Blood Promise - Despertar escrita por liljer


Capítulo 1
Despertar


Notas iniciais do capítulo

Em uma parte psicodélica de mim, enquanto eu lia Promise Blood, eu me perguntei o porquê de Rose não ter se tornado um Strigoi. Obvio que eu fiquei mais do que contente dela ter se livrado e não ter matado o Dimitri - obvio -, mas de alguma forma, me veio isso.



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Ocorreu a mim, naquele momento, o que Dimitri tanto desejava. E não era nada bom. Ele queria matar Galina e comandar todas as suas posses. Algo sã na minha mente gritou que aquilo era doentio. Mas ele era um Strigoi. Ele não via nada além de morte e destruição... E por Deus, eu estava começando a me dar por vencida a ele cada vez mais. Ainda mais quando caminhávamos cada vez mais para o fim de prazo que a própria Galina, antiga instrutora de Dimitri havia posto.

Se matássemos ela, teríamos tudo. Ou melhor... Dimitri teria tudo. Eu apenas não sabia exatamente como eu sairia dali. Diabos, eu nem sabia se eu sairia dali. E a cada segundo que se passava, era algo novo e bom para mim.

Mais tempo... Precisamos de mais tempo. Eu pensei, enquanto caminhávamos de volta para a luxuosa prisão, onde Dimitri me aprisionava. Eu me senti bem em estar em algum lugar familiar, apesar de que não era nada seguro estar numa casa com apenas Strigoi, centenas deles loucos por seu sangue. Mas, mais ainda... Prontos para lhe matar.

Então, quase tão logo os pensamentos apareceram, eles sumiram. Dimitri passou por trás de mim e me puxou para perto dele. Estava frio lá fora, e mesmo que seu corpo fosse frio, suas roupas e casaco proveram algum calor. Eu me aconcheguei perto dele enquanto suas mãos passavam por mim. Eu pensei que ele iria me morder, mas foram nossas bocas que se encontraram, duro e furiosamente. Eu envolvi meus dedos ao redor do cabelo dele, tentando trazer ele mais perto de mim. Enquanto isso, seus dedos passaram contra minha perna nua, puxando minha saia quase até meu quadril. Antecipação e ansiedade acenderam cada parte do meu corpo. Eu tinha sonhado com a cabana por tanto tempo, lembrando com tanta saudade. Eu nunca esperei que nada assim acontecesse de novo, mas agora poderia, e eu estava impressionada com o tanto que eu queria.

Minhas mãos se moveram para a camisa dele, desabotoando os botões para que eu pudesse tocar seu peito. A pele dele parecia gelo, um contraste impressionante com a queimação dentro de mim. Ele moveu seus lábios dos meus, até meu pescoço e ombro, puxando a alça do vestido para baixo enquanto ele cobria minha pele com beijos famintos. A mão dele ainda estava na lateral do meu quadril nu, e eu freneticamente tentei tirar sua camisa.

De repente, com uma brusquidão surpreendente, ele se afastou e me empurrou. A principio, eu pensei que fosse só mais preliminares entre nós, até que eu percebi que ele estava realmente se afastando.

“Não,” ele disse, a voz dura. “Ainda não. Não até você despertar.”

“Porque?” eu perguntei desesperada. Eu não conseguia pensar em nada a não ser ele me tocando – e, bem, outra mordida. “O que importa? Tem... Motivo pelo qual não podemos?” Até eu chegar aqui, sexo com um Strigoi nunca me ocorreu... Talvez simplesmente não fosse possível.

Ele se inclinou em minha direção, colocando seus lábios perto da minha orelha.

“Não, mas vai ser muito melhor se você estiver desperta. Me deixe fazer isso... Me deixe fazer, e então poderemos fazer o que quisermos...”

Era uma barganha, eu percebi vagamente. Ele me queria – estava claro nele – mas ele estava usando sexo para me fazer ceder. E honestamente? Eu estava perto de aceitar. Meu corpo estava sobrepujando minha mente – quase.

“Não,” eu choraminguei. “Eu... Eu tenho medo...”

Aquele olhar perigoso se suavizou, e embora ele não parecesse o Dimitri, havia algo menos Strigoi nele.

“Rose, você acha que eu faria qualquer coisa para te machucar?” em alguma parte, não houve uma discussão sobre como minhas opções eram em me transformar ou morrer?

Esse último parecia que iria doer, mas eu não mencionei isso.

“A mordida... A transformação vai doer...”

“Eu te disse: Vai ser exatamente como o que já fizemos. Você vai gostar. Não vai doer, eu juro.”

Eu desviei o olhar. Merda. Porque ele não podia se sinistro e assustador? Era muito mais fácil bater o pé e resistir. Mesmo no calor da paixão, eu era capaz de resistir. Mas de alguma forma... Ver ele assim, calmo e razoável... Bem, era perto demais do Dimitri que eu amava. E era difícil fugir disso. Pela primeira vez, pareceu que me transformar em Strigoi... Não fosse tão ruim.

