Meu Amigo Imaginário? escrita por Greensleeves


Capítulo 29
Capítulo 29




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/203657/chapter/29

  "Alicia!" -Charlie me chamou. Levantei a cabeça e olhei em volta, ele do outro lado da rua. Limpei o canto do meu olho e levantei- "Esta tudo bem?" -Disse ele quando chegou.

  "Sim, por que?"

  "Esta distraída." -Ele segurava uma caixinha rosa.

  "Eu.. Estava pensando."

  "Então?" 

 Olhei para ele e ele sorriu.

  "Eu já comprei as entradas."

 Olhei em volta e percebi que estávamos na entrada do cinema.

  "Venha, o filme já vai começar." -Atravessamos a rua e ele entregou as entradas e entramos na sala C4.

 Estava escuro e o filme já começava, ele apontou para uma fileira de cadeiras vazias e então sentamos.

  "Que filme é mesmo?" -Cochichei.

  "A Dama de Preto."

 Suspirei e me aconcheguei na cadeira. Eu adorava sair com Charlie, mas minha cabeça estava em Victor agora. Olhei em volta e todos estavam tensos, quando olhei para a tela, estava numa sena de suspense. Uma garota do meu lado gritou tampando o rosto. Olhei para Charlie e ele fazia uma cara de nojo. 

 Quando as luzes se acenderam estreitei os olhos com a claridade.

  "Muito bom, mas ainda prefiro o original não?" -Ele olhou para mim e pegou seu casaco.

  "Sim, claro." -Sorri e peguei o meu. Na saída abotoei meu sobretudo e tremi com o vento gelado.

  "Alicia esta tudo bem?" -Charlie segurou minha mão e me levou para o canto onde podíamos conversar melhor.

  "Não." -Disse colocando minhas luvas.

  "Gostaria de conversar sobre isso?" -Ele pois sua toca. Nevava.

  "Não sei se você intenderia." -Suspirei.

  "Tente." 

  "Eu tenho um amigo... Que tem muito ciúmes de mim. Eu adoro ele, mas ele não percebe que eu tenho que viver minha vida, e numa dessas conversas eu acabei dizendo besteira. Mas eu não quero que ele... Pare, de ser meu amigo." -Tomei cuidado nas palavras para parecer algo normal.

  "Intendo." -Ele assentiu.

  "Não sei se intende ou se diz isso para me acalmar."

 Fomos andando pela rua.

  "Então você gosta desse garoto."

  "Sim, mas... Não é como eu gosto de você, com ele é diferente."

  "Entendi." -Ele parecia desapontado.

  "Charlie, escute, eu não quis dizer isso." -Parei e olhei para ele- "Mas é que... como eu disse, ele é diferente."

 Ele pois a mão no bolso e suspirou.

  "Então, você quer dizer que só me quer como amigo?" -Ele me olhou.

 Abri a boca, mas não consegui dizer nada. Eu gostava de Charlie, mas talvez ele quisesse algo a mais comigo, algo que eu não.

  "Entendi." -Ele assentiu- "Vem, vou te levar para casa."

  "Ah, eu não quis dizer..."

  "Tudo bem Alicia, talvez eu estava me precipitando de mais. Mas agora eu sei... E, por mim, tudo bem."

 Andamos em silêncio até minha casa, abri a porta da cerca e me virei.

  "Até."

 Ele sorriu e saiu. Suspirei e entrei. Abri a porta e tirei meu casaco.

  "Sua tia disse que voltará amanha." -Disse Henry- "O que houve, parece abatida."

  "Nada." -Disse limpando o canto do olho- "Vou subir, e quero ficar sozinha." -Disse correndo para as escadas.

 Entrei no meu quarto e olhei em volta. Gritei irritada. Por estar chorando de novo e ser tão fraca! Eu me odiava por isso. Por que eu tinha que ser tão idiota a ponto de magoar Charlie e Victor. Por que eu era tão fraca a ponto de não resolver as coisas.

