Changes escrita por Bruna Pattinson


Capítulo 1
Lost


Notas iniciais do capítulo

Bom, comecei a escrever essa fic agora, o começo é bem deprimente, mas não vai ser assim por muito tempo. Espero que gostem.



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Fugir. Era isso o que eu estava fazendo. Fugindo dos problemas, pois não achava soluções. Nunca pensei que eu poderia ser tão fraca. Nunca fui de demonstrar fraquezas, nenhuma que fosse. Mas agora, eu estou perdida, desolada. Sem o Thony, eu perdi tudo, ele era tudo o que eu tinha. Agora não me resta mais nada. A única pessoa que eu podia contar, se foi. Única família, único amigo... "Posso ser o que você quiser, é só me dizer." Ele quase cantava. Mas ele se foi como todos os outros. Ele se foi para nunca mais voltar. Os outros, bom, pelo menos ainda estavam vivos. Ele agora não passa de uma lembrança. Uma lembrança boa, mas que no final dizia que eu estava sozinha, que não me restava mais ninguém realmente.

Meu nome é Isabella Swan, tenho 17 anos, moro em Los Angeles, Califórnia. A minha história não é tão icomum... Eu sou só uma garota desleixada do mundo, rejeitada. Morei na mesma cidade desde que nasci, sempre conheci as mesmas pessoas, que pelo visto, nunca gostaram de mim. E eu também nunca gostei delas. Triste, eu sei. Nunca fui de ir pra festas, não tinha muitos amigos. Na verdade um dos poucos amigos que eu tinha era meu irmão, Anthony. Ele era meu melhor amigo. Até um maldito motorista bêbado tirar-lhe sua vida. Tirar a vida de uma pessoa tão pura, que amava viver. Eu não era assim normalmente, mas com ele, ah... Eu podia dizer que eu era feliz. Ele era idiota, engraçado, livre... Eu já disse idiota? Ele era meu irmão. Não era justo acabar com a vida dele por uma simples imprudência.

Meus pais eram ambos advogados, viviam trabalhando. Só se importam com dinheiro. Sempre idolatravam meu irmão. Meu irmão era o capitão do time de futebol, um dos melhores da classe, e queria seguir a mesma profissão que meus queridos pais. Estava prestes a ir pra faculdade, que nem tinha escolhido, já que fora aceito por duas das melhores faculdades do país. Melhor filho do mundo, diziam eles. E eu? Eu não era uma das melhores da classe. Não ia bem em esportes. Odiava advocacia. Minha mãe sempre me dizia que eu fui um acidente, que não deveria ter nascido. Nunca fui para festas de trabalho com eles, para não dar má impressão. Mas quer saber? Isso não importava. O que eles achavam de mim não importava. Era o que eu era. E por mais que eu tentasse mudar, como eu fazia quando era criança, sempre procurando agradá-los... Nunca era o bastante.

História deprimente, eu sei. Se quiser ouvir uma linda história de amor, ou uma comédia romântica clichê, é melhor ir alugar um filme. Comigo não tem essas coisas.

No meu aniversário, meu irmão me surpreendeu com ingressos para o show da minha banda favorita, alguns dias antes de sua viagem à Londres, onde faria um curso de música antes de seu primeiro semestre na faculdade de direito. Ele tocava violão e piano. Eu também tocava por causa dele, e também queria fazer aquele curso de música, mas meus pais nunca iriam deixar. Nem pra se livrar de mim. Mas o Thony... Ele tinha tudo. No caminho para o show, falávamos de piadas sem graça e como a maquiagem do filme de zumbis que tínhamos visto na noite passada era ruim. Até que, vi uma luz de um farol de caminhão. E foi a ultima coisa que eu vi. Acordei dias depois num hospital, com o mordomo ao meu lado. Por fim, ele me disse a última coisa que eu queria ouvir. Anthony estava morto.

Meus pais ficaram desoláveis. Minha mãe me culpava pela morte dele, dizendo que ele não iria pra aquele show se não fosse por mim. E ela estava certa. Ela me culpava de tudo, mas dessa vez... Eu nem podia falar nada. Meses e meses se passaram e a dor nunca foi embora. Ela até virou uma amiga, uma companheira. Minha única amiga, Allie, havia se mundado. Meus pais não paravam em casa. Era eu sozinha naquela casa enorme, cheia de lembranças. Casa, escola. Escola, casa. Tocava as músicas preferidas dele no piano pra passar o tempo. Diferente de algumas pessoas, eu não tinha medo de lembrar de quem já se foi. Eu queria lembrar, para que de alguma maneira ele continuasse alí comigo, que pelo menos as lembranças ficassem.

Depois de um tempo, meus pais resolveram ver a minha situação, ou pelo menos olhar para meu rosto por mais de dois segundos. Perguntaram por que eu estava apática, eu nada disse. Num dos meus dias normais e monótomos, eu me machuquei minha mão, o sangue mal saíndo de um corte não tão profundo. Não foi intencional. Mas foi minha intensão continuar. Erro, erro. Tornou-se um vício. Fazia aquilo com mais e mais frequência. Cada vez mais fundo. Cobria meu pulso flagelado com pulseiras. Mas um dia, me descuidei e meu pai viu. Disse que eu estava enloquecendo. Despejou reclamações, dizendo que eu era uma vergonha para família e para mim mesma. O pior era que eu não podia questioná-lo.

Ele, por fim, me internou numa clínica de reabilitação. Mas, sabe o quê? Me ajudou muito. No final não era realmente um vício, era somente uma forma de me culpar. Depois de alguns meses saí da clinica, prometendo a mim mesma que não iria mais fazer aquilo. Mas as cicatrizes nunca iriam desaparecer, é claro. Sempre estariam alí pra me lembrar da dor. Minha última decisão foi de acabar com isso de uma vez por todas. Acabar com tudo de vez.

Ah, tantas formas de morrer, tantas.

Numa das minhas últimas noites, sonhei que estava numa praia, desértica, linda. O vento fazia o meu cabelo voar, a brisa me fazia sentir viva. Não era como se eu estivesse só sobrevivendo, como nos últimos tempos. Eu me sentia até certo ponto bem. Sentei-me, e ao meu lado uma silhueta apareceu.

Vai ficar tudo bem – cantarolou.

– Thony, você voltou! – gritei alegremente, abraçando-o. Era como se toda aquela dor não existisse. Ele estava de volta, a barba fina roçando contra minhas bochechas, seu peito se movendo devido a respiração. Era tão real.

– Eu nunca lhe deixei. Mas olhe para mim – ele segurou meu rosto com as duas mãos, me obrigando a encarar seus olhos verdes. – Você não vai fazer isso. Você pode pode.

– Não sei – suspirei, e tirei suas mãos de meu rosto para segurá-las entre as minhas. – Não vejo mais sentido em nada, Thony. Sempre que eu procuro algo só vejo o vazio. É atordoante.

Há um sentido, querida. Sempre há. Você só terá que continuar procurando-o. Não desista assim tão fácil. A Bella que eu conheço não é assim tão covarde – ele riu. – Enquanto isso, aproveite o caminho, por que nem sempre o final é a melhor parte. Faça isso por mim, viva por mim.

Depois disso acordei. Eu seguir seu conselho. Iria viver. E dessa vez iria tentar fazer certo, por ele.


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Notas finais do capítulo

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