Eterna Paixão escrita por Luna Brandon


Capítulo 17
Capítulo 17 :: Ponto Final.


Notas iniciais do capítulo

Oi lindas *-*
Finalmente saiu mais um capítulo de Eterna Paixão para vocês (:
Boa Leitura!



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(PONTO DE VISTA – EDWARD)

- E aí, conversou com ela? – perguntou Emmett, assim que terminei de descer o último degrau das escadas.

Assenti confirmando.

Alice e ele estavam me esperando numa mesinha ao lado da escada.

- Nossa... Já estava indo procurá-lo. Você desapareceu – reclamou Alice.

- Estava ocupado – destaquei bem a última palavra para que entendessem.

Não conseguia deixar de sorrir ao me lembrar do sorriso nos lábios de meu amor, quando eu disse que a amava á poucos segundos atrás antes de deixá-la.

- Obvio que ele estava com a Bella, Alice. Eu disse pra você – disse Emmett revirando os olhos.

- Vamos pra casa. Ela está bem, e acho que em uma noite com as amigas dela não há perigo. Realmente, não faço idéia do porque do futuro dela estar desaparecendo – disse, indo em direção a saída.

- Nem eu, estou começando a ficar com medo – disse Alice andando ao meu lado.

- Não se preocupe Alice, vamos descobrir o porquê – prometi.

- Pera, você vai deixá-la aqui Edward, ficou doido? E o cara que estava com ela? Vai deixar a dona da sua vida livre para se tornar a da dele? – perguntou Emmett perplexo.

Dona da minha vida?

Sim, Bella era a dona da minha vida, mas ela era mais do que isso. Ela era o meu tudo. Sem ela eu simplesmente não sou nada, eu não vivo essa vida não-vida, eu apenas existo. Eu sabia disso por uma longa experiência dos últimos três anos desde quando eu a deixei. Reencontrá-la, foi como me trazer de volta a vida.

Parei na porta da saída com meus irmãos e olhei para o segundo andar, onde ainda pouco nós estávamos juntos. Eu e o meu anjo. De repente Bella apareceu e ficou parada no parapeito que dava acesso a escadaria, observando a movimentação no andar de baixo, como se estivesse procurando algo. Quando seus belos e suaves olhos chocolates se encontraram com os meus, ela sorriu, o sorriso mais doce e puro de todo o universo.

Sorri de volta, observando-a enquanto as luzes rodavam pelo ambiente. Ela estava tão diferente... Não somente fisicamente, mas no modo de agir.

Bella era extremamente e inegavelmente linda. Sempre fora.

Seus cabelos eram longos e castanhos, caindo em uma formosa cascata de ondas num tom avermelhado e brilhante por suas costas. Sua pele de marfim era branca e macia, e seus olhos chocolates... Ah, seus olhos!

Eles eram profundos, brilhantes, intensos e amorosos; Seus lábios rosados eram macios, quentes e chamativos, uma verdadeira tentação. Era como se eles clamassem por mim, para que eu a beijasse por toda a eternidade. Nunca me cansaria de beijá-la, eu sempre iria querer isso, e até mais – embora eu procurasse não pensar muito nisso, por uma questão de respeito. Ter ela em meus braços novamente era tudo o que eu queria. Eu abriria mão de tudo, perderia tudo, desde que eu a tivesse de volta.

Bella era deslumbrante. Ela não tinha uma beleza clássica ou gritante. Ela tinha a sua própria e natural beleza. Ela tinha corpo de mulher, e o mesmo brilho nos olhos de menina de quando nos conhecemos. Ela havia mudado, mas não importava.

Ela estava ainda mais encantadora agora do que antes.

Ela é rara e única como uma jóia.

A minha jóia.

Eu a amava e não iria desistir dela tão facilmente.

- Ela pode estar com outro está noite, mas não será com o pensamento nele que ela estará nesta e nem em qualquer outra noite ou dia – disse á Emmett, mas olhando para Bella.

Ela era minha e eu enfrentaria qualquer coisa para ficarmos juntos, para sempre.

Não deixaria ninguém tirá-la de mim.

Nunca.

(PONTO DE VISTA – BELLA)

Ele ainda estava ali.

Alice e Emmett estavam ao seu lado, próximo as portas da saída.

Não consegui deixar de sorrir.

Quando nossos olhos se encontraram foi como se uma corrente elétrica pairasse no ar em longa distancia entre nós dois.

Ele sorriu torto e deu uma piscadela para mim e então saiu com Alice e Emmett ao seu lado.

Uma sensação de vazio tomou conta de mim no mesmo momento e uma vontade... Um desejo... Esmagador de descer aquelas escadas correndo e ir atrás dele tomou conta de mim, era como se de alguma forma eu o estivesse perdendo para sempre daquela vez. Deveria ser bobagem da minha cabeça.

Ele não havia dito agora mesmo que me amava?

Não sei por que aquela sensação tomou conta de mim, mas foi só quando eu ouvi a voz do loiro dos olhos azuis me chamando que eu consegui me distrair.

- Isabel? – chamou Ian.

