Santana P.O.V

Sim. Sim. Quando eu ia imaginar que essa palavra mudaria tanto minha vida? Mas mudou. No momento em que eu aceitei me tornar a Sra. Sam Evans. Nunca havia pensado em casar. Talvez com o Dave, mas depois que terminamos...

Quinn e Kurt gritaram tanto que fiquei com medo de acordarem a vizinhança, porque Lynn eles acordaram e Shelby teve que subir correndo pegar a menina. Meus pais e os Evans nos cumprimentaram efusivamente, enquanto Puck e Finn davam uma chave de pescoço em Sam e brincavam que agora ele estava na coleira.

Apenas Rachel parecia alheia aos acontecimentos, mais ocupada em recolher o lixo da sala, até que Kurt lhe puxou pelo braço para a cozinha. Após um tempo, ele voltou com ela nos calcanhares. Ela me abraçou e disse estar feliz por mim. Me esforcei para acreditar.

E cá estamos nós, três meses depois. A empresa está em polvorosa, porque definitivamente não atendemos mais apenas Lima, Ohio. Claro, sempre fizemos os casamentos da região, mas agora, estamos organizando o primeiro casamento fora do estado. Um casamento em Seattle.

Quinn está tendo um ataque, revisando quatro vezes por dia todos os itens. Os noivos moram aqui em Lima, mas suas duas famílias e grande parte dos amigos em Seattle. Então os preparativos serão aqui, e todo o mais lá.

_ COMO EU VOU IMAGINAR UMA DECORAÇÃO EM UM LUGAR QUE SÓ VI EM FOTO? – gritava ela, enquanto Mary, nossa decoradora, tentava descobrir as ideias de Quinn – EU PRECISO VER O LOCAL, SENTI-LO! NÃO SEI O QUE FAZER DA CERIMÔNIA, REALMENTE NÃO SEI!

_ Eita pega Fabray. – murmurei assustada – Tá com falta daquilo?

_ Não, nenhum pouco, muito obrigado! – disse ela, bufando – Eu to, é com falta de ideia!

_ Q, bola alguma coisa que tenha a ver com a Natalie, o resto a Mary e o Paul adaptam para dar certo! – disse Rachel, no meio de todos os papéis e revistas de sua mesa. Paul era nosso cerimonialista, um rapaz gay na faixa de seus 35 anos e com uma mente brilhante.

Minha amiga loira bufou e sentou em frente ao computador, ligando a música no último volume. Here We Go Again, da Demi Lovato, era a música escolhida pelo casal para o vídeo de homenagem, pois era a música deles.

Logo Quinn digitava freneticamente e eu suspirei aliviada. Ela já sabia o que fazer. Me concentrei nos papéis sobre minha mesa. A ex de Sam, Anne, tinha entrado com um processo contra a empresa, nos acusando de golpe.

A acusação não tem sentido, os argumentos menos ainda. Mas o pai dela, sendo um figurão, conseguiu que levassem a palhaçada adiante. Agora, está cabendo a Charles, meu irmão mais velho, resolver essa palhaçada. E vai por mim, ele tem o que usar.

_ Com licença! – disse Ally batendo na porta – Finn pediu para vocês descerem para a cozinha. Eu preparei lasanha e ele trouxe para vocês almoçarem. Os meninos e Anabella já estão lá!

_ Obrigado Ally! – disse Q, se levantando junto de mim – Você não vem Rach?

_ Não, tenho que terminar o relatório para aquele abutre do contador da Portman. – disse ela, sem erguer os olhos.

_ Quer que eu traga um pedaço? – ofereceu Ally, receosa.

_ Seria adorável! – respondeu Rach, lançando um sorrisinho. Eita, que isso gente?

_ Devemos ficar preocupadas? – sussurrou Quinn enquanto saímos e eu dei de ombro. Nada é normal vindo de Rachel Berry.

Quinn P.O.V

Quando Ally saiu com Annie para levar a lasanha de Rachel, eu tive uma ideia.

_ Finn, você pode ficar com a Annie hoje? – ele confirmou e eu vi Puck dar um sorriso sapeca – Nananão mocinho, você vai ficar na sua casa. E você também Evans!

