Caleidoscópio escrita por lljj


Capítulo 22
Verde, verde e mais verde


Notas iniciais do capítulo

Oioi gente...
Muito irados? Pois eu também... A vida é uma verdadeira vadia!!
Bem, bem tenho um bom motivo para não ter postado na semana passada, na verdade é um pessimo motivo... Mas realmente não importa não é??
Então vou direto para o que importa... A fic!!
E com minhas sinceras desculpas eu digo:
Boa Leitura!!



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Tok tok

  — Quem é? — Ela disse preguiçosamente olhando para a porta e abaixando o volume da televisão.

  — É a Nanao. Posso entrar?

  — Mas é claro que não. — Rangiku falou se levantando. — Por que eu deixaria? Você é só a minha melhor amiga. — Ela abriu a porta sorrindo.

Nanao entrou e se sentou no sofá.

  — Nós quase não conversamos lá embaixo.

  — É... O movimento está muito grande para uma quarta né? — Rangiku se sentou ao lado dela e voltou a aumentar o volume da televisão.

As duas passaram alguns minutos assistindo o filme que passava até que Nanao disse:

  — Conseguiu comprar o sapato que queria?

Rangiku olhou para ela e abaixou a Tv novamente.

  — Sim, sim ele é lindo... O único problema é que não encontrei nenhum vestido que me agradasse. — Ela falou pondo uma mão atrás do pescoço. — Vou dar uma outra volta na cidade amanhã e ver se encontro algo.

  — Por que você não vai com algum que já tenha? — Nanao falou suavemente.

Rangiku a olhou como se tivesse dito a maior atrocidade do mundo.

  — Mas por que diabos eu faria isso?

  — Bem... É só que você tem vestidos tão bonitos e que quase não usa, acho que não tem muito problema. — Ela disse meio sem jeito.

  — Por favor, Nanao... Eu irei a um lugar chique não posso entrar como se fosse qualquer uma. — Ela falou cruzando os braços.

Nanao então se levantou e foi até o armário dela.

  — A maioria das lojas recebem estoques hoje, se não achou nada com certeza não encontrará até sábado. — Ela disse abrindo a porta do armário fazendo várias roupas caírem em seus pés.

  — Não adianta você procurar... Eu já revirei tudo e não achei nada de útil. — Rangiku falou se levantando e sentando na cama atrás de Nanao.

Nanao começou a revirar as roupas jogadas e as que estavam empoladas dentro do armário.

  — Mas é claro que você não encontrou nada. Isso está uma bagunça!! — Ela disse pondo algumas roupas do seu lado.

Rangiku apenas revirou os olhos.

  — Vai por mim, quando arrumo é que não encontro nada mesmo...

Nanao continuou mexendo nas roupas até que tirou um vestido rosa longo do meio do armário.

  — Que tal esse? — Ela disse o sacudindo.

  — Claro que não! Está velho e manchado. — Rangiku disse cruzando os braços.

Ela então pôs o vestido de lado e voltou a procurar.

  — E esse? É bem elegante. — Agora foi um sobretudo marrom com estilo militar que ia até o meio da coxa.

  — Não. Esse eu usei no aniversário de casamento dos Nikkei. — Ela falou balançando a cabeça.

  — E esse aqui? — O vestido era preto curto e justo, com um decote nas costas. — É a sua cara. — Nanao falou o examinando.

  — Nããoo!! Esse eu usei no aniversário do Keith.

  — Você teve coragem. — Nanao falou ajeitando os óculos.

  — Por quê? Você mesmo não disse que é a minha cara? — Ela disse dando um sorriso meio safado.

Nanao apenas revirou os olhos e voltou a procurar. Até se levantou puxando um longo vestido que estava embolado com outras roupas.

  — Ei Ran. Esse eu tenho certeza que nunca te vi usar. — Ela disse sacudindo o vestido vinho.

Os olhos de Rangiku se animaram ao ver o que Nanao acabara de pegar.

