Life Is Unexpected escrita por WaalPomps


Capítulo 26
Epílogo – 11 anos depois...


Notas iniciais do capítulo

É isso ae gente!!! Chegamos realmente ao fim :/
Espero de verdade que vocês aprovem o epílogo hihi'



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Rachel P.O.V

Dez. Nove. Oito. Sete. Seis. Cinco.

Eu ouvia as vozes altas no corredor e apertava os olhos. Ainda não né.

Quatro. Três.

Estava cada vez mais perto. Mais perto. Eu sentia ele se agarrar no travesseiro ao meu lado, rezando para que esperassem um pouco.

Dois. Um.

_ MANHÊ! – gritaram, irrompendo pelo quarto. Porque, porque mãe? A primeira palavra foi papai, porque agora é mamãe?

_ É com você. – resmungou Finn ao meu lado, colocando o travesseiro por cima da cabeça. Eu suspirei e esfreguei os olhos, olhando o relógio. 8h da manhã de sábado.

_ Muito bem. É melhor estar acabando o mundo para me acordarem às 8h de um sábado.

_ Mãe, o Liam quebrou minha Barbie. – gritou Catherine, batendo o pezinho no chão com força. Poxa filha, quase onze anos de idade e brigando por uma boneca?

Eu me sentei na cama, observando os dois. Cat de shorts e camiseta, pantufa no pé e os cabelos escuros trançados totalmente desarrumados. Liam, meu filho caçula, com seu pijama de futebol, coçando os olhinhos castanhos, enquanto o cabelo loirinho caia sobre seus olhos.

_ Porque você quebrou a boneca dela meu bem? – perguntei, com toda minha calma.

_ Foi sem querer mamãe. – disse ele, quase chorando – O Lupin tava sala, e ela tinha deixado a boneca lá. E ele foi morder ela. Mas eu não deixei. E eu fui subir com a Barbie. Mas eu tropecei e cai. E a Barbie quebrou.

_ Viu Cat, não foi de propósito. – eu disse, abrindo os braços para meu filho, que se aninhou ali. Minha filha cruzou os braços e fez bico, mas por fim cedeu.

_ Tá boooooooom. – e pulou para o meu colo também.

_ Dormir nem pensar né? – resmungou Finn tirando o travesseiro da cabeça e coçando os olhos.

_ Claro que não papai, afinal, nem preciso estar bem descansada para minha festa! – resmungou Ann, vindo pelo corredor de camisetona.

_ PARABÉNS BELLA! – gritou Liam pulando do meu colo e se jogando da cama nos braços da irmã mais velha. Graças a Deus ele puxou meu tamanho e não o do Finn.

_ Obrigado campeão! – disse minha filha mais velha, sentando-se na cama com o irmão nos braços. Cat a abraçou também, mas com menos entusiasmo e ela ficou olhando para mim e o pai.

_ Sério que hoje é seu aniversário? – brincou Finn – Achei que fosse da Megan Fox.

_ Original papai, muito original. – ela revirou os olhos – Tia Quinn já fazia isso quando eu tinha três anos.

Os dois riram e ela pulou para o colo de Finn, que lhe abraçou e beijou o topo da cabeça.

_ Agora sim eu to fazendo 18, papai. – disse ela, rindo.

_ Nem me fale. – choraminguei – Em uma semana você estará indo embora, para Yale. Porque Yale? Porque tão longe.

_ Sem drama mamãe! – disse ela, me abraçando enquanto eu ria.

_ Parabéns querida. – sussurrei e ela sorriu.

_ Agora vamos levantar todo mundo, porque não dou meia hora pra Quinn estar aqui e começar os planejamentos da festa. – disse Finn, se levantando e jogando Liam no ombro.

Quinn P.O.V

_ Eu adoraria dormir a noite, se vocês não ligarem mamãe! – resmungou Beth entrando na cozinha. Eu estava no fogão, fazendo panquecas, usando apenas a camiseta de Puck e calcinha – E que você se vestisse pro café.

_ Elizabeth, você está muito coco para uma menina de onze anos. – eu disse revirando os olhos – Agora ponha a mesa que seu pai já desce.

Noite passada Puck resolveu farrear, aproveitando que Luke estava na casa de Tina com Jack. É difícil fazer isso com um menino de sete anos e um sono leve. Beth tem o sono mais pesado. E normalmente, dorme de fone.

_ Bom dia mulheres da minha vida. – disse meu marido, entrando apenas de shorts. Ele beijou Beth no rosto e me deu um selinho, antes de sentar no balcão – Que cara é essa princesa?