Olhei para o lado e o sangue fugiu do meu rosto.

Eu realmente havia quase me esquecido dele, e que ele estava á minha espera.

- Oi Ian, desculpa a demora – disse á ele.

- Não sem problemas, está melhor? – perguntou sorrindo.

- Sim, estou – respondi me lembrando que eu ia ao toalete para jogar uma água fria no rosto para ver se meu mal estar passava, mas bastou uma troca de olhares entre mim e Edward para tudo desaparecer e a paixão me consumir fazendo com que eu me esquecesse de tudo.

- Estava procurando alguém? Vi que você estava olhando lá para baixo – observou.

- É, eu... Eu... Estava procurando Ivy e Karen, minhas amigas – menti.

Tudo bem, eu realmente precisava procurar por elas, mas até dois minutos atrás, não era uma figura feminina que meus olhos estavam procurando.

- Se quiser posso ajudá-la, só descrevê-las – ofereceu.

- Não, deixa. Depois eu as acho, vamos até o bar? Preciso tomar uma água gelada – disse á ele.

- Claro. Acho que hoje você não vai beber mais nada que contenha álcool, não é? – questionou andando ao meu lado me distraindo, enquanto íamos nos sentar nas banquetas do bar.

- Concerteza, não.

(PONTO DE VISTA – IRINA)

- Quem nós estamos esperando? Porque você mantém este apartamento aqui em Londres em segredo? Irina será que da pra você me explicar o que está acontecendo? – reclamou Tanya.

Ugh!

Mais que droga. Será que ela não sabia calar a boca e apenas esperar?

Já estou começando a me arrepender de tê-la trago comigo.

- Acalme-se Tanya. Todas as suas respostas serão respondidas em breve, além do mais esse apartamento não é meu, é de um amigo – respondi ao mesmo tempo em que alguém tocava a campainha.

- Não vai atender? - questionou arqueando as sobrancelhas.

Bufei, revirei os olhos e fui abrir a porta.

- Antes tarde do que nunca, Alec – disse abrindo a porta para que ele entrasse.

- Estava ocupado, dando as ordens que você deveria ter dado á eles – reclamou, adentrando no interior da sala.

- Uhummm... Sei.

Tanya pestanejou ao vê-lo.

Ela o olhou de cima abaixo, como para que ter certeza de que não estava delirando.

- Um Volturi! – exclamou atordoada.

- Olá Tanya, quanto tempo – cumprimentou Alec numa cordialidade forçada, tirando o paletó e sentando-se no sofá de couro negro.

- Irina, o... O que... O que ele faz aqui? – gaguejou minha irmã com um medo notório no olhar, se afastando dele.

Não era surpresa nenhuma para mim essa reação em Tanya. Ela nada sabia sobre a minha aliança com os Volturi e muito menos que eu tinha decidido deixar de lado o passado de nossa família para trás e decidido ajudar a guarda Volturi em suas missões pela Europa.

Descrição foi uma coisa sublime para mim nos último dois anos.

- Relaxe querida, Alec é um aliado. Não está aqui para nos fazer mal – disse.

- Irina, ficou louca? Ele é um Volturi. O mesmo que matou nossa mãe, lembra-se?

- Águas passadas – disse.

- Ah, Irina. Trate de se explicar neste minuto – pediu, ou melhor, exigiu.

- E você trate de se acalmar Tanya, não quer o Edward para você? Eu lhe prometi que iria colocá-lo em seus braços, e é o que vou fazer. Agora sente-se e acalme-se. Chamei Alec para que ele testemunhasse nossa conversa e acrescentasse ou interferisse em algo caso necessário.

- Não vejo como você irá conseguir isso Irina. Você quer vê-la como imortal, mas isso só estragaria tudo para mim. Assim ela teria a eternidade para ficar com Edward, não vê? Não há como isso dar certo – retrucou.

- Se você se calar e me ouvir, verá quais são meus planos e verá que há sim como ambas sairmos ganhando.

- Duvido – resmungou.

Revirei os olhos.

- Vai querer contar pra sua irmã desde o inicio? – perguntou Alec despreocupadamente, fingindo que não estava prestando a atenção em minha discussão com Tanya.

- Sim – respondi.

- Ótimo. A palavra é sua.

- Tanya, o que você sabe sobre o romance de Edward e Bella? – perguntei olhando para ela.

- Não muito. Sei o básico que todos lá em casa sabem. – respondeu com um suspiro, sentando-se no sofá, mas mantendo a distância de Alec que dava um sorriso sombrio e uma piscadela para ela.

Ignorei as brincadeirinhas dele e continuei.

- Você sabia que depois que ele deixou Bella há três anos atrás ele começou caçar Victoria? – perguntei.

- Não, alias, eu não sabia de quase nada do que vocês estavam falando hoje durante a discussão na casa dos Cullen – reclamou com uma careta.

- Comece do inicio, Irina. – pediu Alec.

- E então, estou esperando uma explicação – grunhiu Tanya impacientemente batendo o pé no chão.