O vestido longo era vinho bem escuro, mas não deixava de ter uma cor intensa. Suas mangas eram curtas e pegavam apenas os ombros e tinham uma costura que ia até debaixo dos seios com um decote em V. Na parte de trás havia duas fitas pretas entrelaçadas que imitavam um corpete e faziam sua cintura fina ficar ainda mais marcada.

  — Ele é perfeito Rangiku! — Nanao falou o aproximando do corpo e indo para frente do espelho da sala.

  — Ele está muito amassado... — ela falou olhando para o chão.

  — Mas não importa! Se você quiser eu passo ele para você. — Nanao disse dando um grande sorriso.

Rangiku fitou o vestido que balançava levemente nas mãos da amiga e não conseguia parar a inundação de lembranças que ele lhe trouxe.

  — Eu acho melhor ir com outro Nanao. — Ela disse cruzando as pernas em cima da cama. — Talvez eu encontre algum amanhã...

Nanao olhou para ela por um minuto e depois se sentou ao seu lado.

  — Vá com esse. Vai ficar lindo em você... — Ela falou com um olhar suave. — Tenho certeza que não terá ninguém naquele lugar que não achara você a mulher mais linda do mundo.

Rangiku suspirou.

  — Tudo bem... Eu vou com ele. — Ela falou dando um sorriso.

  — Ótimo. Você ficara incrível para esse encontro. — Nanao falou sem pensar enquanto dobrava o vestido.

  — Ei, ei Nanao isso não vai ser um encontro. — Rangiku falou balançando as mãos. — Keith irá me levar lá para comemorarmos meu aniversário.

  — Ah então me desculpe. — Ela falou corando um pouco. — É só... Pensei que vocês estavam juntos.

  —Tá legal que teve aquela historia deu fingir ser namorada dele, mas isso já foi. Não sei por que pensam isso...

  — Pensam? Tem mais gente?

  — Sim, sim... Kyoraku, Renji e Toshirou também já falaram isso, mas não tem nada a ver. — Ela disse balançando a cabeça descontente.

  — Talvez tenha. — Nanao falou incerta.

  — O que? — Rangiku disse meio surpresa.

  — Talvez você e Keith estejam tão próximos um do outro que ainda não notaram ou sequer perceberam o que verdadeiramente sentem.

  — Como assim verdadeiramente? Eu e Keith somos amigos. — Ela disse olhando para o chão.

  — Tem certeza que não mudou nada?

  — Como? — Rangiku sussurrou.

  — Não sei... Você e ele se conheceram já faz um tempo e desde desse dia não se separaram, ao contrário, só se aproximaram ainda mais. — Nanao disse quando olhou para o chão. — De repente você ainda não notou que a ultima coisa que pensa antes de dormir é no rosto dele e pela manhã a primeira é como ele acordou. Talvez ainda não tenha notado que você não pensa mais em uma vida só, mas em tudo sempre o inclui... E mesmo com todas as coisas que já passaram você não trocaria a sensação de estar perto dele por nada nesse mundo, por que mesmo que sejam diferentes tem algo nas palavras dele que te fazem sentir segura e confortável. É como se o mundo não fosse realmente um lugar tão ruim simplesmente porque ele existe nele...

Rangiku olhou para Nanao e viu seus olhos se perderem em algum ponto no chão...

  — Nanao. — Ela chamou baixinho.

  — O que? — A morena falou ainda olhando distante.

  — Por que você não diz isso para o Kyoraku? — Ela disse com um suave sorriso.

  — O que? — Nanao falou como se houvesse acabado de acordar de um sonho. — E-eu estou falando de você e do Keith.

  — Mas serve para você e o Kyoraku também não é?

Ela se levantou da cama com certa rapidez.

  — Olha Rangiku eu vou passar o vestido e deixo com você amanhã quando chegar da faculdade. Tenha uma boa noite. — Ela falou com pressa e saiu.

