Só era escutado o som do vento mexendo com as árvores ao redor, e as músicas de rock sendo tocadas na rádio. O céu escuro com estrelas e uma lua brilhantes, era apenas cheio de uma atmosfera romântica. Jade e Beck estavam sentados no capô do carro da Jade, ambos abraçados, aproveitando o ar fresco da montanha e a vista perfeita da cidade a sua frente.

– Eu não acredito que me levou até aqui, Beck. – Jade disse suavemente, ainda surpresa. Sim, por mais que era difícil admitir, aquele lugar era lindo. E ficava mais lindo ainda, com o Beck ao lado dela.

– Eu também não. – Ele sorriu, olhando nos olhos dela, que estavam mais brilhantes que o habitual. E ele não sabia distinguir se era por ela ter gostado realmente daquele lugar, ou se era por que ela havia conseguido um momento a sós com ele.

– Quando você descobriu aqui? – Jade pediu, encostando sua cabeça no ombro dele. Eles estavam cercados de árvores, tudo era muito perfeito...

– Foi no ano passado, quando eu voltei do Canadá, meu pai me levou aqui e me disse que ele e minha mãe se encontravam quando eram jovens. – Ele fitou o horizonte.

Ambos voltaram ao silêncio, apenas aproveitando o calor do corpo um do outro. Beck desenhava círculos suaves em torno da cintura dela, com o dedo. Era tão silencioso que chegava a ser estranho, não o clima com eles, pois eles gostavam de silêncio, mas sim, um lugar como Los Angeles, ter um canto tão pacífico sem som de buzinas de carros importados, ou pessoas ocupadas e ignorantes andando apressadas.

– É lindo, não é? – Beck perguntou. Jade fez que sim com a cabeça, pensando, que se falasse estragaria o clima. Ela só queria aproveitar ao lado dele, pelo menos uma vez, pelo menos por alguns minutos, para eles terem um momento calmo, dócil e perfeito...

A música da rádio antiga mudou, dando espaço para um rock de perfeita harmonia com o momento, um sucesso dos anos 70 com toda a certeza. Beck sorriu, se levantando do carro, pegando a mão da Jade e a puxando delicadamente para o chão, ela se perguntou o que ele estava fazendo, mas mesmo assim ela deixou ele a guiar.

Beck a puxou para perto, a fazendo sorrir quando ele passou suas mãos pela cintura dela. Jade entendeu a mensagem e passou seus braços ao redor do pescoço dele. Começaram a dançar suavemente, ao ritmo de Wild Horses.

Ela encostou a cabeça no ombro dele, fechando os seus olhos. Era raro, Jade refletiu, que ela e Beck tiveram momentos de paz, simples, sem qualquer tipo de briga ou conflito. Coisas que eram raras, tinham que se aproveitar sempre, por isso, Jade deixava o lado durão dela esquecido, quando isso acontecia.Era perfeito de mais para ser estragado...

– Você algum dia, pensou que talvez, me largaria? – Ela perguntou do nada, tendo a notícia de que esse poderia ser o último momento doce deles. Ela o fitou, sentindo que precisava saber a resposta. Ele inicialmente tomou um susto pela pergunta, pensou e nada veio a sua mente. Beck suspirou e olhou novamente nos olhos dela.

– Sim, eu não vou mentir. – Ele a deixou um pouco triste agora. – Mas, quando eu pensei nisso... Eu me arrependi.

– De verdade? – Ela perguntou, tendo esperanças em sua alma. Jade fechou com mais força os olhos.

– De verdade. – Ele sorriu suavemente, beijando a testa dela.

– E por que se arrependeu? – Ela quis saber. Ele a puxou para mais perto ainda, mesmo que isso fosse impossível. Ambos se sentiam únicos, apenas um. Uma alma em dois corpos.

– ... Por que eu sabia, se algum dia eu te deixasse, coisa que não aconteceria nunca, mas se acontecesse eu saberia que nunca, nunca na vida, acharia alguém tão perfeita e tão incrível para mim como você é, Jadelyn West. – Ele disse, passando o dedo em volta do anel de compromisso dele, era apenas um hábito que ele havia obtido ao pensar nela. Jade olhou um pouco surpresa com ele.

Dessa vez, ela não brigou por ele a ter chamado pelo nome completo. E Jade normalmente odiava isso. Mas, ignorar agora seria bastante aproveitador, pois ela estava descobrindo coisas interessantes.

