Caleidoscópio escrita por lljj


Capítulo 37
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Notas iniciais do capítulo

Oioi pessoal!!
Hoje é quarta!! O melhor dia da semana.
Bem, bem aqui está o tão esperado capitulo, como é mesmo... Cawai..Kawai? Ah sei lá. O que importa é que o Gin vai ter uma oportunidade e espero que a empregue bem.
O capitulo está longo espero que gostem.
Boa Leitura!!



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Outro dia se inicia no Hospital de Emergência de Karakura, mas precisamente o terceiro para Matsumoto Rangiku. Foram longos e exaustivos três dias de permanência continua naquele hospital. Seria um grande eufemismo dizer que ela estava cansada.

Kyouraku, Nanao e Daniel se revezaram para ficar com ela e insistiram por várias vezes que ela deveria ir descansar, mas Rangiku simplesmente não conseguia ficar longe de Kisa.

Nos últimos três dias o quadro de Kisa já havia se estabilizado. Agora ela estava em um quarto de repouso no sétimo andar. Usava um pequeno aparelho para facilitar a respiração, mas já estava consciente. Os médicos vinham a cada cinco horas aplicar lhe um remédio que dava muito sono e por isso a menina não passava o tempo todo acordada.

O quarto onde estava agora era bem mais aconchegante do que a sala cheia de aparelhos grandes e barulhentos. Tinha um sofá em frente a cama na cor bege, uma cadeira ao lado da cama e do outro lado um grande criado mudo onde estavam alguns brinquedos que os médicos haviam levado para a menina.

Eram 4:15 da tarde quando Nanao chegou e Kyouraku saiu para voltar ao bar. Daniel chegaria lá para as 11 e então quem partiria seria Nanao.

Assim que a morena entrou no quarto viu basicamente um zumbi cochilando na cadeira ao lado da cama.

  — Rangiku. — Ela chamou se aproximando. — Rangiku.

  — Sim, sim o que? — Rangiku falou agitada.

  — Não acha que deveria ir para casa dormir um pouco? — Nanao disse em um tom suave.

Rangiku suspirou.

  — Não Nanao. — Ela falou balançando a cabeça. — Não posso deixar a Kisa aqui sozinha.

  — Ela não vai estar aqui sozinha. Eu fico e cuido dela. Acha que não sou responsável suficiente para isso? — Nanao falou fechando um pouco a cara.

  — Não é isso. — Rangiku se ajeitou na cadeira. — Tenho medo de ela acordar e perceber que não estou aqui e ficar agitada. Ela precisa de muito repouso... — Rangiku falou bocejando.

  — Você também precisa descansar...

  — Não, não preciso. Estou muito bem. — Ela falou tentando sorrir, mas as grandes olheiras nos olhos não a deixavam mentir.

  — Sim. Eu posso ver... — Nanao falou com um olhar severo.

  — É serio. Estou bem.

  — Rangiku, tente ir para casa agora a noite e me deixe cuidar dela. Volte aqui amanhã de manhã e verá que nada aconteceu... — O rosto de Nanao novamente suavizou.

  — Eu não sei. — Rangiku falou olhando a menina dormindo tranquilamente na cama grande do quarto.

  — Prometo que qualquer coisa eu ligo para te avisar.

  — Vou pensar... — Ela disse alisando a roupa.

  — Já é um começo... — Nanao cruzou os braços. — Você ao menos comeu hoje?

  — Sim. Kyouraku quase enfiou dois pasteis minha goela abaixo... — Ela disse fazendo bico.

  — Hum e os policiais? Voltara,?

Rangiku suspirou novamente.

  — Sim voltaram... Pediram para que eu assinasse alguns papeis de ocorrência e contaram algumas coisas do processo que está sendo feito contra o prédio...

  — E como está? — Nanao sentou se no sofá.

  Rangiku sentou do lado da amiga.

  — Encontraram mais infrações no prédio e alguns dos meus vizinhos fizeram algumas denuncias sobre irregularidades. A coisa está feia para o dono do lugar.

  — Antes que me esqueça, aqui está o endereço dos prédios que me pediu. Não foi difícil achar, tem vários lugares inaugurados há pouco tempo aqui no centro. Fiz uma pesquisa com base em normas da prefeitura com esses tipos de estabelecimentos e achei os melhores em pontos de segurança e ambiente.

Nanao tirou de sua bolsa suas folhas com nomes e endereços de prédios.

  — Acho que não importa muito agora. Com Kisa nessas condições não poderei ver todos esses lugares em tão pouco tempo... — Ela disse dando uma olhada rápida nas folhas.

