Quinn P.O.V

_ Madrinha, olha o que a Miranda me deu! – Annie corria em minha direção com uma coroa na cabeça. Miranda, uma senhora viúva de mais de 60 anos vinha atrás, rindo.

_ E você agradeceu?

_ Sim. – disse minha afilhada, sentando e me dando a coroa, que eu coloquei, após fazer um rabo com seus cabelos – Agora vamos? Quero comprar as coisas logo.

_ Claro. – disse pegando minha bolsa e as chaves do carro – Tchau Miranda, até logo! Annie, fala tchau.

A loja ficava a quase 15 minutos do atelier de Miranda, mas com o CD da Taylor Swift no máximo, pareceu bem menos. A loja era um grande galpão colorido, cheio de prateleiras com o que se pensar para festas.

O tema desse ano seria (afinal) fadas. Porque teve Peter Pan, Bela e a Fera, e agora, afinal, eu e Annie convencemos Rachel a deixar ser fada. Nem bem entramos a primeira coisa que aquela pestinhaanjinha fez foi sair correndo que nem louca pela loja, até esbarrar com um rapaz de costas.

_ Opa. Tudo bem pequenina? – perguntou ele virando-se e se abaixando e nesse ponto meu coração PAROU. Noah Puckerman, ou Puck, para os conhecidos. Na época, moicano e olhos verdes. Hoje, cabelo bem curto e olhos verdes. Mas o mesmo físico divino.

Comento agora ou depois que ele foi meu amor colegial, mesmo estando um ano abaixo? Mas ele se mudou antes da metade do último ano, e eu não soube mais dele.

_ Puck? – perguntei me aproximando, quando Annie correu pro meu colo – Anabella, o que eu já falei sobre correr em lugares assim?

_ Quinn Fabray? – seus olhos correram de mim para Annie, e ele pareceu confuso – Essa é sua...

_ Afilhada. – respondi prontamente e vi ele sorrir – Annie, querida, vai com calma e cuidado, ver os convites, pode ser?

Ela confirmou e saiu correndo, enquanto eu bufava e ele ria. O fuzilei com os olhos, enquanto me levantava do chão.

_ Três anos certo? – eu confirmei e ele sorriu – Eles sempre são mais ansiosos nessa idade. É a primeira vez que podem realmente ajudar em alguma coisa, e pra eles, isso é o máximo.

_ Virou expert em criança? – perguntei e ele sorriu envergonhado.

_ Meu tio morreu um ano e meio atrás e me deixou essa loja. Na época, não lidei bem com isso. Mas descobri que as crianças me fazem bem, tanto quanto eu a elas. Hoje em dia, até animação em festa eu faço, com uma equipe é claro.

_ Quem diria hein? – eu disse rindo, e ficamos em silêncio observando a pequena.

_ É a menina da Berry né? Da Berry e do St. James? – eu confirmei – Sinto muito pelo que aconteceu com Jesse. Eu estava em Londres na época, não pude vir ao funeral. Artie sempre falava muito dele e me contou o que aconteceu, sobre você e a Santana morarem com a Rachel.

_ E como o Artie está? – perguntei – Não temos notícias dele desde que ele foi pra Holanda.

_ Bem, bem... – disse Puck, com o olhar perdido – Ele e a Britt tiveram uma filha, acho que você sabe. Mas não se casaram, e a Britt voltou pra Nova Iorque, onde está morando com a Sugar.

_ Fiquei sabendo, mas não vi a menina ainda. – disse – Harper, não?

_ Sim. – confirmou, pegando o celular – Eu sou padrinho, dá pra acreditar? Eis ela.

Harper era loira como Britt, e tinha os olhos de Artie. A foto devia ser antiga, porque Artie estava junto, ao lado de Britt, que segurava a pequena no colo.

_ E da Mercedes? Você soube alguma coisa? – perguntei, pois era algo que me corroia há anos.

_ Ela se casou não muito depois da Berry dar a luz. – disse ele – Seis meses depois, na verdade, quem deu a luz foi ela. Ela tá morando em Michigan, com o Shane. Ele trabalha como gerente de um Wal Mart lá, e ela como professora meio período, enquanto as crianças estão na escola. Da última vez que Artie falou com ela, estava esperando o terceiro.

_ Bem feito pra ela. – eu disse rindo alto e ele me acompanhou. Logo ele parou e quando percebi, estava me observando.

_ Está muito bonita Fabray.

_ Você também não está de se jogar fora Puckerman.

_ Não deixe que seu namorado ouça.

_ Sem namorado! – disse sem graça – Sou livre como um passarinho, compromissada como uma formiga.

_ Fantástico. – disse ele, sorrindo – Te pego as oito.

_ Que? – eu meio que gritei e várias pessoas pararam pra nos olhar.

_ Eu, pego, você, as, 8, da, noite, pra, irmos, em, algum, lugar. Entendeu? – disse ele e quando eu balancei a cabeça, ele sorriu – Ótimo... HEI ANNIE! QUE TAL AJUDA DO TIO PUCK HEIN?

_ Hei Puckerman, só eu posso chamá-la de Annie! – gritei, quando minha voz voltou.

_ Por enquanto Fabray. – disse ele saindo em direção às decorações com ela nos braços.

Ai meu são Eustáquio, me segura.

