Maluca,eu?! escrita por AnnieWeasley


Capítulo 18
Comensais?


Notas iniciais do capítulo

olha eu aqui cumprindo a promessa... "três ou mais..."
- acho que ainda vou postar mais!



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'- Comensais!

Comensais. Comensais? Comensais... Comensais!

De um pulo, eu e Tiago nos erguemos. Xingando alto, os homens na mesa próxima fizeram o mesmo.

'- Não saia daqui. – falou Tiago, serio, tirando a varinha do bolso.

Só uma breve interrupção na narrativa pra falar "onde esse mundo vai parar com todo esse machismo, hein?". Voltando à historia.

'- Sem essa. – retorqui, já com a minha varinha em mãos, tentando enxergar, assim como ele, os tais Comensais pelo vidro do bar.

Uns cinco vultos negros e mascarados estavam no meio da vila. À sua volta, tudo parecia estar em horror e pânico. Aparentemente algumas pessoas estavam os combatendo, mas estavam em minoria. Eu podia ver um deles com a varinha apontada para um garoto que não devia ter mais do que 14 anos, caído no chão.

'- Eu vou sair. – decidiu o Tiago. Então virou-se pra mim e ordenou:

'- Você fica. Não há necessidade de correr esse risco.

'- Perdão? – falei, incrédula.

'- Lily, qual é. – Tiago explicou, baixinho. – Olha a confusão que está lá fora. Pode ser perigoso.

'- Tiago! – falei, brava e incapaz de dizer algo mais.

'- Lily, você é... – ele ficou embaraçado por um momento, e eu entendi de repente o que ele queria dizer.

'- Sangue-ruim? Eu sei. Mas e daí? Tiago, eu já disse! Não vou ficar aqui esperando você voltar todo machucado! Eu vou junto!

'- Lily...

'- Nós nunca vamos parar de discutir, não é? – suspirei, cansada. Ele abriu um sorriso e eu falei:

'- Tiago, por favor. Estou falando sério. Eu tenho que me depilar a cada quinze dias com cera. Eu agüento cólicas menstruais mensais. Eu ouço assovios e cantadas horrorosas cada vez que passo por uma obra. Você acha mesmo que fico assustada com esses carinhas?

Ele abriu um sorrisinho, como se quisesse mesmo que eu o desafiasse, mesmo temendo por mim. Determinada, ergui minha varinha e disse, teatralmente:

'- Vamos. Temos umas bundas pra chutar.

Saímos do bar. A vila, momentos atrás tão bela e acolhedora agora estava escura e um caos completo.

Demorou um pouco para sermos notados. Aparentemente, os Comensais estavam se divertindo bastante, e estavam todos ocupados. Mas finalmente um deles notou Tiago e gritou:

'- Ei, vejam só! Temos um pirralho mais velho aqui!

Pode-se dizer, por esse comentário redundante, que o tal do Voldemort não escolhe seu exército pela inteligência.

Então um dos comensais, com uma gargalhada, lançou um feitiço em direção a ele. Tiago desviou (obrigada, quadribol!) e lançou outro.

Porém, não pude acompanhar a luta mais, porque minha atenção foi capturada para o garoto que eu tinha visto antes. Ele estava no chão, aparentemente sem forçar para sequer levantar, mas um dos Comensais continuava a lançar o Cruciatus. E ria!

Tomada de raiva, me adiantei e lancei o primeiro feitiço que me veio a cabeça. Infelizmente (para eles) eu tinha essa onda de Voldemort tinha me assutado e eu já tinha participado do clube de duelos. Afinal, eu era filha de trouxas, e não podia contar com a asa protetora de Dumbledore pra sempre. E certo, Malfoy na minha cola contribuiu para que eu praticasse direitinho esses feitiços.

Ainda assim, o feitiço que lancei não foi forte nem nada, apenas o suficiente para tirar sua atenção do garoto caído.

'- Olhem, uma mocinha! Veio salvar a pátria, querida? – perguntou o comensal, rindo.

'- Não, que é isso. Vim tomar um chá das cinco com você, que acha? – retruquei, calmamente, apesar de a varinha estar muito bem apertada em meu punho.

'- Oras, sua atrevida. Vamos ver se consegue continuar com gracinhas depois que eu me divertir um pouco. – o comensal falou, sem rir dessa vez. Estreitei os olhos e falei, sussurrando:

'- Pode vir.

Com um gesto, o encapuzado lançou um raio negro em minha direção. Com um leve erguer de varinha, já tinha conjurado um feitiço protetor. Ato continuo, da minha varinha saiu um raio esfumado verde. O comensal desviou por pouco e imediatamente lançou outra azaração.

O duelo começou a ficar cada vez mais rápido. Com uma freqüência cada vez menor outras pessoas nos interrompiam. Eu já estava bem mais cansada do que no começo, mas ainda estava atenta. O comensal estava cada vez mais furioso e apelão.

Então, devido a um feitiço (que errei) lançado, não tive tempo de conjurar um feitiço-escudo e fui acertada por um raio.

Nunca senti dor maior na vida toda. Era como se mil facas em fogo estivessem entrando em cada pedacinho do meu corpo que houvesse. Muito distante, eu ouvia minha voz gritar em agonia, enquanto cada orgão que eu tenho parecia estar sendo arrancado à dentadas.

E então parou.