  — Eu posso ver. Conheço bem o seu gosto. Confortável e pratico... — Nanao disse com um sorriso.

Rangiku também sorriu. Depois voltou a olhar os endereços das folhas.

  — Tem noticias do Ichimaru? — Nanao falou do nada.

Ela fez uma pequena pausa antes de responder.

  — Não... Mas é melhor assim.

  — Por acaso você está com medo de encontrá-lo? — Nanao falou levantando uma das sobrancelhas.

  — Hupf! Não seja ridícula Nanao. Só não fui para casa porque Kisa precisa de mim.

  — Tudo bem. — Nanao a conhecia bem o suficiente para saber o que a amiga sentia agora. — Mas o que você vai fazer quando isso acontecer?

Outra pausa de Rangiku e depois um forte suspiro.

  — Não sei...

  — Pensou no que Kyouraku disse?

  — Sim... Mas acho que pessoas como Gin não conseguem simplesmente mudar. E não sei se eu consigo o perdoar depois do que ele fez...

  — Você sabe o que é melhor para si mesma Rangiku... Não queremos que faça algo que não deseja.

  — O que faria se estivesse em minha situação? — Ela a olhou contemplativa.

  — Acho que o mesmo que você... — Nanao olhou para o nada. — Iria evitar a todo custo um confronto.

As duas suspiraram em sintonia.

  — E o trabalho?

  — Daniel conseguiu um atestado de 15 dias para mim. — Rangiku falou coçando os olhos.

  — Nossa ele realmente é uma pessoas bem influente...

  — Ele já trabalhou em bastantes coisas e muitos casos. Sabe se virar bem.

  — Está interessado em você. — Nanao disse a olhando seria.

Rangiku não respondeu, apenas voltou a coçar os olhos.

  — Como vai na faculdade que nunca acaba? — Ela disse cruzando as pernas.

  — Acabando... Esse é meu ultimo ano.

  — Até que enfim... Nunca imaginei que advocacia fosse tão chato assim. — Ela olhou para a amiga por um momento. — Até que combina com você. — Ela disse em um tom debochado.

Nanao apenas revirou os olhos.

Passaram um longo tempo em silêncio até que ouviram Kisa reclamar.

As duas levantaram rápido e em segundos se estabeleceram uma em cada lado da cama.

  — Kisa? — Rangiku falou.

A menina estava com tubos no nariz para facilitar a respiração, mas isso também atrapalhava um pouco sua comunicação.

  — Quero água... — Ela falou bem baixinho.

Rangiku se virou e pegou a jarra que estava em cima do criado mudo. Enquanto ela enchia o copo Nanao acariciava o rosto de Kisa.

  — Oi Kisa. Como você está?

  — To com sede. — A menina disse fazendo Nanao sorrir.

  — E aqui está sua água princesa. — Rangiku disse aproximando cuidadosamente o copo com canudo de sua boca.

A menina sugou a água divagar.

  — Já está melhor? — Rangiku falou baixinho.

  — Hun-hun.

  — Quer mais alguma coisa?

  — Quero dormir... — A menina disse já fechando os olhos.

  — Então você dorme que daqui a pouco vou te acordar para podermos jantar ok?

  — Hun-hun.

  — Kisa. — Nano falou se aproximando do rosto da menina.

  — Sim tia Nanao?

  — Hoje quem vai cuidar de você vai ser eu, tudo bem?

Ela não respondeu, mas deu um leve sinal de ‘sim’ com a cabeça.

  — Ótimo! — Nanao falou olhando para Rangiku. — Não tem mais desculpas para não dormir.

Rangiku rolou os olhos.

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Agora já eram quase 8 horas e Nanao já havia conhecido totalmente Rangiku de ir para casa descansar.

  — Vou ficar com o celular no travesseiro. Quero que me ligue se ela acordar ou se o médico aparecer para falar alguma coisa. — Ela falou ajeitando a bolsa no ombro.

  — Tudo bem.

  — Não se esqueça de ver a temperatura do leite quando passarem entregando o lanche da noite.

  — Ok.

  — Também veja se a enfermeira está aplicando o remédio corretamente nela.

  — Eu sei Rangiku...

  — Já disse para me ligar em qualquer situação?

  — Vá logo!

  — Tudo bem, tudo bem... — Ela foi até a cama e deu um beijo na testa de Kisa que agora estava acordada terminando de jantar. — Se comporte e tome conta da Nanao por mim.

  — Tudo bem mamãe.

  — Tchau. —Rangiku disse saindo.

