Forks - 14:27

Rosálie POV

Chegamos até o penhasco e nada de Isabella.
– Talvez não tenha sido hoje... Quando era a visão? - Esme perguntou.
– AQUI!! AGORA!! - Alice gritava desesperada.
Cinco segundos depois, a picape de Isabella passou por nós voando e caiu do penhasco.
Alice soltou um grito;
Esme cobriu a boca com as mãos;
Carlisle ficou em choque;
Emmett arregalou os olhos;
Jasper deixou seu poder se espalhar e sentirmos sua dor além da nossa.
Senti algo se formar em meu peito, onde devia haver um coração. Não, algo não estava se formando, algo estava começando a fazer falta!!

~~x~~

Chegamos a Los Angeles com cara de enterro. Entramos e vimos Edward no piano. Ele parou de tocar e nos olhou, sorrindo.
– E aí? Como foi? - Então seu sorriso sumiu assim que leu nossas mentes e caiu no chão.
Ele se contorceu como se estivessem arrancando-lhe alguma coisa. Mas não estavam. E era tudo culpa dele.
– Eu sei... - sussurrou para mim. E eu fiquei ligeiramente com pena dele. Mas o sentimento foi embora em menos de cinco segundos.
Segurei a mão de Emmett e o puxei escada acima. Ele não entendeu, mas veio.

~~x~~
Um dia depois...

– Vamos nos mudar - disse decidida.
– O que? - Esme perguntou surpresa.
– Exatamente. - Emmett deu um sorriso triste. - Nós dois vamos nos mudar. Sentiremos falta de vocês.
Edward não havia chegado, então nos despedimos de todos e fomos embora, segurando nossas malas.

~~x~~

Florença - Itália - 23:10
Stefan POV

– E aqui era nossa casa... - gesticulou para uma grande mansão, que agora era um museu da família Salvatore.

Elena foi até a parede e passou a mão, sentindo sua textura.

– É... É uma casa perfeita. - Disse admirada, observando os jardins dos fundos.

– É... - Disse, mas não concordei e segui Elena até o jardim dos fundos, me lembrando de como... bem, morri ali. Coloquei a mão no peito ao sentir a lembrança da espada de Damon atravessando meu coração. Era uma lembrança nítida e eu podia sentir a dor. Podia sentir exatamente o que sentira quando minha espada o atingiu também. E foi legítima defesa, não que eu ame Katherine... Mas amava. E me arrependo todos os dias disto. Em parte... Porque foi Katherine quem me aproximou de Elena. Será que se Katherine não tivesse existido eu ainda teria falado com Elena? Não! Porque sem Katherine eu nem estaria aqui. Estaria embaixo da terra, em algum cemitério caro. Então, de certa forma, eu agradecia... a ela? Ignorei aquilo quando ouvi a risada aguda, enquanto Elena molhava os pés na pequena fonte.

Fui até lá e peguei a mão de Elena, girando-a; em seguida a puxei para mim e comecei a andar lentamente em círculos, em uma dança na qual apenas nós dois ouvíamos a música.

Elena ria e eu me esqueci cem por cento do que acontecera ali há cem anos atrás. Me deixei levar pelo momento.

~~x~~

Chegamos na porta de casa ainda rindo. Eu a destranquei e Elena deu um gritinho de surpresa quando a peguei estilo noiva. Entramos sorrindo e fechei a porta com o pé, girando Elena em seguida. Uma luz foi acesa; e, no susto, me desequilibrei, derrubando eu e Elena no chão.

– Divertiram-se no "passado" - Damon fez as aspas com os dedos médio e indicados da mão direita, enquanto segurava um copo na esquerda.

– Não enche, Cunhadinho. - estendi a mão para Elena e ela a segurou. Puxei ela para cima.

– É, Damon. Não enche. - Elena foi até a cozinha, de onde Damon tinha vindo.

– Então... Se não aceitam o jeito que sou... Porque me querem aqui? - perguntou irônico, levantando o copo.

– Porque preciso de ajuda para proteger Elena. - respondi o óbvio. Claro que ele ainda sentia algo por ela e claro que ele iria me ajudar a... Ele gargalhou, interrompendo meus pensamentos.

– Não, não. Eu não sinto nada por ela e não vou ajudar. - O encarei irritado. Ele sorriu. - Irmãozinho... Precisa se alimentar melhor. Sua mente é algo fácil de entrar...

– Cale a boca, Damon!! - mandei e ele riu, sentando no sofá.

Elena voltou com uma tigela de chocolate derretido e duas colheres.

– Aqui. - me deu uma e me puxou para o sofá do lado oposto de onde Damon estava sentado.

