– Credo, que vento gelado é esse? - Fely perguntou.

– Bom, é tempo de ventos...Eu acho. - Freddie tentou responder.

– Kristy...será que...? - Mark perguntou.

– Não, espero que não...

Kristy olhou para o alto. O mastro balançava. Olhou ao redor. O barco era velho. Parte do chão estava rachado, embaixo de um dos bancos.

– Não...

Enquanto isso...na Rússia...

– Última chamada para o voo 180 da companhia Russian Airlines, que sai daqui a pouco. - dizia a voz do altofalante.

– Gente, ainda bem que conseguimos, agora é só esperar... - Jane disse.

– 180...180...esse número é estranho, não é? - Milly disse.

– Hum...realmente é. - Martha disse. - Mas, por favor, não se preocupem.

– Sei não...acho que a morte está próxima de nós. - Milly disse.

Então Milly sentiu um vento gelado nas costas. Virou-se e viu uma sombra na janela que separava o local de embarque do resto do aeroporto. Balançou a cabeça um pouco e olhou para o mesmo local. A sombra havia sumido.

– Jane, tem algo tentando nos alertar aqui... - Milly disse.

– Como assim?

– Eu não sei, é uma sensação...

– Milly, está dizendo que a morte está atrás de nós ainda? - Jane perguntou.

– Ela não desistiu. Ainda. Tenho certeza.

No barco...

– Mark, acho que tudo está acontecendo novamente.

– O que? Você acha que isso vai afundar? - Mark perguntou.

– Atenção: falta apenas 5 minutos pra escuna sair! - O alto-falante do barco disse.

– Mark, acho que temos de sair e...

– Eu juro! Eu vi! Isso vai afundar. - Um menino que aparentava ter 16 anos saiu correndo.

– Calma, Derek! Relaxa! - Uma outra menina que parecia ser sua namorada tentava alcançar ele.

Foi quando ele bateu em um outro garoto.

– Ah, tinha de ser o Derek!

– Amor, você não vai fazer nada com ele né? - Uma garota ruiva perguntou rindo.

– Será? Hum...acho que sim!

– Sai da frente, Jimmy! - O menino então empurrou ele. E saiu correndo em direção a saída.

– Ora, volta aqui! Ninguém pode me ignorar!

O outro garoto saiu correndo atrás do garoto que parecia ter tido uma visão. A namorada do garoto da visão e a garota ruiva saíram correndo. Na entrada, uma jovem que aparentava ter 21 anos, outro jovem de 21 anos e um senhor foram quase atropelados pelos quatro.

– Por favor, Shaun, vá! Eu vou averiguar o que foi isso! - O senhor disse.

– Mas e eu, chefe? - A jovem perguntou.

– Venha comigo, Carly!

Então logo depois, um outro adolescente saiu correndo:

– Derek! Volta aqui!

Logo depois, uma jovem de 19 anos, aproximadamente, saiu correndo:

– Jimmy! Cadê você?

Então ela viu ele quase saindo da escuna e gritou: Jimmy!!

Todos começaram a se aglomerar e a sair da escuna. Dois jovens supostamente de nome Derek e Jimmy começaram a discutir.

Então Kristy olhou pra Mark e disse:

– Vamos sair daqui!

Kristy e Mark começaram a correr, mas lembraram que deixaram Freddie e Fely pra trás.

– Eu vou buscar Freddie e Fely! Você vai!

Kristy conseguiu sair do barco.

– Atenção, falta um minuto pra saída da escuna!

 – Vai Mark! - Kristy gritou.

Nisso Mark chegou em Freddie e Fely:

– Vamos, isso vai afundar!!

– Como assim?? - Fely perguntou. - Está louco?

– Não!! Kristy já saiu! - Mark disse.

– Deixa comigo, Fely! Então eu saio!!

– Como? Freddie espera!

Não adiantou. Freddie saiu correndo. E conseguiu sair do barco.

