Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars
Não foi exatamente uma surpresa quando, no dia seguinte logo depois do almoço, James, Sirius e Peter aparecerem na casa de Pam, juntos.
A garota estava um pouco cansada da viagem, mas foi os receber com entusiasmo, perguntando pelo seu “filhinho” no momento em que não o viu com os outros.
_Está com o “probleminha peludo”. – Sussurrou James, para se certificar de que ninguém o ouvia. – Mandou pedir desculpas, mas não pode vir.
Por um momento Pam ficou triste, mas logo depois abriu um sorriso.
_É melhor assim. Se ele tivesse vindo, ia ficar falando para a gente parar com isso. Para parar de tentar, que era inútil e perigoso e que nós nunca iríamos conseguir.
Os outros três concordaram antes de Pam, mas Sirius virou para ela e encontrou um erro no plano brilhante dela.
_Hum… Pam? Você não quer mesmo fazer feitiços fora de Hogwarts, quer?
_Por que não? – Ela perguntou. – Não vejo problema nenhum nisso.
_Quero dizer, é contra as leis… - Ele continuou sem saber exatamente como dizer isso para a amiga. Como dizer que eles seriam expulsos se o fizessem sem parecer assustado.
_Você sabe que isso é perigoso, não é mesmo? Que você podemos ser expulsos, Pam? – James emendou a sua fala a de Sirius, dizendo as palavras que o outro não disse.
_Ah, meus caros amigos, qual a graça de ser uma bruxa se eu não posso usar magia? Eu uso o tempo todo durante as férias!
_Sua mãe sabe? – Perguntou Sirius, surpreso ante a revelação.
_Claro que sim. Ela quem disse que eu posso usar!
_Sua mãe é louca? - Peter arregalou os olhos, sem acreditar no que ouvia.
Pam riu como se o amigo tivesse dito a coisa mais engraçada do mundo.
_Acontece que o Ministério apenas pode identificar onde está sendo usada a magia. – Disse ela. – Não quem está usando. Poderia muito bem ser a minha mãe usando a magia aqui em casa, não concordam?
_Mas, se for assim. – Disse James. – Quer dizer que qualquer filho de pais bruxos poderia usar magia quando quisesse.
_O Mistério conta com o fato de que os pais sabem controlar seus filhos. – Disse Pam.
_Mas a sua mãe não sabe? – Perguntou Sirius.
_Não é isso, na verdade. É que ela não se importa. Ela confia em mim. Desde que eu não exponha a magia para o mundo trouxa, não tem problema eu usá-la, e ela sabe que eu não vou expor a magia. Então ela não liga.
_Certo. – Disse Sirius uma última vez. – Sua mãe tem alguns probleminhas. Como assim ela confia em você? Se fosse a Evans… Mas você? Por favor! – Pam olhou para ele, um pouco ofendida, mas logo ele desconversou. – Mas, eu acho que sua mãe é muito legal. Muito mais legal do que a minha. Então, quem está comigo? Vamos fazer esse feitiço no verão e quebrar mais uma regra do Ministério? Isso está sendo mais divertido do que eu pensava…
Sirius sorria com malicia e Pam o acompanhou nesse sorriso, logo depois os guiar até o quarto dela, enquanto os quatro discutiam sobre Quadribol e a Copa durante o caminho.
Finalmente eles se apertaram no quarto pequeno da garota. Pam fechou a porta e pegou um livro na prateleira com alguma dificuldade em tentar fazer isso por cima do ombro de James.
_Pronto. – Disse jogando o livro sobre a cama, aberto na página que falava sobre o feitiço. – Vocês todos estão com as suas varinhas em mãos? Aqui diz que para a primeira transformação nós temos que usar a varinha, mas depois dá para se transformar usando pelas palavras mentais. Legal isso, não? – Ela perguntou, olhando para os outros.
James, Peter e Sirius assentiram.
_Vocês tem algum animal em mente? – Sirius quis saber. – Eu sei que não podemos escolher qual animal vamos nos transformar, mas… Vocês tem algum em mente?
_Hum… Não sei. – Disse Peter. – Talvez um rato…
_Um rato? – Perguntou Pam, - Por que um rato?
_Porque o Leite morreu. – Ele disse. – E agora minha mãe não quer comprar um rato novo. Então, se eu não posso ter um rato, eu vou ser o meu próprio rato.
Sirius e James trocaram olhares que diziam claramente “Que idiota”.
_Certo. – Disse Pam, batendo uma palma para atrair a atenção dos amigos. – Mas vamos logo com isso. Não podemos perder tempo, certo?
_Certíssimo. – Sirius concordou. – Então, mão na massa, pessoal. Peguem suas varinhas em comecem a fazer o feitiço!