– Não vão ficar de melação, né? - perguntou revirando os olhos.

– Os incomodados que se mudem... - murmurei pegando um pouco de chocolate com a colher e levantando-a até os lábios de Elena.

– Eu bem que queria... Mas você insiste em me manter aqui...

Bufei. Elena precisa de segurança. E eu preciso pensar em desculpas para faze-lo ficar... Pois se ele realmente quiser, poderá sair a qualquer hora...

– Exato. - sua voz risonha me tirou do transe e olhei para Elena, que mantinha uma colher na minha frente e me olhava de sobrancelha erguida. Abri a boca e o chocolate escorreu da colher. Voltei minha atenção ao Damon. - Não discordo que ela precise de segurança. E tem razão, se eu quiser sair daqui eu posso e vou. Tipo... agora. - Ele sorriu sarcástico e colocou o copo na mesinha de centro, subindo as escadas e entrando no quarto.

– Damon... - Chamei. Nada... Chamei de novo e ele se inclinou para fora do quarto. - Porque você vai?

– Porque não quero ficar aqui. - recebi um sorriso sarcástico e ele sumiu quarto adentro.

– Não se preocupe, você vai dar um jeito. - Elena colocou uma mão nos meus cabelos, bagunçando-os. Então colocou uma colher de chocolate na boca e se afastou um pouco.

~~x~~

Damon POV

Estava apenas com duas ou três blusas pretas e dois jeans escuros dentro do carro. Poderia fazer compras depois.

Era noite e eu andava pela cidade. Querem que eu fique lá para quê? Se aproveitar do que um dia eu já senti por Elena? Era mesmo egoísta. E depois querem dizer que eu sou o irmão mau?

Senti um cheiro agradável e um som tranqüilizante. Claro... Sangue e batidas de um coração. Uma garota de, aparentemente, 17 anos saia de uma Pet Shop com um coelho.

Stefan, Stefan... Olha seu jantar aí.

Passei a língua pelos dentes. Sim, eu estava faminto. Segui a garota pelo escuro, enquanto ela estava distraída em brincar com o coelho que continha dentro da gaiola forrada com tecidos.

Quando chegamos em uma rua igualmente escura, mas deserta, andei mais rápido. Ela entrou em uma casa e eu subi em uma árvore, olhando para uma janela aberta. Ouvi barulho de passos no corredor e a luz foi ligada, mas era do quarto ao lado. Pulei para o telhado e observei, de cabeça para baixo, a garota soltar o coelho no quarto, seguindo para o banheiro.

Antes de ela entrar entrei em sua mente, incentivando- a fazer o que eu precisava.

– Entre... - sussurrou. Então parou na porta do banheiro e balançou a cabeça negativamente, entrando no banheiro dez segundos depois.

Acredite, você não estava louca.

Passei a língua pelos dentes de novo. Senti-os ficando afiados e respirei fundo. O cheiro do seu quarto era adocicado e sempre tinha um bichinho de pelúcia em cada prateleira, criado mudo, mesinha, escrivaninha e um monte de bichinhos diversos amontoados no canto.

Alguma coisa foi derrubada. Olhei para o coelho que me encarava fixamente.

Stefan, seu jantar está me irritando.

Claro, ele sentia que algo estava errado comigo. Pena que não imaginava o quanto. E meu lanche menos ainda. Por falar nele, a garota de cabelo pintado de ruivo saiu do banheiro enrolada na toalha e eu sorri. Era para ser irônico, mas tenho certeza que pareceu mais malicioso do que sarcástico.

Entrei pela janela e ela continuava entretida com o coelho, que me olhava fixamente. Me aproximei dela até que ela percebesse minha sombra e ela virou-se abruptamente, enquanto o coelho tentava arranhar minha calça. Ela se agarrou na toalha em quanto eu sorria.

Cheguei perto dela e a puxei pela mão, fazendo-a levantar. Rocei os dedos em sua face e tirei uma mecha de seu cabelo do rosto, colocando-o atrás da orelha enquanto a ruiva artificial tremia e o coelho mordia o cadarço do meu sapato, tentando me puxar.

Passei a mão pelo seu pescoço e levantei seu queixo com dedo indicador. Aproximei meu rosto da sua pele exposta e cheirei. O sabor devia ser ótimo.

– Não se mexa - dei um beijo no locar e continuei - Não grite - rocei os dentes e acrescentei - E aproveite. - Dei um sorriso contra seu pescoço e respirei fundo mais uma vez, sentindo o cheiro adocicado. Então, sem mais agüentar esperar, cravei minhas presas.