  — Tchau Rangiku e até amanhã. — Nanao falou terminando de dar a comida na boca de Kisa.

As duas acharam melhor Rangiku sair enquanto Kisa estivesse acordada, só pelo caso da menina acordar de madrugada e não saber onde está a mãe.

  — Bem Kisa a comida estava gostosa?

  — Sim tia... Eu achava que a comida de hospital fosse ruim.

  — Sabe... Eu também achava. — Nanao falou olhando o prato de comida que também e trago para responsável, prato que agora estava vazio porque ela tinha comido tudo.

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Rangiku desceu de elevador e andou lentamente até o ponto de ônibus. Imaginava que se algo acontecesse ela poderia voltar agora correndo para o quarto. Mas não houve nenhuma intervenção ou toque no seu celular e ela embarcou em um ônibus e partiu para sua casa.

Assim que chegou ao prédio teve a surpresa de ver Stella no saguão.

  — Matsumoto! — A mulher se aproximou correndo. — Querida como você está? —Ela se jogou em cima de Rangiku e lhe deu um forte abraço.

  —Vou indo... — Ela disse sem ar.

  — Quando soube o que houve não acreditei... Aquilo sempre me pareceu tão seguro. — Ela a soltou.

  — Para você ver como as coisas são...

  — Como está Kisa?

  — Está melhor... O pior enfim passou. — ela deu uma olhada em volta. — E como estão as coisas aqui?

  — Policias interditaram a creche, a piscina, o parquinho e até mesmo algumas áreas do prédio. Alguns moradores já estão pensando em sair daqui.

  — Eu tenho certeza que irei sair... Tenho medo de Kisa ficar traumatizada com esse lugar. — Rangiku olhou ao redor com raiva.

  — Eu pensei em ir lá. Mas me falaram que ela não podia receber visitas e eu não sabia como encontrar vocês lá então nem pude ir. Me desculpe.

  — Não se preocupe com isso.

  — Tem algo que eu possa fazer por você?

  — Oh não Stella estou bem! Vim hoje para passar a noite e vou voltar a amanhã.

  — Realmente parece muito cansada...

   Então me deixa ir pra casa!!

  — E estou. — Ela disse passando a mão no pescoço.

  — Vou te deixar ir. Mas me diga o quarto onde estão para que eu possa fazer uma visita a Kisa.

  — Sétimo andar quarto 502. Na ala de repouso.

  — Posso levar a Yachiru comigo?

   Oh não!!

  — Sabe Stella a Kisa ia adorar, mas é a ala de repouso e as pessoas de lá realmente precisam repousar...

   E não dá pra descansar com aquela menina por perto minha senhora!!

  — Entendo... Vou passar lá depois do trabalho então.

  — Tudo bem, pode ir eu vou adorar. — Rangiku falou já se afastando.

  — Descanse bem Matsumoto, está com uma péssima aparência...

  — Pode deixar... — Rangiku se virou e fechou a cara. — Palhaça!

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Ela subiu até seu andar com um pouco de receio. Não queria mais encontrar nenhum corvo de desgraças alheias como Stella.

As portas do elevador se abriram e ela não viu nenhum sinal de pessoas no corredor.

   Ufa!

Ela andou até sua porta e entrou no apartamento escuro. Assim que entrou sentiu falta de algo... Alguma coisa que sempre a encontrava na porta.

  — Haineko!!

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  — Muito obrigada. Muito obrigada mesmo. — Rangiku disse acariciando a gata gorda em seu colo.

Estava na porta da casa de sua estranha vizinha de longos cabelos brancos.

  — Sem problema algum. Haineko é uma gata muito quietinha... — A mãe da babá de Haineko disse sorrindo.

  — É... Bem ela só sabe dormir. — Rangiku disse meio sem jeito. — Pode me falar também os gastos de comida que ela deve ter feito. Eu pago tudo!

  — Não se preocupe com isso querida. Entendo a sua situação... Como está sua filha? — A mulher se apoiou no batente da porta.

  — Bem melhor... Em pouco tempo espero já trazer ela para casa.

  — Ficarei muito feliz. Se precisar de algo é só me pedir. — A mulher falou sorrindo.

  — Bem... Você podia ficar com a Haineko amanhã? — Ela falou mordendo os lábios não querendo ser incomoda.

  — Claro! Sem problema algum... Voltará para o hospital amanhã?

  — Sim... Deixei Kisa com uma amiga e vim só passar a noite.

  — Está com fome? — A mulher perguntou levantando uma sobrancelha.

  — É... Eu vou fazer uma comida rápido lá em casa e...

