Show Me What Im Looking For escrita por xDropDeadx


Capítulo 35
Video games


Notas iniciais do capítulo

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah jesus!
miiiiiiiilhares de descuuuulpas pra vocês minhaaaas lindaaas!
eu simplesmente sumi daqui D: me desculpem mesmo!
motivo dessa vez foi a falta de inspiração pra escrever nem que fosse um cap! e me sinto envergonhada com isso.
mas acho que ja me recompus u.u
espero que me perdoem, de coraçao.
beeeeeijos e boa leitura!
ps: senti falta daqui *-*



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TRINTA E CINCO.

 A claridade que adentrava o quarto sem permissão, já estava deixando Johnny cego. Ele tentava abrir seus olhos, mas as tentativas foram fracassadas. A dor de cabeça que sentia naquela manhã contribuía com aquilo, e talvez, somada a insônia da noite passada.

 Os ventos haviam mudado tragicamente de direção, deixando apenas a poeira com preguiça de abaixar. As imagens e vozes pareciam um maldito cd arranhado, sendo tocado dentro de sua mente no volume máximo. Lizzy Marie a culpada por tudo aquilo, ou será ele mesmo? Johnny remoia brutalmente seu interior para que enfim achasse a resposta, mas de nada adiantava. Dentro de si uma batalha havia começado a se travar desde quando vira Lizzy bater a porta de seu sobrado, sem dizer ao menos uma palavra. Quando ao perceber, então, que talvez realmente fosse o fim. Johnny havia se sentado a guia da calçada logo após, segurando firme em seus cabelos enquanto escutava os ruídos que haviam se transformado a voz de seu amigo.

Para cada atitude há suas conseqüências. Mas que atitudes? Esse transtorno havia se encontrado por motivos tão banais, que se demais pensar, sua cabeça explodiria. Christ não havia tido coragem o suficiente para contar a Lizzy, assim que soube, sobre a turnê. Talvez fosse medo de sua reação, não queria que ela tivesse inseguranças, não queria que ela simplesmente dissesse... ”Vá viver a sua vida agora.”, quem sabe. Ele sequer conseguiria aceitar. Marie havia se transformado naquela garota dos seus desejos reprimidos, dos mais profundos e intocados. Havia conseguido uma garota por quem sentisse vontade de cuidar, de fazer feliz sem que fosse ele mesmo no final das contas.  Ele havia se deixado levar por exemplos de seus amigos, todos prontos para casar. Por quem finalmente esperar quando voltar de uma longa viagem pelo mundo. E agora suas mãos estavam atadas, Johnny tinha perdido Lizzy, e o motivo tão vago o fazia se sentir ainda mais culpado, rancoroso apenas por se lembrar dos toques de Lacey em si. Seu estomago revirava como se estivesse levando socos violentos naquele mesmo instante em que sua cabeça rodava trezentos e sessentas graus. Sua testa soava e suas mãos tremiam, como nunca - nem quando estava em cima dos palcos, sendo aplaudido por milhares de pessoas. Johnny não sabia como reagir diante de todos esses sentimentos misturados dentro do peito, o sufocando, deixando-o sem ar, literalmente. Apesar de todos os anos de vida, o que ele trazia no ombro não era nada comparado com a vontade que ele sentia agora, a todo instante, de estar com aquela surfista.

O rapaz remexeu-se mais uma vez em sua cama desarrumada, puxando o ar vagarosamente para o peito. Com as tentativas frustradas de acabar com todo aquele tormento, ele colocou o travesseiro sobre sua cabeça, mas nada, definitivamente, iria surtir efeito enquanto aquilo – afinal, era Lizzy Marie dona de todos os distorcimentos e agora não podia nem chegar perto dela. Sim, as palavras de seus amigos também não saiam de sua mente.  “Nunca mais chegue perto da Lizzy.”

