Julia’ POV

-Alô? – atendi ao telefone de mal humor. Quem era o infeliz que estava me ligando de madrugada?

- Oi Ju! – ok, esse infeliz eu perdoava.

- Zayn, o que aconteceu?

- Nada, eu só queria saber se você teve noticias do Harry e da Ana até agora... É que o Harry ainda não chegou em casa – eu ri.

- Ah, é verdade, esqueci de te avisar! O carro do Harry quebrou numa parte deserta aqui da cidade, e a Ana me ligou pedindo ajuda. Eu disse que ia mandar, só não disse quando – Zayn soltou um som de surpresa – Ah, qual é, eles precisam se entender! Talvez esse momento juntos os faça refletir!

- Nossa Ju, eu não conhecia esse seu lado inteligente! – ele riu.

- Vai se ferrar Zayn! – na verdade eu queria dizer “Me coma Zayn” Ai, SOS.

- Eu to brincando Juju! Mas e ai, o que você quer fazer amanhã, ou hoje né?

- Hm, eu não sei, você é o que tem criatividade aqui.

- A gente podia ir numa festa de um amigo meu que o Liam e o Louis estão querendo ir com a Dani e a Eleanor... Pode ser?

- Mas não vai ser estranho? Eu ainda não conheço nenhum de... – Zayn me interrompeu.

- Não vai ser estranho, você me conhece e você vai estar comigo, então tudo bem.

- Ok, então mais tarde você me liga pra falar a hora?

(...)

Logo que eu acordei já fui escolher uma roupa para não me atrasar a noite. Eu não sabia qual o tipo de festa seria, mas considerando o fato de eles serem famosos decidi vestir uma coisa mais arrumada.

- Pra que tudo isso Ju? – Beca havia acordado e visto as minhas coisas na cama.

- Vou sair com os meninos mais tarde, já estou deixando as coisas prontas.

- Hm, os meninos?! Então já ta ficando íntima deles.

- Na verdade vou conhecê-los hoje. O que você acha da roupa? – eu a mostrei.

- Está perfeita! Ei, mas e Harry e Ana? Já mandou ajuda pra eles?

- Ah meu Deus, eu esqueci! Ana vai me matar! – logo peguei o telefone e disquei o número pedindo por ajuda.

Harry’s POV

Já devia fazer umas duas horas que eu estava preso naquela cidade com Ana e nenhuma ajuda parecia chegar. Bom, não que eu me lembrava, porque eu dormi, mas o relógio me dizia isso. Só acordei quando escutei um grito.

- O que está acontecendo? – Ana deu um salto quando o escutou.

- Não sei, parece um grito vindo lá detrás... – olhei pelo espelho retrovisor. Tudo estava escuro – Espera aqui Ana – eu abri a porta e desci do carro.

Tenho que admitir, eu estava morrendo de medo. Se eu pudesse eu saia correndo de lá, mas no momento não havia um lugar melhor para eu ir. Fui dando passos pequenos até o lugar de onde parecia ter vindo o grito, eu estava esperando que alguém me atacasse a qualquer momento, e quase dei um grito quando senti alguém pegando na minha mão.

- Você não espera que eu fique sozinha né? – suspirei aliviado. Era a voz de Ana.

- Eu não sei o que ta acontecendo aqui, você tem que se esconder – eu apertava sua mão.

- E você acha que um carro igual ao seu é um bom esconderijo? Fala sério, seu carro deve ser a coisa mais chamativa agora nessa bosta de cidade.

- Tudo bem, só fica quietinha, e tenta ficar meio que atrás de mim – por que eu estava dando uma de protetor? Harry Styles, cadê você?

Andamos mais alguns segundos em silêncio, até que escutamos uma voz.

- Para de ser otário, a gente não precisa dela pra nada, só pega o dinheiro, o celular e vamos embora! – era uma voz grossa, uma voz que me fez querer gritar que nem uma garota.

- Me deixem por favor, podem levar tudo! – parecia a voz de Rafaela, e ela estava chorando.

- Acontece que você é muito bonita pra deixar passar amor... – um outro cara parecia dizer.

