016 – Oponente

[Suzanna]

Eu observava, em pé e completamente imóvel, Eric se concentrando com os olhos fechados. Ele estava sentado no chão empoeirado da casa abandonada, iluminado pela luz prateada do luar, lindo como apenas um deus grego pode ser. Fiquei esperando e admirando enquanto ele tentava localizar algum poder nas proximidades, era uma de suas habilidades.

O vi abrindo os olhos abruptamente.

– Ele estava aqui a apenas alguns minutos atrás. Agora eu não consigo sequer sentir o rastro dele.

Me aproximei dele e o prendi em meus braços.

– Não tem problema. Nós podemos procurar por outro. – Sussurrei em seu ouvido, delicadamente, tentando excitá-lo.

Ele saiu do meu abraço se levantando. Adoro quando ele banca o difícil. E caminhou até uma das paredes do lugar. Um segundo depois estava coberto pelo metal de sua armadura. “No fim das contas esse se tornou seu poder favorito.” Pensei com um sorriso de admiração no rosto.

Eric olhou por algum tempo para a parede e por fim acertou um único soco nela, destruindo-a. A poeira subiu assim que alguns destroços caíram pesadamente no chão. Ele apenas ignorou o resultado do soco saindo para o beco que se encontrava em frente e eu o segui, obviamente.

Me perguntava o que eu sentiria quando chegasse o momento em que ele me mataria para pegar os meus poderes. Era certo que isso iria acabar acontecendo. Ele não podia esconder isso de mim. Estávamos prestes a sair do beco, eu segurei sua mão e dessa vez ele não tentou escapar do meu carinho. Quando...

– Olá. Suponho que um de vocês deve ser o tal vampiro tão comentado nos jornais da cidade, certo?! Hehe... Que sorte a mim. Achei que seria mais difícil achá-lo.

Nós dois viramos para descobrir quem era o dono da voz que nos havia parado. Eric estava calmo como sempre. E por mais que eu tivesse assustado com o aparecimento repentino da pessoa, eu também fiquei calma muito rapidamente. Isso porque, mesmo sem ver o rosto coberto pela mascara de caveira, a pessoa não passava de um garoto. Um garoto com um taco de baseball metido a herói.

– Na verdade... – Disse Eric se pondo em minha frente. – Eu deixei que você me achasse. E até fico surpreso por ter demorado tanto alguém seguir os rastros que eu deixei.

O garoto apoiou sua arma no ombro.

– Realmente, a policia dessa cidade não é das melhores. Os rastros deixados nas cenas dos crimes eram bem óbvios. – Ele deu um passo calculado pra frente. – Mesmo assim, acho que devo agradecer.

Eu sorri. Ver Eric usando seus poderes sempre me deixava excitada.

E esperei para ver o que viria a seguir.

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