Jade gostava de dominar qualquer coisa. Desde pequenas tarefas, a beijos incontroláveis. Ela apenas gostava de dominar.

– Você me ajudaria na peça? – Eu a pergunto. Verdadeiramente eu não precisava de ajuda, mais de qualquer forma eu queria passar mais tempo com ela. Agora você pode achar que passamos muito tempo juntos, mais não é verdade. Apenas alguns finais de semana, a ida e volta para a escola... Bom, apenas isso.

– Você não precisa de ajuda. –Ela disse jogando os seus livros dentro do armário.

– Ah, eu preciso sim. – Eu segurei o braço dela – Vamos?

– Não. Beck, você é um bom ator. Não precisa de minha ajuda.– Ela simplesmente me disse. Ainda em um tom frio de voz.

– Por que eu não posso ficar no teatro sozinho, durante algum tempo com minha namorada? – Eu disse, um pouco mais baixo. Parece que ela havia entendido.

– Já passamos muito tempo juntos. – Ela se virou para mim.

– Jaaade. – Eu resmunguei.

– Não. – Ela cruzou os braços.

– Aé? – Eu perguntei, sorrindo maliciosamente. Eu comecei a irritá-la.Eu gostava disso.

– Não. – Ela debochou.

– É sim por bem ou por mal. – Eu disse, ajeitando minha mochila no ombro. E de um jeito eu consegui a carregar no colo. Era claro que imediatamente ela começou a se debruçar e me bater gritando que queria sair. Mas, isso estava ficando divertido. Eu estava a dominando, e ela odiava isso.

– Beck me solta. – Ela disse balançando rapidamente as pernas. Ficava cada vez mais difícil carregar ela no estilo “lua–de–mel”.

– Não. Vamos no teatro. – Eu disse.

– Nããããão. – Ela resmungou. Daquele ponto em diante,nos dois já sabíamos que eu havia ganhado a guerra.

Eu passei pelo corredor ainda a carregando, Jade não era tão pesada assim. Talvez eu já estivesse mais do que acostumado em carregar ela, eu fazia
isso sempre. Enquanto íamos, arrancávamos alguns olhares curiosos.

– Beck! – Tori chegou na nossa frente sorridente. Ela olhou para baixo – E Jade.

– Oi. Tori! – Eu sorri de volta. Jade se movimentou nos meus braços para ver a cara de confusão da Tori.

No mesmo segundo, ela fez um olhar de indignação. Tori deveria estar pensando : “Por que diabos o Beck está carregando a Jade?”.

– E bom, vejo que se casaram mais cedo do que o esperado. –Ela disse com um sorriso. Tentando fazer uma piada sobre o jeito em que Jade estava sendo carregada.

– Infelizmente, ainda não casamos. – Jade disse, antes que eu pudesse explicar. – Eu só estou curtindo ser carregada na escola pelo meu namorado.

Eu sorri. Tori também. Ela passou a mão pelo cabelo, sorrindo de volta.

– Ok, vejo vocês mais tarde. – Ela disse, saindo. Ainda dava para ver que ela estava preocupada com a nossa sanidade mental.

Não demorou muito para chegarmos lá, e nisso ela já estava em pé. Ok, Jade havia pulado de alguma forma dos meus braços, se recusando a continuar
sendo carregada.

– Desde quando colocaram um piano aqui? – Ela me perguntou,jogando sua bolsa em cima do piano, enquanto se sentava no banco que o acompanhava.

– Bom, ontem o primeiro ano teve uma peça de Beethoven. – Eu expliquei, me sentando ao lado dela.

– Vou te ajudar ou não? – Ela fez aspas na palavra ajudar. Eu sorri, colocando um dos meus dedos em uma tecla do grande piano.

– Não.

– O que? – Ela me pergunta com uma sobrancelha levantada. –Como assim não? Eu vim até aqui para nada?

– Jade primeiro você não veio, você foi carregada o caminho todo por mim. Segundo, eu quero fazer outra coisa. – Eu disse.

– Aah. Beck! – Ela revirou os olhos.

Eu comecei a tocar,era uma música que nos dois conhecíamos muito bem. Ela se surpreendeu.Continuei tocando, até que deu o tempo dela cantar.E bom, não foi isso que ela fez.

– Talvez eu possa te ouvir cantar? – Eu pergunto sutilmente. Ela sorri.

Eu recomeço a música, e então finalmente...

– I never thought that you would be the one to hold my heart... – A voz que antes era fria,indiferente e sarcástica da Jade, se tornou perfeitamente uma voz doce e calma. Era maravilhoso ouvir isso. Eu não pude evitar um sorriso.

– You came around and you knocked me off the ground from the start... – Ela continuou. Ainda lembrávamos-nos dessa música, como se tivéssemos ensaiado ela umas duzentas vezes ontem. - You put your arms around me And i believe that it's easier for you to let me go ...

 Ela estava cantando tão bem, interpretando a música perfeitamente. As feições dela estavam claramente calmas,combinando com a voz suave...

– You put your arms me and i'm home ... – Eu imediatamente parei de tocar, e beijei seus lábios. Não agüentaria ver ela cantando mais assim, eu tinha que a beijar. Retornar ao pensamento de que ela maravilhosamente única, era só minha.

Um beijo intenso,doce e calmo. Era assim que nos beijávamos, lógico que tinham situações especiais que eram beijos necessitados,famintos, e descontrolados. Eu era viciado nos lábios dela, tão macios e doces...

– B-Beck! – Ela disse parando o beijo por falta de ar. Ofegante ainda. Não sei ainda o motivo, mais ela não conseguia parar de sorrir.

– Desculpe, eu não consegui me controlar. – Eu fui sincero. Ah, Jade... Se um dia você entendesse uma mente masculina...

– Beck, temos meu quarto, e seu RV todinho durante todas as noites. Apenas espere até chegarmos lá, ok? –Ela disse enquanto voltava ao piano.

– Ok. Desculpe. – Envergonhado. Então, como não consegui pensar em nada melhor que inclua roupas,eu voltei a tocar com ela.

– How many times will you let me change my mind and turn around? ... – Ela continuou da parte que paramos.

Eu virei seu rosto gentilmente para mim, a puxando novamente para um beijo. Intenso,doce e ainda sim calmo.Ela parecia estar odiando a idéia de parar no meio da música várias vezes. Mas mesmo assim, parecia que ela estava adorando me beijar.

– Qual é o seu problema? –Ela me perguntou. Engraçado, ela beijava  tranquilamente, e no final ela  se tornava uma fera comigo.

– Estar viciado em te beijar é um problema? – Eu perguntei,minha tentativa de fazer uma piada foi boa, Jade sorriu. Ela estava mostrando um lado doce e gentil comigo. E eu amava isso.

– Talvez. – Ela disse sorridente, enquanto me puxou pela nuca e me beijou.Como eu havia dito, Jade amava dominar, desde pequenas tarefas, a beijos incontroláveis.