Johnny criou coragem finalmente de se levantar daquele emaranhado que havia se transformado seus lençóis, e se pôs sentado à beira da cama. Olhou o seu redor, observando cada detalhe do cômodo. Haviam garrafas de cervejas jogadas – muitas – e bitas de cigarro também faziam parte da decoração do “garoto rebelde”. Johnny limitou-se a rir sarcástico pra si mesmo. Ele sempre fora frio com situações do tipo, limitava-se até de pensar a respeito, mas agora a situação era diferente. E como era! E por este motivo ele se condenava. “Eu sou o Johnny fucking Christ e ela é só uma menininha insegura.” Minutos depois de dizer palavras grosseiras como esta, ele puxava os próprios cabelos, amaldiçoando-se.

- Eu não acredito que você ainda ta segurando esses malditos cabelos... - Johnny assustou-se com a voz sorrateira de Jimmy, que adentrou o quarto a passos lentos. O rapaz alto, com o rosto aparentemente sonolento, sentou-se ao lado do amigo, observando minimamente cada expressão facial existente.

- Ah, Jimmy... É você. O que está fazendo aqui? – perguntou fraco, analisando o amigo se esparramar em sua cama.

- Ué, eu dormi aqui. Não se lembra que eu te trouxe pra casa depois do seu fora? – contou simplesmente, sem se preocupar com as expressões duras que se intensificaram no rosto de Christ ao ouvir as ultimas palavras.

- Ah, é verdade... – e não fez mais do que responder automaticamente. Jimmy arqueou sua sobrancelha, logo após de se impor ereto novamente.

- Eu sei que não sou a melhor pessoa pra te dizer isso, mas você ta horrível Christ.  – retrucou, vendo-o olhá-lo com tédio logo após. – E não adianta ficar assim por causa de mulher, vou logo te avisando.

- Você pode até manjar nessas coisas, Jimmy, mas, cara, é a Lizzy.

- Eu sei que é a Lizzy... E acho que você deveria ter pensado assim antes de pisar na bola com ela.

- Eu não fiz...

- Não? – James nem deixou o amigo continuar e logo se adiantou. – Eu sei que você não é santo nessa história, Johnny.

- Olha só quem fala, não é mesmo?! Vive correndo pra lamber a Leana.

- EEEEEEI, ela não tem nada haver com isso.

- Só estou dizendo isso porque você é um puta dum hipócrita pra me falar sobre essas coisas. Pensa que só porque teve muitas mulheres na cama nessa sua vida que sabe ser melhor, quer saber Jimmy? Você não sabe amar! Por isso perdeu a Leana.  Por isso ninguém está do seu lado ao não ser seus próprios amigos... Os únicos que sabem quem você é realmente! – Johnny desatou a falar, de uma vez, vendo o amigo estalar os olhos assustado em sua direção. Mais uma vez buscando fundo em seu interior, Johnny encontrou esse desejo reprimido de simplesmente dizer o que pensava sobre ele.

E James ainda se mantinha catatônico, sem piscar. Christ viu que as íris azuis de seu amigo começaram a brilhar, assim como o resto começara a se avermelhar, por conta de não piscar.  Os olhos de Jimmy ardiam como nunca. Ele estava sentindo raiva como nunca.

- Você pensa que pode sair falando assim com os outros só porque levou um pé na bunda né Christ... Eu sei qual é o seu problema, e quer saber? Aquela garota sempre foi areia demais pro seu caminhão, não me admiro por ter acabado assim. Você não a merece.  – cuspiu também, respirando fundo ao ver Johnny voltar sua atenção ao seu rosto. – Você merece uma prostituta, que nem aquelas que você levava para o seu quarto nos hotéis!

E isso foi o suficiente para que o interior do pequeno, ainda sentado ali, explodisse. Engolir em seco o que acabara de ouvir estava totalmente fora de cogitação! Jimmy havia cutucado a ferida mais profunda de Johnny ao mencionar a fama que ele tanto lutou para se livrar. Passado era passado, e quanto mais mencionado, mais raiva ele sentia.

Christ sem medir as conseqüência, ou sequer pensar no que estava prestes a fazer, simplesmente o fez. Acertou seu amigo alto, ainda sentado na cama, com um soco certeiro na face. Jimmy instantaneamente segurou o nariz, caindo pra trás enquanto gritava de dor. Sangue já escorria compulsivamente de sua narina, assim como o ódio de suas veias.