Santana P.O.V

_ Srta. Lopez, o noivo da Srta. Watson está ai. – disse minha secretária pelo viva-voz.

_ Mande-o entrar Martha. – pedi, enquanto revirava a pilha de papéis na minha mesa. Que? Organizar tantos casamentos cansa sabia? Pra se ter noção, temos 7 no mesmo fim de semana, daqui a duas semanas. O de Anne Watson é um deles.

_ Santana Lopez?

_ Sam Evans? – eu perguntei, reconhecendo a voz e me levantando da mesa tão rápido que a mesma quase foi ao chão.

_ Você é organizadora de casamentos? – perguntou ele, um sorriso travesso nos lábios.

_ Sim. – eu respondi, sem graça, ajeitando minha mesa – Você é o noivo da Anne?

_ Sou. – disse ele, dessa vez ficando sem graça.

_ Santa paciência você tem hein? – eu perguntei e me corrigi – Digo...

_ Tudo bem. – respondeu ele – Eu sei o quão irritante ela é.

_ Creio que precisa de algo. – disse, indo ate a geladeira – Cerveja, vodca? Tenho uma tequila no armário.

_ Vodca está ótimo. – disse ele, sentando-se no sofá.

_ Muito bem Sr. Evans, desembuche. – pedi lhe entregando o copo e bebericando minha cerveja. Ele bebeu um generoso gole antes de falar.

_ Quando fomos embora, depois do meu pai perder o emprego, ele foi contratado por uma grande empresa e rapidamente subiu de posto. Por mais estranho que fosse, agradecemos, afinal... Após alguns meses a explicação veio. Anne é a filha mais nova do dono, e se interessou por mim.

_ Já sei, e o papai ajudou o seu pra causar seu interesse. – disse rindo.

_ É. – confirmou ele dando um sorriso sem graça – Quando ela veio atrás de mim, eu educadamente a dispensei. Alguns dias depois, o chefe do meu pai deu uma bronca nele por besteira e ameaçou demiti-lo. Não tive escolha, a não ser começar a sair com Anne.

_ Cara, eu realmente sinto muito por você! – eu disse, enquanto ele terminava seu copo e o punha de lado.

_ Obrigado. – disse ele, rindo baixinho – Mas e você? Já se casou com o Dave?

_ Eu e Dave rompemos há dois anos. – eu disse, sorrindo sem graça.

_ Me desculpe. – pediu ele, corando – É que vocês estavam juntos há tanto tempo quando eu fui embora que achei...

_ Não, tudo bem. É que... Os planos mudaram inesperadamente sabe?

Contei a ele tudo que se passou desde que Rachel engravidara: a briga com Mercedes, o parto, a morte do Jesse, meu rompimento com o Dave, o surgimento da empresa...

_ Você e a Quinn parecem gostar mesmo da Anabella. – disse ele, olhando a foto da pequena.

_ Anna é como um anjo entende? – eu suspirei olhando a foto dela – Até nos dias mais complicados ela consegue nos fazer sorrir.

_ Às vezes eu me pergunto se poderíamos ter dado certo. – disse ele, do nada.

_ Sam, eu estava namorando o Dave e logo depois você foi embora. – eu respondi, suspirando – Eu gostei muito de você, fiquei muito confusa. Mas como diz a Q, o universo é cheio de sinais, basta vermos.

Ele colocou o porta-retrato de lado e me olhou por alguns instantes. Logo depois, levantou, apanhou o casaco e as chaves e saiu porta afora.

_ Vodca, sua linda... Cadê você? – eu disse me levantando e indo até a geladeira.

Rachel P.O.V

As 17h todos já estávamos no escritório, então fomos juntos para casa, combinando com Finn de encontrá-lo às 18h.

_ Mamãe, a tia Q tem um encontro hoje. – disse Ann ao meu lado no banco traseiro. Quinn corou no volante e Santana parecia alheia a tudo.

_ Com quem Q? – perguntei surpresa.

_ Noah Puckerman. – disse ela baixinho. Só aquilo pra tirar Santana do transe.

_ Como? – perguntamos juntas.

Ela nos contou de como o encontrou na loja e que ele a intimará para sair.

_ Ele é muito legal mamãe! – disse minha filha, brincando com sua coroa – Ele me deu tuuuudo de presente pra festa. E eu convidei ele, porque ele é legal! Ele se veste de palhaço sabia?

_ Claro meu anjo. – respondi, rindo.

_ Então hoje foi dia de saírem da tumba do passado. – disse Sant – Sam Evans apareceu no escritório. Ele é o noivo da Watson.

_ Sério? – disse Quinn chocada. Sam costumava ser seu melhor amigo, mas quando ele foi embora, o contato diminuiu e após o nascimento da Ann, praticamente se tornou nulo.

_ Só falta algum gatinho do meu passado aparecer. – eu disse rindo, e as duas me olharam pelo retrovisor.

_ O ‘gatinho’ do seu passado já surgiu Rachel. – disse Quinn, parando o carro e descendo. Ela abriu a porta e pegou Ann – Só falta você resolver dar uma chance.

Ela entrou com Santana em seus calcanhares, me deixando sozinha do carro.

_ Eu não posso. – murmurei apanhando a bolsa e fechando o carro, enquanto entrava em casa.