Os quatro estavam com a varinha em mãos e prontos para pronunciar o feitiço, quando a porta do quarto se abriu de repente.
Era a Sra. Porter.
Os três meninos ficaram parados, sem saber o que fazer. Se ela percebesse que eles estavam tentando se transformar em animagos, provavelmente ficaria furiosa, o que seria perfeitamente compreensível, já que essa era uma magia extremamente perigosa.
_O que vocês estão fazendo? – A loira perguntou, olhando desconfiada para cada um dos amigos.
_Nada não, Sra. Porter…
_Apenas um dever de Hogwarts.
_Conversando sobre Quadribol.
Os três garotos tentaram desconversar, falando sobre outro assunto, disfarçando. O que eles não contavam era que Pam fosse tão direta.
_Tentando nós transformar em animagos ilegais. – Ela disse alto e claro.
Peter, Sirius e James olharam para Pam, quase como se ela tivesse cometido um crime e o confessasse sem mais nem menos, mesmo sabendo que a pena seria a morte.
Como já era de se esperar de uma mãe normal, a Sra. Porter abria a boca, indignada, pronta para passar um sermão.
_Mas isso é tão… tão… - Ela disse, sua expressão era brava e sem saber exatamente o que dizer ante um ato tão irresponsável e perigoso. E ninguém podia culpa-la. Era uma mãe. Não queria que sua filha corresse o risco de se machucar. Esse era o normal. – Tão legal! Posso ajudar vocês? – Ela perguntou, com a animação de uma adolescente que é convidada para o primeiro encontro.
Os três garotos se entreolharam, confusos, divididos entre sair correndo com medo ou ficar e aceitar a ajuda.
O que eles tinham esquecido era que a mãe de Pam não era uma mãe normal.
_Depois é a minha família que tem sérios problemas, não, Pam? – Disse Sirius, virando-se para a amiga e lembrando-se do ano anterior quando ela tinha dito isso.
*~~*~~*~~*~~*~~*
_Ei Frank! – Exclamou Alice. – Frank, espere!
_Quê? – Ele virou-se para olhar para trás e encontrou Alice.
Frank sorriu.
Ele parou, esperando que ela se aproximasse, e, quando ela o fez, deu um selinho rápido em seus lábios.
Sim, eles tinham começado um namoro durante o verão.
Frank observou-há por um tempo e não foi preciso mais do que um segundo para ele perceber que ela estava diferente.
_Lice! – Ele exclamou. – Você cortou o cabelo!
_Cortei. – Ela respondeu, mexendo nos cabelos castanhos que agora estavam na altura dos ombros. – Acho que assim eu pareço mais alta. Gostou?
Ela sorria. Tinha o mesmo sorriso infantil de sempre, mas o novo corte de cabelo a fazia parecer mais velha. Alice parecia mais madura, não a garotinha infantil e inocente de sempre.
Frank riu.
_Ah, Lice. – Ele fez uso do apelido que só ele mesmo usava. – Você fica linda de qualquer jeito e sabe disso.
Ela sorriu feliz com o elogio. E, nem sinal de agradecimento e empolgação, selou seus lábios mais uma vez.
_Obrigada. Sabia que ia gostar. – Ela se pendurou no braço dele enquanto os dois voltavam a andar. – Aonde você vai?
_Eu? Estava pensando apenas em dar uma volta. Esfriar a cabeça sabe? Com as coisas lá em casa…
_Eles ainda estão brigando? – Perguntou Alice, timidamente.
Frank assentiu.
_E eu estou começando a temer pelo casamento deles. – Confessou Frank.
_Não! Não pense assim! Vai ficar tudo bem! – Gritou Alice.
Frank riu. Adora Alice por vários motivos. Um deles era sua capacidade de permanecer otimista o tempo todo.
Mesmo quando não havia mais esperança.
E, em tempos de guerra como os que estavam se aproximando, era bom manter Alice por perto. Ela seria a esperança de Frank, mesmo que não tivessem mais nenhuma chance de ganhar.
E, embora não quisesse dizer para mais ninguém, a guerra que se aproximava era o motivo das brigas dos seus pais. A Sra. Longbottom era contra se juntarem ao tal Lord Voldemort, mas o Sr. Longbottom o apoiava com todas as forças. Dizendo que devia mesmo existir uma “limpeza” e que os de seu tipo só se misturassem com o seu próprio tipo.
Como em uma selva. Listras com listras, pintas com pintas.
Nesse quesito, Frank tinha que dar razão à mãe. Apesar de normalmente ficar mais do lado do pai, por a Sra. Longbottom ser muito severa. Esse preconceito com nascidos-trouxas e mestiços por parte do Sr. Longbottom era sem motivo e idiota.