- Okay. Lembra-se de quando eu soube da morte de Laurent e os Cullen foram embora de nossa casa no Alasca certo? – perguntei me sentando numa poltrona de frente para os dois.

- Sim, claro que me lembro. Fiquei puta da vida contigo Irina. Alice estava pretendendo tentar convencer Edward a nos fazer uma visita e, no entanto, você chegou gritando com eles, falando que a culpa da morte de Laurent eram deles.

- Não vamos remoer o passado, só podemos pensar no futuro – repreendi. - Depois que os Cullen foram embora, Alice avisou a Edward que estava no Canadá e que Rosalie e Emmett estavam para voltar de um tour pela Europa. Edward estava caçando Victoria e Alice teve visões dela, visões essas que eram úteis para ajudá-lo a seguir os rastros. Já fazia meses que ele não falava pessoalmente com a família dele, então ele decidiu voltar. Foi ai que Alice teve uma visão da Bella pulando do penhasco e tudo aconteceu, por sorte ela não me viu nesta visão... e eu estava lá na hora em que a Isabella pulou, esperando por Victoria...

Olhei para o céu e vi as nuvens da tempestade que estava por vi se formarem cada vez mais rápido. Já estava chovendo, mas aquilo era pouco em comparação o que estava por vir. O mar estava bravo e as ondas tomavam conta de toda a praia de La Push.

Enquanto andava pelas pedras da praia me sentindo mal por estar quebrando o tratado dos Cullen e estar ali, eu esperava algum sinal de Victoria, mas não sei por que, algo chamou minha atenção no alto dos penhascos e instintivamente varri meus olhos pelos topos pontudos das gigantescas pedras que lá havia, acho que pode-se dizer que é algo natural, um reflexo vampiresco. E eu tinha razão de vasculhar o alto. Havia algo ali de meu interesse.

Era ela. A causa da morte de meu Laurent. Aquela que tanta desgraça havia trazido para mim e para diversas outras pessoas. E aquela que eu estava vigiando há dias, só esperando o momento certo e as ordens de Victoria para fazê-la sofrer.

Isabella Swan.

Mas... O que ela estava fazendo no alto de um penhasco, com uma tempestade á caminho?

Humanos geralmente gostam de se abrigar da chuva, e mesmo de muito longe eu via uma estranha sensação de prazer inundar sua face, que coisa esquisita. Ela realmente era mais louca do que eu imaginava.

Nos últimos dias, eu tinha conseguido o máximo de informações sobre ela que era possível, realmente ela era uma garota suicida... Primeiro ao ser namorada de um vampiro e segundo por ter amigos lobisomens.

Que garota problemática!

De repente observei ela levantar os braços e com um sorriso pular do penhasco em direção ao mar, caindo á uma velocidade enorme girando como um furacão no ar em direção a água.

- NÃO! – grunhi com raiva, ao mesmo tempo em que ouvia o grito da adrenalina vindo da garota e ela cortava a superfície da água gelada, mergulhando.

Não, não era assim. Se aquela garotinha retardada queria morrer, ela iria morrer. Mas não uma morte tão fácil como esta.

Ela tinha de sofrer como eu estava sofrendo com a morte de Laurent. Ela tinha de pagar por toda a desgraça provocada a mim, a Victoria, a minha irmã Tanya que sofreu por ser rejeitada e até a Edward, pois sabe-se lá que coisa ela havia feito para atrair tanto ele a ponto dele ficar transtornado como está por estar distante dela.

De repente eu ouvi um uivo á distancia.

Droga!

Os lobos estavam por perto, eu tinha de sair dali.

Olhei para o mar procurando algum sinal dela, mas nada eu via. Somente as ondas de águas salgada e extremamente altas se quebrando na praia. Olhei para a floresta ouvindo os uivos cada vez mais perto, enquanto um perfume que me era conhecido me assolava.

Victoria.

Ela estava sendo perseguida pelos lobos!

- Ah, sinto muito querida, mas eu não vou ficar aqui pra ser caçada por esses lobos estúpidos não, agora é com você – entoei para o nada e para mim mesma, pulando no mar em seguida.

- E o que aconteceu depois que você pulou no mar? Quer dizer, como você encontrou a Bella e a salvou, afinal, as ondas estavam muito fortes naquele dia – perguntou Tanya.

Alec apenas observava a conversa, esperando a sua hora de interferir caso necessário. Não sabia até aonde ele queria que eu contasse.

- Não foi fácil, a correnteza estava muito forte até mesmo para um vampiro como nós, mas eu a vi. Ela estava tentando lutar contra a correnteza também... Mas uma pedra golpeou seu peito e o ar fugiu de seus pulmões, foi quando ela perdeu o oxigênio, e começou a se afogar. Ela estava caindo cada vez mais fundo nas águas escuras e gélidas do mar, foi então que eu tirei forças sabe-se lá da onde, e consegui me aproximar dela em meio à correnteza e puxá-la pelo braço. Quando minha cabeça emergiu na margem, eu vi um dos lobos de La Push pular no mar, tinha de sair logo de lá, foi quando a distancia eu vi Victoria, ela também estava na água. Mas ela estava tentando fugir pelo oceano, não a minha procura, acredito que ela nem tenha me visto; Eu não sei se o lobo que pulou no mar porque estava perseguindo Victoria ou se estava a procura da humana, eu só sei sai dali o mais depressa possível com a garota desmaiada em meus braços. Ela engoliu muita água, o choque por tudo que aconteceu fez com que ela perdesse a memória – expliquei.

