Nunca provoque um garoto com os hormônios a flor da pele. É o que eu aconselharia a minha filha. Não, não pensem besteira. Eu não pretendo participar do programava ‘grávida aos 16 anos’.

-Diego... - eu tentava empurrar seus ombros, mas ele estava muito ocupado - Diego, nós precisamos ir pra casa.

-Depois a gente vai.

Eu ri baixinho, afundando minha mão por seus cabelos bagunçados. Puxando sua cabeça pra cima, colocando meus lábios em sua orelha:

-Nós vamos agora.

Não acho que o garoto entendeu o que eu quis passar, porque segundos depois ele quase corria me puxando consigo até a casa.

-Você sempre foi idiota assim? - franzi o cenho, puxando minha mão das garras dele.

-A cozinha deve estar vazia - ele sorriu malicioso. E eu senti meu rosto esquentar feito brasa. - Hã... não era isso que você estava insinuando?

-Eu sou mulher pra insinuações? - perguntei em tom ofendido. – Você está pensando que eu faria sexo selvagem no meio das frigideiras ao lado da geladeira?

-Bem... – sorriu envergonhado. – Você prefere o tapete da sala?

Alguém me segura ou se não vou pular naquele garoto com uma colher em mãos para arrancar suas duas bolas que eram aqueles olhos, lógico.

-No tapete... - falei entre os dentes. – Que tal no motel da cidade vizinha? Só não venha espera que seja eu que esteja ao seu lado... ou embaixo. – Sacudi a cabeça, imaginando minhas bochechas vermelhas pelos pensamentos impróprios. Respirei fundo, voltando a andar a passos firmes até a casa.

-Mah, espera. - ele segurou meu punho e eu tentei me soltar dele novamente, sem sucesso. - Espera. - pediu com os olhos azuis.

Eu ainda tentava me soltar dele. Ele tagarelava coisas diversas, dizendo que poderia pedir desculpa em 4 línguas diferentes. Eu parei e o fitei. Ele estava nesse momento murmurando “perdona”, o cenho franzido e aqueles malditos olhos encaravam sua mão que ainda segurava meu pulso. Relaxei os ombros. “Traurig” disse, eu nem fazia ideia de qual língua era.

Ele embolava nas palavras e eu me perguntei como aquele idiota poderia continuar admirável até mesmo naquela situação. Droga. Estão vendo? Estou agindo como aquelas meninas apaixonadas. Só falta desenhar coraçõezinhos e escrever o nome dele dentro. Argh!

-Diego...

-Se você preferir poderia ser no meu quarto.

Sempre soube que ele era bêbado. Estão vendo? Os bêbados que sobravam para mim. Todo bêbado é meio ninfomaníaco, melhor... Todo homem é meio ninfomaníaco.

Ele ainda tagarelava sobre preservativos, minhas bochechas ainda estavam vermelhas quando eu o puxei pela gola da camisa e finalmente calei sua boca.

-Onde vocês estavam? - Tia Dora bebericava de uma caneca fumegante na cozinha quando nós adentramos. Diego envolvia minha cintura e eu ainda tentava não ficar vermelha com tal ato enquanto tentava tirar suas mãos. Qual é, romantismo não era meu 2º nome e nem mesmo meu 16º.

-Dando uma volta – ele respondeu

-Hm, pensei que você estivesse com o cachorro, ele não está no quintal – tia falou, levando a xícara mais uma vez aos lábios.

Eu engasguei com a própria saliva. Tinha esquecido completamente do cachorro. Olhei totalmente alarmada para o garoto ao meu lado que também me fitou com um olhar significativo do tipo “querida, esquecemos o Kevin”.