Meet Athena escrita por Nunah


Capítulo 5
capítulo 4 - um bom recomeço


Notas iniciais do capítulo

Oi gente :} tipo assim podem surtar comigo, porque eu mereço. Mas sempre é o mesmo motivo, provas, trabalhos, falta de criatividade, cansaço... Se querem culpar alguém culpem minha escola, u_u Mas hoje eu acordei inspirada e resolvi escrever para me redimir, então espero que gostem! :)



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So, so is how I’m doing if you’re wondering,

I’m in a fight with the world but I’m winning.

Stay there, come closer, it’s at your own risk,

Yeah, you know how it is life can be a bitch.

- Runaway

Athena

Acordei com um gosto metálico na boca. Tudo estava silencioso. Olhei pela janela e vi que o céu estava nublado, parecia um dia de luto. Lembrei-me dos acontecimentos do dia anterior e fiquei tonta.

Prendi meus cabelos. Minha nuca estava molhada. Eu estava definitivamente nervosa. Eu tinha certeza de que os meus atos e os de Poseidon teriam consequências.

- Athena... – Deméter abriu a porta e fez cara de espanto. – Querida, você está pálida!

Ela checou minha temperatura, disse que eu precisava comer cereais, que estava me descuidando demais, que os estudos estavam acabando comigo... Se ela ao menos soubesse...

- Não, não... Eu estou bem. Não se preocupe... Vou só tomar um banho.

Tia Deméter não era de se deixar levar, mas franziu os lábios e saiu do quarto.

Deixei a água gelada cair sobre mim, escorrendo por meus cabelos e levando a névoa de minha mente. Eu precisava de paz, não queria nem saber o que teria de enfrentar quando chegasse a hora.

Coloquei uma roupa confortável, peguei a mochila e desci para a cozinha. Comi cereais junto dos outros – tia Deméter é insistente, ok? – e saí junto de Apolo.

Ele estava estranhamente calado. Apolo sempre era brincalhão e quebrava o gelo. E depois de ontem, achei que ele iria pelo menos dar um sorriso simpático. Mas não. Ele ficou lá, quieto e sempre olhando para frente.

Quando ele parou no estacionamento, senti ansiedade. Sentia como se aquele dia ia ser diferente. Eu já estava saindo do carro e indo pra longe daquele clima pesado, quando meu irmão segurou meu braço.

Eu o encarei assustada, esperando uma lição de moral ou um pedido de explicação. Mas ele apenas me olhou sério e disse suavemente:

- Tente não fazer nenhuma besteira Athena. O que aconteceu ontem ainda não acabou.

Ok, pelo menos ele falou comigo.

E isso me deixou ainda mais assustada.

Assenti, me afastando sem conseguir dizer uma palavra.

Poseidon

Não tenho muito a dizer. Minha cabeça parece que vai explodir por causa do porre que tomei ontem. De novo. Estou morando no meu carro e só tenho duas trocas de roupa (que eu deixava no carro pra emergências, como essa). Sorte minha deixar todo meu material no porta-malas.

Tenho que tomar banho e comer na faculdade, além de estar acordando só com o alarme do celular.

Daora a vida.

Quando cheguei ao campus, todos – todos, sério – me encararam. Mas, pra falar a verdade, eu não estava surpreso. E nem me importava. Pelo menos, depois do vexame de ontem, as pessoas iam começar a me deixar em paz, inclusive Anfitrite. Um ponto positivo.

Fui até a recepção, porque havia decidido que, se fosse pra me livrar da minha família e todas as obrigações que impunham à mim, algumas coisas teriam de mudar drasticamente. Por isso, mudei meu curso para Biologia Marinha e dei um basta naquela história ridícula de seguir os passos do meu pai e ser um empresário muito bem de vida.

Não, aquilo não era pra mim.

Andei um pouco pelo lugar, finalmente encontrando a pessoa que havia se tornado a mais importante.

Apesar de minha vida virar de cabeça para baixo e ter vários incidentes, eu estava feliz. Porque eu ainda tinha a ela.

Antes mesmo de pensar, eu a abracei. É, eu abracei Athena no meio do campus e todos ficaram olhando incrédulos e super surpresos, mas que se dane.

