Groupies escrita por Lolis
Notas iniciais do capítulo
Rewiens sempre serão mui bem - vindos. Como dito anteriormente, one-shot dedicada as Izzetes. É. Amo vocês garotas!
Estou pensando em fazer 1 série de one-shots de cada integrante, dedicada pra cada uma das pessoas loucas que conheço. É. KKKKKKKK
Enjoy it!
Eu nunca fui o tipo que se apaixonava. E me orgulhava disso.
Eu sempre mantive a imagem de misterioso, intocável, quieto. E isso afastava a maioria das mulheres.
Mas isso não a impediu. Nada a impedia.
Com os cabelos negros como a noite, ela chegou, junto com um grupo de meninas escandalosas.
Se manteve calada a maior parte do tempo. Apenas observando sua amigas aos beijos e gemidos com os outros. Com olhos negros e uma expressão levemente aborrecida.
Eu dedilhava minha guitarra, entediado e também aborrecido. Principalmente com Axl, que preferia se dedicar mais a duas groupies que aos ensaios.
Soltei uma baforada do meu cigarro, irritado.
Ela me encarava.
Pus o malboro de volta na boca e decidi ignora-la. Afinal, era apenas uma adolescente, provavelmente em busca de sexo. Dei um longo trago, sentindo a fumaça invadir meus pulmões, e a olhei de soslaio novamente.
Ela continuava na mesma. Me encarando com aqueles olhos profundos que pareciam ler minha alma.
– O que foi? – perguntei enfurecido, ainda com o cigarro nos lábios – Nunca me viu antes?
Ela se limitou a sorrir de leve.
– Se não tivesse visto, não estaria te encarando – retrucou.
Cerrei meus olhos e toquei um Lá Menor.
– Sou Angie – ela tratou de se apresentar logo em seguida.
– Que bom... – murmurei incomodado. Eu não queria conversar, e queria deixar isso claro.
Ela notou e fechou a cara.
– Se não quisesse conversar, por que puxou assunto? – ela parecia ofendida.
– Eu não puxei assunto. Só queria que você parasse de me encarar.
– É proibido encarar pessoas agora? – ela arqueou a sobrancelha.
O Lá menor vibrava nas cordas do instrumento. Barrei o som bruscamente.
– Não – falei entre os dentes e dedilhei Mi menor.
Ela sorriu vitoriosa.
Ficamos em silêncio, enquanto Steven deixava a sala com a ultima das amigas de Angie.
– Por que você está tocando apenas acordes tristes? – ela quis saber.
– Acordes tristes? – ri seco – De onde tirou isso?
– Você não sabe o que são acordes tristes? – ela pareceu surpresa e debochada ao mesmo tempo.
Amassei o filtro do malboro no cinzeiro ao meu lado.
– Claro que eu sei. É que uma groupie falar de acordes me surpreende.
Ela franziu o cenho.
– Nem todas são estúpidas.
Assenti.
– Certo. Claro que não são.
Ela bufou.
– Mas todos os guitarristas são arrogantes.
A olhei.
– Não sou arrogante.
– Não é o que parece – ela disse irônica.
– O que te faz pensar que eu sou arrogante? – perguntei curioso e indignado.
Ela pegou a guitarra do meu colo e se sentou nele, sem cerimônias.
Eu me mantive imóvel, esperando algo dela.
Ela continuava sorrindo.
– Isso. – disse por fim.
– Isso? – questionei confuso.
– Isso mostra o quanto você é arrogante.
Continuei com uma expressão confusa.
– Se você não fosse arrogante, já teria me estrupado.
– Para mim, o nome disso é respeito – respondi sorrindo zombeteiro.
Ela me olhou nos olhos. Eu me sentia vulnerável. Como se ela estivesse lendo meus sentimentos e pensamentos mais profundos.
– Gosto do seu respeito – disse solenemente – Tem mais cigarro?
– Você é louca! – exclamei mais confuso e perdido que nunca, entregando minha caixa de malboros para ela.
A ajudei a acender um. Ela soprou a fumaça delicadamente na minha boca.
– Já ouvi coisas piores – afirmou friamente.
– Quantos anos você tem, garota?
Ela riu. Uma gargalhada gostosa.
– Idade não é relevante, Stradlin.
Franzi o nariz.
– Você não tem mais de quinze – chutei.
Ela tragou o cigarro.
– Menos.
Arregalei os olhos. Ela sorria perversamente.
– Tenho dezesseis. Não que isso seja da sua conta.
– E o que uma garotinha como você está fazendo aqui?
– Não é óbvio? – ela grunhiu – E eu não sou uma garotinha. Sei mais sobre o mundo que você.
– Duvido, Angie... Duvido...
Ela atirou o filtro do cigarro no chão, e saiu de cima de mim, pisoteando o malboro bruscamente com as botas de plataforma.
– É tão difícil fazer meu trabalho? – perguntou enfezada, parando de pé e com as mãos na cintura ameaçadoramente.
– Que seria...
– Você me entendeu. Não seja cínico.
Esparramei meu corpo pelo sofá.
– Não estou te impedindo em nada, Angie.
Angie abriu os lábios lentamente.
– Não é assim. Agindo assim, você nunca vai conseguir nada.
– Agindo como?
– Assim. Me beije.
E novamente, sem a menor cerimônia ou pudor se inclinou sobre mim e encostou a boca na minha sutilmente.