Rangiku ficou estática olhando para a porta.

  — Hupf! Eu hein... — Ela disse dando um sorriso.

Levantou-se e começou a jogar as roupas que estavam no chão novamente no armário. As palavras de Nanao então começaram a ressoar em sua mente.

  Será? Talvez ela tenha razão... Ou não...

Ela balançou a cabeça para espantar os pensamentos.

  — Ai, ai... Minha noite vai ser muito boa para estragar com suposições alheias. — Ela se sentou novamente no sofá e voltou a ver o filme.

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  — Droga. — Ele falou pondo a camisa. — Já estou atrasado.

Ele saiu do quarto abotoando a camisa social azul tentando calçar os sapatos.

  — Kisa achou o seu chinelo? — Ele falou quando entrou no quarto da menina. — Mas o que aconteceu? — Ele disse surpreso ao olhar a bagunça que estava no quarto da filha.

No meio de um monte de brinquedos e roupas espalhados no chão do quarto Kisa estava com um pé do chinelo roxo na mão.

  — To proculando. — A menina falou chutando alguns brinquedos.

Keith revirou os olhos.

  — Onde você viu eles pela ultima vez? — Ele falou entrando e catando alguns dos brinquedos no chão.

  — Aqui. — A menina falou apontando para os pés.

Ele apenas riu enquanto jogava tudo no baú de brinquedos.

  — Ok filha escolhe outro sapato para você ir que eu vou pegar seu casaco tá bom? — Ele disse dando uma leve bagunçada nos cabelos da menina.

  — Tá bom papai. — A menina foi em direção ao armário enquanto Keith mexia na cômoda. — Papai posso i com esse? — ela mostrou um sapato fechado preto.

  — Você só vai para a casa da Mila, calça uma sandalinha que já tá bom.

  — Mas eu quero i com esse. — A menina começou a fazer birra.

  — Mas com esse você não pode brincar direito Kisa. — Keith falou para a menina que cruzou os braços e virou o rosto. — Cada dia você parece mais com a Rangiku.

A menina continuou com o rosto virado até que ele desistiu.

  — Tudo bem, vai com esse. — Ele falou coçando a cabeça. — Mas calça rápido que o papai está atrasado.

  — Bigado papai. — A menina falou se sentando no chão e começando a se calçar.

  — Deixa que eu te ajudo. — Ele falou se aproximando dela.

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Assim que chegou viu Mila na entrada do prédio.

  — Você já está atrasado. — Ela disse se aproximando do carro.

  — Kisa perdeu o chinelo. — ele falou saindo do carro e pegando Kisa no banco de trás.

  — Não perdeu. Esqueceu aqui anteontem. — ela falou simplesmente.

Keith pegou Kisa no colo e olhou para Mila por um momento.

  — Que bom! — Ele sorriu irônico. — Ponha nela depois, por favor. — Ele disse entregando a menina.

  — Tudo bem. — Mila falou.

  — Boa noite amor. — Ele deu um beijo na menina.

  — Até mais Mila. — ele se despediu e entrou no carro.

Ao virar cada esquina sentia algo diferente lhe subindo pelo estomago, como se fosse a primeira vez que ele iria levar uma garota para sair.

  Calma, está tudo bem. É só a Rangiku! Nós já fizemos isso várias outras vezes, não vai ser diferente agora...

Ao virar a rua do bar notou de longe as várias cores resplandecerem para fora do ambiente.

Desceu do carro e parou por um momento para olhar o pequeno prédio. Até que seus olhos atingiram a janela da casa de Rangiku, e por uma fração de segundo ele achou que viu um vulto laranja sair da janela.

Entrou no bar e percebeu que não estava muito cheio está noite. Uma musica rápida tocava baixo e pessoas conversavam em suas mesas.

Ao olhar para o balcão viu Kyoraku e Renji conversando.

