O Caso Da Boemia escrita por SophieAdler


Capítulo 17
Capítulo 17 - O Verdadeiro Vilão Ainda Está Solto


Notas iniciais do capítulo

Oi, eu não disse que postaria o último capítulo durante a noite? E aqui está ele, como prometido. Aproveitem!



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O julgamento de Jeniffer durou duas semanas, assim como o julgamento de Antony, Bradley e Collin, e Sophie teve que ir a todos para poder explicar as provas e evidências contra eles. Cada um recebeu sua sentença separadamente: Antony e Collin foram condenados a forca. Bradley a prisão perpétua em Roma e Jeniffer também foi condenada a forca, mas o certo era esperar ela completar a maioridade, porém de acordo com as leis da Boemia, se alguém matar um integrante da família real é automaticamente condenado a morte, sem exceção.

No apartamento 221B da Baker Street, Sophie estava em seu quarto, deitada em sua cama, quando alguém bateu em sua porta. Ela reconheceu de imediato.

-Pode entrar mãe.

Irene entrou no quarto e se deparou com a jovem deitada e olhando para o teto.

-Por acaso meu perfume parisiense me delatou?

-Não, há dois dias você tinha dito que queria falar comigo, e também o barulho da sua mão batendo na porta indicou que era uma mulher de mais ou menos uns 39 anos.

-Você é igualzinha ao seu pai.

-Eu sei disso.

Irene fechou a porta e sentou-se ao lado de Sophie, que já estava sentada também.

-Como está seu braço? – perguntou Irene.

-Duro, imóvel, menos dolorido e a única coisa que eu consigo mexer são meus dedos. – disse rindo. – Mas resumindo, está melhor. Porém, meu lado de observadora me diz que esta não é a verdadeira razão de estar aqui. Certo?

Irene pegou a mão boa de Sophie e olhou fundo nos olhos azuis dela.

-Sim, eu vim lhe avisar que irei viajar para resolver alguns assuntos inacabados a minha parte. Ficarei fora por pelo menos três semanas.

Sophie desviou seus olhos e suspirou.

-A senhora disse que não me deixaria novamente. Aliás, prometeu.

-Eu sei disso minha princesa e também não vou esquecer, mas eu preciso resolver esses assuntos e quando eu terminar voltarei para Londres.

A jovem suspirou novamente e depois assentiu.

-Tudo bem então, eu entendo. – falou enquanto abraçava Irene.

No próximo segundo, ouve-se batidas na porta.

-Pode entrar Damian.

Damian abriu a porta.

-Ah! Desculpe, eu não quis atrapalhar a conversa, apenas vim lhe trazer um recado, Sophie.

As duas entre olharam-se.

-E qual seria? – indagou Sophie.

-Você sabe que a sentença de Jeniffer será amanhã na Boemia, certo?

-Sim, mas qual a importância desse recado?

Damian respirou fundo e disse:

-Você é o último desejo de Jeniffer. Ela quer contar algo e apenas a você.

Sophie ficou pensativa e disse:

-Está bem. Irei falar com ela.

***

 Na Prisão Pentonville, Sophie foi levada a última cela da prisão, onde estava Jeniffer. Ao chegar, ficou observando os estranhos desenhos apocalípticos que tinha nas paredes.

-Obrigada por aceitar meu convite. – falou Jeniffer.

-Em ser seu último desejo? Eu não me sinto convidada.

-Mesmo assim, eu agradeço por ter vindo.

-Certo, mas vamos direto ao assunto: O que você quer me contar?

Os olhos verdes de Jeniffer encontraram os azuis de Sophie e disse:

-Eu não planejei a morte do príncipe, nem a explosão e nem o comércio ilegal de armas. Foi outra pessoa.

“O quê? Eu não acredito que ela me chamou para isso.”, pensou Sophie furiosa.

-E quem seria essa outra pessoa? – perguntou friamente.

-Lembra do dia do duelo, quando eu lhe disse que uma pessoa me falou que tudo o que aconteceu comigo foi por sua causa? – Sophie assentiu - É essa pessoa e como morrerei amanhã, eu não tenho razão para temer em pronunciar seu nome: Moriarty.

Sophie riu.

-Impossível. Moriarty está morto! Ele morreu nas Cataratas de Reichenbach, em Meiringen. Meu pai contou-me isso.

-É neste ponto em que você se engana. – falou Jeniffer, deixando Sophie um pouco confusa. – James Moriarty está morto. Eu trabalhava para seu irmão, Jason Moriarty, que também é conhecido com Jim. Ele quer se vingar de seu pai por causa da morte do irmão e o modo mais fácil que ele encontrou foi atraindo você, a filha do próprio Sherlock Holmes.

-Então, tudo o que você fez foi a mando dele para chamar minha atenção? – Jeniffer assentiu. – E por que ele não fez isso pessoalmente, em vez de mandar alguém da minha idade?

-Ele não suja as próprias mãos.

-Então ele deve ter mais pessoas trabalhando para ele, assim como você trabalhava.

-Exatamente.

Sophie já estava de saída quando algo veio à sua mente.

-Por acaso você contou-me isso porque achou que se livraria da condenação?

-Eu sei que não vai, mas eu achei melhor você saber a verdade e quem é o verdadeiro vilão. Adeus Sophie.

-Adeus Jeniffer.

