Do Outro Lado. escrita por Dearbiebs


Capítulo 36
Amor.


Notas iniciais do capítulo

I hope you enjoy it!



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"Vaidade não pode virar paranóia nem ser levada muito a sério." - Taís Araújo

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(...)

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Eu não sabia o que falar, ou como reagir então quando Demi estendeu a mão pra mim com um pequeno – quase imperceptível – sorriso, decidi que eu apenas estaria la pra acompanhá-la.

Entramos no quarto e a única coisa que se podia ouvir era o apitar dos aparelhos que o cercavam.

- Pai – Demi chamou quase num sussurro inaudível. Nossas mãos se afrouxaram até que se separassem por completo. Ela caminhou até a cama e segurou a mão de Ricardo. Eu podia ver já o brilho no olhar dela, o medo que ela sentia se transformando em lagrimas que logo transbordariam.

- Minha linda – a voz dele estava fraca e o olhar fundo. Ele tentava sorrir, claro em uma tentativa falha, mas ele tentava ser forte.

- Pai, você tem que descansar. – as lagrimas já rolavam do rosto da minha linda, e ela tinha na voz o tom de angustia.

- Filha... eu... vou ficar bem. – ela deitou a cabeça perto do rosto dele e chorou mais um pouco. Ele me olhou e assentiu fraco, como que pedindo pra eu me aproximar. Cheguei perto e abracei Demi. Ela rapidamente me abraçou de volta chorando em meu ombro.

- Filha – ela olhou pra ele que sorriu fraco – Promete... que vai ser... feliz?

- Prometo pai. E quando você sair daqui, agente vai sair junto. Vamos fazer tudo que pai e filha fazem. – ela chorava de um jeito desesperado. Segurou a mão dele que estava sobre a cama.

- Cuida da minha filha... e... não deixe que... nada a magoe. – assenti e engoli o bolo que se formava em minha garganta.

- Pai, eu te amo – Demi repetiu e deitou a cabeça na barriga dele.

- Me perdoa... minha linda... eu te amo... muito. – um bip seqüenciado foi iniciado. Demi levantou assustada, passando a mão no rosto de Ricardo que já havia perdido as forças e fechava os olhos.

- PAI... PAI POR FAVOR... EU TE AMO PAI... POR FAVOR PAIZINHO... PAIZINHO NÃO VAI – ela gritava em desespero enquanto balançava o corpo dele. Uma enfermeira entrou falando que a pressão dele estava caindo e que ele estava perdendo os batimentos cardíacos. Eu estava abraçado a Demi, tentando a tirar de la e assim que o médico entrou e pediu que saíssemos, puxei ela com mais força, a tirando de la em seguida.

[...]

Já estávamos ali a horas. Demi dormia no meu colo, depois de soluçar e chorar muito. Todos sabíamos que a noticia da morte dele poderia vim, mas preferíamos manter o pensamento positivo, rezando e pedindo a Deus que ele vivesse.

O médico saiu da sala e eu não me mexi, não queria acordar a Demi.

- Eu sinto muito, fizemos o possível. – e saiu, deixando aquele lugar em um silencio horrível. Dianna e Mad se abraçaram e choraram. Senti Demi se mexer em meu colo e ela logo levantou a cabeça, coçando os olhos e olhando em volta.

- Ele ta... – não completou a frase, Mad deu um olhar e ela apenas levantou já chorando e se juntou ao abraço da irmã e da mãe.

Ver ela daquele jeito era horrível pra mim. Senti vontade de chorar, e dessa vez não segurei, deixei que as lagrimas corressem livremente, contornando meu rosto e gotejando do meu queixo.

[...]

Comecei a subir os lances de escada devagar. Já era dia e eu subia a escada devagar carregando Demi nos braços, ela havia dormido no carro no caminho do hospital até sua casa. A coloquei na cama e tirei a camisa, me deitando ao seu lado em seguida, aninhei-a em meu peito e dormi.

- Jus – despertei do meu sono e me estiquei um pouco na cama, olhei pro lado e Demi me olhava com o olhar triste. O rosto inchado de tanto chorar e uma expressão que seria fofa se as coisas não estivessem tão ruim.

- Bom dia minha princesa – ela sorriu e se grudou ao meu corpo me abraçando. Afundei meu rosto em seus cabelos, inalando o cheiro de morango que tinha ali.