  — Keith!! Enfim você chegou. — Kyoraku disse sorrindo. — Vai querer beber uma com a gente? — Ele disse levantando seu copo.

  — Não Kyoraku já estou muito atrasado.

  — Atrasado? — Renji falou. — Rangiku já estava quase se descabelando com a sua demora.

  — Então ela está muito irritada? — Ele perguntou tentando prever o que ela poderia fazer com ele.

  — Nem tanto... — Uma voz suave veio de cima do primeiro lance de escadas do bar.

Lentamente ela desceu, atraindo a atenção dos três homens e mais alguns que estavam no balcão.

  — Nossa! — Keith disse a olhando dos pés a cabeça.

  — Você também está bonito. — Ela disse sorrindo.

Por um momento os dois passaram apenas se olhando até que notaram a plateia que observava os dois.

  — Bem já estamos atrasados... Quer ir andando. — Ele falou meio sem jeito.

  — Vamos. — Ela disse segurando sua carteira preta. — Estou ansiosa para conhecer o lugar.

Os dois saíram do bar lado a lado mais sem nenhum tipo de contato.

Rangiku havia feito uma superprodução para a noite. Bem maquiada, com o vestido vinho, um par de brincos pratas e seu colar de costume estava atraindo a atenção de todos a sua volta.

Keith não estava tão chamativo, apenas usava uma calça e uma blusa social sem gravata e com alguns dos botões abertos.

Eles entraram no carro e começaram a andar.

  — Fiz uma reserva perto de uma das fontes do restaurante. — Keith disse sorrindo.

  — Uma das fontes? — Rangiku falou surpresa.

Ele apenas a olhou até que disse:

  — Você vai adorar.

  — Já estou adorando... — Ela disse olhando para o céu estrelado pela janela.

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Ao chegarem no local notaram uma pequena fila na frente do restaurante.

  — É bem movimentado. — Rangiku falou para ele fechando a janela do carro.

  — Não se preocupe nosso lugar já está garantido. — Keith então saiu do carro e abriu a porta para ela poder sair.

  — Hun... Cavaleiro. — Ela falou sorrindo.

  — Como sempre. — Ele disse oferecendo a mão.

  — Haha que piada. — Ela disse indo com ele para a entrada do restaurante.

Os dois passaram pela fila sem nenhum problema e Keith parou para pedir a sua mesa.

  — Ah Sim! Senhor Kikuchi. — O homem falou abrindo os braços. — É um prazer ver você aqui...

  — Também é muito bom te ver. — Keith disse apertando a mão do homem.

  — Por favor, queira me acompanhar até sua mesa. — O homem falou se virando, mas Rangiku bem percebeu a olhada que ele deu nela antes de se virar.

O restaurante era repleto de luminárias grandes e pinturas diferentes que fascinaram Rangiku.

Sentados em outras mesas casais comiam e conversavam entre os retratos de celebridades que já estiveram ali.

  — É aqui senhor. — O homem falou apontando a mesa. — Logo serão atendidos.

  — Obrigado. — Keith disse. — Ah! Pode deixar comigo. — Ele falou antes de Rangiku se sentar e puxou a cadeira para ela.

  — Tantos mimos e eu vou acabar mal acostumada. — Ela disse levantando uma sobrancelha.

  — Hoje é seu aniversário. Acho que merece alguns sim. — Keith disse rindo.

Ela olhou ao redor e notou olhares sendo dirigidos para eles dois.

  — Costumava vir aqui com frequência Keith? — Ela perguntou pegando o Cardápio.

  — Sim, alguns encontros de negócios foram feitos aqui... — Ele disse olhando para o dele.

  — E você só vinha a negócios?

  — Na verdade não... — Ele disse a olhando. — Trouxe Kiara aqui no nosso primeiro encontro.

Rangiku ficou um tanto surpresa com a noticia.

  — Mas não te incomoda isso?

