O dia estava amanhecendo. Eu não poderia ficar mais tempo ali. Logo todos iram acordar. Despedi-me de Bella através de um olhar e sai pela janela.  Corri feito um louco alucinado floresta adentro. Sentia-me feliz como jamais estive em mais de 100 anos. Bella devolveu alegria a minha existência. Demorei um tempo na floresta e quando cheguei em casa apenas Esme se encontrava.

_ Bom dia mãe. – eu disse beijando-lhe a face.

_ Bom dia querido. – ela disse sorrindo.  _ Qual o motivo para tanta felicidade? Será a humana?

_ Sim. – Falei sentando-me no sofá da sala. _ Finalmente a encontrei.

_ Meu filho eu fico tão feliz por te ver assim. Apaixonado. Eu já amo essa menina apenas pelo fato dela ter te trazido seu sorriso de volta.

_ Apaixonado? – eu repeti incrédulo. _ Não mãe, não pode ser. Eu vi Bella criança.. e..

_ Ela não é mais criança meu filho. – Esme disse sem tirar seu sorriso angelical do rosto. _ De amor eu entendo Edward. E o que você sente por essa menina é o mais puro dos amores. Eu vi o quanto você ficou triste depois que ela sumiu há anos atrás. E também estou vendo a felicidade estampada em seu rosto agora que a encontrou. Isso é amor.

_ Obrigada mãe. – eu lhe abracei.  _ Agora eu tenho que me trocar para ir para escola. Quero vê-la o mais rápido possível.

Esme sorriu e eu fui ao meu quarto tomei um banho rápido e me vesti. Peguei meu volvo na garagem e segui rapidamente para a escola. O carro de Bella ainda não estava no estacionamento. Fiquei dentro do meu carro esperando por ela. Poucos minutos depois vi o Kia vermelho se aproximando. Esperei ela estacionar e sai do meu carro. Cumprimentei-lhe e seguimos juntos para dentro do prédio. Para minha felicidade teríamos aula de inglês juntos.  Bella estava linda, com seus cabelos soltos, e roupas bonitas. Mas mesmo se ela se vestisse com trapos continuaria estonteante.

POV Bella

Demorei a conseguir dormir. A todo o momento a imagem de certo cara de cabelos cor de bronze invadiam a minha mente. Edward. Algo nele me era familiar, eu me esforçava para lembrar, mas não consegui. Depois do jantar subi para o meu quarto e fiquei deitada em minha cama olhando para o teto sem conseguir parar de pensar nele. Ele mal chegou à cidade e já fez esse rebuliço todo em minha mente. Há muito custo o sono me dominou e eu enfim consegui dormir.

Sonhei com ele a noite inteira. Estávamos em um lugar lindo, tipo uma clareira em meio à floresta densa. Um lugar coberto por flores do campo. Eu e ele estávamos deitados na grama olhando um para o outro, mas sem falar nada, pelo menos não com palavras. O sol batia em nossos corpos, e a pele de Edward tomou um brilho intenso. Como se milhões de diamantes estivessem sobrepostos em sua pele alva. Embriagava-me com o perfume das flores e o de Edward. Ele aproximou-se de mim e selou nossos lábios em um beijo delicado. A suavidade de seus lábios contra os meus me fizeram arrepiar. Sentia-me levitando. O mundo poderia de certo acabar e eu nem ao menos notaria tal fato.

Acordei suada e estranhamente sentia o perfume de Edward no meu quarto. Provavelmente os efeitos do sonho ainda não haviam passado. Levantei e fui tomar um banho para despertar. Tomei meu café rapidamente, pois já estava atrasada para a escola. Liguei o meu bebê e segui para mais um dia de aula, ou melhor, mais um dia de Edward.

Ainda no estacionamento o encontrei.   Ele também havia acabado de chegar. Senti meu corpo inteiro se arrepiar apenas em vê-lo. A beleza daquele ser era inacreditável. Ele estava sozinho e veio falar comigo. Seu hálito fresco e o seu sorriso perfeito me deixaram um tanto quanto desnorteada. Fomos para nossa aula conversando.

Alguns meses se passaram...

Já era dezembro. Fazia muito frio e nevava muito em Forks. A cada dia que passava eu ficava mais apaixonada por Edward. Sim, eu me descobri apaixonada por aquele homem deslumbrante. Tornamos-nos grandes amigos. Conheci sua família e todos foram muito simpáticos comigo, a não ser Rosalie. Mas Edward me falou que ela é assim mesmo. Meus pais gostaram muito de Edward. Minha mãe vivia lhe convidando para ir lá em casa. E ele sempre ia. Algo que me deixava extremamente feliz. Eu também ia com freqüência na casa dos Cullens. Alice, irmã de Edward havia se tornado uma das minhas melhores amigas. Morria de rir com as piadas de Emmett.