- Nem acredito que estamos bem depois de ontem.

Ela sorriu. Seus olhos brilhavam mais do que o normal e ela estava linda. Parecia mais radiante, mais feliz.

- Acabei de mudar meu curso. Finalmente vou fazer uma coisa que gosto.

Seu sorriso aumentou.

- Poseidon, que notícia ótima! – dessa vez, ela me abraçou. – Isso é tão bom, fico tão feliz por você.

A felicidade dela me fez sorrir. Eu sei que parece bobo, mas eu realmente me importava com aquela garota e, se ela estava feliz, eu também estava. Certo?

Passei o braço por seus ombros e ela segurou minha mão distraidamente enquanto andávamos para um lugar mais reservado.

- Então, já decidiu como vai ser sua vida daqui por diante? Não precisa mais acatar ordens ou dar satisfações.

- Isso é verdade. Não sei bem, acho que preciso encontrar um lugar para ficar primeiro, então posso pensar nas outras coisas.

- Ah, entendo. Mas você vai ver que tudo vai se ajeitar.

Nada podia estragar aquele momento de paz e tranquilidade que estávamos tendo. Nada. A não ser uma garota metida à besta filha de uma vadia mal-amada que adora me atormentar dia e noite, literalmente.

- Poseidon! – ela apareceu na frente dos dois com as mãos na cintura e uma expressão que indicava que estava irritada ao extremo. – Você me deve satisfações! – ela apontou para o peito do garoto. – Não pode simplesmente sumir assim, sabia?! E deixar sua família e tudo o que todos sempre querem e você pode?! QUAL É O SEU PROBLEMA? Ah, e ainda por cima fica andando por aí com essa... esquisita!

Eu costumava ignorar todos os surtos de Anfitrite. Se ela tivesse apenas falado algumas coisas, eu não ligaria. Mas como meu pai, ela havia tocado no nome de Athena. E aquilo eu não perdoava.

- Anfitrite, eu só não desço a mão na sua cara por um homem de verdade não bate numa mulher.

Meus punhos estavam cerrados e, mais uma vez naquele dia, eu me surpreendi quando a comportada Athena disse:

- Não, mas uma mulher bate.

Seu tom de voz era agressivo e seus olhos estavam mais escuros do que o normal. Um lado que eu nunca tinha visto nela. Raiva, agressividade, descontrole.

Aquilo me pareceu um replay do dia anterior. Mas agora quem havia socado era ela. E quem estava sangrando não era meu pai.

- Sabe, eu não sou de perder a paciência, mas você já foi longe demais.

Athena puxou Anfitrite pela sua blusa de marca, encarando-a bem dentro de seus olhos, mostrando que não estava brincando.

O sangue agora escorria e sua roupa ficava manchada de vermelho vivo. A garota popular e arrogante parecia em estado de choque.

- Sua selvagem! Você devia ser presa por tentativa de assassinato!

Ela sempre fora exagerada, verdade.

Anfitrite saiu correndo e tropeçou com aqueles saltos enormes, quase caindo algumas vezes. Suas amigas encaravam Athena, incrédulas, mas pelo menos nunca mais mexeriam com ela.

- Mandou bem, Xena.

Athena

Olha, eu só queria deixar bem claro que perder o controle e agredir uma pessoa não estava na minha rotina. Eu normalmente sou uma pessoa paciente e amigável, apesar de ser isolada. Mas convenhamos que qualquer um perderia a cabeça depois de anos aturando as provocações daquela garota.

E se quer saber, se tia Deméter estivesse aqui ela diria ‘Minha garota!’, sei disso. E quando Poseidon sorriu e disse ‘Mandou bem, Xena’, eu fiquei ainda mais aliviada, porque achei que ele iria surtar dizendo que era errado e tudo o mais.

Eu suspirei, passando a mão pelos meus cabelos. Admito que estava tremendo de nervosismo.

- Ei, não precisa ficar assim... – Poseidon me puxou para perto, tentando me acalmar. Ele pegou uma mania incrível de me abraçar.