  — Sinceramente não. — Ele falou sorrindo. — Sempre que chegava aqui me sentia triste, mas hoje realmente não sinto nada a não ser vontade de comer.

Ela soltou uma leve risada.

O garçom chegou em seguida para anotar os pedidos e Rangiku não tinha nenhuma noção do que iria comer.

  — Eu quero Cappelletti de Carne ao Molho de Champignon como entrada e como prato principal Cassoulet.

  — E a senhorita? — Ele disse para ela.

Rangiku passou mais um tempo olhando para o cardápio até que disse:

  — Por favor, eu vou querer o mesmo que ele.

  — Tudo bem senhorita, dentro de minutos o jantar será servido.

Depois que o homem saiu Rangiku se virou para Keith.

  — Por favor, me diz que o que você pediu é gostoso? — Ela disse fazendo Keith dar uma leve gargalhada.

  — Haha Sim, sim você vai gostar. De sobremesa você quer mousse de chocolate?

  — Sim eu adoraria.

Os pedidos chegaram e os dois começaram comer. Rangiku se sentiu um pouco insegura quanto usar os vários talheres que estavam na mesa, mas em todas as suas duvidas Keith a mostrava como fazer.

  — Hun... O que é isso que eu estou comendo agora? — Ela perguntou levando o garfo a boca. — É uma delicia.

  — Camembert empanado. É uma delicia mesmo. — Keith disse bebendo um pouco de vinho.

Os dois continuaram em silêncio por um momento até que uma música começou a tocar. No meio do salão principal um pianista e um violinista começaram a tocar músicas lentas.

  — Keith! — Ela sussurrou fascinada. — É maravilhoso.

  — Sim... Eles fazem esses especiais todos os sábados. — Também fitando os músicos.

A música continuou apenas com a suave melodia que saia dos instrumentos.

  — Você está gostando? — Keith disse olhando para ela.

  — Mais é claro! — Ela falou sorrindo. — É uma das melhores noites da minha vida.

  — Então aguarde por que ainda não acabou. — Keith falou pegando a mão dela. — Tenho uma surpresa para você depois do jantar.

  — Surpresa?

  — Sim... Mas só vou te mostrar depois, agora vamos pedir a sobremesa. — Ele falou sorrindo brilhantemente.

Rangiku por um momento achou que não tinha como a noite ser mais perfeita, mas se Keith disse que ainda tinha mais por vir ela não conseguia deixar de sentir certa euforia.

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Os dois terminaram de comer e se levantaram.

  — Então o que vai acontecer agora? — Ela perguntou impaciente dando a mão para ele.

  — Vem comigo. — Ele a puxou guiando até um corredor largo.

Entraram em um corredor e Rangiku notou que vários garçons com suas bandejas passavam indo na direção oposta.

  — Tem certeza que podemos vir aqui?

  — Sim. Eu pedi a permissão de um amigo daqui. — Ele disse sorrindo.

  — Amigo? — Ela falou levantando uma sobrancelha.

  — Sim... E um ótimo amigo se quer saber! — Ele disse abrindo uma porta cinza opaca. — Entre. — Ele lhe deu um leve puxou.

Com certa desconfiança ela passou pela porta e seus olhos azuis logo se arregalaram com o que viram.

  — Keith... — Ela disse sem saber ao certo o que dizer. — É perfeito.

Keith a levou até mais fundo no grande jardim, cheio de luzes e flores.

  — O dono desse lugar era muito amigo do meu pai, os dois tinham uma paixão incrível por flores. — Ele falou passando pela pequena cascata.

  — Flores? — Rangiku falou rindo.

  — Kikuchi significa terra de crisântemos e a flor se tornou quase que um emblema da nossa família. — Ele falou a puxando ainda mais.

  — Nunca havia me contado essa história... — Ela falou o encarando.

  — Para falar a verdade isso me varreu da mente por muito tempo. Só lembrei quando vim aqui fazer nossa reserva e encontrei Kiku.

  — Kiku? — Ela repetiu surpresa.