Edward um dia me chamou para ir a um lugar e disse que era surpresa. E que seria um lugar para me lembrar de algo. Mesmo não entendendo nada fui com ele em seu carro. Paramos no começo de uma trilha e tivemos que andar por cerca de 100 metros. Edward levava uma bolsa com algo que não me deixou ver. Chegamos ao lugar. Era um lago congelado no meio da floresta de Forks.

_ Edward? – eu murmurei incrédula. O lugar era absurdamente lindo.

_ É para você lembrar. – ele disse me olhando fixamente. Ele tirou dois um par de patins para o gelo de dentro da bolsa que ele carregava e me entregou. _ Vamos calce e vá patinar. – ele disse sorrindo. Quem é que diria não?

Calcei os patins e comecei a deslizar no gelo. Mesmo depois de tanto tempo sem fazer isso eu ainda lembrava, é como andar de bicicleta, você nunca esquece. Edward sentou-se em algumas pedras que havia ali e ficou me observando patinar. Desliguei minha mente e me pus apenas a patinar. Mas lembranças me vieram à mente. Um lago, uma noite fria, Alaska, o gelo se partindo, eu afundando na água assustadoramente gelada, e um anjo. O anjo que me salvou e que velava meu sono. Aqueles olhos cor de Whisky, aquela pele clara, eu nunca conseguia lembrar com clareza de seu rosto... Edward.

_ EDWARD!!! – eu patinei o mais rápido possível para onde ele estava sentado. Ele me olhava de maneira intensa.

_ Você lembrou? – ele perguntou sério sem afastar seu olhar do meu.

_ Lembrei. – eu disse saindo do lago e me aproximando dele.  _ Era você. O anjo que me salvou. Você... Era você que eu via sempre antes de dormir... Como?

_ Bella eu não sou um anjo. Muito pelo contrário. Eu estava caçando no dia que te vi pela primeira vez lá no Alaska. Você era apenas uma garotinha e estava patinando em um pequeno lago congelado enquanto cantarolava uma canção. Eu me encantei por sua voz e pela melodia que ecoava pela floresta e fui até onde você estava. Fiquei um tempo apenas te observando, e acabei me distraindo e não ouvi quando o gelo se partiu. Só vi você afundando naquela água gelada. Eu fiquei desesperado e corri para te salvar. Mas eu não poderia ser visto pelos seus pais então te carreguei até a soleira da porta e bati para que viessem te ajudar. Mas eu não fui embora. Fiquei escutando tudo escondido na floresta até ter certeza que você estava bem.  Depois fiquei indo até a sua casa durante a noite. Para cuidar de você, e não deixar nada de mal te acontecer. Mas eu não poderia e nem deveria ficar tão perto de humanos. Resolvi me afastar de você. E consegui por alguns dias. Mas a vontade de estar perto de você foi maior do que meu senso de segurança. Mas quando cheguei a sua casa não havia mais ninguém. Você tinha ido embora com sua família e eu fiquei sem saber o que fazer. Não poderia ir te procurar. Era o melhor para você ficar longe de um monstro como eu. E depois de todos esses anos o destino te colocou novamente em minha vida. Eu não sei o que eu fiz para merecer isso, mas fiquei imensamente feliz de poder estar novamente perto de você. E agora me vejo amando você, não da mesma forma que antes. Antes era um carinho, uma sensação de que deveria te proteger. Mas agora é amor de um homem para uma mulher. Algo que eu não consigo controlar e não deveria ter por você, não é seguro. Resolvi então fazer você se lembrar de tudo. E assim você decidir se me quer por perto ou não. Apenas uma palavra sua e eu fico ou desapareço para sempre de sua vida. Apenas uma palavra Bella.

Quando Edward terminou de falar eu não sabia nem o que pensar. O anjo que me salvou da morte eminente era ele. O homem por quem estou apaixonada. E que pelo o que entendi também está apaixonado por mim.

_Edward... eu.. – não pensei duas vezes, voei em seu pescoço, me senti indo de encontro a um muro, mas não me importei. E o beijei como no meu sonho. Um beijo terno e que demonstrava todo o amor que sentíamos. Quando separamos nossas bocas, ele me olhava de uma maneira que me fazia querer chorar de tanta felicidade.

_ Isso é um sim? – ele disse com aquele sorriso torto que deixa qualquer um não saber nem como se respira.

_  Sim. Eu te amo. – eu disse também sorrindo.

_ Te amo minha Bella.

FIM

O fim, no final das contas, não é um ponto final. Vivemos no presente, com lembranças do passado e esperanças para um futuro. A vida segue, coisas acontecem. E o que vem depois para Edward e Bella? Bem, isso já é outra estória...