_ Ela ta reclamando que não dormiu a noite. – eu revirei os olhos e Puck riu.

_ Sem drama, afilhada da Rachel. Falando nela... Que horas é a festa da Annie?

_ Às 19h. – eu disse, pondo as panquecas na mesa – Mas eu vou pra lá daqui a pouco, às 10h. Tenho que supervisionar a arrumação, enquanto Rachel cuida da cozinha.

_ E a tia Sant? – perguntou Beth, enchendo o prato assim como o pai.

_ Sua tia maluca tem que cuidar do filho! – eu disse, me servindo – Francamente, depois de dez anos ter outro filho é loucura.

_ Mas você ta babando sem parar no Louis. – reclamou minha filha.

_ Admito que eu tenho um fraco por bebês. E o Louis me lembra ser irmão quando tinha um aninho.

_ Por favor, sem mais filhos! – pediu ela e nós rimos.

_ Seu pai já fechou a fábrica meu bem. – eu disse – E não acredito que estou falando disso com uma menina de 11 anos.

_ Nem eu... – disse Puck – Você cresceu tão rápido. Logo é você fazendo 18. Ai que depressão. – e se levantou, deixando o prato cheio.

_ Aonde você vai papai? – perguntou Beth.

_ Buscar o whisky! – gritou ele da sala e nós rimos.

Uma hora mais tarde, eu já estava supervisionando a montagem do jardim.

_ Fadas, madrinha? – ouvi alguém as minhas costas – Não estou velha demais para isso? – ela riu e eu revirei os olhos.

_ Para mim, você sempre será aquela menininha de três anos que me fazia deitar ao seu lado e cantar até você dormir. – eu disse, a abraçando – Então não, você não está muito velha para fadas. E a propósito, parabéns meu anjinho.

_ Obrigado tia Quinn. – disse ela, deitando a cabeça no meu ombro – Vou sentir sua falta em Yale.

_ Não importa onde você esteja minha fadinha, sempre estarei contigo. – maldito aperto na garganta.

_ Essas fadas... – perguntou ela – São do meu aniversário de três anos?

_ Sim... – confirmei, pegando uma delas – Eu guardei no sótão. Achei que um dia poderiam ser úteis.

_ Tia Quinn... – disse ela, após um tempo – Você me ajuda com algo.

Só pela expressão dela, já gostei.

Santana P.O.V

_ Mãe, seu filho tá chorando. – reclamou Leo, entrando com Louis no colo.

_ Vem aqui mi amor. – cantarolei, pegando meu filho mais novo. Louis tem a pele morena como a minha, mas os cabelos claros de Sam. Leo costumava ser moreninho, mas aos três anos embranquelou de vez.

Louis parou de chorar e começou a mexer no meu cabelo, rindo. Leo revirou os olhos e sentou-se à mesa, pegando torradas.

_ Que mau humor é esse Leonard? – perguntou Lilian entrando sorridente – Bom dia mamãe. Bom dia Louis. – o pequenino pulou para o colo da irmã, que se sentou com ele a mesa.

_ Seu irmão é um adolescente Lil. – eu disse – Ou melhor, aborrecente. – ele me olhou cético, enquanto a irmã ria e Louis se melecava de geléia.

_ Bom dia família linda! – meu marido entrou sorridente, me beijando no rosto e beijando o topo da cabeça das crianças – Sant, eu vou pra empresa conferir aquela história do casamento da Greene, e devo chegar perto da hora de me arrumar para a festa.

_ Tudo bem amor. – eu disse, sentando-me ao seu lado e dando panquecas a Louis e Lilian – Só resolva esse problema logo, por favor! Outro processo de noiva largada no altar eu não agüento.

_ Até hoje vocês não contaram como escaparam da ex do papai! – disse Leo.

_ Bem simples... – disse Sam – O vovô trabalhou lá por anos, em um cargo importante. Tinha muitos subordinados fofoqueiros e acesso aos principais documentos. Digamos que o que ele tinha em mãos era o suficiente para falir a empresa, mandar meu ex-sogro pra cadeia e minha ex perder tudo. E ela amava o dinheiro mais que qualquer coisa. Por fim se casou com outro ricaço corrupto e hoje corrompem o mundo em família.

Nesse momento o celular de Leo tocou. Ele corou e correu atender, enquanto Lilian ria.

_ É a Cat? – perguntou Sam e ela confirmou – Eles realmente acham que ninguém sabe?