– Por que você fez isso? Idiota!! - Fely deu um tapa na cara de Mark. Mark se desorientou.

– Atenção! Vamos sair!

Então o barco saiu.

– Mark, espera! Mark!!!

– Hã...peraí, o que eu estou fazendo aqui?

– Mark!! - Kristy gritou.

O barco se foi.

– Por favor, não!! De novo, não! - Ela então começou a chorar.

Freddie se aproximou de Kristy que chorava e disse:

– Relaxa, Kristy. Não precisa de tudo isso. Apenas vamos pegar outra escuna. Olha se você quiser eu pago pra você!

– Não é isso, Freddie. Não é!

– Então o que seria? Kristy, por favor, responda.

– Mark e Fely...eles vão morrer!

– Kristy, relaxa! Eles não vão!! Isso é impossível.

– Sabe quando o Jason morreu?

– Sei, tá bom. E daí?

– E daí, que ele escapou de um acidente que minha irmã, a Jane, que estava lá naquele dia, preveu.

– E daí?

– Então, mas ele deveria morrer no acidente que ocorreu.

– Que acidente?

– Um acidente na rodovia.

– Mas ele...não morreu.

– Eu sei, morreu depois. Mas sabe porque estou aqui?

– Bom, eu apenas te segui.

– Porque eu acreditei no que eles disseram. - Kristy então apontou para o grupo de sobreviventes que ali se reuniam.

– Peraí, vamos recapitular: Jason sobreviveu a um acidente, porque sua irmã...

– Jane.

– Isso, Jane. Bom, porque sua irmã Jane teve uma visão de que um acidente na rodovia iria matá-lo.

– E também mataria outras pessoas.

– Ok. Ele e outras pessoas. Mas, então ele saiu e o acidente aconteceu mesmo, fazendo assim, ele e outras pessoas escaparem. Então, depois ele morreu...

– Mas isso é outra história.

– Então você sugere que aquilo vai afundar. - Freddie apontou pro barco. Ouviu-se um estrondo. Todos olharam pro barco. Uma explosão. Em poucos minutos o barco estava afundado.

E Kristy chorava. Havia perdido Mark pra morte. A Morte havia encalhado mais uma.

Enquanto isso, o avião embarcava:

– Ai, isso não é nada bom! - Milly disse.

– Milly, relaxa! Se eu estou de boa, porque você não está?

– É que...Sabe, toda essa coisa. Além da morte do Curtis é claro, parece que me sensilibilizaram.

– Hum, mas você não pode ser assim sempre, Milly. Deve ter garra!! - Martha disse.

Milly estava sentada entre Martha e Jane.

– Ah, é que é só uma sensação estranha...

O avião tremeu.

– Crianças, o que foi isso? - Martha perguntou.

– Foi estranho... - Jane disse.

O avião começou a tremer.

– Tá vendo, eu disse! Eu disse!

– Ai, meu Deus! Segurem-se! - Jane disse.

As máscaras de ar caíram.

– Rápido, ponham! Ponham! - Martha disse.

– Meu Pai, ela está de volta!! - Milly disse.

Parte da fuselagem se soltou. Milly segurava sua pulseira de Curtis,mas ela se soltou de sua mão e saiu voando pelo avião até sair pelo buraco.

– É...a morte nos pegou! - Milly disse.

– Pelo amor de Deus, só um milagre nos salva! - Jane disse.

– Não há milagres que possam agora nos salvar! - Martha disse.

O avião deu um tranco. Martha saiu capotando de seu assento e se chocou contra a parede interna do banheiro.

Milly se ajoelhou pra ver o que aconteceu.

– Martha, não!!

O fundo do avião explodiu. O fogo veio. Milly estava ajoelhada em seu assento olhando Martha então com a explosão, pedaços de metal perfuraram seu crânio e ela caiu do assento, morta.

– Não, Milly...Nããããooo! - Jane gritou.

Foi sua última palavra.

 O avião explodiu.