Despediu-se de Jeniffer pela última vez e voltou para sua casa, o apartamento da Baker Street, pensativa.

Ao abrir a porta, deparou-se com uma cena, que pensou que jamais presenciaria, Irene Adler e Sherlock Holmes se beijando.

-Eu pensei que teria 1% de chance de eu presenciar essa cena. – disse interrompendo o beijo de seus pais. – E vejam, eu abro a porta e encontro minha mãe e meu pai se beijando e essa, com certeza, é a cena mais fascinante e estranha para uma filha de 15 anos presenciar. Vocês vão acabar me traumatizando.

Os dois riram das expressões da filha, que fechava a porta.

-Foi apenas um beijo. – disse Sherlock.

-Ah sim, foi um beijo... Apaixonado e com agarramento. – falou enquanto sentava na poltrona e fitava Sherlock e Irene. – Só faltavam se despirem e... Vocês sabem o resto.

-Olha o palavreado. – disse Irene num tom serio.

Sophie ergueu as mãos num sinal de rendição.

-Está bem, me desculpem. Mas era verdade. – disse levantando-se e subindo as escadas.

Estava no meio do caminho, quando Sherlock falou:

-Espere. O quê Jeniffer queria?

Sophie ficou petrificada de repente e parou de caminhar, mas não encarou nem Sherlock e nem Irene, porém ambos perceberam a paralisação repentina e se encaram.

-Qual é o problema, querida? – perguntou Irene preocupada.

Sophie rapidamente voltou a sua postura.

-Nenhum, por enquanto. Ela apenas queria me contar que tudo o que fez foi a mando de alguém.

-E quem seria esse alguém? – indagou Sherlock.

A jovem encarou o pai e respondeu:

-Ele é conhecido como Jim, porém não é o seu nome verdadeiro.

-E qual seria seu nome verdadeiro? – indagou novamente.

“Jason Moriarty.”, pensou ela.

-Eu não ouso pronunciar, assim como aqueles que trabalham para ele.

Irene e Sherlock fitaram-se novamente e a mulher falou:

-Por quê? É apenas um nome.

-Não é um nome, é o NOME, e garanto uma coisa, ele quer se vingar, mas eu não sei quando e nem onde, e eu aposto que nem o senhor.

-Como saberei se nem o conheço e nunca ouvi falar dele anteriormente. Concorda?

A jovem assentiu.

-Bom, eu tenho que ir quanto mais rápido eu for viajar, mais rápido voltarei. – falou Irene indo se despedir da filha. Sophie queria muito utilizar seus dois braços para abraçar a mãe, porém um deles estava inutilizável no momento. – Até logo, minha princesa. Eu voltarei para você. É uma promessa.

-Até logo mãe.

-Até logo Sherlock.

-Até minha cara. – respondeu ele, enquanto Irene partia para a estação de trem.

***

Eram 15h35min, quando Sophie entrou no escritório de Sherlock, que também era o quarto dele, quando viu Damian e John jogando um emocionante jogo de Xadrez.

-É sua vez Doutor. – falou o rapaz.

Sophie aproximou-se de ambos e analisou a situação do jogo.

-Doutor, o senhor tem uma peça que se movê-la, ganha o jogo.

-E qual é a peça? – perguntou Watson esperançoso.

-Eu não vou lhe dizer.

-E eu? Tenho alguma peça também nessa situação? – perguntou Damian. Sophie analisou as peças do rapaz e falou:

-Você também tem uma peça na mesma situação do Doutor, mas também não lhe direi.

Damian não acreditou.

-O quê? Sr. Holmes, não vai dizer nada a respeito?

Sherlock, que estava sossegado em sua poltrona, folheando um livro de química, olhou para Damian e disse:

-Por que ela faria isso? Afinal quem está jogando é você e não ela.

Damian suspirou e voltou a olhar o jogo.

-Xeque. – disse Watson, fazendo sua jogada. – É sua vez Damian.

O jovem olhou a situação e sorriu.

-Xeque-mate.

-Eu não acredito! Primeiro perdi cinco vezes para a adolescente prodígio, agora perdi para um ladrãozinho.

-Ladrãozinho não, por favor, Doutor, eu sou um especialista no que eu faço. – disse enquanto levantava-se.

Sherlock parou de folhear seu livro para observar Damian.

-Sim, Sr. Wolfe, mas é melhor o senhor andar na linha se quiser namorar minha filha.

-E também se quiser ser meu parceiro nas minhas investigações. – pronuncio-se a jovem Holmes.

-Certo. Sem roubos, a não ser que seja necessário. – falou o rapaz sentando-se ao lado da jovem, pegando sua mão e beijando-a levemente.

Sherlock pigarreou, interrompendo os dois.

-Foi só um selinho pai. Nada de mais.

Ele nada respondeu, apenas voltou a folhear seu livro.

O silêncio tomou conta do escritório e Watson foi o primeiro a quebrá-lo.

-Quando será seu próximo caso, Sophie?

-Eu não tenho certeza, mas eu acho que será em breve. – respondeu ela - Mas até lá, eu quero ficar um pouco sossegada, e não quero ficar pensando muito em Jim.

-Quem é ele?

-Era o chefe de Jeniffer. E é meu novo inimigo.

“Jason Moriarty”, pensou ela novamente.

Fim?


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?
Mandem seus reviews e não deixem de ler o capítulo 18, pois tenho novidades! :)
Beijos!