Após um tempo participando do combate de hidrocores, Ian percebeu duas coisas:

A) Aquilo não iria leva-los a lugar nenhum;

B) Aquela não foi à ideia mais sensata que eles já tiveram, já que brincar com canetinhas fez com que o rosto deles parecesse um arco-íris bagunçado.

Certo de suas conclusões, ele sugere:

–Que tal um intervalo?

–Claro, - diz ela sorrindo. – Eu ganhei de qualquer jeito.

– Como você ganhou se a sua cara esta toda riscada?

– E a sua? Se a minha esta riscada, a sua esta o que? Rabiscada?

Os dois riram ao ver o quão ridículo isso tinha soado.

– Parece que um unicórnio vomitou na gente. - diz a menina ainda rindo.

– Um unicórnio grande. - completa ele.

Os dois gargalharam novamente.

–Sabe de uma coisa?- diz ele. - Faz muito tempo que eu não vejo a velha Amy.

–Velha Amy? Falando assim até parece que a gente se conhece há uns 80 anos.

Ele abriu um sorriso.

– Eu quis dizer a de antes da busca pelas pistas. – ele se sentou ao lado da menina, que estava em sua cama, encostada na parede. – Mas especificamente, do dia em que nos conhecemos...

– Na festa de Grace. - completa ela virando-se para poder contemplar os olhos cor de âmbar que a observavam como se encarassem uma criatura desconhecida.

Ele aumentou o sorriso.

– Então você ainda se lembra?

–Como eu poderia esquecer o dia em que eu troquei a poltrona confortável da biblioteca da mansão por uma festa?

– Achei que você gostava das festas da Grace.

– Claro, até porque, eu amo ver multidões de parentes distantes reunidos para confraternizar sobre o mesmo teto.

–Se servir de consolo, eu e a Nat também fomos obrigados a ir. Tentamos ficar doentes umas duas semanas para não ir.

– Quem disse que eu fui obrigada a ir?

Ele a olhou com um olhar confuso ,o que a fez rir.

– Isso, - diz ele.- Ria da minha desgraça. Mas, antes disso, poderia explicar?

–Grace. Ela que me fez mudar de ideia. Ela disse que tinha muita gente tinha vindo de muito longe e queriam me conhecer. Aí eu não tive como dizer não. Mas tecnicamente, eu não fui obrigada.

– Uau, e eu achando que te fazer mudar de ideia era um esporte olímpico.

– Só mesmo a Grace pra me fazer mudar de ideia mesmo. Mas eu admito que o vestido de princesa ajudou um pouquinho.

Os dois sorriram.

– Eu me sentia uma princesa com aquele vestido.- diz ela.

Ian olhou profundamente naqueles olhos cor de jade, e antes que conseguisse pensar, disse:

– Você é uma princesa.

Ela riu.

–Com certeza, - disse ela em tom de brincadeira. - Agora só falta eu achar o meu príncipe encantado.

Naquele exato momento, eles estavam muito próximos. E por um impulso, ele diz:

– Acho... Acho que você já achou.

– Ian, o que voc...

Antes que ela pudesse terminar a frase, ela foi interrompida por uma algo.

Os lábios de Ian Kabra junto aos seus.