Snow White escrita por Broken


Capítulo 4
Cemetery Baudelerie


Notas iniciais do capítulo

Oi queridas, como estão? Eu já vou avisando que o capítulo não ficou muito bom, eu não gostei muito, mas aqui estou postando. Então é isso.



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Aquela manhã de outono estava fria na cidade de Danvers, as folhas caíam em um ritmo lento, formando uma relva amarela sobre as calçadas.

Elizabeth caminhava sob estas, escutando a cada passo o som das folhas secas. Ela puxou o casaco negro mais para si, enquanto atravessava a rua, indo em direção ao cemitério local.

Assim que chegou na entrada do cemitério Baudeleire, ela parou, estava com uma sensação esquisita de estar sendo observada a todo o momento, como se cada passo seu estivesse sendo monitorado por algo, ou por alguém. Ela não gostava dessa sensação que já vinha sentindo há alguns dias, muitas vezes, ao sair da escola. Tais pensamentos fizeram com que a garota sentisse calafrios. Ela virou-se para ter certeza de que tudo era só algo da sua cabeça.

- Viu, Liz? Não há ninguém aqui, só você – ela murmurou antes de entrar no cemitério.

Elizabeth caminhava evitando as lápides que foram dispostas ali de forma assimétrica. Em cada uma, um nome diferente, às vezes, um sobrenome conhecido, mas os rostos, estes eram sempre diferentes. Várias estátuas estavam dispostas ali, anjos, pessoas, a garota gostava delas.

Após alguns passos a mais, a garota parou na frente de uma lápide já velha, desgastada, ela suspirou profundamente e retirou um papel amassado do bolso. Sua mão ergueu-se para as escrituras desta, seus dedos percorriam aquelas letras. Amy Snow.

- Às vezes eu queria que você estivesse aqui por mais tempo, eu queria poder ter te conhecido melhor – Elizabeth disse. – Eu... Eu escrevi algo... – um riso sem humor escapou-lhe pelos lábios – Não é muito, foi só uma idéia que me ocorreu e coloquei no papel, você será a primeira que vai escutar, mas não literalmente, mamãe.

Elizabeth desdobrava o papel amassado cuidadosamente, sem ao menos se dar conta de que estava sendo observada ao longe por aquele que fora obrigado a ceifar a sua vida.

Liam estava bem escondido em cima de uma árvore observando os passos dados da garota, após algumas pesquisas o aprendiz de detetive já estava sabendo de quase toda a vida da Snow. Ele sabia que a chamavam de esquisita por falar com o túmulo da mãe, Liam não admitia, mas não conseguia ficar perto do de sua mãe, aquele gesto tornava-se um turbilhão de emoções para ele. Ele decidiu que era melhor focar-se naquilo que a garota estava fazendo... lendo?

- A vida é marcada por várias pessoas que passam por esta, mas somente algumas conseguem fincar sua marca e fazer de singelos segundos, os mais valiosos momentos em nossa memória – Elizabeth fechou os olhos controlando as lágrimas que queriam lhe escapar, ela escrevera aquele texto para a sua mãe, depois continuou: - E quando essas pessoas partem para um lugar que sabemos que nunca irão voltar? Como suportar a dor dilacerante que toma conta do nosso ser e do nosso coração ao saber disso? E quando as lágrimas incessantes que traçam de forma silenciosa um caminho pela face tomada pela angústia?

Liam começava a lembrar-se do dia do funeral de sua mãe, assim que escutou a voz de Elizabeth proferir a segunda parte da carta.

- Você vê milhares de pessoas ao seu redor te dando consolo, mas você não consegue ver aqueles olhos que mantinham toda a calma do mundo e te fazia rir por qualquer motivo. Nem mesmo as palavras que tem a magia de se completar, não conseguem transmitir o consolo de um abraço querido. Com o tempo, aprendemos que as únicas certezas que temos, sentimos e sabemos são que aqueles que nos amam, ou amaram de uma maneira tão pura e verdadeira, sempre encontraram-se presentes em nossos corações e que não importa quais perdas sofremos, a vida promete ser boa novamente – Elizabeth mordeu o lábio inferior fitando o túmulo sem ao menos se dar conta de duas coisas, primeira: aquelas palavras atingiram Liam Thompson; segunda: um homem estava entrando no cemitério usando sobretudo e com um buquê de rosas brancas na mão.