  — Sim. É a filha do dono. — De repente ele parou. — Acho que me perdi. — Ele disse coçando a cabeça.

  — Ah... Nós já vamos embora? — Ela falou desapontada.

  — Não, não é só que... — Ele olhou para os lados.

  — Keith!? — Uma voz veio de traz de uma enorme samambaia e uma mulher morena saiu em direção aos dois. — Atrasado. Como sempre. — Ela sorriu.

  — Que bom que eu te encontrei. — Ele falou apertando a mão dela.

  — Acho que foi ela que nós encontrou. — Rangiku disse ainda segurando a mãos dele.

  — Então vai ir agora ou quer dar mais uma volta pelo jardim? — A mulher falou dando alguns passos para frente.

  — Não, não. — Ele disse sem jeito.

  — Então venham. — Ela disse mexendo a mão e seguindo em um simples caminho de pedras.

  — Para onde nós vamos? — Rangiku falou não aguentando a curiosidade.

  — Surpresa! — Ele falou andando.

  — Essa não foi a surpresa?

  — Haha talvez... Mais o especial mesmo... é isso. — Ele disse dando espaço para ela entrar em uma espécie de saguão onde havia um par de cadeiras e uma pequena mesa.

  — Vou pedir para trazerem o presente. — Kiku disse piscando para Keith.

  — Vem Ran.

As cadeiras estavam em um local que tinha vista direta para um pequeno lago onde peixes coloridos nadavam. Em volta uma grande fileira de crisântemos que soltavam um forte perfume que inundava todo o lugar.

  — Meu Deus! — Ela disse rastreando tudo com o olhar. — É perfeito.

  — Kiku falou que levaram muito tempo para organizar tudo e que ainda faltam coisas para arrumarem, mas assim que eu vi soube que tinha que lhe trazer aqui. — Ele falou olhando para o lugar tão vislumbrado quanto ela.

Os dois ficaram assim por mais um tempo até que dois homens chegaram por trás com uma garrafa de saque e duas taças.

  — Saque!! — Rangiku falou alegre.

  — Não poderia faltar não é? — Ele falou enquanto o homem enchia as taças. — Muito obrigada.

  — Então... Um brinde a você e meus mais sinceros parabéns. — Keith falou levantando a taça.

  — Um brinde... E meus sinceros agradecimentos! — Ela disse juntando sua taça a dele.

Assim que sentiu o gosto do saque notou algo de diferente. Ao olhar para Keith viu seu sorriso travesso.

  — O que é?

  — Beba mais um pouco e descubra. — Ele disse bebericando também.

Novamente ela levou a taça aos lábios.

  — Que sabor é esse? — Ela disse para si mesma.

Keith apenas a observava atento.

  — Esse gosto é familiar... Até parece... — Seus olhos se arregalaram. — Não!

  — Sim!

— Não! É Caqui? Sério. Como é possível? — Ela pegou a garrafa que foi deixada na mesinha e encheu novamente sua taça.

  — Sim é saque de caqui, mas você tem que pegar leve. É muito mais forte que o comum...

  — Como você conseguiu? Kyoraku falou que era muito difícil de encontrar... — Ela disse bebendo.

  — E foi. Ele passou a tarde inteira ontem procurando com seus fornecedores e achou apenas duas garrafas em uma loja do outro lado da cidade. — Keith disse bebendo um pouco mais.

  — E onde está a outra garrafa?

  — Embrulhada para presente... Bem pelo menos pedi que embrulhassem, sabe elas só chegaram aqui hoje ao anoitecer...

  — Acho que é o melhor presente que já me deram... — Ela disse bebendo ainda mais.

  — É bom ouvir isso. — Ele falou a olhando e sorrindo.

Os dois passaram mais um tempo sentados apenas ouvindo o farfalhar da água até que Kiku apareceu com um embrulho na mão.