Ele se lembrou do que havia passado durante todos esses anos, meses e semanas. Tudo foi tão bom. Era impossível negar. Jade se lembrou das últimas duas semanas, desses momentos com ele, ela não agiu como agiria normalmente, ela se tornou doce e ele também. Ambos queriam aproveitar o tempo um ao lado do outro, sem briga nenhuma. E eles meio que conseguiram isso... Mas é claro que eles tiveram suas habituais lutas como : "Você não notou a nova mecha que eu fiz! Você está agindo como se não se importasse como eu estou vestida?" - "Ela não estava flertando comigo! Eu estava apenas a devolvendo um livro que eu peguei!”. Mas fora isso, as coisas foram bastante calmas com eles durante essas semanas.

– Lembra, daquela tarde que eu terminei com você por causa da Allycia Valghunn? – Ela perguntou.

– Oh, nem me lembre disso... Foi como os dois piores dias da minha vida. – Ele respondeu, dando outro beijo em sua testa.

– Ah, claro... – Ela resmungou, e se inclinou para olhar nos olhos dele. Jade respirou. – Eu me senti mal, Beck... Muito mal. E... O que você sentiu?

– Dor, tristeza e... Arrependimento, é claro. – Ele foi sincero.

– Como se sua vida estivesse... De cabeça para baixo? – Jade perguntou, com esperanças. Esquecendo sua reputação malvada, ou de seu famoso sarcasmo.

– Isso mesmo. Como, se algo faltasse e me deixaria infeliz para o resto da vida com isso. – Beck olhou nos olhos dela. Ela sorriu.

Era apenas uma indireta, de que se ela não estivesse na vida dele, ele se sentiria infeliz.

– Foi isso o que eu senti também. – Jade disse suavemente.

Uma nova onda de esperanças surgiu no corpo dos dois, eles sentiam, não só sentiam mais como tinham, toda a certeza de que haviam sido feitos um para o outro.

– Eu amo você. – Beck disse, mais certo do que nunca na vida. Era a única coisa que ele poderia afirmar, com todas as células do seu corpo concordando, ele tinha a certeza absoluta que amava ela. Ele sempre teve, desde o primeiro eu te amo.

Jade falou algo que havia o surpreendido novamente naquela noite. - Eu também te amo Beck, te amo bem mais do que possa imaginar.

Ela se reencostou-se no corpo de Beck, balançando com a música, e por um segundo, eles estavam exatamente como qualquer outro casal. Ela suspirou, sentindo-se inteiramente relaxada pela primeira vez em algum tempo.

– Eu estou tão feliz por ter você aqui comigo. – Beck sussurrou no ouvido da Jade, depois de segundos que pareciam horas, mas sim, as melhores horas das suas vidas.

– Eu também. – Ela o respondeu, também sussurrando. Ambos sorriram, pois sabiam que agora estavam em seu mundinho.

Seu maravilhoso mundo, em que só havia os dois ali. Onde tudo dava certo, onde não haviam viajens para o Canadá, ou não haviam uma Tori para atrapalhar, onde não haviam problemas da escola, ou algum grupo de amigos estranhos, onde não havia meninas que flertavam com o Beck, ou homens interessados na Jade, onde não haviam problemas com os pais ou brigas, e até mesmo problemas com a quantidade de copos de café por um dia.

Onde era apenas os dois ali, aproveitando e admirando completamente seus raros momentos em paz.

Eles de alguma forma, sentiam que a história deles estava apenas começando e de que algum jeito, como um cliclo vicioso, ou como uma jogada repetitiva do destino, sempre ficariam juntos. Destinados como positivo e negativo, Yin e Yang, como um imã que se atraí toda a vez.

Tanto Jade como Beck tinham certeza disso, eles se beijaram apaixonadamente, pois sabiam que para a eternidade, seriam destinados a viverem um ao lado do outro.

– Beck... – Jade o chamou,com um pouco de incerteza em sua voz.

– O que foi? – Ele perguntou docemente, a abraçando mais apertado. Não querendo largá-la. Na verdade, ele nunca quis.

– Eu me lembro, de um dia, em nossa segunda semana de namoro, em que você me disse que não erámos um casal perfeito, e me beijou logo em seguida. E-eu tive vergonha de perguntar, mas Beck... Por que não somos um casal perfeito?

– Jade, é pelo simples fato de que não existe um casal perfeito, ninguém forma um casal perfeito. O amor não precisa ser perfeito, ele só precisa ser de verdade. – Ele sorri suavemente para ela.

Ela pisca suas lágrimas que estavam a um tempo sendo seguradas, as deixando caírem pelo rosto, formando um borrão preto na bochecha. –E por que não podemos mudar isso e nos transformar num casal perfeito?

Ele sorriu, enquanto se inclinou para beijá-la da maneira mais apaixonante o possível. – Jade, não existe casal perfeito. Existe nós dois. Que somos um para o outro, perfeitos.