Morning Light escrita por Dani


Capítulo 19
XVII - Is it real?


Notas iniciais do capítulo

Oi tributos, como estão, estou escrevendo loucamente porque quero chegar na teceira parte logo, por favor leiam as notas finais. BOA LEITURA! May the odds be ever in your favor...
OBS. Para ouvir a música do capítulo sem interromper a leitura da fic recomendo que clique no link com o lado direito do mouse e clique em abrir link em outra guia ou janela ;)



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Beberiquei minha xícara de chá. Estava doce e suave. Muito saboroso.


– Ela tem os olhos do pai. Cabelos da mãe. – Annie falou andando pela casa. Ás vezes eu me perguntava se ela estava falando sozinha ou com Lucca.


– Como você chegou aqui? – Lucca perguntou rindo. Sentado no sofá em uma posição despreocupada. Nunca o vi com uma expressão tão calma. Ele parecia mais jovem agora que estava em casa.


– Eu tentei salvá-la. – conto e ele esconde um risinho nos lábios. – E então ela me trouxe aqui. Ela disse que eu tinha bom coração. – dou um sorrisinho me lembrando disso. Foi um elogio tão doce, agora que não me preocupo por estar andando com uma desconhecida, percebo que ela foi muito doce ao dizer isso.


– Johanna uma vez me disse que meu pai dizia a todos o quão minha mãe era perceptiva. Ela nunca gostara de Coin. – ele fala.


– Quem é Coin? – pergunto ignorando a outra pergunta que tenho na cabeça, que seja algo como “Você também conhece Johanna?”.


– Você viu os Jogos, mas ainda há muito mais para saber. – ele diz apoiando a cabeça nas mãos que estão entrelaçadas como um travesseiro acima de sua nuca. – Coin se fez de boazinha durante a revolução, mas por fim acabou traindo sua mãe, meu pai, todos que acreditavam no bem da revolução. No fim dos Jogos.


Penso em como deve ter sido difícil estar na revolução, sem saber em quem confiar, sem poder contar com ninguém. Bebo o chá doce mais uma vez.


– Eu te procurei. – Lucca me tira de meus devaneios. – Mais cedo.


Olho para ele esperando que ele continue.


– Assim que vi que havíamos chegado te procurei. – ele olha pra baixo, quase parecendo envergonhado, como alguém pego no flagra.


– Eu me vesti correndo e desci do trem assim que vi onde havíamos chegado. – conto a ele. – Quando vi a praia. – quem dá um sorriso sem jeito agora sou eu. – Eu queria me jogar no mar.


Seu sorriso perde a timidez.


– Nunca havia visto o mar?


– Nunca.


Ele tira com um equilíbrio assustador a xícara de minha mão e me guia pelas escadas a cima.


Agora que já faz algumas horas que saí daquele quarto escuro e meu cérebro parece aos poucos voltar a funcionar normalmente, descubro o porquê aquela casa parece-me tão familiar.


– Sua casa é como a minha. – digo reconhecendo o modelo semelhante que as casas dos Vitoriosos têm.


– Na verdade... - ela me guia para dentro de um grande cômodo, claro e organizado. – Nossas casas não poderiam ser mais diferentes. – ele diz me colocando de frente a uma das paredes.


O problema é que esta parede é feita apenas de vidro, então a visão que tenho é sensacional. Por impulso levo a mão que Lucca não está segurando aos lábios e aprecio tudo aquilo que meus olhos alcançam.


O Distrito ganha vida em frente aos meus olhos.


Crianças pulam no mar e correm umas atrás das outras. Pequenas lojinhas decoradas por frutos do mar e pérolas do mar abrem preguiçosamente. Vejo várias pessoas com poucas roupas ou roupas bem pequenas – penso em como Lucca está quase sempre sem camisa – mas parecem tão confortáveis. Tão acostumados àquilo que sua semi-nudez mal me incomoda.


Montanhas altas é o plano de fundo dos lagos e praias, aliás, há água de todos os lados. Uma água clara que reflete os primeiros raios do sol. Novamente sinto uma vontade crescente de apenas pular no mar.


– Este é o meu lar. – Lucca fala sorrindo para aquela vista, tentando não corar ao ver que ele entrelaça seus dedos nos meus.


Sinto estúpidas batidas descompassadas que vem de alguma parte do meu corpo e elas só param quando alguém chama Lucca e eu fico sozinha encarando onde há um minuto ele estava.


– Prim? – uma voz fraquinha me chama.


– Annie. – digo seguindo a mulher que fala meu nome. Ela me olha e em seguida sai andando.


Descemos as escadas em silêncio e ás vezes ela faz um comentário ou outro, mas tenho quase certeza de que ela não fala comigo.


– Prim, seus pais. – ela começa. – Seus pais vão vir aqui hoje. Quero tudo... - ela fala e me olha se esforçando para lembrar-se de alguma coisa. – Perfeito.


– Eu posso ajudar. – falo antes de realmente pensar no assunto. Mas Annie não se importa quando entro na cozinha e digo a ela que só sei fazer bolos e tortas.


– Se suas tortas forem apenas um pouco tão boas quanto às de seu pai, ela serão ótimas. – ela fala sorrindo. – Seu pai fez o bolo de meu casamento.


Fico em silêncio. Não sei o quanto aquele assunto é doloroso para ela.


– Finnick amava seus pais. – ela diz sentando-se a mesa.


– Meus pais também o amavam. – conto e ela concorda com a cabeça.


Começamos a trabalhar em silêncio na cozinha, quando do nada ela chega perto de mim e segura minhas mãos.


– Annie? – pergunto.


– O que você está fazendo aqui? – ela fala séria me olhando nos olhos.


