Meu Amigo Imaginário? escrita por Greensleeves


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

5 anos depois...



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"Alicia!" -Mary agora gritava- "Pare de usar a droga da minha escova! Você tem a sua."

"Tá... tá." -Disse distraída.

"Você nem está me ouvindo. Pare de ler esse livro inútil, temos coisas para fazer." -Ela tirou o livro da minha mão e jogou na cama- "Vem!"

Fui levada pelo braço por Mary até a cozinha. Lá nos sentamos e rezamos antes da refeição.

Comi sem falar nada enquanto Mary conversava com outra garota sobre um cantor novo e como ele era lindo.

Depois do café, subi e me arrumei.

"Mary, você acredita em um dia ser adotada?" -Disse enquanto fazia uma trança.

"Claro que não. Ninguém adota garotas mais velhas, sempre preferem as menores." -Ela disse.

"Mas..."

"Intenda Alicia, a única chance de você sair daqui é só quando tiver idade." -Ela colocou seu casaco e jogou o meu- "Vem, temos que recolher as folhas secas da entrada.

Varrer folhas secas era sempre relaxante. Só você e as folhas. Logo o inverno chegaria e seria neve por todo lado. Você já não via a mesma quantidade de pássaros que via alguns meses atras. Todos se preparavam para os longos dias brancos.

Mary correu até mim, espalhando todas as folhas que haviam no monte.

"Cuidado! Acabei de varrer." -Disse.

"Olha." -Ela apontou para o outro lado da rua, onde um caminhão parava logo atras de um carro preto- "Será que alguém está se mudando?" -Ela se apoiou no meu ombro.

"Não sei. Estou mais preocupadas com essas folhas." -Disse pegando a vassoura.

Voltei a varrer as folhas. Admito que também fiquei curiosa sobre a casa ao lado. Um tempo atras, diziam que ela era mal assombrada, só para assustar as meninas. Mas hoje eu nem ligava.

Olhei para o homem alto e de sobre tudo preto que saia do carro, enquanto subia escada que levava a porta; Mary já tinha entrado, mas eu fiquei. Ele olhou para casa por um longo tempo. Percebi que o encarava quando ele olhou para mim. Sem graça, peguei minha vassoura e entrei.

Eu já estava acostumadas com as tarefas que tinha de fazer ao longo do dia. Lavar a roupa, varrer lá fora e arrumar as camas do quarto A a B. Eu tinha um pequeno tempo para mim entre os deveres da escola e a hora do jantar.

Mas toda minha atenção estava no homem de sobretudo preto. Ele não parecia um comprador normal, os típicos da região, ele era diferente. Como se a casa não fosse uma mera casa.

Depois do jantar, Mary contava na sala, sobre a cena de hoje atarde.

"Era um carro preto sinistro." -Disse ela- "Alicia viu também."

Olhei para ela por cima do livro e sorriu. Minutos depois, Marta chegou dizendo que já era hora de deitar. Subi para o meu quarto, tomei banho e sentei na cama. Comecei a desfazer a trança quando Mary entrou.

"Eu fiquei com medo. Você não?" -Ela disse indo para o banheiro.

"Do que?" 

"Da casa, novos vizinhos..."

"Ah Mary! Parece que é o fim do mundo! Nem é algo tão estranho... Talvez eles estejam pegando moveis para a acridade, sei lá." -Disse acendendo o abajur.

"Não sei." -Ela deu de ombros e sentou na cama- "Pessoas não mudariam para a quela casa, é mal assombrada."

Revirei os olhos.

Eu e Mary eramos duas das cincos mais velhas do orfanato. Por isso tínhamos um quarto só para nós. Mas dividir um quarto com Mary era muito irritante, pois Mary era irritante.

Me deitei na cama, mas Mary ainda falava comigo sobre a casa.

"Boa noite." -Disse alto, e ela se calou.











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Notas finais do capítulo

um pouco curtinho... mas é que logo vou dormir, talvez eu escreva só mais um.