Real or not real? escrita por letter


Capítulo 14
Capítulo 13 - De volta as raízes


Notas iniciais do capítulo

postei antes do planejado, então podem me amar, e aproveitar o capitulo :B



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         - Está doendo? – perguntou Darion calmamente pressionando unguento sobre o braço de Katniss.

         Katniss não respondeu. Não conseguia falar. A última vez que ficara assim foi quando Prim lhe abandonou nesse mundo.

         Não era o braço rasgado ou as queimaduras que impediam Katniss de falar, não eram as dores físicas nem as convulsões que tiveram que lhe causavam dor. Não, nada disso. Era se lembrar de Peeta. Doía mais do que Katniss poderia expressar.

         Perdera tudo. Perdera todos. E agora, estava caminhando para perder Peeta mais uma vez.

         Ela negou com a cabeça.

         Darion a fitava com os olhos preocupados, e continuou a fitar enquanto Katniss se levantou de sua cama e caminhou até a enorme vidraçaria, sentando ao parapeito da janela, correndo os olhos pelos arredores do que cercava o quartel general onde era mantida. Parecia um campo de treinamento, armas, alvos, soldados. As paredes acústicas a impediam de ouvir, mas as bocas se abrindo e as feições dos soldados lá em baixo, denunciavam a Katniss que estavam berrando.

         Se forçasse um pouco a vista, conseguia ver que ao longe havia uma mata, com a vegetação rasteira, talvez não devesse falar que era uma mata pela situação que se encontrava, não sabia como deveria chamar, mas julgava que ali já não havia arvores, nem animais, nem água. Talvez ali já fora uma mata, há muito tempo atrás. Mas agora era um nada, um nada cercava o lugar onde Katniss foi feita de cativo, e todo o plano de Beetee foi mergulhado por água abaixo. Nunca a encontrariam, afinal... Onde ela estava mesmo?

         ­- Não gosto daqui – murmurou Darion sentando no parapeito da janela ao seu lado – Esse lugar me lembra destruição. Não gosto da destruição, elas sempre acabam com o melhor de tudo, mas nunca acabam com o que realmente é preciso acabar.

         Katniss olhou para ele com os olhos curiosos.

         Darion correspondeu ao olhar.

         - No final Katniss, tudo da certo, e se ainda não deu certo, é porque o final ainda não chegou.

         Katniss refletiu por um segundo aquela frase, pensou em até abrir a boca para falar alguma coisa, mas sua boca não abriu, e sim a porta de seu quarto.

         - Como ela está? – Noel. O estômago de Katniss revirava só de vê-lo.

         Pressionou as pálpebras com força, em forma de impedir as imagens que vieram a sua mente. Nunca soubera como eram os pesadelos de Peeta, mas agora, depois de provar um pouco da vingança de Noel, poderia bem imaginar.

         ­- Em estado de choque, como pode ver – respondeu Darion, correndo seus olhos cheios de pena dela, para Noel – Deve se orgulhar pelo feito, imagino.

         Noel bufou.

         - Não, não me orgulho. Eu poderia ter feito muito melhor. Snow quer vê-la.

         - Ela não está em condições de...

         - Pouco me importa! – exclamou Noel em voz alta – Ele quer vê-la. Não mais tarde, nem daqui cinco minutos, ele quer vê-la agora.

         Katniss ouviu a porta se fechar, e ainda sim não ousou abrir os olhos.

         - Katniss – a voz de Dondarion falou calmamente, e ela sentiu suas mãos sobre seu rosto – Abra os olhos.

         Ela não abriu. Estava sentindo algo que nunca sentira antes... Medo.

         - Katniss, por favor, abra os olhos e olhe pra mim. Por favor.

         Aos poucos, forçou-se a abrir os olhos, focando-o sobre os olhos claros de Darius. Não, não Darius, Darion. Ele era Darion.

         - Katniss, você está em choque, mas... – Dondarion umedeceu os lábios, uma mania que Katniss aos poucos percebia que ele tinha ao falar – Mas você é o tordo Katniss. Você foi para a arena, você voltou, você foi de novo, você esteve em campo de batalha, você agüentou de tudo um pouco, e superou, de cabeça erguida encontrou forças para superar. Isso pelo que passou a pouco, não chega nem perto do que já passou, você é mais forte que isso. E sei que ainda a uma chama ardendo dentro de você, mostre-a a eles. Não deixe que eles consigam o que querem, te perturbar.

         - Peeta – ela sussurrou. Sim, ela agüentou de tudo um pouco, mas sempre esteve ao lado do Peeta para suportar tudo, ele era a mão que lhe dava apoio, quando pensara que a Capital poderia ter o assassinado, quase perdeu o rumo, mas Gale estava lá, ele segurou sua mão. Mas Gale, já não era o seu Gale, o seu caçador. E Peeta... E Peeta não estava com ela. Como teria forças?

