De Volta Ao Passado. escrita por Dani


Capítulo 1
De Volta Ao Passado.




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Maio de 2003.

Depois de passar quatro anos fora do Canadá - Por problemas emocionais. -, resolvi voltar. Não porque eu ame o país ou porque tenha me cansado da Europa, longe disso. Eu simplesmente não aguento mais a minha vida, sinto falta do meu pai, da minha mãe, de Justin - O motivo principal de eu ter ido embora. -. Por mais que eu achasse que iria ficar melhor sem ele, eu sabia que só seria pior. O que eu poderia fazer? Nós tínhamos um ótimo relacionamento, mas foi tudo culpa minha. Eu fui embora porque não fui capaz de arcar com as consequências que eu mesma, involuntariamente, criei.

Caminhei até a entrada de minha antiga casa e girei a maçaneta, estava aberto. Tudo vazio, nenhum móvel, nenhum sinal de que alguém ainda possa morar ali. Fui até o jardim, dei de cara com um rapaz de aproximadamente 26 anos cortando a grama.

- Err... oi? - Eu disse.

- Oi? - O rapaz disse confuso.

- Você sabe cadê os meus pais?

- Esta falando dos ex moradores?

- É... eu acho.

- Pelo o que eu sei, a ex dona da casa a colocou para vender porque o seu marido morreu.

- O que? O meu pai morreu? - Como o meu pai pode ter morrido e eu não fiquei sabendo? - Ha quanto tempo a casa está para vender?

- Dois meses. Eu sinto muito. - O Jovem disse.

Eu estava assustada, triste e desesperada, como assim? A unica coisa que consegui fazer foi dar tchau pro rapaz e sair daquela casa. Eu não sabia para onde ir nem o que fazer. Tentei ao máximo não chorar. Para qual lugar de Stratford eu poderia ir? Pensei, pensei e pensei. Até que lembrei de alguém, acho que ela ainda mora no mesmo lugar. Em fração de segundos cheguei em sua casa. Ela morava perto de meus pais. Toquei a campainha. Um homem atendeu, disse que queria falar com a dona da casa, ele foi chama-la.

- Missie! - Ela disse feliz por me ver.

- Oi Patricia. - Sorri fraco.

- Sabe que é para me chamar de Pattie, não é?

Assenti. Ela me convidou para entrar, me ofereceu café, aceitei. Ela me apresentou ao cara atendeu a porta. Scooter Braun; Marido dela.

- Fiquei triste pelo seu pai.

Ela sabia.

- Por que não foi ao enterro? - Ela continuou o assunto.

Senti uma lágrima escorrer de meus olhos. Enxuguei rapidamente.

- Só fiquei sabendo hoje.

Ela abriu a boca surpresa, mas logo a fechou. Senti uma onda de pena invadir o ambiente.

- Onde ela está morando? - Perguntei.

- Toronto. Seu irmão arranjou emprego lá.

Não entendi o porque de eles não me avisarem. Se bem que, eu já havia reparado que eles não  me enviavam mais cartas. Bom, minha mãe não gostava de computadores, meu irmão não tinha dinheiro para comprar um. Ligação para outro país era uma fortuna. Então só sobravam as cartas.

- Sua viagem foi boa? - Ela mudou de assunto.

- Sim, consegui emprego definitivo. Peguei férias e vim para cá.

- Ah, que bom. Meu filho também está se dando bem na vida. Lembra do Justin, não é?

- Sim.

- Ele cursou a faculdade, esta morando nos Estados Unidos, ele dá aula de Francês, mas já está fazendo faculdade de direito. Ele não para quieto.

Sorrimos.

- Inclusive -Ela continuou. -, a escola que ele dá aula vai entrar de férias em dois dias. Ele disse que vai passa-la aqui.

Sorri fraco. Justin, Justin Bieber vai estar aqui em dois dias será que ele se lembra de tudo o que passamos juntos?

- E o Aidan? - Irmão por parte de mãe do Justin.

Ela abaixou a cabeça triste.

- Ele faleceu a dois anos.

- Eu sinto muito.