- To com fome. – ela falou e eu ri fraco, me certificando que eu também estava.

- Que horas são? – perguntei me mexendo na cama e a apertando um pouco.

- Não sei – fez uma careta e eu lhe dei um selinho.

Levantei e vesti minha camisa. Fui até o banheiro, fiz minha higiene e tentei amenizar a cara de sono. Antes de sair do quarto, mandei um beijo pra Demi que estava enrolada nos lençóis.

Desci as escadas devagar, e segui o cheiro de comida que vinha da cozinha. Dianna estava sentada na mesa, comendo sozinha e pensativa.

- Bom dia – falei calmo. Ela me olhou e sorriu.

- Tem macarronada no forno. – sorri e peguei os pratos. Servi um prato pra mim e outro pra Demi e coloquei em cima de uma bandeja. Coloquei dois copos com coca-cola e talheres.

- A senhora esta bem? – perguntei deixando a bandeja sobre o balcão. Ela levantou, passou por mim com o prato e copo na mão e colocou os mesmos na pia. Se virou pra mim de novo e sorriu de um jeito melancólico.

- Eu o amava, sempre amei. E mesmo depois de tudo que ele fez, eu nunca deixei de amá-lo. Nunca amei outro homem como eu amava o Ricardo. – sorriu como se lembrasse de algo – Quando eu engravidei da Demetria, agente passava por uma crise no casamento. Eu descobri que ele me traia três anos depois que ela nasceu. E pouco tempo depois ele foi embora viver com a amante, a mulher que o abandonou quando ele ficou doente. Ele me pediu perdão antes de morrer, e eu o perdoei. Não importa nada do que aconteceu, agente se amava, ele disse que me amava e... – ela secou uma lagrima que descia por seu rosto – Deixa pra la – sorriu se recuperando – Vai la antes que a comida esfrie, eu vou sair um pouco. – sorri e peguei a bandeja, quando estava no primeiro degrau da escada, a ouvi me chamar novamente. Assenti pedindo que ela continuasse. – O enterro vai ser amanha, pela manhã. Acho que Demi vai gostar que você esteja do lado dela.

- Eu sempre vou estar do lado dela Dianna – sorri e ela sorriu de volta, colocando os óculos escuros e saindo de casa.

Subi as escadas devagar, equilibrando a bandeja nas mãos. Empurrei a porta com os pés e sorri pra Demi que se sentou na cama, dando espaço pra que eu colocasse a bandeja. Dei um selinho nela e ela sorriu fofa pra mim.

- Ta se sentindo bem? – perguntei e ela deu de ombros começando a comer. Almoçamos enquanto assistíamos desenhos. Eu sabia que ela estava triste, e esse silencio fazia com que eu tivesse certeza disso.

Assim que terminamos de comer eu desci com as coisas, joguei tudo na pia e voltei pro quarto. Demi estava no banheiro, e eu podia ouvir o barulho do chuveiro. Me deitei na cama e fiquei assistindo Bob esponja.

Ela saiu do banheiro enrolada em um roupão a olhei e sorri fraco, voltando a olhar pra televisão em seguida.

Ela se deitou ao meu lado, a olhei sem entender, alias ela devia estar nua debaixo daquele roupão.

- Não é melhor vestir uma roupa? – perguntei tentando não pensar que ela estava nua, ali do meu lado.

- Não – falou com a voz fraca – Eu quero você – senti um arrepio se passar pelo meu corpo, ela tocou minha coxa, subindo devagar até minha virilha. Meu corpo vibrou e eu senti meu membro latejar.

- Você ta cansada, não quer isso de verdade – fechei os olhos e deixei minha consciência falar, mesmo eu querendo que ela calasse a boca.

- Eu quero esquecer de tudo, e eu sei que você pode fazer isso por mim – ela deitou o corpo sobre o meu e grudou nossos lábios de um jeito delicado.

A segurei pela cintura e aprofundei o beijo. Ela parecia apressada, e extremamente excitada. Se livrou rapidamente do roupão, me deixando alucinado. Tirei a bermuda junto da cueca e logo depois a blusa. Ela sorriu e eu a beijei rapidamente. Explorei cada pedaço daquele corpo com minhas mãos.

Só minha, a garota perfeita pra mim, entregue a mim.