_ Tio Finn não sabe. – disse ela – Se souber, Leo tá mortinho!

_ Como se ele já não soubesse desde que eles nasceram. – murmurei, e ergui a voz – Quem quer mais torrada?

Algumas horas mais tarde, cheguei a casa de Rachel com Louis no colo e Lilian ao meu lado. Ela nem bem entrou já saiu correndo para o jardim, enquanto eu punha Leo no cercadinho de brinquedos da sala (Rachel faz questão de ter um lugar para ele ali, para que eu possa ficar lá com elas durante o dia).

_ Madrinha! – eu ouvi Lilian gritar, pulando em cima de Quinn.

_ LILIIIIIIIIIIIIAN! – gritou a escandalosa de volta. Sério, qual é mais criança? Elas ou a Anna?

_ AAAAAAANNNNNNNNAAAAAAABELA! – gritou a mais velha e eu ouvi minha filha rir.

_ Parabéns Anna!

_ Obrigada pequena!

_ Y la tia Santana? – reclamei e minha sobrinha veio me abraçar rindo – Feliz cumpleaños mi ángel!

_ Gracias tía! – disse ela – Cadê o Louis?

_ Na sala... Pode ir pegá-lo se quiser! – eu disse e ela entrou abraçada com Lilian. Olhei o jardim – Que poha é essa Quinn? Fadas? Painéis cobertos? Vai dizer que trouxe o Barney!

_ Vocês saberão na hora da festa. – disse ela – E Barney é o cacete Santana!

Rachel P.O.V

Já era noite, hora da festa. Eu arrumava Liam, que estava impaciente.

_ Mamãe, porque eu tenho que usar gola pólo? – perguntou ele novamente – Eu gosto mais da fantasia de Power Ranger.

_ Meu amor, isso não é que nem seu aniversário de seis aninhos. – eu expliquei – Isso é a festa de 18 anos da sua irmã. Os amigos dela e da mamãe estarão aqui, vestidos que nem gente grande. O Luke também, assim como o Leo. E o Jack. E a Nicole. – ao nome dela ele corou – Só cuidado, que o tio Rory é ciumento com a Nic hein!

Ele resmungou alguma coisa, antes de sair correndo para o andar de baixo. Sai de seu quarto e entrei no de Cat (que antes era de Quinn. Ela manteve as prateleiras de livro, que Quinn ajudou-a a encher), e ela estava lutando com o vestido.

_ Deixa que a mamãe fecha querida! – eu disse, pegando as fitas e as trançando por suas costas.

_ Você acha que o Leo vai gostar do vestido? – perguntou ela, ficando vermelha.

_ Eu acho que você, com 11 anos e meio não deveria se preocupar com isso. – eu disse rindo.

_ Eu não entendo porque mamãe... – disse ela baixinho – Mas eu sempre soube que eu era apaixonada por ele! Sabe que nem o Rony e a Hermione no filme que a titia Quinn gosta? De algum jeito, desde que eles se viram eles se amavam, mesmo brigando e negando?

Eu a abracei pelas costas e beijei sua cabeça, escovando seus cabelos com os dedos. Ela ainda é muito nova para entender, mas um dia conseguirá.

_ Então eu acho que deveria tê-la batizado de Hermione. – eu brinquei e ela riu.

_ Por mais que Rony e Hermione sejam nomes fofos, prefiro Leo e Catherine! – disse ela – Vou descer ficar de olho no Liam.

Ela desceu e eu fui para o meu quarto. Finn colocava a camisa e dobrava as mangas. Ele me olhou e sorriu. Eu me aproximei e o beijei.

_ Tá tudo bem amor? – perguntou ele e eu assenti.

_ Apenas a sensação estranha de ninho vazio. – eu disse e ele riu – Eu não consigo acreditar que a Ann vai embora. Até outro dia, ela era uma criança.

_ As crianças crescem meu amor. – disse ele, me aninhando a ele – E a nossa pequena não é mais pequena. Hoje ela é uma mulher.

_ Eu sei... – eu disse, suspirando – Me ajuda a fechar o vestido, logo o pessoal chega.

Quinn P.O.V

_ LUKE NOAH PUCKERMAN, VOCÊ TEM DOIS MINUTOS PARA SAIR DO BANHEIRO, OU TE DOU UM SOCO! – gritava Beth, socando a porta.

_ Luke, um. Luke, dois. – eu contei e ele saiu correndo, enrolado na toalha.

_ Nem precisa falar três mamãe! – gritou ele fechando a porta do quarto. Beth entrou resmungando e eu revirei os olhos, entrando no meu quarto.