E realmente eu sentia. Me sentia culpada. Ele tinha autismo e eu... eu não quis ajudar Justin no momento em que ele mais precisou de mim. Eu terminei com ele, eu fui covarde demais. Eu achava que eu não tinha nada a ver com aquilo, que o irmão dele era só um fardo em nosso relacionamento.Depois que fui embora me culpei, e agora me culpo mais ainda.

- Obrigada. - Respondeu.

Comecei a chorar baixinho. Arrependimento; Pattie não sabe que eu terminei com Justin por isso. Me sinto podre por dentro. Resolvi me retirar dali. Me despedi dela e fui ver se o meu antigo melhor amigo, Christian, ainda morava por aqui. Hoje em dia ele deve estar com o que? 22 anos? Ele sempre foi três anos mais novo do que eu. Eu não tinha onde passar a noite, se ele estivesse em casa, eu pediria para passar ali.

Toquei a campainha e logo uma senhora veio abrir a porta. A mãe dele. Ela me reconheceu rapidamente e me cumprimentou. Mandou eu entrar. Disse que ele já deveria estar chegando. Ele havia me dito que está trabalhando numa empresa de designer de jogos. Fiquei esperando e em poucos minutos ele chegou.

- Myss? - Ele perguntou animado.

- É tão bom te ver. - Sorri.

Ele veio me abraçar. Seu abraço era confortante. Beijou minha bochecha.

- Quanto tempo!

Ele sentou no sofá ao meu lado. Contou algumas histórias engraçadas. Mencionou meu pai. Depois mudou de assunto. Perguntou sobre a minha viagem. E finalmente pedi para dormir aqui, ele concordou. E o mais engraçado é o que ainda haviam roupas minhas em seu guarda-roupa. Tomei um banho e vesti uma que eu trouxe na mala.

- E o Justin? - Perguntei.

- Que que tem?

- Como ele está?

- Bem. - Olhei para ele com cara de tédio. Ele riu. - Começou a namorar com a Hillary e se casou a um ano e meio.

Não respondi nada. Hillary? Justin com ela? Fiquei em silênico, ele percebeu a minha tristeza. Mas logo fingi não ter me abalado e mudei de assunto. Como minha vida pode ter mudado tanto? E a culpa é toda minha. Eu não deveria ter deixado o Justin no momento em que ele mais precisou. Se tivesse continuado no pais, talvez eu tivesse ajudado o meu pai, talvez ele estivesse vivo. Sei que  não deveria estar me culpando, mas eu sinto que a culpa é minha.

- Eu não deveria ter dito. - Chris disse.

- Não tem problema, foi melhor, só assim não fiquei sabendo na hora.

- Ah é, ele vem pra cá.

Sorri fraco.

- Do que ele morreu?

Perguntei em relação ao meu pai.

- Não época eu não estava na cidade, eu estava numa convenção de jogos, mas me disseram que foi ataque do coração.

Eu ainda não conseguia aceitar essa nova vida. Para mim, quando eu chegasse em casa, mamãe e papai estariam na cozinha e o meu irmão - inútil. - estaria assistindo Felicity  - Com certeza a reprise da ultima temporada. - enquanto comia doritos e bebia coca-cola. Mas nada disso aconteceu. A ultima vez que os vi, foi há três anos. Quis vê-los novamente, mas desisti de vir continuamente, porque soube que Justin estava namorando uma tal de Ashley. E agora ele esta casado com Hillary, minha antiga melhor amiga. Chegar a ser deprimente.

- Sei o que está pensando, mas você pode reconstruir a sua vida.

- Como? Em quatro semanas eu volto para a Europa.

- Em quatro semanas muita coisa pode acontecer. Ah e outra, você pode pedir tranferência.

- Aqui no Canadá não tem filial da empresa.

- Mas no Estados Unidos sim. - Sorriu.

- Eu não vou morar lá.

- Você é quem sabe. Além do mais, quem você conhece que mora em Startford? A Pattie? A mãe da Hillary? Os avós de Justin?

- Você mora aqui.

- Não por muito tempo.

- Como assim?

- Recebi uma proposta de emprego nos Estados Unidos, em três meses me mudarei para lá.

- Meus pa... minha mãe e meu mirão moram no Canadá.

- Noah é um rapaz inteligente e estudioso, ele com certeza também vai conseguir se transferir.

- Estudioso e inteligente?