Eu levantei minha cabeça. Tenho certeza de que estava horrível, com uma cara de desolação. Eu estava sendo fraca.

Ele chegou mais perto. Eu estava com medo. Era uma coisa boba, mas eu tinha acabado de socar uma garota àquela hora da manhã. Sentir a respiração de Poseidon em minhas bochechas não era de muita ajuda.

E quando eu ia pedir para se afastar, ele fez a pior coisa do mundo. Ele me beijou. No meio do campus, com todos os olhos virados para nós. Eu sei que qualquer garota ficaria feliz por ser beijada por ele, mas eu era diferente, sempre fui.

Aquilo só serviu para me confundir mais ainda, me deixar mais vulnerável e perdida. Eu já não sabia mais o que sentia ou pensava sobre ele, e aquilo não ajudou.

- Nos superamos hoje querida...

Ele sorriu. Eu não sabia como podia fazer aquilo. Poseidon parecia tão em paz consigo mesmo. E eu estava ali, com a cabeça girando.

E para a minha salvação, Apolo me puxou pelo braço mais uma vez naquele dia.

- Vá para a aula Athena.

Assenti e engoli em seco, agradecendo-o mentalmente.

Poseidon

Eu realmente não sabia o que tinha me dado, mas quando a beijei, eu me senti livre, realizado, como se precisasse daquilo. E ela retribuiu, o que me deixou muito feliz, mas Athena não parecia ter gostado daquilo. Eu queria poder conversar, mas Apolo apareceu de repente e nós nem pudemos trocar uma ou duas palavras.

Apolo havia mudado. Essa era minha impressão. Ele estava mais distante, frio, desde a noite anterior. Ele não parecia ligar para o fato de eu e Athena andarmos juntos até aquela briga. E depois... Ele parecer querer que ela fique longe...

Talvez ele só esteja querendo a proteger... Ela é sua irmã afinal...

- Por favor Poseidon, não a machuque, ok? Você é um cara legal, mas ela pode ser difícil em alguns aspectos, portanto não apresse as coisas, você pode estragar tudo.

Tentei esboçar um sorriso amigável, mas acho que não deu muito certo. Então apenas assenti, um pouco envergonhado, e resolvi ir logo para não chegar atrasado, era minha primeira aula, hm.

Ela foi muito boa. E passou muito rápido. Acho que as duas coisas estão ligadas, de algum modo. Eu fiz novos amigos, amigos de verdade, não aqueles que convivem comigo pelo meu nome ou dinheiro. Eram amigos que se interessavam pelas mesmas coisas que eu, e que gostavam de conversar sobre.

Mas quando deu o horário, minha alegria acabou, porque eu soube que teria de consertar as coisas com Athena, e estava morrendo de medo que ela não deixasse.

- Tenho que ir agora... Até mais.

Eu a encontrei encostada no carro, conversando alguma coisa com Apolo. Os dois estavam com expressões sérias.

Cheguei mais perto e pude ouvir algumas coisas sem nexo.

- Você sabe a opinião do nosso pai!

- Mas ele não precisa saber a verdade Apolo! Por favor...

- Athena, se ele descobrir...

- Descobrir o quê? – falei, interrompendo os dois. Não sei se foi uma boa ideia. – Ahn, me desculpem, eu estava por perto... Mas se quiserem eu posso sair...

Dei alguns passos para trás.

Athena olhou duramente para o irmão, então esse falou:

- Poseidon, pode ficar conosco, se quiser, sabemos que não tem para onde ir.

Encarei Athena de soslaio. Suas bochechas ficaram rosadas e ela entrou no carro sem dizer nada.

- Não sei se essa é a minha melhor opção Apolo, sem querer ofender...

Ele havia entendido muito bem sobre o que eu me referia.

- Não há problema, pode vir.

- Tudo bem então, mas vou precisar de roupas.

Ele sorriu, dando tapinhas nas minhas costas.

- Vamos amigo.

Apolo entrou em seu carro, e eu o segui com o meu próprio. É, talvez fosse um bom recomeço.


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Notas finais do capítulo

Não sei quando vou postar o próximo, porque segunda já começa mais uma temporada de provas, que raiva man...