Dramione - After The War escrita por nane


Capítulo 2
De volta a Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! Espero que gostem do 1ºcap



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A viagem de trem até a estação de Hogsmead, teria sido um poço enorme de tédio se eu não estivesse sentado ao lado de Hermione Jean Granger. A única coisa que me manteve longe do sono foi o seu brilhante e encantador sorriso ocasional, suas reflexões sobre as centenas de livros que lera nas férias. Eu me concentrava em cada palavra que ela dizia, como se fossem o elixir do qual eu precisava beber a todo instante para sobreviver, era como se eu precisasse dela como preciso do ar que respiro. A cada pequena frase, eu fazia anotações mentais sobre ela, eu queria descobrir tudo sobre essa garota. Ela parecia tão diferente, tão mais madura.

Uma coisa que reparei, e que me deixou completamente feliz é que o clima entre ela e Weasley não poderia estar mais frio, eu me arrisco a dizer que estava nevando entre os olhares que os dois trocavam de vez em quando. Potter parecia um tanto quanto satisfeito com a namorada que apareceu na nossa cabine e sentou-se ao lado dele. Isso para mim também era bom, porque se me perguntassem, o Potter gostava da Hermione tanto quanto o Weasley, mas parece gostar ainda mais da irmã de seu amigo.

Enquanto passávamos por pastos verdes e paisagens rústicas, eu notei que o tempo ainda estava em clima de verão, o que eu apreciava muito, nunca revelei a ninguém, mas tenho um favoritismo por aquele por-do-dol que deixa o horizonte em incríveis tons de vermelho. Sempre fui muito arrogante para admitir, mas eu ia até o lago negro para ver o sol se pôr todas as tardes em que estava sozinho e não tinha ninguém por perto.

Esse ano, eu pretendo deixar que meu lado mais sensível me guie no caminho que vou percorrer até o coração da minha amada, eu provarei para ela que atrás daquele coração frio como o gelo, sempre existiu um garoto meigo e carinhoso, louco para se libertar da prisão de pedra que era o meu peito.

Quando o trem parou, Harry, Rony e Gina (é, eu tinha que me acostumar a chamá-los pelo nome) apressaram-se para sair na multidão de alunos que se atropelavam para chegar á plataforma de Hogsmead.

– Vocês não vem? - perguntou Harry

– Não Harry, você sabe o quanto eu odeio esse empurra-empurra - disse trocando um olhar com Harry que eu só poderia descrever como de cumplicidade.

– Bem, nós já vamos então, e vocês dois não demorem muito, senão vão perder as carruagens - disse piscando para Hermione.

O que aqueles dois estavam tramando?

– O quê? Hermione não vem conosco? - eu ouvi Weasley perguntar a Harry enquanto o outro praticamente o arrastava para fora do trem.

Hermione no entanto, não parecia ter pressa para sair do compartimento onde agora, estávamos sozinhos.

– Vamos esperar os corredores se esvaziarem um pouco para descer do trem - disse recostando-se no banco ao meu lado

– Tudo bem, eu também não sou muito fã de multidões - disse com um sorriso

Ela juntou-se a mim numa pequena risada, que deixava á mostra suas lindas covinhas nas bochechas.

– Então... eu não te agradeci mais cedo por... você sabe, deixar que eu me juntasse a vocês - disse um pouco relutante pois, apesar de me esforçar para ser uma pessoa melhor, não era fácil começar a ser educado com as pessoas. Para um Malfoy, isso era uma coisa extremamente desnecessária, algo dispensável.

– Tudo bem, não se preocupe. Sabe, Gina e Ron não acreditam muito na sua mudança, mas... eu tenho notado algo de diferente em você desde que a Guerra terminou... algo bom - disse olhando-me nos olhos.

Eu também notara algo de diferente nela, algo bom, mas achei que seria melhor guardar os meus pensamentos só para mim.

