Assim que o sinal bateu avisando o fim da aula de Geografia, sai apressadamente da sala, indo para o meu armário. Guardei os livros que usei nos últimos tempos e peguei o papel de horários, que por sinal eu ainda não tinha gravado, vendo que a próxima e última aula era de educação física. Bufei fechando o meu armário e entrando no meio da multidão de alunos que transitavam pelo corredor, entrando e saindo das salas.

Entrei no vestiário feminino e fui logo para o meu armário pegar o uniforme de educação física, que eu simplesmente odeio por ser um short curto e uma blusa de meia manga colada.

Depois que me vesti fui para a quadra, onde encontrei a Caitlin, já vestida, sentada na arquibancada ao lado do Ryan e do Chaz. Estava indo na direção deles, quando sinto alguém puxando o meu braço.

– Você sabe o quanto fica gostosa com essa roupa? – Perguntou, fazendo-me o olhar indignada. – O quê? Eu sou homem! – Revirei os olhos. – E pode ter certeza que não sou o único que acha isso.

– O que...

– O time todo estava comentando isso. – Me interrompeu. O olhei mais indignada ainda. – A culpa não é minha! – Levantou as mãos em um ato de rendimento.

– Vocês, meninos, são muito idiotas. – Cruzei os braços.

– Você sabe que te chamarem disso é meio que um elogio, né? – Perguntou me puxando pela cintura, fazendo-me descruzar os braços.

– Não importa. – Revirei novamente os olhos. Ouvi a sua risada soar me deixando ainda mais irritada.

– Já disse que você fica extremamente fofa quando está irritada? – Perguntou tocando a minha bochecha com o polegar.

– Sr. Bieber e Srt. Hudson. – Pigarreou a chata da professora de educação física. – Acho que a aula de educação física não é o lugar adequado para vocês se... Beijarem.

– Certo... Me desculpe, professora. - Disse o Justin soltando a minha cintura e se afastando.

– Agora podemos começar a aula? – Perguntou a professora em um tom alto, falando com todos ali presentes.

– Vou ir lá pro meu lado. – Avisou o Justin, me dando um beijo na bochecha e indo para o outro lado da quadra, onde era a aula de educação física dos meninos.

[...]

– Arg! Como eu odeio educação física. – Resmungou a Caitlin pela milésima vez.

– Você já disse isso... – Murmurei.

– O pior é que a gente fica suada e eu odeio ficar suada! – Me ignorou completamente.

Fui puxada pela Caitlin, que ainda tagarelava, para o vestiário. Tomei um banho rápido e coloquei uma calça jeans, uma blusa verde escura, minha jaqueta preta e meu all star preto. Quando acabei, Caitlin ainda colocava a sua roupa. Avisei que já estava indo embora, peguei a minha bolsa e saí do vestiário, indo direto para o estacionamento da escola, afinal não tinha nada para deixar ou pegar no meu armário.

– Vamos? – Ouvi a voz do Justin soar atrás de mim e logo senti braços envolvendo a minha cintura. Fui virada por ele e mal tive tempo de piscar os olhos e seus lábios já estavam colados com os meus. Deixei uma mão em sua nuca e a outra levei até o seu cabelo, puxando levemente alguns fios. Pedi passagem para a língua, a qual ele cedeu rapidamente. Nossas línguas se chocaram, começando uma briga pelo controle. Por mim eu ficaria assim durante a minha vida toda, mas, infelizmente, a droga do oxigênio nos faltou, fazendo-nos encerrar o beijo com selinhos. - Eu fiquei a aula de educação física toda esperando pra poder fazer isso. – Apertou a minha bunda. O olhei indignada batendo no seu braço. – Desculpa, mas foi mais forte do que eu. – Ri junto dele, revirando os olhos.

Assim que ele destravou o alarme de sua Range Rover, entramos no carro. Coloquei o cinto e liguei o rádio, que tocava uma música legal, mas desconhecida por mim. Ficamos o caminho todo em silêncio, apenas com o som do rádio preenchendo o vazio do carro. Após ele estacionar o carro na vaga reservada para o seu apartamento, tirei o meu cinto e abri a porta, saindo.

– Vamos pro meu apartamento? – Perguntou enquanto entrávamos no elevador.

– Não vai dar... Tenho que fazer um trabalho de geografia pra amanhã. – Revirei os olhos.

– Tudo bem... – Me puxou pela cintura, colando nossos corpos. Sorri e passei meus braços pelo seu pescoço, selando nossos lábios. Nossas bocas se encaixaram perfeitamente, como se uma fosse a peça perdida do quebra cabeça que a outra procurava. Que merda é essa que eu pensei? Ignorei meus pensamentos quando senti ele pedir passagem para língua, a qual cedi sem hesitar. Nossas línguas exploravam a boca um do outro com fervor, acho que não tinha um único espaço da minha boca que ele ainda não tenha explorado. Encerramos o beijo com um selinho demorado. – Agora você pode ir. – Ri me separando dele e saindo do elevador que já estava parado no meu andar.

Parei em frente a minha porta, procurando a chave na minha mochila. Destranquei a porta e entrei no meu apartamento, deixando minha mochila em cima do pufe perto da mesinha. Fui direto pra cozinha fazer algo para comer. Estava com fome, afinal, no intervalo tomei apenas um suco de laranja e não tomei café da manhã. Abri os armários a procura de algo simples e prático para fazer. Peguei uma panela e coloquei dois copos de água para ferver no fogão. Abri um dos pacotes do macarrão instantâneo e o coloquei na água. Coloquei um prato em cima da bancada, junto dos talheres e um copo. Sentei-me em um dos bancos que ficam em volta da bancada, e fiquei me girando, enquanto esperava o macarrão ficar pronto.