- Tem razão – concordou minha irmã.

– Enfim, eu fui para uma parte isolada da praia de La Push, para bem longe dos lobos e consegui fazer com que ela botasse boa parte da água que ela havia engolido para fora, mas ela estava muito fraca, gelada e meio inconsciente, e ainda estava chovendo muito. O que não ajudava em nada. Se ela não havia morrido por se afogar, ela poderia muito bem morrer por causa do frio e da chuva. Eu estava disposta a tirar Isabella dali cuidar dela até que estivesse bem, e depois eu pensaria o que é que eu iria fazer, afinal, se Victoria havia fugido eu tinha de agir sozinha. Meu plano principal era transformá-la em imortal, mas quando Kate e você começaram a se aproximar eu fiquei com medo. Eu ouvi vocês chamando por mim, e senti o perfume de vocês no ar embora estivesse chovendo. Larguei a garota desmaiada e me escondi na floresta, meu plano era esperar vocês sumirem, pegar a humana e ir para algum lugar em que eu pudesse cuidar dela. Mas não aconteceu assim.

- Eu me lembro perfeitamente. Estávamos procurando por você, pois sentimos o seu cheiro. Foi quando encontramos a Mel desacordada. Kate tirou o casaco que vestia e colocou nela para ela se aquecer. Liguei para Eleazar a Carmem que não estavam muito longe de lá e eles vieram em menos de 3 minutos. Eleazar a carregou até o carro e ele e Carmem a levaram para nossa casa e lá cuidaram dela, Kate e eu ficamos para te procurar, mas não a encontramos e voltamos para casa.

- Alguns minutos depois que vocês saíram de La Push, eu resolvi voltar para casa também. Queria saber o que vocês iriam fazer com a humana.

- E como é que ele veio parar na história? – perguntou Tanya, apontando para Alec.

Quando eu ameacei começar a falar, Alec me interrompeu.

- Se me permite, prefiro eu mesmo contar tudo á ela – pediu.

- Fique a vontade.

- Depois que os Cullen foram embora de Volterra, Aro convocou uma reunião com os outros dois guardiões Caius e Marcus, comigo e Jane...

- Aquela bruxa da Jane ainda é viva? Que coisa mais triste! – comentou Tanya com desdém.

- Mais respeito ao se referir a minha irmã – pediu Alec enquanto Tanya bufava de irritação.

- Foco Alec e por favor, peço que ignore o sarcasmo de minha irmã – pedi observando Tanya revirar os olhos.

Alec assentiu e continuou.

- Ele nos contou tudo o que havia visto sobre Isabella ao tocar na mão de Edward, disse que havia ficado intrigado e que acreditava na possibilidade de ela estar viva uma vez que havia tocado a mão da adivinha, a Alice... E visto a esperança nos pensamentos dela. Ele ficou muito interessado na garota humana pelos dons que caso ela seja transformada, mas queria saber mais. Quem costumava classificar os dons na guarda Volturi antigamente era Eleazar. Aro e Eleazar sempre tiveram uma relação digamos amigável, ele me pediu para ir até o Alasca atrás de vocês e pedir em nome dele a ajuda de Eleazar para classificar o dom de Isabella, mas um pouco antes de chegar ao meu destino, acabei encontrando Irina – ele olhou para mim.

- Foi quando eu questionei o assunto que ele queria com Eleazar e ele disse do que se tratava – expliquei.

- Irina me contou tudo sobre Laurent, Victoria, a perda da memória da Isabella, seus planos de vingança contra a garota... Nunca cheguei a falar com Eleazar porque Irina me propôs uma aliança. Ela entregaria a garota para os Volturi de bom grado, mas antes queria que ela sofresse muito.

- Hummm... Estou começando a gostar dessa aliança – disse minha irmã com um sorriso e olhou para mim. – Quando descobri que a Mel na verdade era a Bella e você me disse que tinha planos especiais para ela e que era pra mim me unir a você, eu não poderia imaginar que seria algo tão grandioso como isso Irina, meus parabéns irmã. Surpreendeu-me!

- Agradeço, mas não fiz tudo sozinha. Tive muita ajuda externa. Esconder a verdade de todos, inclusive dos talentos de Alice foi o mais difícil – respondi.

- Tivemos sorte em descobrir poucos dias depois sobre os híbridos – disse Alec.

- Híbridos? – questionou Tanya.

- Tanya, não somos tão diferentes dos humanos, pelos menos os homens – disse Alec, com um sorriso presunçoso.

Ah, que idiota!

Não sou o Edward para ler a mente dele, mas podia imaginar o que se passava em sua cabeça.