 Ajoelhei no chão e chorei de raiva. Eu gritava de frustração e tentava por tudo que eu sentia para fora. Na minha cabeça ecoava a foz de Charlie. Então, você quer dizer que só me quer como amigo? 

 Tampei meus ouvido e gritei para a voz ir embora. Mas não adiantava. Você só chora? Vitor. Ele me achava uma garota idiota, mimada e chorona! 

 Limpei meu rosto e abaixei as mãos. O silêncio era perturbador.

 Me levantei devagar e fui até o banheiro. Me olhei no espelho e odiei o que vi: Uma garota fraca e medrosa, que não consegue seguir em frente!

 Bati no espelho fazendo-o rafar. Senti uma dor terrível na mão e percebi que sangrava. Me debrucei sobre a pia e vi ela ficando com marcada gotas que escorriam do meu rosto e da minha mão.

  "Não seja tão cruel com você mesma." -Suspirei de alivio ao ouvir a quela voz.

 Olhei para a porta e Victor estava apoiado nela.

  "Eu me odeio." -Disse roca.

 Ele pegou uma toalha ao lado da pia e cobriu minha mão.

  "Não deve fazer isso com você." -Ele me levou até o quarto e me sentou na cama.

 Meu peito doía e eu setia que iria chora de novo, mas me segurei. Ele abriu uma gaveta do criado mudo e tirou uma caixinha rosa, de lá pegou um esparadrapo e gaze. Ele limpou meu ferimento e fez um curativo. 

  "Eu..." -Me segurei para não chorar. Mas ele me olhou e sorriu. Lágrimas escorreram pelo meu rosto molhando meu vestido. Eu as limpava, mas não adiantava.

  "Poem para fora, aproveite por que você poe fazer isso." -Ele disse guardando a caixinha.

  "Eu odeio chorar!" -Gritei.

 Ele deu uma risadinha, mas ficou sério.

 Quando fiquei mais calma ele sorriu e me senti melhor. 

  "Se sente melhor?"

 Assenti.

  "É bom gritar né?" 

  "Muito." -Limpei a garganta- "Muito."

  "Pensei que estivesse com Charlie agora."

  "Para! Por favor, não fale dele. Eu... não quero ele! Eu quero você! Você é meu amigo e eu não consigo ficar sem você! Apesar de sentir uma raiva profunda de você nunca me dizer nada e nunca responder minhas perguntas, mas eu acho que... Eu não vivo sem você. Entenda que o que eu disse antes era..." -Tomei folego- "Eu preciso de você mas do que você precisa de mim e eu me sinto uma idiota por ter que dizer isso depois de tudo que eu te disse. Victor você... Você é meu melhor amigo! Meu amigo imaginário! A quele com que eu conto tudo e não vivo sem." -Suspirei e olhei para ele.

 Ele encarava o chão.

  "Meu nome e Victor D'Levar. Tenho dezesseis anos e um dia acordei podendo estar morto..." -Ele se levantou e foi até a janela- "Eu era apensas um espirito vagando pelas ruas anoite, sem ser visto ou sentido. Mas então, você me viu e eu não me senti mais sozinho. Não sei como, mas você era única. Talvez por que você me ajudava a esquecer quem eu era agora...

 "Quando vi você com Denila, entendi que você queria mais amigos, e não um espirito no seu quarto. Ela iria acabar com nossa amizade. Eu precisava delete-la.

 "Mas quanto você conheceu Charlie, percebi que eu estava errado precisava, você precisava de alguém na sua vida e ele era de verdade e perfeito. Eu sei que não posso parecer a pessoa mais simpática do mundo e nem a mais agradável, mas Alicia, sou a mais sincera em dizer que sinto sua falta quando você se vai. É como se eu estivesse sozinho de novo. Não queria te colocar nessa situação, e até intendo se você preferir acabar com isso e voltar a ter uma vida normal, mas eu preciso de você. Você que é minha melhor amiga! Você que me faz seguir em frente e não deixar logo tudo isso e sumir. Você, apenas você." -Ele olhou para mim, seus olhos estavam levemente avermelhados.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ah.... ~le correndo e escrevendo mais!