POV PERCY
Eu queria sair correndo de lá, um tremor, um choque percorria meu corpo inteiro... Um simples toque na mão dela me fez ficar assim, tentei imaginar como seria beijá-la então... Seria perfeito. Entrei no meu quarto e sentei na beirada da cama, tentando controlar o tremor em meu corpo... O que diabos tava acontecendo? Eu tinha que me controlar, e ainda tinha o Luke... Argh... Assim que me senti mais controlado, troquei a camiseta que estava molhada por outra pólo vermelha. Fui até a sala para esperar Annabeth, ela voltou usando uma regata branca. 
-Vamos no meu carro? - Ela perguntou.
-Claro, você que sabe o caminho. - Sorri um pouco, fazendo um pouco de graça e ela retribuiu e estirou a pontinha da língua para mim. 
Do nosso apartamento até o shopping mais perto foram 10 minutos, afinal aquele era o centro comercial forte de São Francisco.
-Tem uma loja de móveis ótima no terceiro piso - Ela disse apertando o botão. Assim que chegamos ela me guiou pelo corredor alguns metros e paramos em frente a uma loja e- "wait for it"- norme de móveis. Acho que eles tinham desde talheres até móveis de 1 milhão de dólares. 
-Vem, minha amiga Rachel Dare trabalha aqui, ela pode nos ajudar a arranjar umas coisas legais. 
Fomos atrás da tal amiga da Annie, e puta que pariu, ela era muito gostosa e simpática, mas nada comparado à beleza e graciosidade de Annie, então entrei em um conflito interno comigo mesmo... Bom conseiderando que ela está saindo com o Luke, não há motivos que me impeçam de dar em cima dela.
-Então... Você sabe de alguma loja boa de música aqui no shopping? -Perguntei tentando puxar assunto
-Hum...- Ela ponderou alguns instantes - Tem uma no 5° piso... A Annie sabe onde fica. Você toca o quê?
-Violão e guitarra... Eu até tinha uma banda no colegial, mas nunca fomos bons mesmo. Eu gosto de compor sozinho no meu quarto...
Seus olinhos estavam brilhando agora, Annie raspou a garganta e perguntou  para Rachel onde ficavam os sofás, ela tinha um olhar meio raivoso no rosto.
- Por aqui. - Ela cortou nosso contato visual e nos guiou pelo labirinto de corredores largos e compridos. Vimos alguns sofás de couro, extremamente caros, mas de boa qualidade e outros não tão caros e de qualidade regular. Todos eram muito confortáveis e com espaço para três pessoas, tamanho ideal para nós, ele era meio caramelo, combinando com a parede chocolate da sala e as cortinas, palavras de Annabeth Chase. 
- Ótima escolha, vocês querem ver mais alguma coisa?
-Sim uma estante forte o suficiente para aguentar livros, e pode deixar Percy esse fica por minha conta. 
-Claro, eu viu querer mais duas coisas só. - Dei um momento para dramatizar minha demanda. - Um abajur bonito e o seu número.
Terminei a frase apontando para Rachel que sorriu desconcertada e corou violentamente. 
-Por aqui. - Nos guiou para comprarmos a estante e o abajur. Ela me ajudou a escolher um abajur médio, que disse que combinaria com meu quarto segundo minha descrição. Fomos até o caixa, rachando o sofá e cada um pagando pela suas escolhas pessoais. Antes de partimos e deixarmos nosso endereço com Rachel ela me passou um papelzinho com seu número.
-Me ligue quando quiser... - Ela disse sorrindo de forma doce e ao mesmo tempo maliciosa.
-Eu vou. - Dei meu melhor sorriso e fui atrás de Annie, que já deixava a loja em um passo apertado.
-Ei, algo errado? - Perguntei esperançoso de que ela estivesse com ciúmes. 
-NÃO! - Ela falou rápido demais, tive vontade de sorrir mas me contive - Você ainda quer ver a loja de música.
-Claro.
Fomos até a loja, eu dei uma olhada, fiquei de voltar outro dia para olhar tudo com mais calma e já decidido se iria levar um violão da loja, mas não era um violão qualquer, era O violão, o que eu sempre quis desde que era pequeno. 
- O que acha de irmos tomar um sorvete no MacDonalsds? -Sugeri a Annie - Por minha conta.
Ela sorriu e simplesmente assentiu dizendo que a praça de alimentação era naquele mesmo andar. Compramos duas casquinhas, uma de chocolate para mim e uma de baunilha para ela. Ela ficou me explicando onde ficavam as melhores lojas e de forma o shopping era organizado. Depois falamos de assuntos aleatórios.