- Muita coisa mudou nesses três anos.

- Pois é.

- Ainda me pergunto o porque de você ter ido embora.

- As vezes até eu me questiono em relação ao isso.

Ele bocejou.

- Bom, é melhor eu dormir. Por mais que eu só trabalhe até o meio-dia nas sextas, eu trabalho. - Sorriu.

Ele se deitou na cama.

- E as namoradas?

- E o sono? - Eu ri.

- É sério.

- Não estou namorando sério há uns três meses.

Fiquei segurando o riso, mas na intenção de zua-lo.

- Não vejo graça alguma.

- Você arranjou uma namorada e não me falou.

- Não achei que fosse necessário destacar isso naqueles emails.

Chris e eu tínhamos acesso a computadores, comunicávamos - nem sempre. - por emails.

Depois de alguns minutos pensando, cutuquei ele, ele nem se mexeu. Cutuquei novamente.

- O que foi? - Perguntou.

- Você não vai me abandonar, não é?

Ele se virou para mim.

- Que tipo de pergunta é essa? - Pareceu indignado. - Você é como a minha irmã mais nova.

Me abraçou.

- Eu sou mais velha.

- Shhh.... ninguém precisa saber.

Rimos. Deitamos e dormimos. Na manhã seguinte, acordei com Chris saindo do banheiro arruado. Olhei para ele e sorri.

- Vou sair com você. - Eu disse.

- Pode ficar.

- Não incomodar sua mãe.

- Se quiser ir comigo para o trabalho, tudo bem.

Pensei na possibilidade. Bom, se ele trabalha numa empresa de designer de jogos quer dizer que eu poderia jogar o dia inteiro. Não inteiro porque ele só vai trabalhar até o  meio-dia.

- Está bem.

Me levantei e fui ao banheiro. Tomei um banho e vesti uma calça cumprida, uma blusa e um sobretudo preto. Estava frio. Saímos de casa e começamos a andar.

- Eu não vou de carro, se prepare para uma longa caminhada, é tão longe que teremos que descansar por quinze minutos quando chegarmos... chegamos.

Ele disse enquanto parava em frente a um prédio enorme. Ele adora fazer piada. Ele trabalha na rua detrás da casa dele. Começou a rir da minha cara.

- Estou crente que íamos andar tipo de Manhattan até o Central Park. - Ele riu.

- Meia hora apé? Deus me livre! - Ele disse. - Vem, vamos.

Entramos no prédio. Ele falou com algumas pessoas e depois entrou numa sala 'irada' tinha um computador de três telas., uma tela ENORME com uns puffs do lado. Um Play Station 2.

- Pode sentar se quiser. Ali tem biscoito e ali refrigerante.

- Você nunca sai para almoçar?

- Não.

- Está trabalhando em qual jogo?

- GTA: San Andreas.

- Mas uma continuação do jogo violento. - Ele riu - O que eu posso jogar?

- Qualquer coisa. - Ele disse. - Não repara ser um Play Station 2, sei que está ultrapassado, ano que vem sai o Nintendo DS - é um portátil -, já tenho um, só que ainda não configurei. - Fez uma careta.

- Não tem problema. - Sorri.- Sabia que eu só joguei no PS2 uma vez?

- Sério?

- Pior que sim.

Peguei o jogos dele.

- O que é esse Resident Evil 4? - Perguntei.

- Ah, é um protótipo do que lançará em 2005.

- Sério? Posso jogar?

- Claro.

Ainda não estava totalmente terminado, dava para ver uma falhas no jogo, mas estava legal. E assustador. Ele foi para o computador continuar o seu trabalho. Ficamos ali muito tempo mesmo. Das 8 da manhã ao meio-dia. Depois ele disse que tinha que encontrar uns amigos numa lanchonete. Eu não quis ir, mas ele praticamente me obrigou.

- ...E foi assim, foi muito engraçado, cara. - Um amigo moreno dele disse.

- Imagino. - Ele respondeu rindo. - Mas e a Miriah?

- Ah ele anda bem, ela disse que o pessoal da Argentina é legal.

- Quando acaba o intercambio?

- Em duas semanas. - Uma garota loira respondeu.