_ Guerra pelo banheiro? – perguntou Puck, pondo a calça e eu assenti.

_ Eu disse pra reformar o escritório e transformar em um banheiro pra Beth. – eu disse, pegando meu vestido – Ela tem quase 12 anos. Daqui a pouco vai ser mocinha. Precisará de privacidade. Amarra pra mim.

_ Talvez eu não queira vê-la se tornar uma mocinha. – disse ele, resmungando – Digo, a Cat já namora. Se for assim, a Beth não vai tardar.

_ Amor, da Cat é uma história diferente. – eu disse, acariciando seu rosto – E Beth não vai namorar tão cedo. – mentira, ela tá afim do Nigel e ele dela. Mas uma mentirinha não machuca!

_ Mamãe... – gritou minha filha. Eu beijei Puck e o deixei terminando de se arrumar, enquanto ia até o quarto da nossa filha.

_ Oi meu amor... – entrei e ela estava parada segurando seu vestido – Vem aqui que eu te ajudo.

Depois de colocar o vestido e amarrá-lo, ela sentou-se e eu sentei atrás, escovando os cabelos úmidos e trançando-os.

_ Você tá triste porque a Annie vai embora mamãe? – perguntou ela, depois de um tempo.

_ Porque você pergunta isso meu bem? – perguntei de volta, virando-a de frente para mim. Ela estava olhando para as mãos, assim como eu quando fico nervosa – Beth, o que foi? Fala pra mamãe.

_ É que às vezes parece que você gosta mais dela do que de mim. – disse ela, e eu a olhei curiosa – É besteira mamãe, deixa quieto.

_ Claro que não vou deixar. – eu disse, segurando o rosto dela – Elizabeth Lucy Puckerman, nunca, por motivo algum, duvide que eu ame você e seu irmão mais do que qualquer coisa no mundo. Vocês são os maiores presentes que eu já ganhei e por mais que eu ame a Anabella e tenha ajudado a criá-la, ela não é minha filha, e você sim.

_ Você me ama mais do que ama Harry Potter? – ela perguntou com um sorrisinho de lado e eu ri.

_ Mais do que eu amo Harry, Rony e Hermione juntos! – eu disse – Agora vem aqui.

Ela me abraçou e logo dois braçinhos fininhos rodeavam meu pescoço também.

_ É feio ouvir a conversa dos outros sabia? – perguntei, soltando Beth e sentando Luke na minha perna. Ele sorriu, revelando as covinhas. Seus cabelos escuros estavam arrepiados e os olhos verdes riam travessos.

_ Eu te amo mamãe! – disse ele, me beijando no rosto – E você também chata.

_ Chato é você. – disse ela, mostrando a língua, enquanto ria- Mas eu também te amo vai.

_ E o Puckssauro ama tooooooooooodos vocês! – disse meu marido, pegando Beth no colo e sentando ao meu lado, abraçando nós três.

Santana P.O.V

_ SANTANA, CADÊ MINHA GRAVATA?

_ MÃE, CADÊ MEU VESTIDO?

_ MÃE, CADÊ MINHA CUECA?

_ SE VIREM QUE EU TENHO UM MENINO DE UM ANO PARA TROCAR! – foi o que eu gritei, enquanto fechava a porta do quarto de Louis. Ele estava sentado, rindo no berço – Vai reclamar de alguma coisa também?

Ele bateu palminhas e eu ri, pegando-o do berço e pondo no trocador. Logo, Sam entrou de mansinho e me abraçou por trás.

_ Se acalme querida, Você sabe que sem você a casa não funciona! – disse ele e eu revirei os olhos.

_ Termina de trocar o Louis que tem dois adolescentes para eu arrumar. – eu disse, me virando para sair.

_ E eu não ganho nenhum beijinho? – choramingou ele. Eu ri, lhe beijando e deixei-o lá, trocando o coco do Louis. Nunca vi um bebê tão poderoso.

Leo estava em frente ao espelho quando eu entrei, fechando a camisa. Ele me olhou pelo espelho e sorriu enquanto eu me aproximava.

_ Pronto filho? – perguntei, ajeitando seu colarinho. Mesmo com 14 anos, ele já está da minha altura.

_ Sí mama. – disse ele, sorrindo para mim. Eu acariciei seu rosto e beijei sua testa – O que foi.

_ Estava me lembrando de quando você nasceu... – eu disse e ele sorriu.