– Sim, eu mudei, não sou mais o mesmo de antes, a Guerra de Hogwarts me fez enchergar muitas coisas que antes eu era incapaz de ver. - disse, pensando que a principal coisa que eu não via antes, é como era impossível não se apaixonar por Hermione.

A essa altura, o trem já estava praticamente vazio, fiz menção de me levantar e Hermione me acompanhou quando a chamei para sair. Ao chegar á estação, vimos a última carruagem sendo puxada por trestrálios.

Ótimo, pensei, teria mais tempo com ela!

– Parece que teremos que ir á pé - disse em uma voz de falso desapontamento

– Parece que sim não é? - era impressão minha ou ela não parecia nem um pouco desapontada com a fato de termos de andar todo o percurso até a escola?

– Bem, vamos indo, não queremos ficar trancados do lado de fora não é mesmo?

– É, isso seria... ruim - disse, mas parecia estar querendo dizer outra palavra

Já estava escurecendo, e não chegaríamos á escola a tempo do banquete de abertura do ano. Hermione, como sempre, pensando mais que eu, pegou sua varinha e conjurou dela uma forma brilhante que eu reconheci como sendo uma lontra.

– É o seu patrono? - perguntei tentando puxar assunto

– Sim, eu mandei uma mensagem avisando á diretora McGonagall que iremos nos atrasar, o que não é nada bom já que eu fui eleita monitora-chefe, só gostaria de saber quem é o outro monitor-chefe...

– Acabou de descobrir

Eu não podia acreditar na sorte que tinha! Hermione e eu passaríamos o ano inteiro dividindo o mesmo dormitório! Eu teria que agradecer pessoalmente á diretora Minerva pelo cargo de monitor-chefe que ela me ofereceu.

No começo eu fiquei um tanto quanto espantado pelo fato de ela ter me escolhido. A pessoa mais lógica para ser monitor-chefe seria Harry Potter, o cara que salvou Hogwarts e o mundo bruxo do Lord das Trevas (bem, ele salvou a mim também, e por isso eu era grato). Eu cheguei inclusive a mandar uma carta á diretora falando do erro em ter sido escolhido monitor-chefe, e recebi a gratificante resposta de que ela acreditava em mim, que eu tinha mudado.

– O-o quê? Você é monitor-chefe também? - perguntou Mione

– Sim, eu recebi uma carta da McGonagall me dando o posto - disse e completei ao ver sua cara de incredulidade - Ei, não me olhe assim, eu fiquei tão surpreso quanto você - ri

– É só que... eu estou...

– Achando que a velha Minerva não anda batendo bem da cabeça?

– Não, é só que eu fiquei surpresa, só isso

– Não se preocupe, eu não te causarei problemas, os meus tempos de abusar do cargo de monitor ficaram para trás

– Assim espero, pois não terei piedade em te punir caso faça algo de errado - disse em tom de deboche, de novo eu tive aquela sensação de que ela não parecia desapontada com o fato de passar mais tempo comigo.

Caminhávamos lentamente em direção ao castelo recém-reformado, eu falava um pouco da minha vida, em troca ela falava sobre a dela. Eu admirava como ela conseguia passar as férias de verão inteiras sem precisar recorrer á magia, com pequenas excessões, é claro.

Hermione conseguia ter uma vida trouxa normal nos meses que passava junto dos pais, e o que me deixava mais encantado, ela era feliz com isso.

Estava tão envolvido nos fatos (para ela insignificantes, para mim de importância vital) de sua vida, que quando dei por mim estávamos chegando aos portões guardados por javalis alados. Eu podia discernir a luz de um lampião logo á frente, vindo em nossa direção, era o guarda-caça e professor de Trato das Criaturas mágicas de Hogwarts, Rúbeo Hagrid.

Hagrid abriu um largo sorriso ao ver Hermione, mas sua expressão logo se desfez dando lugar a um nariz largo e enrugado que passou a exibir ao ver que eu estava junto com ela.