“Eu não sei,” eu disse. Ele me soltou e sentou, frustração em suas feições. Era quase um alivio, mas algo dentro de mim pareceu mal como aquilo. Eu me estiquei de volta até ele, envolvendo meus dedos em seu cabelo, próxima o bastante. Ele ainda estava frustrado. “Eu tenho uma condição...”

Seus olhos vermelhos e astutos me estudaram em alguns segundos. Ele pareceu aliviado um pouco, mas ainda sim preocupado.

“O que?”

“Vamos tentar...” minha voz saiu baixa e implorativa. A mão de Dimitri me puxou para ele sem nenhum aviso, me trazendo para mais perto de seu corpo. Em um beijo intenso e cheio de fome e fúria, exatamente como quando chegamos ao quarto. Nunca pareceu que havíamos parado de nos beijar.

Dimitri se levantou, me afastando e eu me deitei na cama, enquanto eu me perguntava se aquilo era mais uma preliminar ou ele iria se afastar novamente, mas logo eu deixei os pensamentos de lado enquanto ele voltava a me beijar, sua mão na minha perna nua e colocando a outra ao seu redor. Eu me senti vacilar, enquanto ele descia seus lábios dos meus até meu pescoço. Me perguntando se haveria uma mordida ali, mas não veio. Ele apenas me ajudou a se desfazer de suas roupas, jogando-as para trás, enquanto com um movimento rápido, ele rasgava meu vestido azul marinho, feito de algum material pegajoso e brilhante. O tecido caiu ao meu lado, enquanto ele me observava, um pouco de veneração e fome veio em suas feições, mas ele não me permitiu pensar por muito mais tempo, enquanto eu sentia sua boca na minha, em um beijo que queimou mais do que os outros. Suas mãos habilidosas percorrendo meu corpo com sabedoria e... Saudade. Fazendo eu me sentir impotente sob suas mãos e boca.

Eu me senti ainda mais flutuar perdendo todos os pensamentos coerentes, me esquecendo de Galina, do plano maligno de matá-la, até mesmo que Dimitri era um Strigoi e eu há tempos atrás teria me sentindo enojada com o sexo com um Strigoi, enquanto eu sentia nossos quadris se unirem.

Eu me senti viva, e em algum instante, eu poderia sonhar que eu estava novamente com o Dimitri dhampir na cabana do St. Vladimir.

“Me deixe fazer...” sussurrou em meu ouvido, enquanto eu me sentia explodir em felicidade. Eu me senti fraquejar, mas porque? Eu sabia que eu não sairia viva dali. Aquele havia sido meu destino, e naquele instante, eu me senti contente com ele. Eu apenas dei um débil sorriso, enquanto voltava a fechar meus olhos e sentia seus dentes se afundando em minha pele.

As endorfinas vieram com total força. Fazendo meu mundo maravilhoso e feliz. Eu me senti sorrir. Enquanto sentia toda a felicidade do mundo. Mas aqueles instantes se passaram, enquanto uma afiada dor vinha em meu pescoço. Diferente das endorfinas, diferente de qualquer outra coisa. Doeu. Doeu muito. E então, toda a escuridão me rodeou. E meus últimos pensamentos vivos como Rose Hathaway foram as únicas pessoas que eu amava: Dimitri vivo, e bem... Lissa.



~Vʎ~

Todo o meu senso afiado se veio. Eu me senti estranha e incomodada. Eu escutei algumas vozes de conversas vindas de algum canto: Galina e Dimitri.

Suas vozes eram frias e vinham de um Russo.

“Acordou,” a voz de Dimitri soou. Eu me sentei, sentindo tudo ao meu redor mais e mais nítido. Como se fosse dia. Nossos olhos se encontraram, mas nada se passou dentro de mim. Nada que haveria passado tempos atrás. Ou melhor, horas atrás. Mas quando nossos olhos se encontraram, eu soube que a conexão ainda estava lá. E ele também percebeu. E naqueles olhos eu vi o passo que viria a seguir.

Sem pensar em mais nada, Dimitri correu para trás de Galina, prendendo seus braços com toda sua força, pegando-a desprevenida, mas nunca de guarda baixa. Ou talvez, ela estivesse naquele instante. E eu quase sorri com o quão estúpida ela havia sido em baixar sua guarda por milésimos de segundos.

E com o mais rápido instinto, eu arranquei sua cabeça fora. Sem nenhum tipo de remorso ou qualquer outra coisa que pudesse vir. Eu me sentia forte e viva. E quando a cabeça de Galina caiu num canto do quarto, Dimitri e eu nos encaramos. E ele sorriu. O mais malicioso e frio possível.