– Me beije – pediu sussurrante.
A obedeci. Os lábios se movendo em uma sincronia assustadora e prazerosa.
– Angie... – gemi. Ela se afastou. A encarei frustrado.
– Por que?
Ela mordeu os lábios rosados.
– Você está me obedecendo. Não quero isso.
Complicada. Estranha. Surreal. Esses e vários outros adjetivos resumiam aquela menina.
– Quer que eu faça o que?
– Quero que sinta – disse decidida.
– Eu quero sentir! – falei furioso – Mas estaria obedecendo a você se o fizesse!
– Então não sinta – ela deu os ombros.
Me pus de pé, de frente com ela. Ela me encarava, desafiadora.
Peguei em seus ombros pálidos e a puxei para outro beijo. Ouso dizer, inclusive melhor que o anterior.
Nos separamos.
– Eu estou sentido – anunciei sem fôlego. Ela abria os olhos lentamente.
– Tem mais cigarro?
...
...
...
A fumaça enchia o quarto mal pintado. Angie, fumando um atrás do outro, com os cotovelos finos apoiados no travesseiro amarelado, encarava o ventilador girando lentamente no teto.
Eu respirava satisfeito comigo mesmo, deitado ao seu lado.
– Não foi nada demais – ela disse por fim. Me virei.
– Como assim não foi nada demais?
– Não foi nada demais. Não entende? – ela tornou a afirmar acendendo seu sexto cigarro.
Neguei com a cabeça.
– Não. Não entendo. – eu estava ofendido.
Ela riu, mostrando os dentes brilhantes e esmaltados.
– Groupies não se apaixonam. Diferente de vocês.
– Eu não me apaixono. – resmunguei.
Ela me entregou seu cigarro.
– Estamos quites então – disse levantando-se da cama e se enrolando no lençol.
– Acho que estamos – retruquei.
– Foi um prazer dormir com você, Izzy Stradlin – ela disse, saindo pela porta e me olhando com aqueles olhos negros e profundos.
Não respondi. Eu sentia algo diferente. Meu estomago revirava, e eu tinha vontade de gritar.
Ela sorriu, entendendo meu silêncio como um adeus angustiante.
E fechou a porta.
Fiquei longos dez minutos encarando a tinta descascando das paredes, do teto, da porta. E enfim, cheguei a uma conclusão.
Angie me enfeitiçara.
Me vesti rapidamente e corri pelo corredor do galpão, a procura de algum sinal dela, ou das suas amigas barulhentas.
Esbarrei com alguém.
– Nunca ouviu que não se deve ficar correndo por aí, cara? – Duff bufou irritado do chão.
Estendi minha mão para ajuda-lo a se por de pé.
– Desculpe.
Ele bateu nas calças jeans.
– Tudo bem – disse e depois me olhou sorrindo – E aí cara, ficou na seca ou não?
Eu tentava inutilmente olhar por cima de seu ombro.
– Izzy? Izzy! Estou falando com você, caralho! – Duff estalou os dedos na minha frente.
– Ahm?
Ele rolou os olhos.
– O que você está procurando?
– Eu?
– Não. É com Jimi Hendrix que estou falando! – ele brigou.
Ignorei.
– Você não viu uma menina mais ou menos dessa altura, com os cabelos negros passar por aqui, viu?
Ele pareceu pensar.
– Não – disse por fim – Nunca vi uma menina assim. Você andou tomando aqueles remédios do Axl de novo?
– Como assim não a viu? Ela estava com aquele grupo de groupies! – me desesperei.
– Não vi nenhuma garota assim – ele disse convicto – Tem certeza que você está bem?
Chacoalhei a cabeça, perturbado.
– Eu passei a noite com ela! Angie!
– Angie? Tipo a musica dos Rolling Stones? – Duff parecia mais confuso que eu.
– Não. É apenas Angie.
– Você devia estar tendo alucinações – ele concluiu – Nenhuma Angie jamais entrou aqui.
– Mas...
Duff pos a mão no meu ombro.
– Izzy, vamos lá... Você estava desmaiado naquele sofá!
– E como você me explica o fato de eu ter acordado sem roupas num quarto?
– Não sei. Você pode ser sonâmbulo.
Suspirei.
– Talvez... Tenha sido um sonho – ele me consolou.
– É. Talvez.
Duff me deu tapinhas nas costas.
– Assim que se diz. Vamos, que Axl quer sair cedo para não pegar trânsito.
Como se fosse possível pegar trânsito no meio do Oklahoma.
– Certo. Vamos.
Sai atrás de Duff, me encaminhando até o ônibus. Lá Slash e Steven ajeitavam os equipamentos e guardavam os instrumentos.
– Olha quem resolveu aparecer! – Slash zombou.
– Que cara é essa Izzy? – Steven perguntou.
Entrei no ônibus, ainda com a imagem do rosto de Angie.
Com o rosto encostado na janela, eu observava o resto entrar ruidosamente no veiculo e se sentarem, abrindo garrafas de vodka e rindo.
O ônibus deu partida. Eu ainda olhava a rua.
E então, sentada no meio fio, sorrindo tranquilamente, Angie me acenou. Pela ultima vez.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Mereço rewiens gatzos? E devo ou não escrever 1 série com os outros?
É.
Bjs
Lolis