John caminhava de cabeça baixa pelo cemitério, até que ergueu a cabeça pela primeira vez ali dentro e ficou estático após ver o que, ou melhor, quem estava ali. Ele esfregou os olhos pensando ser apenas uma miragem. A primeira coisa que veio a sua cabeça foi:

- Amy? – murmurou fitando a figura. Seu rosto deveria estar tão pálido quando a neve, mas então se deu conta de que aquela não era Amy, não tinha chances de ser, afinal, Amy estava morta e ali estava ele para prestar suas homenagens, então se não era Amy, apenas mais uma pessoa poderia ser, um pequeno sorriso formou-se em seus lábios ao ver Elizabeth.

Será que deveria se aproximar? Sem se dar conta, seus pés já o aproximavam da garota, que levou um susto ao vê-lo ali.

- Qu-quem é você? – ela perguntou aparentemente nervosa. Liam, que observava tudo, murmurou:

- Ela não vai gostar nenhum pouco disso, mas quem disse que ela precisa saber? – ele sorriu e voltou a ficar mais próximo ao extremo da ponta do galho da árvore.

- Eu sou... – John interrompeu-se, o que ele diria? Que era o pai dela? Que era um ex-namorado da mãe dela? – Eu sou um velho amigo – falou depois de um tempo, e ao ver o cenho franzido da garota logo completou: - de sua mãe.

- Como você sabe que ela é minha mãe? – Elizabeth perguntou se afastando, ela pensava: ‘qualquer coisa, basta correr e gritar’.

- Bem... Vocês são muito parecidas – John respondeu rapidamente e viu um pequeno sorriso aparecendo no rosto da garota. – Se não fosse filha, deveria ser uma irmã mais nova.

- Todos falam isso – murmurou Elizabeth somente para ela.

- Perdão? – John falou.

- Nada – ela sorriu. – Ah, você não me falou o seu nome – agora foi à vez de John sorrir, ela era mais parecida com Amy do que imaginara.

- John, John Campbell – ele falou estendo a mão na direção da garota que hesitou antes de apertar a mão do homem.

- Prazer, Sr. Campbell, eu sou Elizabeth Snow – ela falou. John Campbell, de onde já ouvira falar esse nome? – Eu já vou – John assentiu vendo a garota afastar-se.

- Elizabeth – murmurou. Então fitou pela primeira vez o túmulo de Amy. Ele colocou as flores sobre o túmulo. – Eu nunca fui bom com as palavras, mas eu sinto muito por não ter ido atrás de você, eu queria poder... Eu queria... Eu... Me desculpe – foi a única coisa que ele falou e saiu dali. Ele nunca acharia palavras suficientes para dizer o que sentia no momento, aquilo fora a única coisa que lhe ocorrera.

Assim que percebeu que não havia mais ninguém ali, Liam desceu da árvore com um baque estridente e fez o seu caminho como se estivesse em mais um dia normal. Agora ele precisaria pensar em como se aproximar dela.


Elizabeth já estava chegando na Conny’s Lunch. Para ela a família Salling, era a sua família, ela acostumara-se a chamar Conny de mãe, Jerad de pai e os outros garotos de irmãos. Cory, Mattew e Alex já estavam na faculdade, então os únicos que ficavam com ela eram Josh e Chord, os gêmeos. Assim que entrou na lanchonete foi direto para a cozinha dando de cara com Conny, que não estava com uma cara muito boa.

- Mãe? Tudo bem? – Elizabeth perguntou fazendo com que a face da mulher relaxasse.

- Claro, Liz. E com você? – ela perguntou tentando distrair, a verdade era que nada estava bem, e ela sabia que esse dia chegaria, mas não esperava que fosse tão rápido.

- Sim – Elizabeth resolveu não mencionar o fato de que conhecera um velho amigo de sua mãe.

- Por que não vai para casa e fica com seus irmãos? Toma conta deles por mim, não confio naqueles dois sozinhos em uma casa – Conny disse tentando sorrir, Elizabeth assentiu e cumpriu as ordens dadas pela mãe.


Assim que abriu a porta de casa achou tudo muito estranho. Mas não pelo fato da casa esta vazia e sim pelo fato de estar completamente arrumada, todas as vezes que os gêmeos ficavam em casa sozinhos a casa mais parecia que havia sido destruída por um furacão do que por duas pessoas.

- O que...? – Elizabeth perguntou, mas logo escutou gritos vindos do quarto, ela aproximou-se lentamente, então distinguiu as vozes.

- Hey Liz, quer jogar? – Chord perguntou mostrando um controle do vídeo game ainda vazio.

- Não, valeu, prefiro assistir – Elizabeth falou sentando-se entre os garotos, virando para a televisão que mostrava o jogo de futebol.

- Você que sabe – Josh falou. E assim ficaram até que a noite chegasse.



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Notas finais do capítulo

Eu sei, que local estranho para se conhecer o pai.
Beijos e até a próxima, não esqueçam, eu amo reviews!
xoxo