Chris ficou estranho de repente. Ficamos em silêncio por um tempão, até que ele resolveu ir embora. Fomos para a casa dele, passamos o dia inteiro na inercia. Durante a noite comemos pizzas e a mãe dele foi na casa de uma amiga.

De manhã cedo ele foi cainhar, eu continuei deitada. As dez da manhã desci para tomar café. Ele chegou todo suado e veio para perto de mim.

- Me da um abraço?

- Sai daqui.

- Só um abraço.

Ele começou a correr atrás de mim. E no final conseguiu me abraçar, ele estava suado, mas não estava cheirando mal.

- Hoje é sábado, baby. Dia de banho - Ele disse.

Mostrei a língua para ele. Ele riu. Subi para tomar banho e trocar de roupa. Depois fomos para a sala.

- O Justin já chegou. - Ele disse.

- Hum.

- Quando fui caminha vi ele no carro. Ele buzinou e parou, conversamos um pouco e depois ele disse que ia na mãe dele.

- Você não disse que eu estou aqui, não né?

- Achei que não fosse querer.

- Ótimo. - Disse aliviada. - Ele estava com alguém?

- A Hillary só vem no Sábado que vem, ela só conseguiu as férias depois dele.

- Ah.

- E...

- E...?

- Eledissqueiriaviraquiemcasadenoite. - Ele disse rápido demais.

- O que? - Perguntei confusa.

- Ele disse que quer vir aqui em casa hoje a noite. - Ele disse devagar.

- E você concordou?

- Sim... el-ele é m-meu amigo, n-não ia conseguir di-izer não.

- Não tem problema, eu sou a intrusa. Eu posso ficar fora nesse período.

- Não, você vai ficar.

- Então vou ficar no quarto de hospedes.

- Ok.

A mãe dele não estava em casa - de novo. -. Ficamos o resto da tarde assistindo tv. De vez em quando, me lembrava do que aconteceu, mas balançava a cabeça na intenção de afasta-los. Queria pelo menos um dia esquecer de uma coisa que sei que ainda vai me atormentar por muito tempo. Quando deu sete horas, eu fui para o quarto de hospedes porque a campainha tocou. Fiquei lá por volta de duas horas e meia. Já estava ficando maluca. Assisti dois episódios de Simpsons e depois fui ver um episodio deu uma série que estava bombando - que eu esqueci o nome. - Me cansei, eu estava morrendo de sede e não tinha água no quarto. Montei um plano na minha mente: Descer as escadas devagar, depois ir engatinhando atrás do sofá até a cozinha, só assim ninguém me vê. Genial!

Botei meu plano em ação só que quando cheguei no antepenúltimo degrau, eu cai. Os dois se levantaram assustados. Quando Chris percebeu o que aconteceu, ele começou a gargalhar. Justin se manteve sério. Me levantei e olhei para eles. Justin me encarou assustado. Chris ainda ria.

- Cala a boca, Chris! - Justin e eu dissemos ao mesmo tempo.

- Desculpa incomodar. - Eu disse e sai de fininho para a cozinha.

Me debrucei no balcão e suspirei. Cara, eu sou muito idiota. Eu cai! Eu cai e o Justin viu! Não era nem para ele saber que eu estou aqui, que dirá me ver caindo. Peguei um copo e abri a geladeira, botei um pouco de água e bebi. Guardei a garrafa e lavei o copo.

- Oi. - Ouvi alguém dizer.

Me virei, era o Justin.

- Err... oi. - Disse nervosa. Ele sorriu.

Como ele pode sorrir? Será que ele não se lembra do que eu fiz? Do quão covarde eu fui? Que ódio, que ódio! Para de sorrir, garoto!

- Tudo bem? - Perguntou. Balancei a cabeça positivamente. - O que faz nesse fim de mundo?

- Férias.

- Pensei que tirasse férias em lugares como: Inglaterra, Austrália... Estados Unidos.

Ele caminhou até o banco em frente e o puxou para sentar. Nesse momento senti o brilho de sua aliança refletir em meus olhos. Balancei minha cabeça.

- Não? - Ele perguntou ao se sentar.

- Sim, mas me cansei disso.

- Entendo... e seus pais? - Perguntou.

- Mamãe e Noah estão morando em Toronto.

