Believe escrita por emeci


Capítulo 5
4 - E isso está começando hoje


Notas iniciais do capítulo

Minhas lindasss! Obrigada por tudooooo! pelos reviews fabulosos, pelos parabéns, pelas mensagens, pelas recomendações! ÉEE tenho 2 recomendações agoraa!~~dança~~
Tudo graças a vocês! Então queria pedir desculpa pela demora e desculpas por esse capítulo não ter nada de interessante, mas, vos compenso no próximo, pode ser? Sério desculpem :(
No entanto, gostava que fizessem uma recomendaçãozinha, pode ser?
Ahhh gente! Não custa nadaaa! Por favor!
Nos vemos lá em baixo sexys!



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4º Capítulo

“ (…)And it's starting today (…)

-Pray

Eu e Mafalda estávamos sentadas no banco de madeira onde eu estivera, há poucas horas atrás, tendo uma crise emocional, pensando que tudo estivesse perdido. Pensando que nunca ia realizar o meu sonho. Pensando que o mundo era um lugar cruel e horrendo.

Os meus pensamentos, ora paravam no show  - onde dancei, gritei, aproveitando todos os momentos – ou no seu abraço, quando ele me entregou os bilhetes – ou quando eu o vi bem de pertinho, não conseguindo evitar todos aqueles arrepios – ou até bem pouco tempo atrás, na sessão de autógrafos que ele tinha dado, onde sorriu diretamente para mim quendo me viu usando seu – agora meu – boné.

Apenas ele, ele e ele. Aqueles olhos castanhos, aquele cabelo loiro, aquele rosto bonito, aqueles lábios carnudos, a sua pele na minha … E sem me dar conta, já um sorriso bobinho surgia em meus lábios relembrando todos aqueles momentos. Todos aquelas horas que eu nunca iria esquecer. Todo aquele sonho.

--Terra chama Carol! – Mafalda disse, passando a mão na frente da minha cara, com o intuito de me despertar. E conseguiu. As imagens que ocupavam a minha mente revelando os graciosos momentos em que eu o tive tão, mas tão perto, fugiram da minha mente e meus pensamentos se focaram na minha amiga.

Desperta e confusa, perguntei:

--Quê?

Ela riu da minha cara de atrapalhada, pondo uma mecha atrás da orelha.

--Você estava contando que uma mulher te tinha agarrado na mão e perguntado se você queria ser a “Only Less Lonely Girl” e depois ficou aí, com um sorriso bobo olhando para o nada.

Eu soltei um risinho tímido, a encarando. Mafalda, após termos saído do show, começou a gritar totalmente doida e a me abraçar dizendo o quão estava orgulhosa de mim. A verdade, é que as duas ainda estávamos com o efeito da concretização de um sonho nas veias e nem nos apercebêramos que parecíamos duas bêbadas, cantando e gritando de felicidade. E tal como qualquer outra Belieber, quis saber todos os detalhes da minha ida ao placo, de como eu me tinha sentido, do que ele tinha feito, de como ele era, visto bem de pertinho… Contudo, obviamente que eu nunca poderia explicar a ela com todo o rigor como tinha sido aquele momento. Porque há momentos que não devem ser descritos tamanha a emoção que você sentiu. Devem apenas ser vividos e relembrados na mente, uma e outra vez.

--Ah! – eu exclamei, voltando ao planeta Terra e deixando minhas memórias perigosamente boas de lado. Encolhi os ombros. – E então eu fiquei meia sem ar, sabe? Quer dizer, ela estava perguntando aquilo para mim, o que não deixa de ser intrigante. – ela levantou o sobrolho, como se questionasse a minha última frase mas eu ignorei. Era intrigante porque eu me considerava uma garota normal, nem bonita nem feia. Uma garota que nunca teve ninguém doido atrás dela fazendo declarações de amor, uma garota que não é popular, uma garota de quinze anos que não vai a uma festa todas as noites e que sobretudo, nem tem uma vida social ativa, ao ponto de todo mundo querer falar com ela e ser amiga dela. Então, era meio que estranho que me tivessem chamado a mim ao palco. Apenas mais uma garota normal – e após eu ter dito que “sim” ela me levou para ou corredor com azulejos brancos bem comprido.

Os olhos castanhos escuros de Maffy brilhavam como se ela estivesse imaginando toda aquela cena. Os cantos dos lábios de esticavam em direções opostas fazendo um sorriso bonitinho surgir em sua cara fofinha.

--E o nome da mulher como era? – ela perguntou, demonstrando toda a sua curiosidade.

Eu encolhi os ombros. Porque diabo ela queria saber daquilo?