Mesmo agora sendo o que eu era, eu podia ver o quão lindo ele era. Eu podia ver a beleza ali. E uma parcela de agradecimento me veio quando o admirei. Eu devia a ele. E tão rápido quanto ele havia agarrado Galina, ele se aproximou de mim, dessa vez colando nossas bocas. Fome passou por nós. Maior do que fora antes quando eu era uma dhampir, mas assim como nos aproximamos, nos separamos.

“Eu lhe prometi...” ele segurou meu rosto entre suas mãos frias que agora não pareciam tão frias contra minha pele não tão diferente. “nós controlaremos tudo. Teremos o mundo.”

Eu sorri. Novamente, nos beijamos. E enquanto eu acariciava seu cabelo sedoso, eu senti algo vir tão forte quanto antes – talvez até mais do que o desejo que eu sentia naquele instante. Tudo pareceu claro para mim...

Meus olhos se abriram, mas os de Dimitri permaneceram fechados, ainda no nosso beijo. O que me atingiu fora muito poderoso... Eu havia feito algum tipo de promessa... Me dei conta. Eu me sentia na obrigação... E assim que nos afastamos, eu observei minha mão. O anel que Oksana havia feito para mim. Toda a coerência. Agora, eu entendia porque Dimitri havia parecido tão o antigo enquanto esteve com o anel em sua mão. Ele me fazia ser coerente... E antes que eu pudesse me dar conta, eu senti meu corpo ficar tenso. E aquilo me entregou.

Dimitri abriu seus olhos, me observando.

“O que aconteceu?“ perguntou ele, cauteloso. Talvez ele soubesse que eu era perigosa agora.

“Eu preciso sair deste quarto,” eu sorri o mais convencional possível. Dimitri me estudou por alguns instantes e então sorriu.

E nós saímos. Eu não me importei muito com os outros Strigoi ali, eu apenas queria ver o mundo fora dali. Eu queria não estar trancafiada. E quando alcançamos ao labirinto de Galina – que agora jazia no quarto – eu corri com toda velocidade nova que agora eu tinha. Dimitri estava logo atrás de mim, enquanto eu sentia o cheiro intoxicante das flores diversas ali. Então notei assim que parei perto de algumas árvores que o sol logo nasceria. Eu senti algo mexer dentro de mim. Eu nunca mais o veria.

“Enfim estamos juntos para sempre...” a voz de Dimitri soou atrás de mim. Eu me virei para ver sua forma alta e esbelta caminhar dentre as árvores, e eu tinha que parar para admirar como tudo parecia tão vivo e claro. Exatamente como ele havia dito que seria. Para mim tudo parecia tão claro quanto o dia. Eu sorri para ele.

“Sim,” eu senti o vento fazer meu cabelo chicotear meu rosto e voar para trás, tão natural. Eu senti Dimitri se mover para mais perto. Sua mão envolveu minha cintura, me puxando para mais perto dele, e se inclinando um pouco, ele me beijou. Era estranha a forma como nossos lábios se moviam com tamanha fome e fúria, assim como quando nossas presas se encontravam. E então, de novo, como um balde de água fria, eu me lembrei das presas. Do que eu havia me tornado. De como eu talvez nunca o perdoasse por ter me transformado naquilo. Eu lutei contra meu desejo, pois ainda era Dimitri. Só que... Eu não o amava. E aquilo havia sido um choque até mesmo para mim. Foi então que minha decisão fora tomada. E com um movimento rápido, minha mão atravessou seu peito, ele me encarou horrorizado, enquanto eu tirava seu coração de seu peito.

“O que-“

“Eu não posso deixar você viver...” eu balancei minha cabeça, ainda deixando-o incapacitado. “E logo, a manhã virá... Nós veremos o sol. Eu jamais me juntaria a você de verdade.”

“Roza,” ele suspirou.

E com essas palavras, eu senti seu coração vir junto com minha mão. Enquanto Dimitri caia no chão, seus olhos arregalados. E eu podia jurar que se eu ainda fosse a antiga Rose eu teria chorado. Eu ainda conseguia sentir a angustia em meu peito.

Eu me aproximei um pouco mais, arrancando a cabeça de seu corpo, me certificando plenamente que não haveria nenhum mal. Nenhum outro Strigoi viria por nós enquanto eles fossem procurar por Galina e encontrar seu corpo ali no chão do quarto.

Eu arrastei o corpo de Dimitri para mais perto de mim, enquanto eu me sentava no chão, de pernas cruzadas em um jeans e camiseta que ele havia me posto enquanto eu me tornava no monstro que eu era agora. Eu encarei o horizonte. O sol logo nasceria.

E enquanto ele não vinha, eu me lembrei de Lissa. Não era como antes, mas era ainda forte. Não era nenhum sentimento... Era um pouco de orgulho. Um orgulho distorcido.

Eu sorri enquanto eu sentia o sol começar a aparecer enquanto eu voltava para onde eu nunca deveria ter saído algum dia: O mundo dos mortos. Dessa vez, com Dimitri.



Fim.






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