O Beijo Londrino escrita por Amy Stille


Capítulo 7
Um pouco sobre a verdade


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que prometi postar esse capítulo semana passada, mas a minha inspiração evaporou!
Boa leitura.



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Justin dirigiu calmamente, me olhando de lado às vezes. Ele estava esperando uma iniciativa minha, mas a minha cabeça estava em outro lugar, em outra época...

- vou te contar. – disse por fim.

Ele me olhou curioso

- Mas não aqui.

Justin apenas assentiu, dirigindo mais rápido em direção a minha casa.

Ainda era 03h07min da madrugada quando ele estacionou em frente da minha casa. Sai do carro me dirigindo a porta enquanto esperava ele trancar sua Ranger.

- Sua avó não vai se incomodar, se eu entrar em sua casa?

Neguei com a cabeça.

- Vamos para o meu quarto.

A casa estava escura e silenciosa, sem ligar a luz subi as escadas passando pelo quarto ad minha vó para me certificar de que estava dormindo. Ela ressonava tranquilamente, sem ter noção do que havia acontecido comigo. Justin observava tudo, todos os mínimos detalhes da casa.

Entrei no meu quarto sendo seguida dele.

Justin se sentou em minha cama, tirando os tênis, e encostando-se à cabeceira.

- Muito bem dona Amanda, pode começar.

Respirei fundo, sentando do seu lado enquanto tirava meu salto. Era a hora da verdade. As lembranças me inundaram com força.

“Eu havia acabado de sair da escola, e estava muito feliz porque naquele dia eu completaria três anos de namoro com o Johnny, e iriamos passar o resto do dia juntos. Não tinha sido nada fácil convencer minha mãe a me deixar passar a noite fora, principalmente com Johnny. Ninguém da minha família gostava dele, mas eu não ligava estava cega de amor. Johnny nunca foi o tipo de namorado carinhoso ou amoroso, mas me fazia feliz, e naquela época era o que bastava para mim.

Uma semana antes eu tinha completado meus 17 anos de idade, e me sentia completamente pronta para me entregar a ele. Completamente, eu estava pronta para perder minha virgindade com ele. Para mim, aquilo era como uma prova de amor, e eu queria demonstrar essa prova o mais rápido possível.

Eu estava com essa ideia em minha mente há algum tempo, e implorei para minha amigas me ajudarem a preparar tudo com antecedência. Mesmo a contragosto elas fizeram.

Eu sabia que não seria fácil, Johnny andava meio esquisito. Estava bem mais frio comigo, e quase sempre me tratava com ignorância, ate mesmo quando eu dizia que o amava.

Ele estava encostado em seu carro no estacionamento do colégio, quando o vi. Abri meu melhor sorriso, e em resposta recebi apenas um puxão no meu braço, e fui jugada com força no banco do carona. Eu não sabia o que estava acontecendo, ele nunca havia agido dessa maneira comigo, era como se ele fosse outra pessoa. Como se tivesse dado lugar a um monstro dentro de si. Eu estava assustada.

- Para onde vamos? – perguntei quando consegui encontrar minha voz.

Ele olhou para mim e sorriu. Mas não era o sorriso a qual eu estaca acostumada, era um sorriso sombrio, que chegava a me dar calafrios.

- Vamos para o nosso paraíso, Anjo. – disse apertando fortemente minha coxa.

Ele dirigiu por horas a fio, e eu não fiz nada. Não tinha como eu fazer nada!

 Johnny sempre foi um cara atlético, praticava todos os tipos de esportes possíveis. Era alto e forte. Muito atraente para sua idade, seus cabelos eram grandes, batiam na altura do ombro, e assim como seus olhos era negros. Tinha largado os colégios desde os 15 anos, e vivia na casa da sua avó. Uma mulher rabugenta e mal-humorada, que vivia reclamando sozinha. Seus pais o haviam expulsado de casa quando tinha 13 anos, e sua única alternativa foi ir morar com sua avó em Londres. Havíamos nos conhecido, no aeroporto. Ele tinha acabado de chegar de viagem, e por acidente acabou trombando comigo. Eu estava esperando meu pai que chegaria de viagem naquele dia. Desde o inicio ele me encantou com seu jeito espontâneo e liberal de ser. E agora, nem de longe, parecia aquele menino que eu havia conhecido.

Lembro-me de ter dormido, enquanto ele dirigia. E quando eu acordei estava em lugar escuro e fedido. Parecia um quarto. Havia uma cama, totalmente degastada, e um criado mudo ao lado. Havia uma pequena janela com grades, e ratos no canto do quarto. Fui em direção da porta, e ela não abria. De primeira, achei que estava emperrada. Só depois notei que estava trancada. Desistindo, subi na cama novamente, e comecei a chorar. Isso não parecia nem um pouco com o dia que eu tinha planejado.

Depois do que pareceu horas, Johnny entrou com uma bandeja de comida, colocou na minha frente e se afastou.

- Coma Anjo... – olhei a macarronada com certo nojo, Johnny nunca foi um bom cozinheiro.

-Onde eu estou Johnny?

Ele riu, o som cheio de um sarcasmo ate então desconhecido.

- Sempre tão petulante. – balançou a cabeça.

- Onde eu estou Johnny? – gritei perdendo a paciência.

Ele se aproximou lentamente, passou sua mão desde minha têmpora ate meu queixo. Afastei-me um pouco.

- Me diga!

- Você está no meu refúgio, Anjo.

Refúgio? Que tipo de história esquisita era aquela?

- E o que eu estou fazendo no seu refúgio? – disse com meu melhor tom irônico.

- Você e suas ironias! Você vai morar aqui... Morar não. Já que não tem escolha.

- O que?

Um arrepio de puro medo passou pelo meu corpo.

- Isso mesmo Anjo. Você vai morar aqui, comigo. Minha avó me disse para tomar cuidado com você. Ela chegou a dizer que você era a virgenzinha mais safada que ela já tinha visto...

- O que?

Senti ele me dar um tapa forte no meu rosto.

- Quieta!- gritou. – Minha avó sempre teve razão. Eu comecei a te seguir, Anjo. E o que eu vi nesses dias não me agradou em nada. Você abraçadinha com aquele metido do Will...

- Ele é meu melhor amigo! – gritei desesperada.

- Não me importa quem ele é! O que importa é que você está me traindo.

Neguei com a cabeça. De onde ele tinha tirado essa ideia absurda. Droga! Eu o amava!

- Eu nunca faria isso!

- Nunca? Não foi isso que eu vi. Mas não se preocupe, vou te ensinar a ser uma menina obediente.”

As lágrimas desciam com força, enquanto contava toda a verdade. Senti Justin me abraçar.

- O que aconteceu depois?

Virei meu rosto para vê-lo.

- Fiquei naquela casa durante uma semana! Ele me batia sempre que podia, e não em dava comida, eu não sei como consegui sobreviver! Mas assim que deu, eu fugi. Ele tinha ido ao mercado compra mais comida, e tinha esquecido a porta destrancada. Então eu fugi, sabia que não tinha muito tempo. Então corri o máximo que minhas pernas permitiam. – respirei fundo. – Não me lembro muito do que aconteceu depois. Só de acordar no hospital com minha mãe chorando ao meu lado...

- Sinto muito.

O abracei com muita força.

Justin afagava meus cabelos. E cantava uma música desconhecida. Senti o sono me atingir, e logo estava inconsciente.


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Notas finais do capítulo

Não é o melhor capítulo de todos, mas é muito importante para a fic.
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