_ Por quê? – perguntaram os dois, fazendo bico.

_ Para nós sairmos com a Rachel, passar um tempo com ela. – disse Sant, pegando minha ideia no ar.

_ Eu acho uma ótima ideia! – disse Finn, com a boca cheia de lasanha – Bells tá reclamando muito da ausência da Rachel. Ela melhorou bastante do fim do ano, mas ainda dá pra ver que ela tá estranha.

_ Ela sente sua falta também Hudson! – disse Q, mas ele fingiu não ouvir e engatou num assunto com Ally, que entrava sem Annie.

A tarde, eu e Puck fomos até a loja, ver os últimos detalhes para uma festa de quatro aninhos em Fort Wayne. Ele queria ver se a decoração de pirata estava em ordem, já que na última festa haviam quebrado o papagaio falante.

Desde nossa viagem, eu tenho cada dia mais certeza que Puck é o cara certo. Ele é totalmente oposto a mim, e por isso batemos bem. Ele é calmo, pensa antes de agir, não se exalta facilmente e é totalmente centrado no que quer. Eu não. Sou agitada, impulsiva, perco a cabeça com um A e não me concentro 100% em nada. Só combinamos no ciúmes: ai é difícil dizer quem é pior. Todas as nossas brigas tiveram como motivo o ciúmes (e uma vez o sumiço do meu DVD do DVD das Relíquias da Morte parte 2).

_ Sabia que você fica muito fofo quando está lidando com festas infantis? – eu perguntei, enquanto ele listava os artigos no estoque. Eu estava sentada em cima de uma carruagem da Cinderela, e ele havia tirado a camisa, revelando aquele abdômen de deus grego.

Ele riu, batendo a poeira da calça e jogando a prancheta em cima do chapéu de um pirata, enquanto vinha até mim. Ele parou entre minhas pernas, ficando com o rosto na altura do meu e me beijando.

_ Você vai contar pra Rachel hoje? – perguntou ele e eu neguei.

_ Ela ainda tá assimilando o noivado da Sant, não quero dar mais algo no que ela pensar. E também, eu ainda não vou me mudar. Pelo menos até a Sant casar, eu vou continuar na nossa casa. Depois, começamos a arrumar as coisas pra morarmos juntos.

_ Mas ainda tem seis meses até a Sant casar! – disse ele, com um bico e eu ri.

_ Nós temos o resto da vida Puck. – eu beijei a ponta do seu nariz – Eu não tenho pressa de morar junto, já disse. De casar, menos ainda. Eu quero curtir nosso namoro, curtir esse começo, porque de vida domestica já to saturada!

Ele riu, me abraçando mais forte e me aninhando a ele. Eu queria morar junto com ele, mas não queria novamente uma rotina. Eu estava amando a imprevisibilidade da minha vida, que eu sempre fiz questão de ter em meu controle.

E também tinha o casamento da Sant, o crescimento espetacular da empresa e a Rachel. Eu estava tentando manter tudo em ordem, e cuidar do meu namoro. E acho que estava fazendo um trabalho razoavelmente bom.

_ Agora vamos, que eu tenho que me arrumar pra sair com as meninas! – eu disse, depois de um tempo.

_ Ah fadinha... – resmungou ele – Nem um pouquinho de açúcar pro seu alazão?

_ Que isso Puck? Andou assistindo Shrek com a Annie de novo? – eu perguntei gargalhando, enquanto ele me puxava e deitava no chão – Você não presta Puckerman. – ele riu – Mas tampa a cara do Barney, que eu não vou fazer nada com ele olhando para a gente!

Rachel P.O.V

Quinn me ligou avisando que estava atrasada, mas que já estava chegando. Algo relacionado com um Barney. Não quero nem imaginar o que se passou.

_ Cadê a Q? – perguntou Sant, descendo com um vestido preto e colocando os brincos.

_ Algum contratempo relacionado ao Barney. – eu respondi e Sant me olhou assustada – Vai entender.

_ Cheguei. – gritou Q, entrando em casa descabelada – E só a prol de curiosidade, o Barney tá inteiro! Acho.

