Manu On

Receber a noticia que eu ficaria paraplégica não foi nada legal. Minha vontade era de chorar sem parar e sair correndo dali, mas a segunda coisa não dava pra fazer. Justin como sempre do meu lado me dando forças pra continuar. Ele riu quando eu falei que bateria em Selena, coitado nem imagina que isso já aconteceu!

Ele do meu lado é o que eu mais preciso agora, ele é onde eu posso me apoiar quando sinto que vou cair. Ele é um anjo na minha vida, meu anjo da guarda. Ele anda perdendo muitas aulas da faculdade e se continuar assim, nem com as aulas extras e de sábado isso vai adiantar, é tudo culpa minha.

Ele dizia que não, mas eu sei que estou atrapalhado muito a vida dele com esse acidente. Ryan coitado, esta sofrendo tanto, ele me ama demais, da mesma maneira que eu o amo, o meu “irmão”. Chris também sofreu bastante, mas como sempre ele esta sorrindo pra mim e me apoiando em tudo. Eu estou recebendo até ajuda de Caitlin, que tem problemas na perna também, não o mesmo problema que o meu, mas já é uma grande ajuda.

O que eu mais quero no momento é sair andando por ai novamente.

Manu Off

Justin On

Se passou mais dois dias desde a noticia em que a Manu não poderia andar mais, por enquanto. Manu já pode sair do hospital hoje e parece que só porque ela vai sair, hoje o dia esta perfeito. Não esta aquele enorme calor de Atlanta, nem frio, esta perfeito como eu disse. Manu esta meio ansiosa pra sair desse hospital, ela falou que já ta dando nervoso acordar todo dia e se deparar com aquelas paredes brancas em torno dela.

-Hey Manu, trouxe as suas roupas pra você se trocar e sairmos daqui! – eu disse entrando no quarto.

-Graças a Deus, não aguento mais ficar aqui, é tedioso, é chato, é calmo demais! – ela disse e eu ri.

-Toma. – lhe entreguei a bolsa – vou chamar a enfermeira pra te ajudar! – eu disse apertando o botão.

-É tão chato depender dos outros, caramba, nem roupa posso mais trocar sozinha! – ela disse fazendo bico e eu ri fraco.

-Hey, daqui a pouco você se acostuma e vai conseguir se trocar sozinha. Mas até lá, precisa de ajuda! Porque eu não quero ouvir você caindo no banheiro por exemplo! – eu disse e ela riu.

-Ia ser muito engraçado, eu no banheiro, toda torta no chão. – ela disse rindo me fazendo rir também – meu Deus, como eu sou retardada.

-Você não é retardada, você é feliz.

-Feliz, mas retardada! – ela disse e nós rimos.

-Com licença, me chamaram? – perguntou a enfermeira entrando no quarto.

-Sim, Manu recebeu alta e bom... ela precisa se trocar e creio que não da pra mim ajudar ela nessa parte! – eu disse e a enfermeira assentiu sorrindo vindo até o meu lado.

-Pode pegar a cadeira de rodas ali no canto, por favor? – perguntou a enfermeira e eu assenti indo buscar.

-Vai Manu, levanta em 3,2,1... – eu contei e a peguei no colo, colocando ela na cadeira depois – pronto, agora pode ir se trocar! – eu disse sorrindo.

-Vou lá ficar bonita pra você! – ela disse já indo ao banheiro.

-Você sempre está linda pra mim! – eu disse e ela sorriu.

Demorou um pouco, a primeira vez que ela trocava de roupa depois desse tempo todo, porque trocar aquele avental eu não conto como roupa. Eu não sei como ela conseguiu trocar a roupa, só sei que ela estava linda: http://www.polyvore.com/al%C3%A9m_da_amizade_segunda_temporada/set?id=46191796&lid=1299712&.locale=pt-br

-Está linda! – eu disse sorrindo e indo em direção dela.

-Obrigada, eu também me acho linda! –ela disse rindo e eu a beijei.

-Bom... vamos? – eu perguntei e ela assentiu – obrigado por tudo! – eu disse a enfermeira.

-Que nada, eu que agradeço por me tratarem tão bem, agora eu preciso ir! Boa sorte Manuela! – ela disse.

-Obrigada! Tchau! – disse Manu sorrindo enquanto eu a empurrava pra fora daquele hospital.

-Agora, vamos pra casa, que nem eu aguento mais esse hospital! – eu disse e ela riu.

-Só você veio me buscar? E como vai me levar?- ela perguntou enquanto eu a empurrava até o estacionamento.

-Se eu te disser que o Pedro me emprestou o carro dele...

-NOSSA! – ela disse um pouco alto e eu ri – ele nunca empresta esse carro! É, hoje realmente é um dia especial! – ela disse e eu ri mais.

A coloquei no carro e a levei pra casa, chegando lá tirei ela do carro e ela só deu um longo suspiro, perguntei o que era e ela disse que depois falava pra mim, apenas assenti e abri a porta. Quando eu abri todos estavam lá a esperando, e foi dito em um único som: SURPRESA!

-AAAH! Caramba, eu devia ter imaginado isso! – disse Manu com a mão no coração por conta do susto – só não xingo todo mundo porque eu estou de bom humor!

-O que dó dela gente! – disse Mari vindo na nossa direção – seja bem vinda linda! – disse Mari a abraçando.

Assim todos desejaram boas vindas a Manu, mas eu ainda estava intrigado em saber o porque que ela deu aquele longo suspiro na entrada da casa, talvez tenha sido só um suspiro, mas ela disse que me contava depois e não pareceu ser só um suspiro.

-Gente, queria ir pro meu quarto, tem como? – perguntou Manu.

-Nós te levamos! – eu disse e ela sorriu sem mostrar os dentes.

-Pedro, ajuda o Justin? – ela perguntou e Pedro assentiu.

A peguei no colo e subi as escadas com ela, enquanto Pedro subia com a cadeira. Ela abriu a porta do quarto pra me ajudar e eu a coloquei na cama dela. Pedro chegou logo depois colocando a cadeira no canto do quarto e fechando a porta, nos deixando sozinhos.

-E então, estou curioso, o que foi aquele suspiro antes de entrar na casa? – eu perguntei me deitando ao lado dela e ela apoiou a cabeça no meu peito enquanto eu fazia cafuné nela.

-Não foi nada anjo...- ela disse baixo.

-Se não fosse nada você não teria dito que me contava depois... pode falar!

-É que eu não quero atrapalhar a sua vida e... – eu a interrompi.

-Eu já disse shawty, você não esta atrapalhando nem um pouco a minha vida.

-Justin eu estou atrapalhando sim. Você esta perdendo várias aulas da faculdade, dormiu no hospital por dias e agora vai ficar me carregando pros lugares, eu não quero que você pare a sua vida pra me carregar! – ela disse e pude perceber sua voz de choro.

-Hey, já disse: você não atrapalha! Em relação a faculdade eu resolvo as coisas depois, dormir no hospital foi o de menos, não teve problema algum, te carregar para os lugares será um prazer e eu não estou parando a minha vida fazendo essas coisas, eu to vivendo ela! Do lado da pessoa que eu mais amo, que eu mais preciso do meu lado. Eu faço tudo isso por amor a você!

Eu disse e ela ficou em silencio, mas ela estava chorando. Me levantei e me sentei na cama de frente pra ela, limpai as lágrimas que insistiam em escorrer e a abracei. Ela apenas cochichou um: “obrigada por tudo”. Depois de uns 20 minutos ela finalmente dormiu. Ela estava cansada de verdade, afinal quem consegue dormir bem em um hospital?