- Como assim? – perguntou minha irmã.

- Sabia, que se um vampiro se envolver fisicamente com uma humana, ele pode gerar filhos com ela? – ele respondeu com uma nova pergunta.

- Não pode ser. Isso é impossível! – exclamou descrente.

- Pois acredite.

- Está querendo me dizer que se Edward e Bella se envolverem fisicamente, ela pode dar um filho á ele e eu não? – grunhiu.

- Sim, é exatamente isso que estou querendo dizer – ele confirmou.

Eu já até imaginava os pensamentos que se passavam na mente de Tanya naquele momento.

Edward, Bella e seus ‘filhinhos’. A visão perfeita da família feliz!

Eu não irei permitir que isso aconteça.

- Acalme-se irmã. Edward e Bella não sabem disso. Existem lendas e mitos a respeito, mas há tantas que são mentiras... Não tem como eles saberem que isso é verdade, alias, não há motivos para eles irem atrás desse fato.

- Eles não sabem que isso é possível Tanya. E não deixaremos os dois chegarem a se envolver dessa maneira. Temos nossos planos, Isabella e Edward não ficaram juntos por muito tempo – disse Alec de uma maneira estranha.

O modo como ele pronunciava o nome dela...

Ah, mas ai tem!

- E qual é o plano? – perguntou minha irmã. - Aliás, o porquê você pediu para que eu me unisse a você Irina? O porquê não me contou sobre os Volturi? Além do mais, pra que necessita de mim? Se você tem os Volturi ao seu lado e já conseguiu tudo isso, não serei útil a você.

- Ai que você se engana, será mais útil do que imagina – retrucou Alec.

- Não vejo como – disse Tanya.

- Paciência minha irmã. Esse é o segredo. Quer separar para sempre Edward e Bella, não quer?

- É tudo o que eu mais quero. Nunca quis tanto algo em minha existência como quero isso – respondeu.

- Então, tenha paciência acima de tudo. A pressa é a inimiga da perfeição. A primeira coisa a fazer que era jogar na cara deles o romance e o passado deles pro alto nós já conseguimos. Então nos ouça Tanya. – olhei para Alec enquanto ele assentia, com um sorriso maquiavélico nos lábios - Está na hora de começarmos a segunda fase de nossos planos, está na hora de fazer com que eles se afastem cada vez mais um do outro e se separem definitivamente.

- Para sempre – acrescentou Alec.

- Como? Eles aparentam serem tão apaixonados um pelo outro.

- Medo. Ódio e um empurrãozinho do nosso maravilhoso mundo sobrenatural – respondi.

- Espero que esteja com tempo Tanya, pois muitas coisas aconteceram durante esses dois anos, sem que você se quer percebesse e chegará a hora de você estar a par de tudo, não é mesmo Irina Volturi? – demandou Alec com um sorriso perverso.

- Irina Volturi? – questionou Tanya perplexa e confusa ao mesmo tempo.

- Exatamente. Muitas coisas aconteceram. Acalme-se querida, sei que muitas perguntas permeiam sua mente. E vou responder á todas – disse.

- Ótimo, porque eu tenho uma lista bem grande delas.

(PONTO DE VISTA – Bella)

- Tem alguém que quero te apresentar Isabel – disse Ian com um sorriso me guiando pela pista de dança até uma das mesinhas reservadas.

Quando chegamos a um dos cantos do salão, avistei Karen e outra garota lindíssima de cabelos castanhos – quase negros - e olhos azuis. Ambas sorriram quando viu a mim e Ian.

- Isabel sua sumida, nós íamos mesmo começar a te procurar – exclamou Karen.

- Desculpa, estava conversando com Ian – disse á minha amiga, gesticulando para ele ao meu lado.

- Ah, então esse é o tão famoso Ian, que todos falam na faculdade? – perguntou Karen com um sorriso.

- Pois é – respondi.

- Prazer senhorita, sou Willian. Willian Von Doelinger – ele se apresentou á ela com um sorriso gentil.

- O prazer é todo meu. Meu nome é Karen. Karen Stewart – cumprimentou minha amiga.

- Mel, gostaria de lhe apresentar minha irmã. Isabel está é a minha irmã Luana da qual eu lhe falei. Luana está é Isabel, mais conhecida com Mel – disse Ian gesticulando entre mim e a belíssima morena de olhos azuis que estava com Karen.

- Olá Mel. É um prazer finalmente conhecê-la, ouvi muito falar de você através de Karen – disse a belíssima morena com um sorriso amigável.

- O prazer é todo meu, Luana – respondi com um sorriso.

- Sabe da Ivy? Aquela pinguça sumiu – disse Karen.

De repente, a loira se materializou em nossa frente completamente bêbada.

- Alguém chamou por mim? – questionou dando risada com uma garrafa de smirnoff na mão.

- Ah, oi Ivy.

- Uau, que gato mais lindo! – exclamou a loira, quando viu Ian ao meu lado, dando risada.

Ela pegou a garrafa e virou a bebida com tudo goela abaixo. Ela estava completamente embriagada.