_ Vai pro banho Fabray. – disse Sant, empurrando-a escada acima – E depois você vai me explicar o que você fez com o pobre dinossauro!

_ Você tem certeza que quer saber o que ela fez com o Barney? – perguntei e ela deu de ombros.

Quinn pra variar se banhou e arrumou na velocidade da luz, e logo descia as escadas com uma camisa branca, colete jeans, shorts e sapatilha, finalizando sua trança.

_ Vamos, vamos, vamos que eu to com fome! – disse ela, saltitando até a porta – E Sant, eu dirijo.

_ No estoy dispuesta a morir Fabray! – resmungou ela, apanhando a bolsa.

_ Rach, fala pra ela ficar quieta! – resmungou Q, e eu ri.

_ Deixa ela dirigir Sant. Até parece que ela é má motorista!

Quinn lhe lançou a língua e correu até o carro, conosco rindo atrás.

_ Muito bem babys... Pra onde? – perguntou Q, ligando o carro.

_ Qualquer lugar com comida! – respondeu Sant – Eu to azul de fome!

_ Goooooooooooooooooooooooooooorda! – cantarolou Quinn, saindo com o carro – Vamos ao Poy’s.

Poy’s era um restaurante de porções, como Quinn chamava (pra mim e Sant sempre foi um bar, mas é a Q né). A loira ama fritas, polenta, frango a passarinha... Qualquer coisa que venha em porção e frita, ela curte!

Entramos e pedimos fritas, frango, cebola, salada e outras coisas que Sant queria. Q a olhava de sobrancelha erguida, e eu não entendia por que. Até que ela perguntou.

_ Qual foi sua última menstruação?

Eu engasguei com a coca e Sant arregalou os olhos. Será possível? Eu vi Sant fazer as contas e responder. 31 de janeiro. Já estamos em 15 de março.

_ Eu gostaria de entender qual é a proibição de vocês com camisinha! – resmungou Q, enfiando as batatas recém-chegadas na boca – Ou com pílula. Contracepção é algo permitido por lei sabem?

Eu vi Sant ficar pálida e me senti mal. Eu sabia bem como era aquilo. Quinn percebeu a situação e pegou Sant pela mão.

_ Não vamos pensar nisso agora ok? – e minha amiga concordou – Por hoje somos apenas três amigas, comendo e se divertindo. Amanhã de manhã nós pensamos sobre o assunto.

Depois disso a noite ficou um pouco mais travada, mas elas fizeram o possível pra esquecer o assunto e eu também. Quando saímos de lá, Q parou na locadora e pegou uma comédia romântica.

Chegando em casa, eu e Sant fomos nos trocar, enquanto Quinn preparava pipoca e brigadeiro. Sant vomitou com o cheiro de pipoca, mas comeu gratamente o brigadeiro. Ela disse que era seu primeiro enjôo e eu disse que podia ser nervoso. Me comprometi a passar na farmácia de manhã pegar um teste para ela.

O filme era até legal. Era uma comédia com a Emma Watson e o Rupert Grint, repetindo depois de anos a parceria em Harry Potter. Q não poderia estar mais feliz. Ela ama os dois, amava Rony e Hermione e agora ama Louis e Catherine, os personagens deles no filme.

Sant acabou adormecendo, pra variar, com a cabeça no colo da Q. Ela não tem muito pique pra filmes, e acaba dormindo até no cinema se não tiver algo (Sam) pra mantê-la desperta.

Quando o filme acabou, Quinn estava pingando também. Eu subi, apanhei cobertas e voltei ao sofá cama, pra encontrá-la já adormecida, deitada ao lado de Sant. Deite-me ao lado delas e joguei o lençol sobre nós. Eu me peguei desfrutando aquele momento, que até sete meses atrás era corriqueiro. Eu sabia que não haveria muitos mais.

Olhei para Sant, ressonando baixinha com uma das mãos sobre a barriga. Ela estava grávida, não era preciso nenhum teste. Só de a Quinn ter percebido já dá pra confirmar. Eu estendi a mão e coloquei sobre a dela.

Ela tinha dado o próximo passo. E Quinn logo iria dar o dela. Mas e eu?