– Estou te ajudando, Annie.


Ela olha para minhas mãos que estão cheias de massa adocicada.


– Não, nesta viagem. Você deveria estar em casa. – ela fala ainda muito séria, quase enfurecida.


– Annie, há alguma coisa sobre a Capital que eu deva saber? – digo perguntando aquela mulher, que ao mesmo tempo parece bastante sã e completamente insana, algo que quero saber a muito tempo.


– Talvez você não seja bem vinda a Capital. – ela me conta.


– Por quê?


– Primrose, nem todos amam seus pais. Nem todos vão ser bons com você ou seu irmão. Existem pessoas que, elas, eu... - Annie para e encara o nada, quando seus olhos azuis encaram os meus, eles estão calmos e sorridentes. – Você é tão mais bonita e doce do que aquela garotinha dos cabelos vermelhos.


Faço o gesto de negação com a cabeça tentando me situar com aquela repentina mudança de assunto.


– Vênus?


– Ah, sim. Ela nunca se sujaria de cobertura de bolo por causa de uma maluca como eu. – ela me dá um sorrisinho e algo me diz que ela não voltará a falar sobre a Capital.



Me limpo e vejo que ainda é cedo. Então me despeço de Annie e decido voltar ao trem. Annie faz o desenho, em uma folha de planta clara, do caminho de volta para a praia de onde viemos, mesmo não entendendo nada do desenho agradeço e sigo por onde penso ser o caminho.


Entro no mesmo pedaço de terra cheio de árvores pelo qual viemos, então me considero no caminho correto. Infelizmente há tantas árvores ali que pouco vejo, a cada passo as árvores engolem toda a luz e acabo escorregando em uma poça de lama e não consigo me levantar.


“Sua mãe” ouço uma voz dizer e olho para todos os lados.


Estou sozinha ali.


“Não confie” a mesma voz repete.


– Quem está aí? – falo com a voz tremendo.


“Primrose, não confie em ninguém que sabe mais de duas maneiras diferentes de matar alguém.” Uma risada acompanha a frase e todos os pelos de meus braços nus se eriçam.


– Quem está ai? – grito e minha voz ecoa pelas árvores. – Maldição. – sussurro tentando me levantar, mas minhas costas batem com força no chão quando sinto todo o meu corpo ser jogado contra o solo úmido e arenoso do Distrito 4.


Por um momento estou caindo e sinto um enorme vácio abaixo de mim. Como se eu estivesse em queda livre, todo o meu corpo caindo sobre um enorme vazio. Como se um enorme buraco estivesse se abrindo no chão.


Perco a visão e tudo fica negro. Então minha visão volta, mas tudo está tão escuro e minha mãe está ali.


– Mãe. – sussurro entre lágrimas e ela sorri, mas não da forma como ela sorri.


O sorriso de minha mãe é raro, não aparece sempre, mas quando ela o mostra é tão puro e tão belo que sempre me acalma. Muito diferente do sorriso que ela me mostra agora.


Ela ergue a mão e há um arco e flecha nela.


– Mãe você não pode caçar em outros Distritos. – digo a ela, mesmo sem saber se ela pode, apenas quero que ela abaixe o arco e flecha que ela aos poucos vai mirando e coloca-o de frente para... Mim.


– Qual suas últimas palavras, docinho? – ela fala e então perco novamente a visão e a consciência.



Um barulho me acorda. Um dos barulhos mais agudos e horríveis que já ouvi em toda minha vida. Um barulho que não pàra.


De repente tudo se silencia quando percebo que quem estava fazendo aquele barulho era eu.


Eram meus gritos.


– Primrose? – ouço alguém me chamando e tento conter meus gritos, mas sinto-os como chamas crescentes que vem de dentro de mim e quando vejo, lágrimas se juntam nos meus olhos.


– Lucca. – sussurro reconhecendo sua voz. Falo seu nome sem forças, me sinto tão cansada e minhas costas doem tanto. Assim como minha cabeça que agora está latejando.


– Porque você está aqui? Porque você estava gritando? – ele esta ajoelhado ao meu lado e eu apenas o abraço e o choro se inicia.


Não consigo falar, não consigo parar. As lágrimas caem incessantemente e meu rosto está febril. Toda vez que fecho meus olhos vejo minha mãe com aquele olhar maldoso nos olhos apontando o arco e flecha para mim.


Ela nunca erra, penso.


– Não me deixe sozinha. – digo para Lucca quando tudo fica zonzo outra vez e então ele me segura nos braços ou algo assim, apenas sei que de alguma forma tudo começa a se mover e quando visualizo o céu azul outra vez, sei que saímos daquela região cheia de árvores.


Quando eu visualizo o céu uma última vez, um azul ainda mais intenso chama minha atenção. Olho nos olhos de Lucca e fecho meus olhos cansados, enquanto sua voz fica ecoando em minha cabeça dizendo “nunca”.


Mas não sei mais nada o que é real e o que não é. Então o cansaço me toma a consciência outra vez.



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Notas finais do capítulo

Então tributos, o que acharam? Estamos quaaase lá. Quero dizer, na Capital, na resposta de algumas perguntas, e quase chegando em novas perguntas. Por favor comentem porque o número de leitores-fantasmas tem aumentado e eu gostaria muito de fala com vocês e saber o que estão achando. O que acharam do jeito que criei de por música durante a fic haha, pensei nisso agorinha por isso atrasei um pouquinho pra postar. Não esqueça que meus capítulos são alimentados e completamente depententes de reviews. Muitos kisses from D2, love u all ♥ E se quiserem ser avisados quando posto caps novos me sigam no @MsTribbiani