- Hã... Olá senhorita – cumprimentou Ian, timidamente a minha amiga.

- Pode me chamar de Ivy gato. Ivy Stone – disse minha amiga bêbada, dando uma piscadela para ele.

Ian olhou pra mim de uma maneira como quem diz “ela é sempre assim?”. A única coisa que fiz foi dar de ombros.

- Ivy, me de aqui essa garrafa, acho que por uma noite você já bebeu demais – tentei pegar a garrafa, mas ela desviou.

- Não, me deixa... Hoje eu quero me distrair... Hoje eu vou passar o rodo em qualquer homem que me aparecer. Garotos venham com a titia Ivy, que hoje ela está facinha, facinha...Uhul... – gritou levantando a garrafa com a bebida para o alto.

Boa parte da presença masculina que estava a nossa volta e ouviu, começou a assobiar e “mexer” com a loira.

Literalmente, ela estava mais do que bêbada, ela estava louca. Willian caiu na gargalhada ao ver a situação de minha amiga.

Karen me puxou para um canto.

- Sabe porque ela esta bêbada assim, né? – perguntou.

- Não tenho a mínima idéia – admiti.

- Ela deu em cima do seu primo e ele a rejeitou. Você sabe que Ivy nunca foi rejeitada por homem nenhum, ela ficou super pra baixo – explicou.

Não agüentei e comecei a dar risada, me lembrando do alerta que ele me dera mais cedo... “E vê se coloca um pouco de juízo na cabeça daquelas duas”, ele havia dito.

Pelo visto eu não era a única a cair nas garras sedutoras de Edward.

- Ela está assim por causa de Edward?

- É, você viu ele? – ela quis saber.

- Sim, nós conversamos... Mas ele já foi embora – disse me lembrando da sensação de vazio que ele deixara em meu peito ao partir.

- E o que vamos fazer com a Maria Bebum? – questionou Karen com um suspiro olhando pra Ivy completamente desinibida, dançando sensualmente.

Concerteza, a minha amiga iria estar de porre amanhã.

- Levá-la para casa. Um banho frio e um café bem forte devem ajudá-la.

- Ótima idéia, mas... espere... Ah, droga... Vamos ter que esperar uns minutinhos – murmurou Karen.

- Por quê?

- Mary e Natalie... Minhas amigas sumiram também, e elas vão voltar conosco. Preciso achá-las, pode cuidar da Ivy por alguns minutinhos enquanto eu as procuro? – perguntou, pegando o celular em sua pequena bolsa de mão.

- Mas é claro. Pode deixar, cuidarei dela sim – assegurei, olhando pra loira que estava praticamente se jogando nos braços de Ian, enquanto Luana observava dando risada.

Willian olhou para mim, como alguém que pede socorro. Aproximei-me e fui tentar ajudá-lo.

De relance peguei a garrafa quase vazia da mão de Ivy, enquanto ela dançava promiscuamente.

- Hey! – reclamou Ivy, distraindo-se.

Eu tinha conseguido tirar o foco dela. Dei uma piscadela para ele, ele deu um sorriso para mim e saiu de fininho dali indo em direção a pista de dança e se misturando em meio às pessoas.

- Chega de beber Ivy. Vou levar você para casa, só estou esperando Karen voltar com Mary e Natalie – disse.

Para minha surpresa ela começou a chorar. Ela havia pirado literalmente.

Ela sentou no chão e começou a resmungar.

- Mais nem beber mais eu posso... Olha só, o bonitão já se esquivou de mim, mais um. Qual é o problema comigo? É porque eu sou loura demais? Tudo bem, eu pinto meu cabelo de preto ou boto uma peruca... Ou será que é porque eu sou rica demais e eles querem uma vadia pobretona? Ou uma donzela em perigo? O que eu fiz pra que ninguém me quisesse... – e ela continuava a resmungar.

Ivy... Ivy... Não queria nem ver quando ela acordasse amanhã!

Nisso Karen apareceu com duas garotas, que eu deduzi serem Mary e Natalie.

- O que há de errado com ela? – perguntou uma das garotas.

- Ela está bêbada Mary – respondeu Karen, se agachando ao lado dela - Mel, me ajuda a levantar essa bêbada e levá-la pro carro, por favor – pediu.

Eu peguei Ivy por um lado do braço e Karen do outro.

Ivy estava tão bêbada que mal ficava de pé em cima das próprias pernas.

Saímos da boate arrastando Ivy enquanto ela cantarolava de maneira enrolada o versinho da batatinha quando nasce se esparrama pelo chão, menininha quando dorme põe a mão no coração...

Deus queira que ela não se lembre de nada, pois ela irá querer cavar um buraco no chão e se enfiar dentro de tanta vergonha.

Quando saímos lá para fora, Luana estava ao nosso aguardo junto com Willian. Havia dois carros a nossa espera, um eu reconheci. O porsh prata era de Ivy e Karen, mas o outro não sabia quem era o dono até dizerem...

- Coloque-a no carro do meu irmão – Luana pediu para Karen.