Eu estava entrando em pânico, Ana parecia prestes a desmaiar do meu lado.

- Temos que fazer alguma coisa! – ela sussurrou no meu ouvido.

- Eu sei, tive uma idéia. – a puxei para uma calçada da rua, e achei um pequeno vão entre duas casas, parecia escuro demais para alguém enxergar alguma coisa, eu tinha certeza que ia passar despercebido – Ana, fica ai, eu já volto.

- O que?! Mas... – a interrompi.

- Fica! – ela não disse mais nada.

Meu carro não estava muito longe dali, provavelmente uma quadra. Quando o alcancei apenas tirei minhas coisas e de Ana e as escondi em um armazém aberto que estava bem do lado. Voltei pro carro e fiz a primeira coisa que me veio à cabeça. Comecei a buzinar. Buzinei umas sete vezes até o medo me consumir por inteiro e eu sair correndo. Corri o máximo que eu pude, pois eu sabia que os bandidos deviam estar indo em direção ao carro. Eu estava quase chegando onde Ana estava escondida quando comecei a escutar as vozes novamente.

- Seu imbecil, você disse que a área estava limpa! Se for algum policial e ele nos achar, eu juro que acabo com a sua vida! – parecia ser o chefe da quadrilha

- Mas eu não achei nada quando eu estava procurando, eu juro! – eles pareciam estar alguns passos longe, eu continuei correndo mais rápido e tentando ir mais silenciosamente em direção à Ana. Estava tudo escuro, o que ajudava e atrapalhava as coisas ao mesmo tempo.

- Vocês estão escutando alguma coisa? – a voz do “chefe” dizia. Eu congelei.

- Não, acho que a pessoa ta mais longe, as buzinas vieram bem detrás – eu não podia simplesmente ficar ali. Continuei caminhando na ponta do pé até o vão em que Ana estava, eu estava tremendo mais que tudo.

- Ta, vamos continuar naquela direção então, esse infeliz vai pagar com a vida – logo depois que o homem pronunciou eu deixei escapar um gemido, que por sorte não foi ouvido. Qual é Styles, sem medo, sem medo...

Eu não fazia idéia e onde eu estava, não sabia até onde tinha que andar, simplesmente senti mãos me puxando para um vão.

- Ana! Você está bem? – eu estava aliviado, eu nunca havia sentido tanto medo da minha vida.

- Estou, mas você é louco Harry? Eles podiam ter te achado, você podia estar...

- É, mas eu to bem, ok? – só então percebi o quão pequeno era o espaço daquele vão. Eu estava com o meu corpo totalmente colado no de Ana, eu sentia sua respiração perto de mim, a adrenalina exalando de seu corpo. Minhas mãos estavam em sua cintura, e sua cabeça parecia estar deitada no meu ombro.

- E agora, o que fazemos? – eu havia me esquecido da situação por alguns segundos.

- Primeiro temos que achar Rafaela, temos que ver se ela está bem. Do jeito que essa cidade é se ela estiver machucada nunca vão achá-la...

- Tudo bem, eu acho que eles já estão longe. Vamos atrás dela. – Ana saiu primeiro, e foi na frente segurando minha mão. Já que o perigo estava para o outro lado ela não parecia ter medo. Andamos duas quadras até eu tomar um susto. As luzes voltaram a se acender do nada, o lugar parecia estar tão normal quanto eu me lembrava.

- Harry, não grita! – Ana havia levado uma mão a minha boca quando viu o que eu ia fazer. Fiquei chocado quando olhei para ela. Seus olhos estavam esbugalhados, ela estava com o rosto inchado de choro, o medo visível em sua expressão.

- Tudo bem – eu a abracei pela cintura e continuei andando. – Vai ficar tudo bem Ana – eu me sentia muito culpado, eu sabia que tudo isso era minha culpa. Era por causa da minha brincadeirinha estúpida que acabamos presos naquele lugar.

- Eu sei, sei que vai... – ela sussurrava e me abraçava de volta. Percebi que ela voltou a chorar e eu fiquei sem reação.