Após alguns minutos, desliguei o fogo e despejei o macarrão no meu prato. Coloquei o tempero por cima e peguei o queijo ralado e a coca-cola na geladeira. Enchi meu copo de coca e misturei o tempero, colocando o queijo por cima e começando a comer.

Depois de terminar, deixei tudo na pia e resolvi ir fazer logo o trabalho. Peguei meu MacBook no quarto e voltei pra sala, sentei no sofá com ele no meu colo e comecei a fazer o trabalho.

[...]

Sai do banheiro indo para o closet, vestida apenas com o meu roupão. Abri a gaveta de peças intimas e escolhi um conjunto de calcinha e sutiã brancos. Tirei o meu roupão e vesti as peças que separei. Vesti um short jeans, uma blusa vermelha e calcei o meu all star vermelho. É... Eu tenho uma coleção de all stars... Abri a caixinha onde guardava dinheiro e peguei um pouco. Coloquei meu iPhone no bolso do meu short junto do dinheiro e saí do quarto, apagando as luzes. Apaguei também a luz da sala que estava acesa e saí do meu apartamento, o trancando. Guardei as chaves também no meu bolso. Odeio bolsas.

Parei em frente do elevador e apertei o botão, o esperando. Fiz um coque frouxo no meu cabelo, estava com calor. Após alguns segundos, as portas finalmente se abriram me dando passagem para entrar. Tinha apenas um homem lá dentro falando no celular. Não precisei apertar o botão, pois o homem já tinha feito isso. Esperei o elevador chegar até o saguão, o que não demorou muito. Esperei o homem sair, para poder sair depois dele. Dei um boa noite ao porteiro e empurrei as portas de vidro, saindo do prédio. Fui a pé até o marcado onde conheci o Ryan e a Caitlin. Precisava fazer compras, já fazia um tempo desde a última vez que fiz e já estavam faltando muitas coisas.

Entrei no mercado e logo peguei um carrinho, começando a andar pelos corredores e pegando tudo o que precisava.

[...]

– Quer ajuda? – Perguntou um dos funcionários do mercado, vendo que não teria como eu carregar todas aquelas sacolas sozinhas.

– Ah... Quero. – Sorri amarelo. Ele apenas riu e pegou as sacolas que faltavam e que eu não tinha conseguido pegar.

– Bom, sou Victor. – Sorriu se apresentando.

– Mellanie. – Sorri retribuindo o seu sorriso.

– More muito longe daqui? – Perguntou me seguindo.

– Não... – Respondi.

– Que pena...

– Por quê?

– Porque é menos tempo para conversar com você. – Sorriu piscando. Ri, revirando os olhos.

[...]

– Victor, muito obrigado pela ajuda. – Agradeci após ele ter me ajudado a trazer tudo até o meu apartamento.

– Nada... É o meu trabalho, não é? – Sorriu.

– Toma. – Lhe dei uma gorjeta por ter me ajudado.

– Não precisa. – Coçou a nuca.

– Aceita logo isso. – Revirei os olhos, fazendo-o rir.

– Ok... – Se deu por vencido pegando o dinheiro das minhas mãos. – Bom já vou indo...

– Tudo bem... – O acompanhei até a porta.

– Espero te ver novamente, Mellanie. – Sorriu.

– Você até que é um cara legal. – Sorri.

– Obrigado... Bom, até mais. – Acenou.

– Até... – Acenei de volta, vendo-o se afastar.

Após ele ter virado na esquina do corredor, indo a caminho do elevador, fechei a porta. Tranquei-a e voltei para a cozinha, onde eu e o Victor tínhamos deixado as sacolas. Comecei a guardar tudo nos armário e na geladeira, só fui acabar quando já eram 21h18min.

Apaguei a luz da cozinha e fui direto pro meu quarto. Coloquei o meu pijama, liguei o ar condicionado e me deitei na cama. Rapidamente dormi.

[...]

Acordei com o despertador tocando. Bufei e me levantei indo direto pro banheiro. Fiz minha higiene matinal e vesti uma calça jeans, uma blusa branca, minha jaqueta preta e minhas botas, também pretas. Hoje estava um pouco frio. Peguei apenas o meu iPhone e saí do meu quarto, indo para a cozinha. Tomei apenas um suco de maça de caixinha e peguei minha mochila, colocando-a no meu ombro. Saí do meu apartamento e tranquei a porta, guardando a chave na minha mochila.

Entrei no elevador e apertei o botão do andar do Justin, afinal eu iria com ele e ontem quem o acordou fui eu. Então, provavelmente, hoje não seria diferente. As portas do elevador se abriram e eu sai do mesmo, indo direto para a porta do apartamento do Justin. Apertei a campainha e esperei alguns segundos e nada. Bufei. Girei a maçaneta e fiquei surpresa ao perceber que a porta estava aberta. Franzi o cenho, confusa. Entrei no seu apartamento cuidadosamente e me assustei ao ver uma blusa jogada no chão, perto da porca. Passei os olhos pela sala, vendo também um vestido jogado perto de onde começava o corredor que dava acesso aos quartos e ao banheiro. Fechei a porta que ainda estava aberta atrás de mim e andei pela sala, indo para o quarto do Justin, já imaginando o que ele tinha feito. No corredor achei ainda um sutiã vermelho cor de sangue, jogado no chão. Filho da puta. Abri a porta do seu quarto rapidamente e não acreditei no que estava vendo, mesmo já tendo imaginado que era aquilo que eu encontraria.

– Mas que porra é essa aqui? – Gritei o acordando, que se sentou rapidamente na cama.