~~x~~

Cheguei em casa contente. Gostei da garota e o sangue dela era tão limpo que me fez ficar de bom humor. A deixei viva. Claro, a hipnotizei para que não se lembrasse de mim e com a unha fiz um corte entre as duas marquinhas, o que pareceu que ela havia caído. Não poderia levantar suspeitas da garota usar cachecol no verão. Ainda mais que Stefan gostaria de arrancar meu coração.

Abr a porta e entrei. Stefan estava sentado no sofá e Elena dormia ao seu lado.

– Não acha que uma cama seria mais confortável? - disse indiferente e ele se virou para me olhar.

– Achei que tinha saído de casa. - ouvi desprezo em sua voz?

– E saí. - confirmei assentindo. - Só quero o conforto do meu irmão. - Mostrei-lhe um coelho que eu havia comprado na mesma Pet Shop da ruivinha. - Assim poderá cansar menos, e não usar suas forças que nem é muita coisa mesmo. - revirei os olhos e coloquei o coelho no chão.

Elena se remexeu e eu sorri, saindo e indo para o meu carro.

Talvez sair de casa não tenha sido uma boa idéia, mas... O que eu fiz estava feito, e eu não vou voltar atrás!! Continuei a dirigir e liguei o rádio. Viajei pelas estações até achar uma que tocava rock. Reconheci algumas e comecei a cantar, batendo com os dedos indicadores no volante, como se fosse um baterista.

Rosálie POV

Havia dois dias que o carro de Bella havia caído do penhasco. E havia dois dias que Emmett estava mais quieto. E ainda, havia dois dias que um pedaço em algum lugar do meu coração, já morto, faltava.

Estávamos eu e Emmett na sala.

– Agente podia sair. - Sugeriu, vendo que eu estava completamente abalada.

Assenti e me levantei. Ele fez o mesmo e saímos da casa que havíamos comprado. Dois dias de Seattle. Alice nem deve ter notícias nossas; para Jasper, e os outros. Não planejamos muita coisa mesmo. Edward não Le nossos pensamentos. Carlisle e Esme não dão notícias...

Suspirei e corremos em silêncio, mas de mãos dadas, até Seattle

~~x~~

Chegando lá, fomos para o maior shopping da cidade. Entramos e fomos para o quinto andar. Compramos algumas coisas. Em outras lojas apenas experimentamos.

Na sexta loja compramos um par de sapatos para cada um e decidimos descer, ao invés de subir mais um andar.

Descemos e não pude não perceber Emmett olhar para um vestido. O arrastei até a loja com um sorriso de diversão. O vestido era tão curto que parecia uma daquelas blusas um pouquinho compridas. Conversei com a atendente e experimentei. Saindo do provador, avistei Emmett me olhar de cima abaixo e fui até ele dando voltinhas. ele me abraçou.

– Espero que só use isso para eu ver. - sussurrou. eu ri fraquinho.

– Mas isso não é um pijama. É feito para várias pessoas verem enquanto eu desfilo nessa passarela chamada vida. Ou morte, mas isso não vem a caso agora...

Acabou que no fim nem comprei o vestido.

~~x~~

Passamos pela praça de alimentação quando iamos descer para o primeiro andar. Passamos na frente deum restaurante italiano e apenas uma coisa me veio a mente: Isabella Swan.

Em seguida seu rosto invadiu minha mente. As risadas que dava quando estava com Edward no andar de baixo da antiga casa, as roupas que Alice implicava na frente dela, o jeito como mexia no cabelo quando estava nervosa e seu rosto corado quando Emmett fazia brincadeiras sobre a vida pessoal dela.

Em seguida o que me veio a mente foi na picape vermelha de Bella passar por nós e cair do penhasco. A picape passava em câmera lenta diante dos nossos olhos e ninguém fez nada. Todos estávamos chocados.

Senti algo apertar minha mão e meus pensamentos evaporaram quando vi que era Emmett, que me olhava preocupado. Estavamos no primeiro andar, na frente de uma loja com nome estranho, do qual não me dei ao trabalho de ler.

– Tá tudo bem, ursinha?

Assenti e continuamos a andar. Mas eu parei derepente, pois alguém tinha esbarrado em mim, espalhando nossas sacolas ao nosso redor.

O impacto foi tão de surpresa que cai no chão. Sim; eu, uma vampira, cai no chão por esbarrar em uma humana. Esperava que Emmett me levantasse ou qualquer coisa, mas olhe para cima e ele estava paralisado. Olhei para frente e acabei prendendo a respiração, que eu nem precisava.

– Desculpe, eu não vi vocês e... - Ela começou a falar mas parou. Sua expressão era de surpresa.

Não acreditando naquilo tudo, sussurrei mais para mim mesma do qe para qualquer um:

– Bella...