E então eu avistei uma mulher deitada na sarjeta da rua, seus cabelos longos cabelos pretos me fizeram ter certeza de que era ela. Rafaela.

Corri em sua direção rezando para que ela ainda estivesse respirando, para que ela ainda conseguisse reagir. Mas então percebi que ela estava bem, só estava deitada chorando.

- Rafaela, o que fizeram com você? – eu tentei fazê-la sentar, o que foi difícil.

- Eles me agrediram, me bateram, puxaram meu cabelo, e iriam vir coisas muito piores, mas uma buzina me salvou. Eles entraram em pânico e saíram correndo – ela chorava. Ana sentou ao seu lado e a abraçou.

- É, a buzina fui eu, graças a Deus consegui te salvar... – escutamos o barulho de um carro se aproximando, o medo tomou conta de nós.

- Será que são eles? – Ana sussurrou, seu olhar estava horrorizado.

- Eu não sei, mas está vindo rápido demais para conseguirmos fugir. – me posicionei ao lado de Rafaela que não estava em condições de se mover.

Consegui visualizar o carro, era branco e tinha uma fachada do lado, mas não consegui lê-la. Vi três homens descendo do carro e naquele momento meu coração parou, mas então suspirei aliviado. Eles usavam o uniforme de resgate, acho que eram os caras que Julia devia ter mandando pra gente.

- Ei, tem alguém por aqui? – um deles gritou.

- Cara, eu acho que a menina nos mandou um trote – o outro disse já voltando ao carro.

- Calma, eu estou aqui! Minha amiga chamou por vocês!

(...)

Depois que saímos de lá fomos procurar pelo meu carro, mas ele havia sido roubado. Apenas pegamos nossas coisas no armazém, demos carona à Rafaela até um hospital mais próximo e pedimos para nos deixarmos em minha casa. Eu simplesmente não acreditava por tudo aquilo que eu havia passado em algumas horas.

Zayn’s POV

- O que aconteceu com vocês? Porque essas expressões de acabados? E cadê o carro lá fora Harry? – Louis questionava Harry e Ana quando os dois entraram correndo na sala e trancaram a porta.

Então os dois começaram a chorar e se abraçaram tão forte que parecia impossível soltar.

- Mas que viadagem é essa? – Louis voltou a dizer. Esse garoto não pensa?

- Gente, o que aconteceu? – eu fui o único que pareceu notar que o assunto era sério.

(...)

Quando os soluços se diminuíram Harry conseguiu me explicar. Eu estava em choque, simplesmente não acreditava em tudo que eles haviam passado.

- Calma gente, o importante é que vocês estão bem agora. Já passou ok? – Liam abraçou Harry e Ana ao mesmo tempo.

Depois de comerem algumas coisas os dois subiram para o quarto. Eu diria que Styles entraria em ação, mas eu não acreditava nisso naquele momento.

Enrolei mais um tempo e decidi já sair para buscar Julia. Meu ânimo de sair havia diminuído depois de tudo que acontecera, mas eu tinha que tirar aquelas coisas da cabeça.

Depois de uma meia hora eu estava na porta de sua casa, e a telefonei a dizendo que eu já havia chegado. Esqueci de todos os problemas quando vi a garota mais perfeita do mundo descendo ao meu encontro (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=51763780&.locale=pt-br).

- Zayn, você está quase babando – ela disse e riu envergonhada – Qual é, não é pra tanto.

- Você se viu no espelho? Você está... maravilhosa – suas bochechas rosaram e eu sabia que não era o blush.

(...)

- Cadê os meninos e as namoradas deles? – ela me perguntou quando já estávamos no carro em direção à festa.

- Ah, sim. Eles não vieram comigo porque houve alguns... problemas. Mas já está tudo bem, eles já devem estar indo para lá também.

- Que problemas? – eu não queria a contar, sei que ela se sentiria culpada pois não havia mandado ajuda antes.

- Nada demais, depois da festa eu te conto – eu não queria estragar o clima – No momento minha única preocupação é quantos garotos vão ficar atrás de você hoje. Pelo menos você tem um guarda costas é bem ciumento...