-Voce tem algum irmão ou irmã? - Ela perguntou e em seguida dando uma mordida na sua casquinha e se sujando um pouco no canto do lábio. 
-Tenho um irmão mais novo, ele está terminando o colegial, disse que quer fazer Educação Física, meu pai quase esganou ele, dizendo que era para ele fazer uma profissão digna de um Jackson que rendesse um bom dinheiro, apesar de sermos ricos... Mas nunca fui um cara muito admirado por dinheiro e sempre gostei de biologia e do mar, por isso escolhi minha profissão.
- Coitado do seu irmão... - Ela opinou - Eu não saberia o que fazer se minha família não tivesse apoiado minha decisão para ser arquiteta. 
-Er... Annie, você está um pouco suja aqui- Disse indicando em minha própria boca onde.
-Saiu?- Ela perguntou limpando o lado errado.
- Não... - Peguei um guardanapo e me inclinei um pouco sobre a mesa e lentamente limpei o canto da boca dela. Durante todo o processo sua cabeça não se mexeu, ela não se esquivou do toque nem tentou me impedir, e seus olhos seguiram minha mão e se fixaram em nos meus olhos e mantive minha mão no lugar. De novo aquela sensação esquisita do choque percorrendo meu corpo inteiro. Não queria ter tirado minha mão, mas ela quebrou o contato visual e saiu correndo. Fui atrás dela sem entender.
POV ANNABETH
"Droga, droga,droga". De novo aquela sensação de choque percorrendo meu corpo, porque ele tinha que fazer isso comigo, ser daquele jeito.
-Ei o que aconteceu? - Ele perguntou tocando em meu ombro me fazendo me virar.
-Você tem que se decidir Jackson. Primeiro dá em cima da Rachel, depois fica tocando em mim me fazendo me sentir esquisita e ....
Ele me interrompeu no meio da frase.
-Você também sente um choque? - Ele parecia surpreso, diria que quase feliz. Afimei com a cabeça. 
-Vamos, já são quase 5 horas, às sete vamos jantar com a Thalia e ainda tenho que me arrumar. - Fugi do assunto e fomos para casa. Eu não queria encarar os fatos, mas aquela sensação boa ele também sentia, ele era lindo, gentil, amigável, mas eu não podia, tinha que me controlar, pelo meu próprio bem, mas saber daquilo apenas tornava as coisas mais difíceis. 
O caminho até em casa foi em um silêncio constrangedor e a atmosfera era pesada entre nós dois, eu até liguei o rádio para tentar me distrair, mas não adiantou nada, a letra da música me fez pensar e re-pensar na nossa infeliz situação. (Toquem a música se quiserem, eu amo Coldplay) 
Porque ele tinha que tornar tudo mais difícil? Eu não poderia, eu queria, desesperadamente poder me jogar naquilo de cabeça, de corpo e alma, mas meu lado nobre, insensível e, porque não, babaca me dizia que era errado e que nunca daria certo, e que se desse, no final daria merda.
Nunca fui uma garota de relacionamentos, na escola eu era o cérebro, não a menina que ia em festas e beijava mais de 50 garotos na mesma noite, nem nunca tive nenhum namorado, eu era meio introvertida, e não sei se estava pronta para isso, sendo ainda por cima com meu colega de quarto.
-Maldito dia que eu resolvi me mudar - Murmurei. Percy, que olhava vagamente para a rua, deve ter me visto falando comigo mesma pois virou sua cabeça para mim e perguntou.
-Você disse alguma coisa?
-Não. - Respondi seca, parando o carro na minha vaga, desligando-o e saindo preguiçosamente de dentro dele. Percy já tinha se adiantado e aberto a porta do elevador para mim. Eu arrastava meus pés pelo chão, sem votande de chegar até ele.Forcei um sorriso e subimos. Assim que chegamos, segui direto para meu quarto, queria fugir de tudo e de todos, queria um momento para mim mesma, para pensar. Queria esclarecer as coisas para mim mesma, rever meus conceitos, minha cabeça já não trabalhava direito e nem coerentemente, mas antes que pudesse entrar no quarto e me fechar para me arrumar, Percy segurou em meu braço.
-Annie... 
Ele não deu tempo para que eu argumentasse, me puxou gentilmente para um beijo calmo e doce. No começo resisiti, mas em um segundo momento cedi e o correspondi, deixei que sua língua entrasse, ela pedia insistentemente para entrar, foram os segundos mais longos e mágicos da minha vida. Ele cortou o beijo quando estávamos quase sem fôlego. Abri os olhos e encarei os olhos verdes perfeitos dele e suspirei resignada. Me desvencilhei de suas mãos que repousavam na minha cintura, entrei no meu quarto e fechei a porta atrás de mim.