Apesar de saber que no final o pai ia perceber isso, esperava que ele percebesse isso logo, antes que fosse tarde demais para os dois adultos se reconciliarem.
_Ei… - Chamou Alice. – Ei, Frank. Está tudo bem?
_Sim, claro. – Ele disse, abalançando a cabeça e afastando qualquer tipo de pensamento ruim. – Ei Lice, quais são suas expectativas para Hogwarts? – Ele perguntou, afinal, não podia deixar de pensar no refúgio que era escola quando em sua casa as pessoas estavam em briga constante.
_Ah, as melhores possíveis. – Ela sorria. – Quero dizer, mesmo com as N.O.M.s, eu não estou tão preocupada. Afinal, vai ficar tudo bem não vai? Nós dois vamos nos sair bem! – Ela abriu um enorme sorriu.
Frank sorriu junto com ela.
_Sim, com certeza. – Ele pensou um pouco. – O que você vai querer ser? Quero dizer, qual vai ser sua profissão?
_Auror. – Ela respondeu prontamente, como se já tivesse pensando muito sobre isso e não lhe restassem dúvidas.
_Auror? – Ele repetiu, sorrindo.
Era difícil imaginar a inocente Alice caçando bruxos das trevas. Na verdade, era até mesmo difícil imaginá-la com um pequeno arranhão, quanto mais os ferimentos que uma luta contra um bruxo das trevas poderia trazer.
_Sim, por quê? Algum problema com isso? – Ela perguntou, irritada.
_Não, não. É claro que não. – Ele ainda sorria. – Você vai ser uma excelente auror, Lice. Eu tenho certeza.
Ela sorriu.
_Você acha? Mamãe e papai riram de mim quanto eu disse isso. Disseram que eu era uma garota e que garotas não podem se tornar aurores. Mas eu vou me tornar. Eu vou provar para eles que eu sou capaz!
_Claro que vai, Lice. Vai ser motivo de orgulho dos seus pais. Algum dia você ainda vai ser a melhor de todos os aurores.
Ela sorriu mais ainda, feliz com o incentivo.
_E você vai estar ao meu lado, não vai? Junto comigo para sempre.
Ele balançou a cabeça.
_Para sempre, Lice. E sempre.
Desta vez, quando Alice se aproximou mais uma vez de Frank, foi para beijar com seus lábios com vontade e tudo o que se pôde ver foi a sombra dos apaixonados, no sol que se punha no horizonte.
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_Finalmente! – Gritou Pam, animada. E abraçou cada uma das pessoas que estava no quarto. Desde seus amigos a sua mãe. – Finalmente, nós conseguimos!
Tinham passado a tarde inteira tentando. Tentando, tentando e tentando. Sem grandes resultados. Mas, finalmente tinham conseguido. Os quatro tinham se transformado em animais e voltado á forma humana. Era claro que ainda tinham que aperfeiçoar o feitiço, que as transformações eram demoradas e que algumas vezes o resultado foi bizarro, os fazendo ficar no meio termo, mas finalmente eles tinham conseguido.
Sirius, é claro, foi o primeiro a conseguir. Logo depois, como se estivesse competindo com Sirius e como que para mostrar que podia fazer tão bem quanto o outro, James tinha se transformado com sucesso.
Pam tinha admirado o imponente animal que o amigo se transformara, mas Sirius caíra na risada, jurando atormentar a vida de James para sempre por causa daquilo.
A garota e Peter realmente precisaram de ajuda. Não foi nada fácil á transformação para eles. Pam até que se transformou rapidamente em animal, mas logo descobriu que tinha uma dificuldade imensa para voltar á forma humana e se desesperou, imaginando se não era esse o motivo para o Ministério considerar o feitiço tão perigoso. Que algumas pessoas permaneciam como animais para sempre.
Mas, antes que ela pudesse destruir o quarto de tão assustada que ficara, Sirius usou o feitiço “Homorfo” que a fez voltar ao normal em instantes.
E, Pam também tinha sido motivo de riso. Desta vez por parte de Sirius e James, já que ela entrara em completo pânico e não era esse o motivo de um grifinório ser famoso.
Mas, se comparado a Peter, Pam se saiu realmente bem. Depois de algumas transformações estranhas e combinações bizarras (algumas que obrigaram os amigos a virar o rosto para não vomitar), ele tinha conseguido, depois de muito esforço, se transformar no que todos já esperavam.
E então lá estavam eles. Animagos ilegais. Finalmente.
Agora só faltava contar a boa notícia para Remus.
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