No entanto me amaldiçoei no meu último pensamento. Era super híper mega normal que ela quisesse saber todos os detalhes, todos os pormenores. Afinal, também era o sonho dela. E se eu estivesse no lugar dela ia fazer a mesma coisa, talvez até perguntar o feitio da blusa e se  a mulher tinha aliança.

Por momentos me senti egoísta. Eu tinha sido a única a viver aquele momento bem junto ao Justin enquanto outras Beliebers nos observavam, sem puderem fazer nada para serem elas sentadas naquela cadeira vermelha. Outras Beliebers, que, certamente, o amavam mais que eu. Outras Beliebers que também tinham aquele sonho. Outras Beliebers que mereciam aquele momento mais que eu porque são capazes de fazer coisas pelo Justin que eu nunca seria sequer capaz de pensar fazer. Engoli em seco. Aquela sensação de que você traiu alguém ou acabou com o sonho de alguém era pior do que qualquer outra. O coração aperta e você se sente revoltada consigo mesma. Miserável, inútil. Devia ter sido assim que Amira se sentiu ao me dizer que os bilhetes para o concerto do Justin tinham acabado. Como se todo mundo te passasse a odiar. Como se todo mundo te olhasse feio. Porque eu não disse “não” para Pattie, mesmo?

Ah, claro! Porque como aquilo era tudo o que eu tinha sonhado eu ia dizer que sim, como egocêntrica que sou. Como invejosa que sou, né dona Carol?

Abanei a cabeça de um lado para o outro me sentindo péssima. Eu tinha tido direito a tudo aquilo enquanto outras Beliebers nunca o veriam sequer. Eu tinha tido direito a um sorriso dele enquanto outras minhas irmãs queridas choravam nesse momento porque não puderam ir ao show.

Mafalda olhava para mim com um ar preocupado, certamente vendo as lágrimas surgirem nos meus olhos e a minha cara de arrependida. Eu lhe contei o porquê de estar naquele estado e ela me abraçou forte, dizendo que eu era uma idiota por pensar aquelas coisas. E se, de facto aquilo tinha acontecido era porque eu merecia, porque eu tinha lutado por aquilo, sofrido, chorado e continuado a tentar e, por também ser uma ótima pessoa. Ainda no abraço dela eu sorri fraco. Só as palavras dela para me fazerem sentir melhor. Conhecíamo-nos há tão pouco e ela já era tão importante. Era como se fosse aquela melhor amiga que eu nunca tinha encontrado. Como se tivesse todas as qualidades que um verdadeiro amigo deveria ter.

Após ter enxugado as malditas gotas que brotavam dos meus olhos e de me sentir menos egoísta e odiosa, lhe contei tudinho sobre a minha ida ao placo, desde descrever o olhar dele a forma como ele sorria.

E mais sorrisos e lágrimas emocionadas brotavam enquanto eu me lembrava e descrevia com toda a precisão aquele momento inesquecível. Todos os toques, todos os olhares, todos os frios na barriga, todos os sentimentos…

No fim, a Maffy fez qualquer comentário engraçado e nós caímos na risada, falando coisas bestas e comendo mais bolachas, enquanto o tempo arrefecia. Estávamos cansadas, exaustas, quer emocionalmente quer fisicamente. Eu realmente duvidava que no dia seguinte me conseguisse levantar.

Os minutos iam passando e já eram quase dez horas quando o pai dela ligou, dizendo que a estava saindo de casa para a vir buscar.

Ela acenou, falou um pouquinho com ele e depois desligou, me encarando com aqueles olhos castanhos escuros profundos.

--Você quer que eu peça ao meu pai para te levar até ao hotel? – ela perguntou, preocupada de o facto de eu ficar ali, sozinha, aquelas horas da noite enquanto meu pai não me vinha buscar.

Eu abanei a cabeça, sorrindo com a preocupação dela. Que fofa! Não era de todo necessário. Para já ainda era cedo e mal eu ligasse para ele, papai estria comigo em menos de cinco minutos.

--Não precisa. Eu ligo ao meu pai do celular que está na minha bolsa e…

Meu coração deu um salto e meus olhos se arregalaram enquanto a minha mão bateu com força na minha testa. A minha bolsa! A minha bolsa ficou com a Pattie! Merda, merda, merda! O momento em que entreguei a bolsa àquela mulher de cabelos castanhos compridos e olhos verdes com o me celular e o meu texto e outras coisas, era revivida em minha mente.

--Droga! – disse, levemente irritada comigo mesma.

Eu tinha esquecido a porra da bolsa da bolsa com o me celular! Com o meu celular! E agora? Como eu ia ligar para meu pai? Como ele me iria contactar? Como eu a ia encontrar? Aonde estaria Pattie?

A minha cabeça trabalhava a mil, encontrando ótimos problemas por causa daquilo. E se de repente um meteorito caísse ali? Como alguém o ia avisar que eu tinha morrido? Burra, burra, burra!