Não importa quantas garotas eu já levei pra cama, ou quantas eu tirei a virgindade, Demetria era simplesmente a melhor de todas, feita sob medida pra mim.

Eu também precisava daquilo. Eu necessitava do corpo dela, e quando eu senti o calor de seu corpo junto com o meu, foi como se tivesse acendido algo dentro de mim. Eu sentia meu corpo pegar fogo, e não me inibia em apertá-la e morde-la.

Ouvir ela gemer meu nome, e ofegar enquanto eu a invadia por completo, era como um combustível.

Um incrível e magnífico combustível.

[...]

Abri os olhos devagar e vi que o quarto estava completamente escuro. Eu sentia um pouco de frio, mesmo estando abraçado a Demi. Vesti minhas roupas e cobri Demi com um edredom antes de sair do quarto. Senti um arrepio de frio quando sai do quarto. Desci as escadas devagar com os braços envolvendo o corpo, numa tentativa de me aquecer.

Mad e Dianna conversavam na cozinha e sorriram assim que me viram entrar.

- Boa noite – falei sem graça. Mad sorriu e me abraçou.

- Obrigado por estar cuidando dela – sorri e assenti. Logo começamos a conversar sobre coisas aleatórias. Dianna preparava o jantar e eu e Mad tentávamos ajudá-la.

- Vamos marcar um jantar aqui em casa pra conhecermos sua mãe – Mad sugeriu e eu sorri assentindo.

- Seu pai ia adorar – Dianna falou e Mad a abraçou de lado, cochichou algo no ouvido dela e ela assentiu. Sorriu pra mim e saiu da cozinha.

- Vai ser difícil. – bufou se sentando ao meu lado, de frente pro balcão. Eu sabia que aquilo era só uma armadura de Mad. Ela parecia a mais sensata, a que menos sofria, mas eu sabia que ela estava destruída por dentro. Ela que passou praticamente toda a doença de Ricardo com ele, e agora vestia uma mascara pra servir de apoio pra mãe e pra irmã.

- Como a Demi esta? – perguntou e eu respirei fundo.

- Quieta – entortei os lábios, e agora foi a vez dela de respirar fundo.

- Eu confio em você, sei que você pode ajudar a ela. – a encarei confuso – Um dia eu cheguei em casa e Demi estava dentro da banheira submersa. Tinha sangue e eu pensei que tinha perdido ela. – engoli seco e encarei minhas mãos – Ela não te contou, mas a um tempo atras ela foi a algumas consultas com um psiquiatra e um psicólogo, ela não tem ido, e acho até que ela parou de fazer aquilo. Só quero que você cuide dela, não saia de perto dela e não a magoe, eu tenho medo que ela se machuque. – ela me abraçou pelos ombros.

- Eu vou chamar ela pra jantar, tirar ela um pouco do quarto. – Mad assentiu e eu me levantei. Subi as escadas e quando cheguei a porta do quarto ouvi a voz de Demi.

- Ele se foi DJ... ele morreu e eu to me sentindo tão mal por não ter passado um tempo com ele. Eu queria tanto poder fazer tudo que pai e filha fazem... eu ia ser... tão mais feliz... se ele tivesse aqui comigo agora. – ela soluçava baixinho enquanto falava. Dei duas batidinhas na porta e entrei.

- Tudo bem? – perguntei e ela deu de ombros. DJ pulou da cama e saiu do quarto – Toma um banho... vamos descer pra jantar. – sentei ao lado dela na cama e segurei sua mão.

- Não quero – segurei seu rosto e a fiz olhar pra mim.

- Sua mãe e sua irmã precisam de você e eu sei que você também precisa delas. – ela fechou os olhos e eu selei nossos lábios. Ela sorriu fraco e se jogou no meu colo, me abraçando forte. Dei um beijo em sua testa e a abracei forte.


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Notas finais do capítulo

Hey, e ai o que estão achando? Bom, ja estamos no fim da primeira temporada, provavelmente só mais cinco ou seis capitulos.
Alguem ai quer uma segunda temporada? Eu ja tenho ela toda na cabeça, falta só escrever. Bom,a próxima temporada provavelmente vai ser mais picante, o que vocês acham? Provavelmente mais sexo e uma linguagem mais pesada.
Quero a opinião de vocês!
xoxo ;*