- E o seu pai?

- Eu... eu o perdi.

Achei que falar assim era menos doloroso.

- Oh. - Ele pareceu entender. - Eu sinto muito, eu realmente não sabia.

- Tudo bem, você não tem culpas.

- Também vim passar férias. - Ele disse com um sorriso no rosto.

- Legal. - Disse enquanto estalava os meus dedos.

- Você está diferente.

- Como assim?

- Mais... mais bonita.

- Obrigada, e hum... seu anel também é bonito.

Ele riu fraco.

- Reparou, é?

- É... - Disse sem jeito.

Estava praticamente implorando a Deus para Christian aparecer naquela cozinha, não tinha mais assunto e já estava super tenso. E depois de poucos segundos ele apareceu. Obrigada Deus!

- E então povo, que tal cachorro-quente?

- Do Dines? - Justin e eu dissemos juntos.

- Do Dines! - Ele disse alegre.

Chris pegou e celular e discou o numero do lugar. É eles entregam, é só dizer o que quer no hot-dog e pronto. Em dez minutos está na sua casa. 

- Vai ficar quanto tempo aqui? - Ouvi Justin perguntar.

- Um mês.

- Eu também. - Ele disse baixo.

Ele abaixou a cabeça. Pelo canto do olho vi que Chris olhava para mim e para Justin com cara de 'É isso mesmo que estou vendo?' Pois é, um clima super tenso. Não consigo acreditar que... foi tudo em vão. Assim que olhei para ele, eu vi que ainda o amo.

- Temos que conversar. - Ele disse num tom bem baixo.

- Sobre? - Respondi no mesmo tom.

- Eu vou ali. - Chris apontou para uma direção qualquer e saiu da cozinha.

- Tudo. - ele fez uma pausa, olhou para mim. - Quando você veio aqui a três ano atrás, você só ficou três dias e nem falou comigo.

- Nós terminamos.

- Eu ainda queria ser seu amigo.

- Você estava namorando.

- O que isso tem a ver?

- Eu não queria ser só a sua amiga.

Ele não disse nada.

- Isso mudou? 

Ele encarava os meus olhos sério, ele parecia querer que eu dissesse que não mudou. Mas porque eu diria isso? Para aumentar o ego dele? Para ele pensar que eu quero que se separe da própria esposa? Não, eu nunca diria isso. Eu não quero que ele acabe com um casamento de quase dois anos... por mim.

- Sim. - Disse desviando o olhar.

- Por que você foi embora?

- Você sabe a resposta para essa pergunta.

- Não eu não sei, depois do que você fez... - sua expressão era de raiva... ou nojo? - Você sumiu. 

- Eu assumo, eu fui covarde, eu fui idiota.

- O que você achava que o meu irmão era? Um retardado metal? Ele tinha problemas, minha mãe trabalhava o dia inteiro, eu tinha que cuidar dele. Ele não vivia daquele jeito porque ele queria. Ele não gritava quando estávamos nos beijando de propósito.

- Eu sei... - disse baixo.

- Não parece... as vezes eu não consigo acreditar que você foi capaz de fazer o que fez.

- Nem eu... eu me arrependo tanto. - Disse chorosa. - Quando Pattie me disse o que aconteceu... eu me senti tão mal... tão culpada.

- Não foi sua culpa ele ter morrido. 

- Por que ele morreu?

- Acidente de carro, ele não gostava que fosse busca-lo na clinica, então vinha sozinho de bicicleta, ele reparou que sinal estava fechado e continuou pedalando. - Sua expressão era triste.

- Eu sinto muito.

- Ele ficou um ano e meio indo e voltando sozinho, não tínhamos como saber que isso ia acontecer... eu senti que deveria busca-lo, mas não o fiz.

- A culpa não foi sua.

- Eu sei...  - Notei lágrimas escorrendo de seus olhos. - Eu queria que nada disso tivesse acontecido.

Ele estava tão mal, tão abalado. Instintivamente me aproximei e o abracei.


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Notas finais do capítulo

É isso ai gente... primeiro capitulo. Como disse ali na frente, é uma short-fic, não pretendo fazer mais do 5 capítulos.
Espero que gostem =D
Beijos ;*
DASwagBelieber