- Tudo bem – concordou.

Ajudei Karen a acomodar Ivy no banco de trás do carro de Ian que era um Volvo preto. A essa altura Ivy já estava desmaiada de tão bêbada.

Ian fechou a porta.

- E agora, aonde é a sua casa Karen? – perguntou Willian a minha amiga.

- Eu moro no Edifício Lótus, no centro de Londres... Mas argh! Não sei o endereço de cabeça, só sei chegar lá – respondeu.

- Mel, você sabe chegar na casa da Karen? – perguntou Luana á mim.

- Sim – respondi.

- Ótimo. Façamos o seguinte: Mel vai com Ian e guia o caminho até a casa delas, e eu vou com a Natalie e a Maryanne no carro de Karen. Tudo bem assim? – propôs Luana a todos nós.

- Por mim tudo bem – respondeu Ian.

- Claro, pode ser – respondi.

Não podia haver nada demais em eu ficar sozinha – Ivy desmaiada e bêbada no banco de trás não contava -, com o Willian alguns minutos dentro de um carro... não é?

- Okay, então nós nos encontramos todos na frente do prédio - disse Karen entrando no outro carro junto, junto com Luana e as outras meninas.

- Claro, ate daqui a pouco – disse Ian.

Olhei para ele.

- Desculpe o incômodo – disse á Willian enquanto entravamos no carro dele.

- Não se preocupe Mel, eu ia levar Luana pra casa de Karen de qualquer forma – tranqüilizou. - Você não sabe como eu estou me divertindo com tudo isso. Suas amigas são bem loucas – comentou com um sorriso.

- Nem me fale – disse, enquanto ele dava a partida no motor do carro.

E como combinado eu guiei Willian pelas ruas e avenidas de Londres, até a casa de Ivy e Karen. O caminho foi bem agradável, nós conversávamos sobre nossas vidas e os planos para o futuro. Quando eu disse pra ele que só fazia dois anos que estava em Londres ele ficou incrédulo.

- Como pode só estar a dois anos aqui em Londres e falar o inglês com tanta perfeição? Você não disse que era da França? Na França eles falam o francês... – notou.

Argh merda!

E agora?

Pensa Bella... Pensa...!

- Hã... eu nasci na França. Nasci em Paris, porém fui embora muito pequena de lá. Mas a maior parte da minha infância e adolescência eu passei nos Estados Unidos. Falo melhor o inglês do que o francês – expliquei.

Okay, isso era mentira.

Eu nunca tinha nem posto os pés na França, mas era necessário permanecer na mentira.

Eu falava o francês e varias outras línguas, pois quando cheguei aqui em Londres Eleazar fez questão que eu aprendesse varias outras línguas, só Deus sabe o porquê. O francês tudo bem, pois uma francesa que não fala o francês iria ser muito estranho, mas e as outras línguas, tipo o italiano e o espanhol?

Sei lá, era algo esquisito, porém nunca questionei.

- Então você é praticamente uma americana? – brincou enquanto entravamos na rua do Edifício Lótus.

- É, algo assim – respondi apontando para o prédio em que Ivy e Karen moravam.

- Que lugar dos Estados Unidos você cresceu? – perguntou parando carro na frente do prédio.

Tentei me lembrar das informações do dossiê sobre o meu passado para responder.

- Em Phoenix e em Forks – respondi.

- Nossa, conheço esses dois lugares. São dois lugares completamente diferentes. Phoenix é quente, e Forks é chuvoso e frio, fica no norte do país – comentou.

- Pois é, meu pai tinha negócios em Forks. A minha residência ficava em Phoenix, mas nós sempre tínhamos de viajar e ás vezes, até ficar meses em Forks – menti.

Okay, não era completamente mentira.

Segundo as informações do dossiê, quando eu era um bebê, minha mãe abandonou meu pai em Forks e foi morar em Phoenix. Parecia que eu sempre passava alguns dias das férias do colégio em Forks com o meu pai, e às vezes até o natal.

De repente me lembrei de um envelope marrom que estava grampeado junto ao dossiê. Haviam fotos lá dentro, fotos essas que eu ainda não havia visto. Para falar a verdade, eu ainda não havia analisado todas as informações do dossiê, acho que mais por medo do que eu iria encontrar.

O medo havia se tornado uma presença constante em minha vida nas últimas semanas.

Mas sobre as fotos... Quem sabe se eu as visse depois, não ajudaria eu a me lembrar da minha família...

- Elas chegaram – anunciou Willian interrompendo meus devaneios.

Saímos do carro e fomos ao encontro das outras meninas.

Em seguida, Willian se prontificou a levar Ivy que ainda estava desacordada para dentro do apartamento; ele a pegou nos braços e entrou no edifício em direção ao elevador.

Quando chegamos no apartamento de Karen e Ivy que ficava no 13 º anda, Ian levou minha amiga bêbada para o quarto dela, e a deixou deitada na cama dela.

- Muito obrigada Willian, nossa mais muito obrigada mesmo por sua ajuda – agradeceu Karen, quando estávamos todos reunidos na sala.