  — Não, não. Aproveite que acabei de por a mesa e junte-se a mim. — A mulher deu passagem a ela.

  Ayme Kotetsu era seu nome, muito jovem para ser mãe de uma menina de dez anos e menos ainda para já ser divorciada. Morava no apartamento do lado apenas com sua filha que todo final de semana partia para o outro lado da cidade para ficar com o pai.

Rangiku entrou meio desconfortada, mas depois que Ayme tirou da geladeira uma garrafa de saquê simpatizou se pela moça.

  — Me diga como é que Kisa está? — A mulher falou comendo um pouco de seu yakisoba.

A comida estava com um cheiro ótimo e Rangiku com a boca cheia.

  — Está em uma das salas de repouso. — Ela falou depois de engolir.

  — Está em que hospital?

  — No Central de Emergências...

  — Hum... É um bom hospital. — A mulher falou balançando a cabeça. — Deram previsão de alta?

  — Ainda não. — Ela parou de comer por um momento e respirou fundo antes de falar. — Acham que ela pode ter alguma sequela.

  — Sequela de que?

  — Kisa teve duas paradas cardíacas... Ela tinha uma arritmia ainda não detectada. — Ela falou com os olhos escuros.

  — Arritmias em crianças pequenas não são comuns e só são detectadas com um exame cardiológico detalhado. Ela alguma vez teve algum problema como aperto no peito ou desmaio por um cansaço sem esforço?

  — Não... — Rangiku falou balançando a cabeça.

  — Algum medico passou algum exame como ecocardiograma?

  — Também não...

  — Tinham outros casos de problemas cardíacos na família?

  — Não que eu saiba...

  — Então não se martirize. A culpa não foi sua... — A mulher disse bebendo um pouco de saquê.

  — Você entende dessas coisas? — Rangiku falou com os olhos arregalados.

  — Sou pediatra do Hospital Geral... Sei o que falo quando falo que a culpa não foi sua.

As duas ficaram um tempo em silêncio. Rangiku olhou ao redor, o apartamento não era muito diferente do dela. A mesa na qual jantavam ficava na espaçosa cozinha americana.

Na geladeira havia várias fotos de Ayme e sua filha presas por imãs. Em uma delas a menina estava abraçada a um homem alto com longos cabelos loiros.

  — É o seu ex-marido? — Rangiku falou sem pensar.

A mulher olhou para a foto com o canto do olho.

  — Sim... Rosa pediu para colocá-la ai...

O homem parecia ser muito mais velho que ela... Sentiu uma forte vontade de perguntar mais sobre ele, mas temia ser inconveniente.

  — Ela se parece muito com ele.

  — Graças a Deus tem minha personalidade. — Ela disse sorrindo. — Também é divorciada?

  — Não. O pai de Kisa faleceu no fim do ano passado...

Ayme abriu a boca em forma de ‘Oh’.

  — Me desculpe eu não sabia...

  — Sem problemas. Está tudo bem...

  — Já estavam juntos a muito tempo? — A mulher se mostrou tão curiosa quanto ela.

  — Não... Na verdade nós nunca nós envolvemos. Éramos apenas grandes amigos.

  — Mas então Kisa...

  — Kisa não é minha filha de sangue. — Ela deu um leve sorriso. — Mas a amo como se fosse sua verdadeira mãe.

— É realmente lindo. — Os olhos de Ayme brilharam.

As duas continuaram conversando depois do jantar. Rangiku descobriu bastante sobre sua misteriosa vizinha. Depois que lavaram a louça a moça falou um pouco sobre seu ex-marido.

O homem se chamava Rojuro Otoribashi, mas conhecido como Rose, nome que inspirou o se sua filha... Era policial federal e seu emprego foi o principal ponto para o fim do relacionamento de seis anos.

Foram para o sofá verde musgo da sala e Ayme lhe deu uma rápida explicação no que acontece em afogamentos e quais seriam os procedimentos depois da recuperação de Kisa. Rangiku notou um fato muito interessante, encima da mesa de centro tinha uma foto de Ayme e mais duas mulheres. Uma delas grande conhecida de Rangiku.

   Kotetsu...

  — Talvez você também devesse procurar um psicólogo quando ela sair... Sabe, para evitar traumas. — A mulher terminou olhando para a direção dos olhos de Rangiku. — São minhas duas irmãs mais velhas... Isane e Kiyone.

  — São suas irmãs? — Rangiku falou surpresa.

  — Sim. As conhece?

  — Conheci Isane ha muito tempo, acabou se tornando uma grande amiga minha. Não imaginava que fosse sua irmã...