Fiquei por dois segundos arfando, caída no chão, sentindo a grama no meu rosto, começando a me dar conta do breu ao meu redor, dos gritos e das luzes. Quando ouvi uma risada, porém, voltei a mim e tentei me erguer, mesmo com cada partícula do meu ser em protesto.

'- Ah, não cansou de sofrer? Vamos lá, então, mais uma vez. – comentou sarcasticamente a voz com quem eu duelava.

Pela segunda vez, fui inundada de dor, mais do que podia agüentar. Minha garganta berrava o mais alto que podia, involuntariamente. E novamente, parou.

Dessa vez, ignorei totalmente meu corpo. Me ergui assim que voltei à consciência. Não iria dar o prazer do comensal me ter ali, às mãos.

'- Oras, Foguinho, conseguiu se levantar? Vamos ver quantas cargas de Cruciatus ainda agüenta...

'- Não... Me... Chame... De... Foguinho! – falei, erguendo minha varinha. Um raio de luz branca atingiu o comensal com uma força impressionante, fazendo-o voar uns dois metros e se arrastar no chão outros dois.

Me aproximei do corpo surpreso ainda no chão.

'- Que tal estar indefeso agora, hein? Só pra variar?

O desgraçado ergueu a varinha uns dois centímetros, mas eu fui mais rápida.

'- Não, não, danadinho. – falei, fazendo-o ficar paralisado com um gesto da varinha. – Nem pense nisso. Você vai ficar aí quietinho até titio Voldie voltar.

'- Oras, oras, Lilian Evans?

Meu coração congelou no meu peito. Aquela voz fria penetrou lentamente no meu cérebro, trazendo lembranças engavetadas e infelizes.

'- Que prazer encontrar a ruiva mais talentosa que já existiu. – continuou a voz, com um levíssimo tom de zombaria na voz fria e cruel.

'- Voldemort? Se não é a cobra falante mais asquerosa que já tive o desprazer de conhecer. – comentei, com o mesmo tom de zombaria, me virando.

Lá estava ele. Seus olhos vermelhos me encarando, na sua cara Albina, suas vestes esvoaçantes negras se misturando com a noite, seus dedos finos enrolados na varinha comprida voltada ralaxadamente para baixo.

Ele riu, aquela risada sem alegria, fria, cruel.

'- Bem que me disseram que adquiriu uma língua ferina, Lílian. Estou encantado de ver que possui um belo corpo, diferente do que tinha da primeira vez que nos conhecemos.

Com raiva, senti minhas bochechas esquentarem ao constatar que os primeiros botões da minha blusa tinham caído, que minha saia estava desarrumada, uma das meias baixa e vários pedaços da roupa e da capa aberta rasgados.

'- Estou contente de ver que continua tão feio quanto me lembro. – falei, educadamente irônica, sorrindo e com a cabeça tombada levemente. – Pensando melhor, está pior. Bem, veja pelo lado bom: pior que isso, impossível!

Dessa vez ele não riu. Creio que falar que ele perdeu a beleza que dizem que ele costumava ter seja jogar sujo. Bem. Foda-se.

'- Lílian, Lílian. Eu soube que se tornou, alem de bela, uma bruxa talentosa, hábil e inteligente. Vai parar de se fazer de difícil e aceitar entrar para o meu exercito?

Eu ri.

'- Ué, pensei que eu fosse sangue-ruim. Me enganei ou tenho escutado Malfoy errado todos esses anos?

'- A verdadeira sabedoria está em ver que até alguns não-dignos podem possuir um dom, um talento, Lílian. – ele observou, sorrindo. Firme, sem sorrir, retruquei:

'- A verdadeira sabedoria está em saber que não importa o sangue, todos tem dons e talentos. Dumbledore vê isso. Não você.

'- Lílian! – ouvi a voz de Tiago gritar. Em um segundo, ele estava ao meu lado, com a varinha erguida, firme mas calmo.

'- E Tiago Potter? – Voldemort fez um tom de agradável surpresa. – Mas hoje é meu dia de sorte! Dois dos melhores bruxos de Hogwarts prestes a aderirem ao meu exercito!

Temi que Tiago acreditasse, mas ele nem ao menos me olhou. Apenas respondeu:

'- Ué, não vejo mais nenhum aluno por aqui. De quem está falando, Voldemort?

'- Ah, o grande Tiago. Irreverente, destemido, corajoso. É de pessoas assim que preciso ao meu lado. Eu estava dizendo para nossa amiga Lílian como eu gostaria que ela se unisse a mim. Mas fiquei chateado ao ver que ela não aparenta ter intenção de dominar o mundo.

'- É, eu sempre disse que a Lily é uma garota esperta.

Sorri docemente, como se estivéssemos conversando com um vizinho fofoqueiro numa adorável tarde de outono.

'- E eu dizia para o nosso caro amigo – acrescentei para Tiago. – que ele não chega aos pés de Dumbledore.

'- E ele não sabia? – Tiago perguntou, num tom totalmente adorável (apesar das circunstancias) de surpresa.

'- Ah, meus queridos. – Voldemort falou, num tom falsamente desolado. – Sinto tanto ouvir isso. Me decepcionaram, os dois. Esotu profundamente magoado. Espero sinceramente que mudem de idéia até o nosso próximo encontro.

E com um rufar da capa, ele desapareceu por completo. Todos os comensais ainda de pé foram junto, deixando-nos sozinhos com vários feridos e poucos moradores naquela noite fria, muito fria.


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