         “O que você teme Katniss?” ecoou a voz de Doutor Aurelius aos seus ouvidos, e tal pergunta parecia ser feita há anos atrás, não a semanas.

         - Temo por Peeta – falou ela em voz alta.

         Darion segurou suas mãos.

         - Também temo por ele.

         Como uma máquina, Katniss agiu mecanicamente e seguindo Darion, desceu até a sala de comando de Snow. De longe era bem menos equipada que a sala de comando de Paylor, mas isso parecia não apaziguar os planos do irmão de Coriolanus Snow, Rudolphine Snow.

         - Obrigado Dondarion, pode nos deixar – disse a grave voz de Snow, sentado em uma poltrona de couro, fitando com os frios olhos Katniss ao lado de Darion.

         - Mas senhor...

         - Dondarion – Snow desviou seus olhos e os grudou em Darion, um olhar doentio, percebeu Katniss – Deixe-nos.

         Darion umedeceu os lábios, lançou um ultimo olhar a Katniss e se virou para sair da sala.

         - Sente-se – pediu Snow indicando com a mão uma poltrona de frente a sua. Katniss olhou a poltrona com desdém, ignorando o pedido de Snow, e voltou a olhar para ele – Pois bem – disse ele vendo a recusa dela – Vamos tratar de negócios, então?

         - Vocês não cumpriram o acordo – acusou ela.

         - Ou podemos falar sobre isso – disse Rudolphine soltando um pesado suspiro.

         - Ele também está aqui? Ele está bem? Peeta?

         Snow soltou uma gargalhada, que mais parecia um latido.

         - Katniss, ele está mais longe de você, do que você esta de Panem – ela piscou confusa, tentando entender o significado daquelas palavras. Snow entendeu isso.

         - Pois bem Katniss, nós estamos em um lugar interessante... Os antigos, chamavam aqui de Pulmão do Mundo, não entendo bem o porquê, visto que destruíram todo o potencial do lugar, antes de destruírem o resto do mundo.
         Katniss franziu o cenho. Ao que sabia, o mundo se resumia a Panem, nada mais restara.

         Como se lesse seus pensamentos, Snow continuou:

         - Logo que vimos que sua rebiliãozinha fugia do controle, meu irmão começou a pensar no que faria se seus planos falhassem, mandou tropas, mantimentos, aerodeslizadores, e sua família, para vários lugares, esse é um deles.

         Katniss se lembrou da visão que tivera de sua janela, a mata desmatada, viajara por todos os distritos e nunca vira algo assim.

         - Como isso é possivel?

        Snow riu.

         - De todos Katniss, você deveria ter descoberto isso primeiro. Estamos no meio de sua primeira arena, ora! – exclamou Snow – Ou você acha que os Jogos ocorriam em Panem?

         Na verdade, Katniss nunca pensara onde eles ocorriam.

         ­- Desertos, pólos, florestas, montanhas, vales, mares, savanas, pântanos, tudo ao nosso dispor. Apenas reconstruímos e reformulávamos o cenário. Por isso os tributos nunca poderiam imaginar para onde iriam, por isso Snow nos mandou para cá.

         ­Agora, o que já não fazia sentido, ficou mais confuso ainda.

         ­- Você não quer tomar o poder de Paylor – essa era a suposição de Katniss sobre os planos de Snow – Então... O que você quer?

         ­Snow suspirou fundo.

         ­- Um acordo.

         ­- Não vou negociar com você – cuspiu Katniss.

         ­­- Certo – Snow se levantou, e andou até um pequeno monitor, apertando um botão vermelho, uma imagem sem qualquer qualidade e nitidez se materializou na tela, mostrando Peeta, em um quarto branco, parecia almofadada as paredes e o chão, todas brancas, sem qualquer objeto por ali – Saudades do garoto do pão?

         - Peeta! – exclamou Katniss correndo para a tela. Mal podia vê-lo, mas conseguia discernir seus traços ao menos.

         Antes de mesurar suas atitudes, Katniss se virou abruptamente para Snow, e com seu antebraço pressionou o pescoço dele o jogando contra o monitor.

         - Onde ele está? – berrou ela.

         Snow começou a tossir, por ter sua laringe pressionada, e logo, guardas adentraram a sala, todos para cima de Katniss, a puxando de Snow.

         - Onde ele está? Onde? – berrou ela se lutando para soltar, para poder estragar o rosto de Snow com seu punho – Onde?

         - Apaguem ela – murmurou ele, entre uma tosse e outra.

         Katniss continuou a se debater, até que uma picada em seu braço lhe tirou todas suas forças e sentidos. 


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Notas finais do capítulo

Eu não gostei muito do capitulo :/ Mas ele é essencial para os proximos, por isso, apesar de tudo, espero que tenha gostado e por favor, me digam o que acharam. :**