  — Espero não atrapalhar agora, mas aqui está. — Ela disse entregando-o para Keith.

  — Muito obrigada... — Keith falou para ela.

  — Nada... É bom ajudar um amigo das antigas às vezes. — Ela falou apertando o ombro dele. — Mas já estou indo. Não quero atrapalhar o momento romântico do casal. — Dito isso ela se foi pelo mesmo caminho que chegou.

Com sua saída algo oculto se instalou no ar transformando o agradável silêncio em que estavam em um momento desconfortável.

  — Keith... Podemos chegar perto das flores. — Rangiku falou baixo.

  — Acho que sim... Vamos. — Ele se levantou e lhe ofereceu a mão que foi aceita com um leve sorriso.

Desceram alguns degraus e se aproximaram dos crisântemos que estavam completamente desenvolvidos.

  — Será que eles põem algo para elas ficarem tão bonitas? — Ela disse tocando levemente uma delas.

Keith então arrancou uma das flores e aproximou do nariz.

  — Keith não! — Ela falou olhando para os lados. — Alguém vai brigar...

  — É apenas uma não faz mal. — Ele entregou a linda flor para ela.

Ela aceitou a flor, mas por algum motivo Keith não a soltou quando ela pegou na mão.

  — O que ela disse... — Ele começou olhando para ela.

  — Não importa. — Ela disse tirando a flor dele. — Já me acostumei com esses comentários. — Ela se virou para o lago.

  — Já falaram antes?

  — O que? Nunca disseram para você? — Ela o encarou novamente.

  — Não, quer dizer sim, mas achei que só fosse comigo. — Ele olhou para o chão.

  — Pois não é. — Ela deu um leve sorriso. — Me dizem o tempo todo que tem alguma coisa...

  — Sim... Mas se realmente tivesse nós saberíamos... — Ele a olhou novamente. — Não é?

Ela olhou no fundo dos seus olhos verdes.

  — Acho que sim...

  — Você sabe que é a melhor amiga que eu já tive. — Ele disse dando um passo para frente.

  — Acho que posso dizer o mesmo. — Ela não recuou.

  — A ultima coisa que eu quero é me enganar novamente comigo mesmo.

  — O mesmo para mim... — Ela pôs uma mão no peito dele. — Mas talvez... Só talvez, nós tenhamos nos enganado por todo esse tempo.

  — Com o que? — Ele disse respirando fundo.

  — Com o que sentimos de verdade...

  — Será? — Ele colocou uma mão no rosto dela.

  — Não custa tentar... — Ela falou aproximando o rosto do dele.

Por um momento houve uma leve relutância até que enfim aconteceu.

Os lábios carnudos dela se encontraram com os dele de forma suave e lenta, sua boca já estava entreaberta quando a língua dele deslizou entre os lábios. Tudo com uma leveza incrível, como se o mundo ao redor houvesse parado naquele segundo apenas para assistir aquele silencioso momento.

Até que simultaneamente seus olhos se abriram. Afastaram-se lentamente e olharam um no fundo dos olhos do outro.

  — Então... — Ela disse abaixando o rosto.

  — É... — Ele olhou para o lado.

  — Acho que faltou alguma coisa... — Ela disse abraçando o peito.

  — Sim, sim... Faltou... Bem, faltou...

  — Magia! Sabe... — Ela disse um pouco confusa consigo mesma.

  — Talvez não seja isso. — Ele disse a olhando.

  — É... — Ela sussurrou.

Houve um minuto de silêncio.

Ele então a segurou pelos dois lados do rosto e deu um leve beijo na testa.

  — Pronto... Assim é bem melhor! — Ele disse sorrindo.

  — Com certeza. — Ela também sorriu.

  — Vem, vamos beber mais um pouco. — Ele disse pegando a mão dela e subindo novamente para o local da mesa.

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            — Você viu aquela loira aguada que estava no canto atrás de mim? — Rangiku disse segurando o braço dele.

            — Sim.

