Diário De Uma Retardada escrita por Simjangeum


Capítulo 26
Vou ficar bem


Notas iniciais do capítulo

Olla amigos! Como anda este domingo horrível para vcs?

Muito obg por todos os reviews porém (e prestem bem atenção nisso) como n ganhei nenhuma recomendação (chorei lágrimas de sangue) n irei fazer aquele combinado/chantagem. Vcs perderam a oportunidade de mts capítulos novos ao mesmos tempo e adivinhem??????? Não haverá uma nova oferta e acho q nenhum de vcs podem voltar no tempo.

Ok, depois desse desabafo um tanto carregado de mágoa, deixo aqui avisado que minhas aulas vão voltar dia 14 e por tanto o fluxo de postagens vai ficar menor do que ele já é (há, e é nessa parte em q vcs choram de arrependimento por n terem aceitado a minha chantagem) (ou não).

Bem, antes de postar realmente e parar com esse blah blah blah meu de sempre, acho melhor avisar aqui que apesar de que eu escrevi e inventei o senhor Peter, ele pertence, amorosamente, à Balii. Deixo esse aviso porque preso pela minha vida.

Boa leitura!



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07/01 - Segunda-Feira

Hoje era o dia do juízo final.

As férias acabaram hoje, portanto eu precisa ir até a East High San Francisco pegar todos os meus documentos, para que assim fizesse minha vaga no maldito internato da Suécia.

Foi bem chato ter que ir até a escola, de manhã, sabendo que estava indo para nunca mais voltar. Veja bem, eu não gosto muito dessa escola, Deus sabe que os meus piores momentos foram passados aqui, mas era a minha casa. Quero dizer, estudo na East desde pequena, nunca fui para outra escola, então não sabia como era estudar em outro lugar para comparar. Mas agora eu estava indo.

Decidi ir as oito da manhã. Porque assim todos já estavam em suas salas e eu não precisava me sentir pior do que já estava. Fui até a secretaria, onde a Sra. Brody estava tão absorta em alguma atividade em seu computador que não percebeu minha entrada na sua sala.

─ Hm, Sra. Brody? ─ indaguei, um pouco confusa. Eu sabia que a secretária da escola abominava qualquer tecnologia, então não entendia porque ela parecia tão animada no computador.

─ A Sra. Brody morreu ─ murmurou ela, sem tirar os olhos do monitor.

Preciso comentar que não entendi nada?

─ Haha ─ forcei uma risada, pra não parecer alguém sem humor ─ Muito engraçado, Sra. Brody.

A mulher parou de digitar e me lançou um olhar gélido e assassino. Tinha algo na forma como ela olhou pra mim que me fez querer sair correndo da sala sem olhar para trás.

─ Estou falando sério, menina. Eu sou a Sra. Ponder, a nova secretária. A Sra. Brody morreu no Natal ─ respondeu ela ─ Francamente… O que você quer?

─ Vim… Pegar…. Meus documentos… ─ falei pausadamente tamanho era o meu choque. Ou talvez porque eu estava com medo daquela Sra. Ponder me assassinar, sério, aquela velha era estranha.

A Sra. Ponder, bufando de raiva como um touro sendo castrado, largou suas atividades virtuais e deu uma olhada em uma caderneta preta ao lado do telefone. Ela leu algo e me lançou um sorriso.

─ Ah, tenho aqui um pedido do Sr. Burr. Ele está esperando você na sala dele.

─ Mas eu vim só pegar meus documentos ─ respondi mais confusa do que antes ─ Estou saindo da escola, não sou mais aluna daqui.

─ Mas está anotado aqui, menina ─ rebateu ela, quase esfregando a caderneta do meu rosto ─ “Assim que a Srta. Antonelle vir pedir seus documentos, mande-a para minha sala” e você é a Srta. Antonelle, não é?

Assenti. A Sra. Ponder murmurou um “então vá” e retomou as suas atividades no computador. Vendo que ela não ia me dar mais atenção, saí dali e fui até a sala do Sr. Burr.

Era uma sala não muito grande, com uma mesa grande com uma cadeira de… Ah, deixa pra lá, acho que já escrevi aqui em algum lugar como era a sala dele. Enfim, o importante é que a sala estava a mesma como da última vez em que estive lá. Mas havia duas coisas diferente: O Sr. Burr não estava lá e Rony estava sentado na cadeira em que eu sempre sentava quando visitava o diretor.

─ Uou, o que você ta fazendo aí, Rony? ─ perguntei um pouco alto demais.

Rony, que até então estava olhando para seus próprios pés, voltou seus olhos azuis para mim e deu um sorriso, mas não de diversão, algo mais sério.

─ Estou esperando o Sr. Burr ─ respondeu. E ele nem perguntou o que eu estava fazendo ali, aquele idiota sem educação.

Me sentei na cadeira do lado da dele que não era tão boa quanto a qual ele estava sentada. Lancei um olhar furioso a ele, mas Rony não estava olhando para mim. Uma pena, intimidá-lo seria legal.

─ Lizzie já voltou de viagem? ─ perguntei, por que aquele silencio estava me incomodando.