_ Não foi um dia fácil! – ele riu – Tia Quinn conta que ela e tia Rachel que me ‘recepcionaram’ ao mundo e me apresentaram a você.

_ Eu e seu pai não estávamos em muita condição. – justifiquei, secando os olhos – Mas quando eu te vi... Toda a dor, medo, aflição... Tudo de ruim passou. Você me olhou e eu sabia que poderia suportar qualquer coisa.

_ Desse jeito eu choro também mãe! – disse ele, me abraçando.

_ Você tá crescendo rápido Leo... – eu disse, apertando-o.

_ Eu serei sempre seu pequenõ mama. – sussurrou ele – Sempre, sempre, sempre!

_ Me sinto mal amada! – alguém disse da porta. Sam estava ali, abraçado com Lilian, segurando Louis no colo. Eu abri os braços e Lilian correu me abraçar.

_ Eu amo muito vocês três minha querida. – eu disse, abraçando Leo também – Mais do que minha própria vida.

Sam se aproximou com Louis e nos abraçou. Eu o olhei e ele chorava. Lembrei-me de novo de quando Leo nasceu. Quando os vi juntos, soube que nunca na vida poderia viver sem eles. E hoje, quando olhos os três, sei que isso é verdade.

Anabella Caroline Berry (St. James) Hudson P.O.V

Eu estava em frente ao espelho do meu quarto, observando-me. Meu vestido tinha sido feito pela mãe de tio Sam especialmente para a ocasião. Foi quando bateram na porta. Eu me virei e vi minha mãe entrando com minhas tias.

_ Eu já ia procurar vocês! – eu disse sorrindo – Preciso que a tia Quinn trance meu cabelo.

Sentei na cama e ela sentou atrás, trançando carinhosamente meus cabelos, enquanto mamãe e tia Sant observavam.

_ Lembra quando eu era pequena? – eu perguntei, depois de um tempo – Quando eu tinha pesadelo, e eu pedia para vocês cantarem para eu dormir?

_ Todas as noites, durante seus quatro primeiros anos de vida? – perguntou tia Sant e eu ri.

_ Bom... – eu disse, enquanto tia Quinn soltava meu cabelo, já trançado e me levantei – Eu não canto tão bem quanto vocês. Mas tem uma música que eu gostaria de cantar para vocês. Posso?

Elas assentiram, sentando-se na cama as três. Eu peguei o violão e a pasta de partituras. Abri e comecei a tocar.

Conforme eu ia cantando, eu via os olhos delas cada vez mais molhados. Logo, elas tinham se dado as mãos e tia Quinn tinha a cabeça no ombro de mamãe. No fim da música, eu soltei o violão e me ajoelhei em frente a elas, pegando suas mãos.

_ For a shield, from the storm, for a friend, for a love to keep me safe and warm I turn to you, for the strength, to be strong, for the will to carry on, for everything you do, for everything that's true, for everything you do, for everything that's true I turn to you

Quando eu terminei de cantar, elas me abraçaram e nós quatro choramos juntas.

_ Hoje eu entendo tudo o que vocês três passaram por mim, para me criar, cuidar de mim. – eu disse, segurando as mãos delas – Assim como eu tenho dois pais, eu tenho três mães. Mas as três estão vivas. Eu só queria agradecê-las, por tudo. E dizer o quanto eu vou sentir falta de vocês quando eu estiver em Yale.

Elas não falaram nada, só me abraçaram novamente. E ficamos ali alguns momentos, até alguém abrir a porta. Beth, Cat e Lily entraram de mãos dadas e nos olharam espantadas.

_ Vem aqui meu amor. – disse tia Quinn, estendendo a mão. Elas três soltaram as mãos e sentaram ao lado das mães, que as abraçaram.

_ Tá tudo bem mamãe? – perguntou Cat e mamãe assentiu, lhe beijando no rosto – Bom... O Richard já tá nervoso pela sua demora Bella. Melhor descer logo.

Eu assenti e me levantei, enquanto as seis levantavam da minha cama. Limpamos o rosto rapidamente e fomos para a escada. Primeiro, tia Quinn com Beth, depois tia Sant com Lily e por ultimo mamãe comigo e Cat.

Lá em baixo, papai nos esperava com Rick ao seu lado. Tio Puck e tio Sam estavam encostados no sofá, com os meninos sentados olhando o vídeo game.

Assim que desci, Richard me beijou e eu vi meu pai e tios falando baixinho com mamãe e tias. Elas só sorriram, lhes beijando. Por fim eles deram de ombros.