            — Então ela estava o tempo todo me olhando com uma cara tipo: ‘O Deus ela está chamando mais atenção do que meu colar de 200 quilates.’ — Ela falou pondo uma mão na cintura e afinando a voz.

            — Ela era uma jornalista até o final do ano passado, mas eu ouvi dizer que se casou com um velho rico e abandonou o emprego para torrar a fortuna do velho. — Ele disse pegando a mão dela novamente.

            — Então deve ser isso. Pobre emergente realmente é uma desgraça. — Ela disse sorrindo. — Puxa!! Você é mesmo uma anta sabia... Se queria me deixar em casa por que não pediu para o taxista vir aqui?

            — Você sentiu o cheiro do cara. Aposto que ele estava mais bêbado que agente.

            — Mas então me deixasse vir sozinha...

            — Hã, hã... Se esqueceu que hoje eu sou seu cavalheiro? — Ele disse passando seu braço pelo ombro dela.

            — Claro... Onde minha cabeça foi parar. — Ela disse dando um leve tapa na própria cabeça.

            Keith então riu alto.

            Os dois andaram mais um pouco assim até que Keith tropeçou nos próprios pés e caiu para frente levando consigo Rangiku para o chão.

  — Keith!! — Ela gritou quando foi para frente.

Por um momento ele ficou totalmente imóvel no chão até que seus olhos começaram a se abrir.

  — Keith? Você está bem? — Ela falou segurando seu rosto.

  — Ah! Sim... Eu só acho que bebi demais... — Ele pôs uma mão na cabeça. — Não se preocupe já passou.

  Ela o ajudou a levantar e bater a calça preta que se sujou na queda.

  — Tem certeza que está bem? Se quiser te ajudo a voltar para casa. — preocupação estava escrito no seu rosto.

  — Não, não eu já estou bem... Só foi uma tontura por conta da bebida... Agora vamos. — Ele sorriu para ela.

Ainda desconfiada insistiu para voltar com ele, mas seu pedido foi firmemente recusado. Depois de se despedir subiu para o andar de sua casa.

Passando pelo corredor viu que todos já deveriam estar dormindo então fez o mínimo de barulho possível.

Entrou em casa e foi direto para seu sofá.

  Ok esses sapatos podem até ser lindos, mas meus pés já não aguentam mais.

Ela tirou os sapatos e fez uma rápida massagem nos pés. Olhando para os lados viu algo diferente no chão perto da porta.

  — O que é isso? — Ela perguntou se aproximando do papel que estava jogado no chão.

Abaixou-se lentamente e pegou o nas mãos. Constatando que era um envelope de carta sem nenhum tipo de informação pensou duas vezes em amassa-lo e joga-lo no lixo, mas uma coisa dentro dela à pedia para abrir.

Com um suspirou rasgou o envelope e abriu a carta que havia dentro.

Com pequenas palavras feitas com uma caligrafia inconfundível para ela um pequeno sorriso brotou em seus lábios.

  — Feliz Aniversário! — Ela leu em voz alta.

  É Gin... Onde você está agora?

Ela pensou aproximando a carta do peito.

Não, não comece com isso novamente Rangiku.

Sua mente gritou com ela.

Muito triste pôs a carta novamente no envelope e com um suspiro abafado jogou a no lixo.

Voltou para o sofá e pegou a garrafa embrulhada que havia colocado em cima da mesa. Abriu e encheu um copo que sempre deixava lá.

  — Feliz aniversário. — Ela disse erguendo o copo para cima e bebendo um pouco depois. — Sim! Feliz aniversário para mim... — Ela deu um leve sorriso e terminou de beber.


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Notas finais do capítulo

E então? Alguém está... Hun... decepcionado??
Não se preocupe eu reservei o melhor para o final...
E vai por mim estará imperdivel =)
Nesta mesma 4°, neste mesmo site, na semana que vem!!
Ps.: Não me odeiem!!! °o°