--O que foi? – Maffy perguntou, me olhando de cima a baixo com o sobrolho erguido, ainda sentada no banco.

Suspirei, ainda me xingando de todos os nomes possíveis. Mas, também, eu precisava de um desconto. Estava vivendo o meu sonho, vendo o meu ídolo, gritando no auge da felicidade, como me poderia ter lembrado da bolsa roxa que deixei com a mulher simpática e que tinha tornado o roçar do meu nariz e do de Justin possível?

--É que minha bolsa ficou com a Pattie, e é lá que está o meu celular. – comentei ainda zangado comigo. Eu dava voltas e círculos com as mãos atrás das costas sem saber o que fazer. Eu precisava daquela bolsa.

--Pattie?! – ela perguntou, com os olhos arregalados como se suspeitasse de alguma coisa. Como se aquele nome a fizesse lembrar de alguém. – Qual Pattie? Uma mulher com cabelos castanhos e olhos verdes? – ela perguntou.

Eu parei a caminhada e a olhei de cima a baixo, ligeiramente confusa. Ela lia pensamentos? Só pode! De que outra maneira saberia como era a mulher que me tinha chamado para ser a Only Less Lonely Girl?

--Como você sabe que a mulher que me chamou para ser a Onl Less Lonely Girl é assim? – perguntei com um sobrolho erguido, enquanto observava um enorme sorriso se formar da cara minha amiga fofa.

--Carol… - ela disse calmamente como se eu fosse uma criancinha de quatro anos que não percebia o porquê de dois mais dois ser quatro. Estranhei aquele tom dela comigo. O que me estava escapando. Ou melhor, estava me escapando alguma coisa? Do que me tinha esquecido sem ser da porra daquela carteira roxa? – A Pattie que te levou até ao palco é a mãe do Justin.

Eu fiquei uns tantos segundos sem reação. O que é que ela estava dizendo? Que a mulher de olhos verdes cor de esmeralda era a mãe do meu ídolo? Comoéquié?!
Levei as mãos às têmporas e respirei fundo, sentindo a outra mão se fechar.

Mas que droga! Por isso é que eu a conhecia de algum lado! Claro! Tenho fotos dela e do Justin abraçados no meu computador! Pattie Mallette, a mãe de Justin Bieber! Uma das mulheres mais fortes desse mundo. E eu não a reconheci?!

Tem como ser mais idiota?

Ah, espera, tem! Eu abracei a mãe do garoto por quem eu sou louca desde o primeiro vídeo e não a reconheci. E pensei o nome dela milhões de vezes e não me lembrei que já o tinha lido na wikipédia quando quis saber quem era o Justin Bieber, qual a sua data de nascimento e quantos anos tinha.

E agora, tem como ser mais idiota?

Sim, ainda continua tendo. Eu deixei a minha bolsa com o meu celular com ela e me esqueci totalmente disso e agora estou aqui, nesse estado deprimente após descobrir que eu não tinha reconhecido a mãe do garoto mais lindo do mundo.

É, eu sou uma idiota mesmo.

Suspirei mais uma vez, encarando Mafalda, que olhava para mim preocupada. Céus! Mas que raio de Belieber é que eu sou?

--E agora? – ela perguntou num murmúrio, ainda sorrindo.

Eu encolhi os ombros. Agora… Agora… Agora eu ia esperar que Pattie se lembrasse que tinha a minha bolsa e, sei lá, ma viesse entregar? Ou então pedia a Mafalda para me emprestar o celular dela e ligava para meu pai. Sim, parecia a ideia mais acertada. Eu não podia sair dali sem a autorização dele e tinha que o avisar que perdera o meu celular.

Olhei para  Mafalda com as suas calças de ganga e uma camisa roxa que dizia “JB”. Os cabelos cacheados dela eram escuros, mas, devido à opacidade da noite, não dava para os descrever numa cor certa.

--Agora… - eu disse, me aproximando mais dela e me sentando no banquinho de madeira – agora, será que você pode me emprestar o seu celular para eu ligar para meu pai? – pedi, com jeitinho.

Ela sorriu, e tirou o seu celular do bolso – da próxima vez também vou fazer assim e mo entregou nas mãos. Eu sorri, como forma de agradecimento e marquei o número de meu pai no celular dela. Levei-o ao ouvido, esperando o meu pai atender. No entanto, para meu desespero, isso não aconteceu. Papai tinha o celular desligado. Provavelmente estava numa reunião ou algo do género.