Ayme deu uma risada curta e olhou para seu relógio pulso.

  — Puxa a hora passou tão depressa...

  — Acho que já vou indo... Vou voltar ao hospital amanhã bem cedo. — Rangiku se levantou e novamente pegou Haineko que estava esparramada na poltrona da sala. — Obrigada por tudo Ayme.

  — Não foi nada. Qualquer coisa pode pedir minha ajuda. — Ela a acompanhou até a porta.

  — Boa noite. — Rangiku falou quando saiu.

  — Pra você também e melhoras para Kisa.

Rangiku caminhou alguns passos até a porta e entrou.

  — Haineko eu realmente espero que me desculpe por ter te esquecido... — Ela pôs a gata no chão. — Eu juro que não foi por querer.

A gatinha caminhou até o sofá da sala e deitou sem se importar.

Rangiku deu um suspiro e começou a desabotoar sua camisa ainda na porta. Foi andando devagar até seu quarto e foi direto para o banheiro.

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Meia hora se passou e Rangiku já estava completamente pronta para dormir. Usava uma camisola curta de linho branco com mangas compridas. Jogou-se na cama e não fez nem o esforço de se cobrir.

Seu celular estava debaixo do travesseiro esperando qualquer chamado e uma muda de roupa já estava separada em cima da penteadeira. Se houvesse a necessidade de sair correndo tudo já estava em seus conformes.

Ela fechou os olhos.

Sua mente já havia entrado no transe do sono quando a campainha tocou.

Ela puxou o celular e viu a hora. Havia conseguido dormir apenas 40 minutos, tempo que parecia ter sido só cinco.

   Vizinhos malditos por que não me deixam dormir?

Ela se levantou devagar. A campainha tocou novamente.

  Eu já vou, já vou!!

Caminhou ajeitando a roupa e os cabelos.

Acendeu a luz da sala e quase gritou com Haineko passando correndo entre suas pernas em direção ao seu quarto.

— Gata doida. — Ela sussurrou.

Olhou pelo olho mágico da porta e viu que quem a incomodava a essa hora da noite era o homem que ela menos queria ver.

   Droga!!

Ele tocou na campainha novamente, parecia impaciente.

  Vai embora!!

Ele tocou mais uma vez, realmente não parecia querer sair.

Ela o viu suspirar.

  — Eu sei que está ai Rangiku. Abra a porta que quero falar com você.

Ela apoiou a cabeça na porta.

  — Rangiku! — Ele bateu na porta. — Você precisa me escutar.

  — Não quero ouvir nada de você que você tem a dizer... Só quero que vá embora.

  — Eu não vou sair daqui sem falar com você. — Ele bateu na porta novamente.

  — Está tarde e eu estou cansada. Vá embora e me deixe em paz.

  — Se você não abrir essa porta agora eu a quebro! — Ele falou entre dentes.

Estava realmente nervoso.

  — Você não ouse fazer isso!! — Ela falou firme se afastando.

Gin suspirou e apoiou a cabeça na porta.

  — Rangiku... — Ele falou baixo. — Eu não queria que você sofresse, queria poder te fazer a mulher mais feliz do mundo... Quando eu vi que era ele quem estava fazendo isso eu quis te deixar, quis que você não tivesse mais nada que a prendesse a mim. Que pudesse ter a vida que sempre sonhou, mesmo que não fosse comigo.

Ela pôs uma mão na testa e fechou os olhos.

Gin soltou um som indistinguível da garganta.

  — Eu assisti de longe o que você conquistou, tudo o que você fez... E pensei que eu não poderia ter feito isso se estivesse comigo. Realmente tinha desistido de voltar. Prometi para mim mesmo que nunca mais iria procurar você e que o que acontecesse seria o melhor. Mas...

Ela já não conseguia mais reter as lágrimas.

  — Eu não consegui. Todas as noites tentava imaginar o que você estava fazendo, onde estava, com quem estava... Se ainda pensava em mim. Em nenhum momento eu consegui deixar de pensar em você.

Ela fechou os olhos e abaixou a cabeça.

  — Eu sei que te magoei e que te machuquei muito. Eu nunca fui um homem bom, nunca mereci o amor que você sempre me deu. Mas sem ele eu não sei o que eu sou.

Ela soluçou.

  — Rangiku... Deixe-me entrar.

Ela abriu a porta.


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Notas finais do capítulo

Dã,dã,dã,dã O que será que vai acontecer?? Só no proximo capitulo!
Hahahaha eu sou uma diaba mesmo!!
Até semana que vem amiguinhos!



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