_ Pronta? – perguntou Leo – Os convidados já estão lá fora, e eu quero ver como está o jardim. Mas tio Kurt não nos deixa sair, disse ser ordem da tia Quinn.

_ Exato... – disse minha tia – Os convidados já podem ver. Vocês ainda não. Pedido da Annie.

Eu sorri, indicando que fossemos. Chegando lá, tio Kurt saiu correndo gritando que eu estava vindo. Deus, nem nos meus 16 anos vi tanta psicose pré-festa. Quando saímos no jardim, ouvi as respirações suspenderem atrás de mim.

Pelo jardim estavam espalhadas as fadinhas que haviam decorado a casa no meu 3º aniversário. E havia painéis cercando todo o local, com ampliações PeB das fotos da minha vida.

_ Foi isso que vocês aprontaram? – perguntou mamãe e eu e tia Quinn sorrimos cúmplices.

Enquanto eles iam ver tudo, eu fui com Rick cumprimentar os convidados. Primeiro meus seis avós e tio Kurt, tio Blaine, Dianna e Kane, filho mais novo deles. Depois, a família de tia Quinn e Richard (e teoricamente, minha também, considerando o tempo que eu e Richard estamos juntos).

Na mesa ao lado, estavam tia Britt e tio Artie, com as crianças não tão crianças. Harper estava com Chris, seu namorado e as gêmeas estavam dando comida para Carl, meu priminho de três aninhos. Junto deles, estava tia Tina e tio Mike com Lana e Jack, além de tia Sugar e tio Rory com Nigel e Nicole.

Mais algumas mesas e estava a família da tia Mercedes. Realmente me alegro que ela e mamãe tenham feito as pazes, eu realmente gosto dela. Noah e Tina estavam com namorados, apenas Samuel e Rachel, a caçula batizada em homenagem a minha mãe, não tinham namorados. Junto deles, estava Harmony, amiga de mamãe, com o marido e o filho.

Ao longo do caminho, fui encontrando amigos, família, pessoas que passaram pela minha vida desde meu nascimento. Quando encontrei meus pais e tios eles estavam em frente à mesa do bolo, admirando o grande painel atrás. Havia uma foto minha com cada um deles e ainda uma minha com meu pai Jesse.

_ Uma linda homenagem princesa! – disse papai me abraçando. Eu sorri, enquanto ouvia tio Kurt gritando:

_ O bolo está chegaaaaando!

O bolo tinha três andares: um rosa, um vermelho e um roxo. No topo a vela de 18. Em questão de segundos, todos haviam se aproximado e eu estava em frente ao bolo, com meus irmãos e primos a minha volta, e meus pais e tios atrás de mim, assim como Richard.

Ao fim do “Parabéns”, Rick me beijou e meu pai fez careta.

_ Se o tio Finn não agüenta isso, imagina quando ele vir a Cat e o Leo! – eu ouvi a voz inocente do Carl no colo do tio Artie. Opa, má idéia meu anjinho.

_ QUE? – berrou papai, olhando assassino para Leo.

_ Se é pra foder vamos todos juntos! – disse ele – Beth tá de rolo com Nigel e Lilian com Samuel. Dedei mesmo e agora corri!

Meu pai e tios saíram quase derrubando a mesa atrás dos três meninos, enquanto minha irmã e primas gritavam e meu irmão e o Luke punham fogo. Atrás de mim, mamãe, tia Quinn e tia Sant balançavam a cabeça, massageando as têmporas. Eu ri e as abracei.

_ E a nossa foto? – perguntei e elas sorriram. Nos aproximamos do bolo e elas me abraçaram, assim como quando eu era pequena: mamãe atrás de mim (me abaixei um pouco), tia Quinn de um lado, tia Sant do outro. Com o canto do olho, olhei para trás, o painel grande. Além de uma foto minha com cada um, havia uma grande ampliação, do meu primeiro aninho, com as três comigo assim.

O pai de tia Quinn, agora um senhor grisalho, não mais aquele homem de meia idade, se aproximou com a máquina e clicou. Não sei por que, mas acho que terei um grande porta-retratos no meu novo dormitório.

Elas me beijaram no rosto e eu me lembrei do que tia Quinn sempre falava. Não importa onde estivermos, teremos umas as outras. Eu as tenho, tenho minha família, tenho Richard. A vida pode ser cheia de surpresas, mas enquanto estivermos juntos, tudo estará bem. Afinal, a vida é inesperada não? 


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Notas finais do capítulo

É isso gente... O próximo capítulo são os agradecimentos.
Bejos ;@