Suspirei, lhe entregando o celular e comunicando que ele não atendia e que então, teria que ficar ali, ou ele ficaria bastante preocupado. Ela entendeu e se despediu de mim, dizendo que o pai já estava à espera. Eu sorri, e prometi que quando chegasse a casa que lhe mandava uma mensagem através do celular do meu pai. Ela sorriu e então se afastou, entrando num carro preto, que mal se via.

Eu sorri e lhe dei um “tchauzinho” com  a mão até o carro desaparecer do meu campo de visão. Então me deitei no banco, olhando para o céu e reparando que pequenas gotas de chuva começam a cair.

É, aquela noite não estava a correr como eu tinha planeado. Nada mesmo. Minhas pernas doíam, eu tinha fome, estava com frio e naquele momento só queria ir para uma cama quentinha. Porque é que eu me tinha logo de esquecer da bolsa, hein?                                                                               

As árvores que se viam abanavam ao sabor do vento. A calçada por baixo de mim começava a ficar com pequenas poças de água. À minha frente, se encontrava o estádio cinzento onde tudo tinha acontecido. Do meu lado esquerdo, um pouco mais adiante, estava a bilheteria onde meu mundo tinha desmoronado e do meu lado direito estava mais calçada que dava acesso à estrada, onde Mafalda estivera há segundos.

Suspirei. Estava ali sozinha sem nada que fazer. O meu dia maravilhoso que seria, talvez, o mais feliz de toda a minha vida, tinha mesmo que acabar assim? Comigo sentada num banco com frio, com medo que aparecesse alguém, sem saber quanto tempo tinha que esperar até o meu pai me vir buscar? Assim dessa maneira, triste, sem emoção?

A chuva estava engrossando e se eu continuasse naquele banco, não ia só ficar com frio, batendo os dentes, mas também toda molhada. E eu realmente não queria ficar gripada em Espanha durante essas três semanas com tantas coisas legais que se pode fazer.

Me levantei de um salto e corri até um pequeno murinho que havia de frente para a estrada com uma cobertura por cima. Sentia as gotas ficarem cada vez mais fortes e as minhas calças jeans roxas ficarem molhadas. Que droga! Os meus dentes batiam e os meus braços estavam abraçados um em volta do outro, me tentando proteger do frio.

Quando finalmente cheguei lá, após meus pés atravessaram pequenas poças de água, me sentei rapidamente.

 Aqui já estou melhor. Minha t-shirt estava ligeiramente ensopada e meus cabelos um pouco molhados, mas nada de muito grave.

Só tinha frio. As minhas pernas balançavam de lá para cá, tentando aquecer-se e os meus braços se envolviam um ao outro tentando manter o calor no meu corpo. O meu cabelo cacheado voava na mesma direção que o vento. Eu via a estrada e vários carros passando. Todos demasiado rápido para lhes puder identificar a cor. As nuvens escuras escondiam as bonitas estrelas e lua, era a única luz naquele céu negro. O barulho das gotas chuva ao caírem sobre a calçada me tranquilaza, mas me aborrecia. Não tinha nada para fazer a não ser esperar. E reviver os momentos daquele dia.

O medo, a deceção, a tristeza, a angústia e o vazio, quando descobri que não haviam mais bilhetes para realizar o meu sonho. A ansiedade e a esperança antes de Justin sair da carrinha preta. O amor e o agradecimento quando ele me deu os bilhetes. O coração a bater forte, o sorriso nos lábios, a alegria, felicidade que senti quando ele me abraçou. As lágrimas, os gritos, a dança, a euforia do concerto. A ansiedade e nervosismo quando fui chamada para ser a Only Less lonely Girl. O carinho, o amor, o orgulho, os sorrisos sinceros, o toque dele, os seus olhos castanhos, aquele cabelo loiro lindo, o boné roxo dele…

Então um barulho de pneus próximos me despertou. E quando dei conta, por entre toda aquela chuva, uma carrinha preta estava bem perto de mim. Ergui o sobrolho. Porque uma carrinha estaria ali? Quem estava lá dentro? O que queriam?

Antes de o medo ter tempo de se apoderar de mim, a porta da frente se abriu e, de lá de dentro, saiu uma mulher com os olhos verdes, os cabelos cumpridos e uma bolsa roxa na mão, sorrindo para mim.

Um arrepio percorreu minha espinha. Pattie estava ali, de frente para mim, com um sorriso. Então, um pressentimento me percorreu. Não sei explicar o que era, mas era algo bom. Como se algo maravilhoso fosse acontecer ainda hoje. Como se algo extraordinário fosse começar hoje…


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Notas finais do capítulo

Então, pequenino e sem nada de interessante, não é mesmo? Também achei :s mas okay, próximo domingo, ou até antes (ebaaa!) pode aparecer mais (:
mais uma vez, obrigada por tudo suas fofas! Essa fic não era a mesma sem vocês suas lindegas! ♥
Beijinhos :*