do casaco prendendo meus dedos em torno do cabo de uma das facas. A minha preferida.

Continuei a correr, a adrenalina era tamanha que a dor agora poderia ser ignorada facilmente. Contudo, a sombra de um bloqueio á minha frente apareceu e parei á tempo antes que eu colidisse com o mesmo.

Minha respiração ofegante pôde ser ouvida por baixo dos rosnados assustadores que se aproximavam, rosnados que de alguma forma me chamavam para a morte e sua linha sem rumo.  Apertei o cabo da faca, retirando-a do bolso interno segurando-a enquanto fechava os olhos e me concentrava nos passos da besta.

Estava se aproximando, cada vez mais perto, cada vez mais inerente assim como a morte.

O rosnado em seguida fora mais alto e forte, como o esperado. Senti seus olhos verdes reluzirem na escuridão ao meu lado e me virei abruptamente, girando as facas em meus dedos enquanto me desviava de seus dentes que pretendiam acertar meu ombro esquerdo. E com vários movimento enfiei a faca por entre seus pêlos loiros e sedosos – como os cabelos de Glimmer – afundando a lâmina em sua carne.

O bestante rosnou mais uma vez aflita e retirei a faca, apenas para mais uma vez tornar a acertá-la em cheio no estômago. Ela caiu no chão produzindo barulhos como os de um cão ferido e não pude conter um sorriso em meus lábios. Eu nunca tivera pena de cães que faziam aquele barulho, por que eu teria dela?

Ao me dar conta de que me referia ao bestante como se, de fato, fosse Glimmer, sacudi a cabeça. Apenas uma ilusão, era essa a intenção dos Gamemakers – eu pensava.

Afastei-me, recolocando a faca em meu bolso interno e comecei a correr. No entanto, em uma boa distância ouvi novamente o rosnado da besta, era o esperado também. Mutações certamente eram difíceis e quase impossíveis de serem mortas.

Antes que eu pudesse continuar a correr para a outra direção, braços prenderam-se em torno de mim protetoramente e olhei para cima, assustada.

- Cato! – exclamei e olhei rapidamente para o lado, os rosnados da bestante me fazendo lembrar que ela estava se aproximando – Onde diabos você estava?

- Não há tempo! – ele exclamou, ofegante – Temos que ir!

Ele me empurrou para frente e voltamos a correr só que dessa vez ele permanecera atrás de mim, por precaução.

Os rosnados, mesmo distantes, pareciam ficar mais altos e intensos.

- Há mais deles – ele falou ainda ofegante – Muito mais, no mínino 12.

Não pude saber o que eu sentira naquele instante, os sentimentos estavam tão confusos e embaralhados que era impossível identificar cada um. Mas eu soube que o medo e a surpresa estavam presentes. O medo, o medo por saber que teríamos de enfrentar mais 11 daquelas bestantes e a surpresa, a surpresa por eu estar com medo. Em razão alguma eu tive medo de algo como naquele momento.

Em meio á toda aquela onda de pensamentos que cresciam em minha mente de modo cada vez mais incessante, continuávamos a correr sem rumo. Corríamos em, que eu sabia ser, nosso limite, não poderíamos continuar aquela corrida para sempre.

-  Clove! – Cato me parou, virando-me para ele, sua voz frenética, os olhos arregalados e inundados pelo medo. Aquilo me confortou, eu não era a única com medo ali – Corra e se esconda, eu os distraio. Se continuarmos, nós dois acabaremos mortos.

- O quê?! – exclamei mal conseguindo pensar nas palavras de tão ofegante – Não, você vai morrer!

- Mas você não, poderá vencer os games por nós! – ele sorriu em uma tentativa de sair otimista, sem qualquer sucesso, apertando meus ombros.

- Que merda você tem na cabeça, Stroke?! – a dor em minha têmpora voltava aos poucos, conforme minha atenção era tirada da adrenalina – Nós dois iríamos ganhar, se lembra? Nós dois!

- Não há mais tempo para pensar em outro plano... – seus olhos me fitavam com angústia, era um sacrifício para ele fazer aquilo por que afinal, Cato Stroke nunca fizera sacrifícios á alguém.

Abri a boca, prestes á lhe perguntar por que ele estava fazendo aquilo, não fazia sentido. Contudo antes que eu o fizesse, ele aproximou seu rosto do meu, rápido e brutal roçando seus lábios sobre os meus, fechados, sem que nossas línguas se tocassem. E tão rápido como viera, se fora.

- Não tema, minha querida... – ele sussurrou, seu rosto ainda perto do meu, a frieza que emanava de seu corpo nunca fora tão reconfortante como naquele momento, mas também nunca fora desesperador o fato de pensar que nos separaríamos. Naquele momento, as esperanças de que ele voltasse com vida eram mínimas – Eu voltarei... Eu prometo.

Ele começou a correr e tentei alcançá-lo, tentei segui-lo como um claro sinal de que não o deixaria fazer aquilo. Mas foi em vão, a dor se alastrava e eu não tinha mais forças para acompanhá-lo.

Os rosnados estavam mais perto agora, instintivamente me apressei para trás de uma alta árvore que era ocultada por um denso arbusto. Fechei os olhos, prendendo a respiração quando ouvi um deles se aproximar e farejar, mas logo afastou-se para perto do bando, e voltaram a correr. Certamente sentiram o cheiro do rastro de Cato e aquilo de alguma forma, fez meu peito tremer.

Soltei a respiração, arrastando-me pela grama e com esforço escalando a árvore, teria de dormir ali naquela noite ou senão, o sacrifício de Cato em me manter viva e segura seria em vão.

“Don't you fret, my dear
It'll all be over soon
I'll be waiting here for you”


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