Eu entendia muito bem porque Hagrid não gostava nem um pouco de mim, e admito que ele tinha razão em me odiar. Para começo de história, ele quase foi preso porque eu provoquei seu hipogrifo e levei o que merecia (admito que o meu braço não ficou tão machucado assim, na verdade, naquela época eu merecia realmente quase perder o braço como alegava a todos). Segundo, que eu tentei matar Alvo Dumbledore, que, pelo que eu sabia, era seu maior ídolo. Mesmo que não tenha sido eu o assassino de Dumbledore, eu ainda me culpava pela morte do maior mestre que Hogwarts já viu (palavras de Rúbeo Hagrid). Eu simplesmente não podia julgar Hagrid por fazer o mesmo.

– Hermione, está tudo bem com você? - disse Hagrid me dando um olhar feio

– Sim, Hagrid, está tudo bem

– Tem certeza? Não está dizendo isso só para livrar a cara dele? - disse apontando o queixo em minha direção

– Não, Hagrid eu estou verdadeiramente bem, e Draco não fez nada contra mim - disse Mione tranquilizando-o

Ainda– resmungou Hagrid enquanto abria os portões para podermos passar

Caminhamos em silêncio até a entrada do castelo onde Hagrid despediu-se de Hermione e encaminhou-se para sua cabana.

– Como eu suspeitava, acho que perdemos o jantar de abertura - disse com o estômago roncando de fome

– Parece que sim - disse Hermione - Venha, vamos até as cozinhas, eu posso pedir ao Dobby... - sua voz foi morrendo até que ela ficou completamente muda.

O que houve com ela? Eu vi a sua pele rosada pela caminhada ir ficando pálida rapidamente. Ela parecia ter visto um dos fantasmas que perambulavam pelo castelo.

– Hermione? Você está bem? - perguntei preocupado com seu repentino silêncio

– Do-dobby

– O que?

– Dobby... ele não poderá nos ajudar com a comida

– Porque não? Pelo que eu soube, o antigo elfo doméstico da minha família veio trabalhar nas cozinhas de Hogwarts alguns anos atrás...

– Não... Draco, Dobby está morto - disse enquanto uma lágrima cristalina escorria por sua bochecha

Ela estava chorando.

Não pude reprimir o impulso de abraçá-la o mais forte que eu podia, tentando passar para mim a dor que ela sentia pela perda do elfo. A sua sensibilidade calou fundo em meu coração. Eu sempre soube que por trás daquela garota inteligente e corajosa, existia alguém muito frágil, muito sensível. Porém, só agora que a via chorar pela primeira vez, pude realmente perceber o quão delicada ela era.

– Shii... está tudo bem Mione, aposto que ele está em um lugar bem melhor agora - disse apertando-a junto ao meu peito

– Você não entende, ele... ele morreu para nos salvar quando fugimos de Belatrix na sua casa

– Hermione, ele morreu por uma boa causa, tenho certeza que onde quer que ele esteja, ele será recompensado

Quando Hermione percebeu que estávamos abraçados ali, no meio do Salão, ela afastou-se de mim rapidamente, parecendo constrangida.

– Desculpe - sussurrei, dando um passo para trás para que ela tivesse espaço

– Eu é que peço desculpas, você não tem nada haver com os meus lamentos

– Eu gostaria de ter - murmurei para mim mesmo

– O que?

– Ah, nada... escuta, porque você não sobe para o dormitório dos monitores-chefes que eu vou providenciar um lanche para a gente?

– Tudo bem, e obrigada Draco, eu vejo que você realmente está mudado - disse já subindo as escadas

Em breve eu mostraria a ela que estava mais mudado do que ela imaginava.

A pergunta era: ela iria querer alguma coisa com esse Draco mais humano? Ou sua repugnância pelo velho Draco prevaleceria?




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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Ficou legal? Gostaram do novo Draco?
Bjim pra vcs e até o próximo capítulo!



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