Não demorou muito para que os dois estivessem rolando naquele chão bagunçado do quarto de Christ, ambos aplicando todas as forças que tinham sobre a pele um do outro.

- Seu grande filho da puta! – James praguejou assim que sentiu outro murro, desta na boca de seu estomago.  

- Você que é, seu viado! – Christ retrucou, sentindo gosto de sangue entre sua língua.  – Você é um corno desgraçado, que só sabe jogar praga na vida dos outros para que seja igualzinha a merda da sua, não é?!

- Eu pelo menos sei que tenho uma merda de vida! E você que fica ai, que nem um bicha se remoendo por uma coisa que foi você mesmo quem fez!

-Eu não traí a Lizzy!

- Mas beijou a Lacey! – e dito isso, James deu o ultimo murro no ombro de Christ, que cambaleou pra trás quando o grandão se afastara.

O menor cuspiu a ultima secreção de sangue que continha dentro de sua boca, olhando furiosamente o rapaz a metros distantes, limpando com as costas da mão seu nariz, também machucado. Os olhares de ambos os “amigos” não desgrudavam um do outro, e no final das contas o sentido de tudo aquilo estava claro e bem ali. Eles só precisavam descontar os sentimentos desprazerosos que sufocavam o interior de cada um, e brigarem daquele modo havia sido o jeito encontrado.

Era fato que James sentia falta de Leana, e os dois nunca estavam bem o suficiente para que o problema fosse realmente resolvido. E agora era Johnny, sentindo uma vontade enlouquecedora de simplesmente se ajoelhar a frente daquela surfista e a pedir desculpas como jamais fizera com ninguém. Mas não podia! Ele tinha que beber para esquecer. Ele tinha que sair. Ele tinha que voltar a ser o que era antes, porque o único e real motivo de suas mudanças não estava mais presente.

- Acho que agora está tudo bem. – Jimmy se manifestou, levantando-se e estendendo a mão para o amigo, que não fez cerimônia para aceitar.

- Desculpa pelas palavras, Rev.

- Tudo bem, acho que também peguei pesado. – sorriu então, abraçando o amigo sem cautela alguma. – Seu grande merda, nunca pensei que levaria um soco de você!

- Vocês me subestimam demais...

- Ok! Quero ver tu me dá um soco agora... Vamos lá jogar um vídeo game.

...

- Eu disse pra ele não te ligar porque você me pediu...

- Você parece uma anta, Noan.

- No lugar dele eu correria atrás, mas como definitivamente não sou ele, acho ótimo que pelo menos nessa parte ele tenha te respeitado, Marie.

Lizzy apenas continuou tomando seu café preto extra forte, olhando pela janela da cozinha o jardim de sua casa. O som do mar era agitado naquela manhã, Lizzy sabia que era por conta do vento forte que agora habitava Huntington Beach. O outono havia chegado naquela manhã. Ela não tivera coragem de sair debaixo dos seus cobertores logo cedo, muito menos de apanhar sua prancha, e Izzy estava se sentindo péssima por isso. A animação havia simplesmente desaparecido do mapa de seu Astral.

Johnny Christ não saia de sua cabeça, mas ela havia tomado sua decisão. Seu pedido havia sido aceito por seus amigos, e eles haviam feito um ótimo trabalho dizendo raivosamente a Johnny o que Lizzy mandara. Ele não podia nunca mais voltar a procurá-la. Apesar de tudo Lizzy estava se sentindo terrivelmente machucada... E preferia não pensar em nada que ainda pode vir a seguir. Shows, estradas, bebidas, mulheres. Tudo tão diferente do seu mundo. Amigos, casa, prancha, mar, surf. Porque pensou que daria certo algo entre eles? Ela era uma menina psicologicamente abalada e problemática, e ele era um rockstar que rodeava o mundo com mais quatro amigos e quatro mil garrafas de cerveja. O contraste a fazia engolir o nó na garganta. Era o melhor a se fazer... Deixar que Johnny seja levado pela estrada, e talvez ela também tomasse sua decisão, ainda tinha tempo de buscar sua passagem aérea.



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