─ Já ─ respondeu ele, ainda não olhando pra mim.

Qual era o problema dele? Me preparei para perguntar aquilo a ele, mas nesse exato momento o Sr. Burr entrou na sala, parecendo bem alegre.

─ Ah, então vocês já estão aí! ─ exclamou ele, sentando-se em sua cadeira de frente para nós e atrás da mesa ─ Excelente!

─ Hm, o senhor vai querer falar com quem primeiro? ─ perguntei ─ Eu posso esperar lá fora.

─ Não, não, é com os dois ao mesmo tempo… ─ explicou olhando para Rony ─ … Segundo o meu amigo, Sr. Stark. Foi ele quem nos chamou aqui.

Franzi o cenho, realmente muito, muito, muito, muito confusa. Por que, diabos, Rony fez com que o diretor me chamasse em sua sala?

─ Então, Ronald? ─ perguntou o diretor virando-se para ele.

Fiz o mesmo e virei minha cadeira em direção a dele. Rony olhou do diretor para mim e assim simultaneamente por alguns segundos mas depois olhou apenas para o diretor.

─ Eu quero tirar a acusação sobre a Alexia ─ respondeu, sem expressão alguma ─ Eu, hm, acho que ela devia continuar estudando aqui.

Desculpe Sr. Burr e meros leitores desse diário mas ninguém ficou mais surpreso que eu quando ouvi aquilo. Ou tão chocada. Ou tão super chocada.

─ Você tem certeza disso? ─ perguntou o Sr. Burr encarando Rony como se ele tivesse dito na verdade que estava com AIDS.

─ É, tenho sim ─ respondeu ele ─ Pode deixar ela ficar.

Ficou um silêncio constrangedor. Momentos depois percebi que o diretor me olhava como se quisesse dizer que aquela era a minha deixa.

─ Ah! Ah, essa a parte em que eu falo, ok, vamos ver… ─ murmurei pensativa, mas me virei para Rony ─ Você ficou maluco?

Ele ergueu suas sobrancelhas, mas não falou nada.

─ Quero dizer… Eu, hm, não estou entendendo. Pensei que me quisesse fora da escola ─ continuei, não entendo droga nenhuma.

─ Eu também pensei a mesma coisa ─ falou ele, então se levantando ─ Era isso, só vim tirar a acusação. Tenho que ir pra aula agora.

E eu gostaria muito de dizer que nesse exato momento anjos saíram do céu, cobriram Ronald com uma túnica branca, flores e uma faixa que dizia “bom samaritano” e que eles saíram flutuando em uma nuvem brilhante ao som deWhat A Wonderful World, mas não aconteceu não. Ele só saiu da sala mesmo, sem nenhuma produção especial. Uma pena, porque eu teria adorado.

─ Então isso quer dizer que eu posso ficar, não é? ─ indaguei baixinho, sem olhar realmente pra cara do diretor.

─ Pode sim, mas antes, hm, Alexia… Acho que seria apropriado se a senhorita fosse falar com o senhor Ronald ─ murmurou o Sr. Burr parecendo muito envergonhado ─ Enquanto isso procuro o resto dos seus documentos.

Fiz uma careta e tentei retrucar, mas pela cara do diretor vi que era a coisa certa a fazer. Ok, eu odeio Ronald Stark como, sei lá, o Batman odeia o Coringa, mas ele fez uma coisa legal pra mim…

Dei um aceno de cabeça como afirmação, e saí. Olhei para um lado e não vi nada, mas quando olhei para o outro vi Rony de costas indo em direção a sua sala. Corri rapidinho e o alcancei depois de alguns segundos.

─ Hey! ─ exclamei, dando um tapa de leve em seu braço.

Rony se virou meio assustado, mas quando viu que era eu sua expressão ficou mais leve, porém confusa ao mesmo tempo.

─ O que está fazendo aqui? ─ perguntou.

─ Olha, sei que pensa que sou uma idiota, babaca que adora ferrar com a sua vida, e não vou mentir, sou isso mesmo ─ falei, com minha respiração acelerada devido a minha curta corrida ─ Mas preciso agradecer a você, mesmo não sabendo as suas reais intenções. Então… Obrigada.

Rony arregalou os olhos, como se estivesse achando que aquilo era algum delírio seu, ou uma visão. Ele colocou suas mãos nos bolsos do seu casaco, parecendo um pouco desconfortável.

─ Isso é uma trégua provisória, não é? ─ murmurou ele.

─ É, é sim. Então?

─ Ok, de nada. E, Alex… ─ hesitou ele, parecendo um pouco desconfortável ─ … Eu soube da Bianca e do Christopher. Está tudo bem?

Franzi os lábios, olhando para o chão. Eu tinha esquecido aquilo por algum tempo…

─ Desculpa, mas eu não conheço nenhum Christopher ─ falei por fim, dando de ombros e sorrindo.

Rony deu um sorriso, como se tivesse achando aquilo muito brilhante, um aceno de cabeça e saiu.

E lá fui eu para a sala do diretor, para enfrentar alguns minutos como uma pessoa adulta e seus documentos.

Aléxia

P.S: Não teve nada de adulto.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima :DD