- Não há de que – respondeu.

- De quem é essa bolsa? Achei no carro de Karen – perguntou Natalie, erguendo-a no ar.

Reconheci de imediato.

- É minha, esqueci mais cedo no carro – disse, enquanto ela me entregava – obrigada – agradeci.

Natalie assentiu com um sorriso.

- Bom, acho que é só por hoje... Vou andando, tenho umas coisas pra resolver ainda – disse Willian para nós.

- Mais já vai? Não quer ficar nem pra tomar um café? – perguntou Karen.

- Deixa pra outro dia. Tenho mesmo que ir. Amanhã venho buscar a Luana – ele disse olhando para a irmã.

- Vem amanhã de manhã e tome café da manhã conosco – propôs Karen.

- Claro, será um prazer – ele respondeu com um sorriso e olhou para mim. – Vejo vocês amanhã, boa noite meninas – ele saiu porta a fora, antes dando uma piscadela para mim.

Mary fechou a porta.

- Uau, ele está a fim de você – disse Karen jogando uma almofada em mim.

- Karen! – murmurei.

- O que foi? Não foi só eu que percebi, a Luana também percebeu, não foi Lúh? – perguntou Karen dando risada enquanto se jogava no sofá e abraçava Luana.

- Foi sim. Conheço meu irmão, sei que ele é um galinha de mão cheia, mas quando ele quer uma garota apenas para se divertir ele não age da maneira que agiu com você Isabel. Willian está encantado com você – Luana disse com um sorriso para mim.

- O que? – arfei.

- Sim, ele esta encantado com você. Nunca vi meu irmão ser tão gentil e cavalheiro com uma garota com ele foi com você. Geralmente, ele parte logo pro ataque, e todas as mulheres caem aos pés dele, mas com você é diferente. Ele está querendo conhecer você primeiro, está tentando conquistar sua confiança... Ele está tentando fazer com que você goste dele.

- Também, quem não cairia aos pés do Willian? Ele é lindo demais, só não ganha do primo da Mel – disse Karen.

- Quem é o seu primo? – perguntou Mary a mim.

- É o Edward... – respondi.

- Solteiro? – questionou Natalie.

- Não. Ele não é solteiro. Ele está enrolado com a ex dele, a Isabella. Acho que é capaz deles reatarem. Ela é completamente apaixonada por ele, eles só precisam conseguir um equilíbrio no relacionamento deles com a família – respondi, de maneira franca e clara.

- Vish, a família dele é contra o romance dele com ela? – questionou Natalie.

- Não, é mais um caso de rivalidade. Longa história... – disse á elas.

- E essa Isabella é bonita? – perguntou Mary.

- Depende do gosto de cada um – respondi.

Se elas soubessem que a tal Isabella na verdade era eu...

- Então, é por isso que a Kate disse no baile que o Edward era solteiro, mas o coração já tinha dona... – refletiu Karen.

- Exatamente, foi por isso.

- Mas se ele é apaixonado por essa garota chamada Isabella, porque ele não tirava os olhos de você a noite inteira naquele baile, Mel? – perguntou Karen.

- Edward e eu nos damos muito bem, ele se preocupa comigo, foi por isso que ele não tirava os olhos de mim naquela noite.

- Mas espere ai, naquela noite você disse que eles tinham acabado de chegar em Londres, e que mal conhecia o Edward... – lembrou Karen.

Pega na mentira!

E agora? Como eu iria sair dessa?

Todas as meninas presentes me observavam esperando uma explicação.

- Agora nós nos damos bem, pois estamos nos conhecendo melhor. Naquela noite meu tio Eleazar havia pedido para que Edward cuidasse de mim, para que ficasse de olho. Meu tio tem uma preocupação excessiva comigo – disse.

- Hummm... Entendi. Tipo um segurança particular... Nossa, eu com um segurança particular daquele... Ui, sem comentários – disse Karen, se abanando com uma revista Vogue que estava no braço do sofá.

- Meu Deus! Esse seu primo é tão gato assim Isabel? – perguntou Luana, observando a reação de Karen.

- É, ele é muito bonito.

- Bonito? Bonito é eufemismo gente, ele é lindo, gostoso, sexy e aquele olhar... Oh, delícia. Se só os olhos já são lindos, imagine o resto! – disse Karen, dando risada.

- Gente, olha pra cara da Isabel, ela já está ficando constrangida - disse Mary, olhando para mim.

Verdade, eu estava começando a ficar constrangida e acima de tudo, eu estava me roendo por dentro de ciúmes.

Eu adorava Karen, mas naquele momento eu estava era com uma vontade imensa de dar uma voadora na cara dela.

- Ai meu Deus, olha eu aqui cobiçando o primo dela... Desculpa Mel, sério... Nossa você esta vermelha – disse Karen com os olhos arregalados olhando para mim

Sim, eu estava vermelha. Eu sentia as minhas bochechas quentes e as sentia queimar. Mas eu estava era vermelha de raiva.

Minha vontade era de dizer que eu era a Isabella, e que eu era a garota escolhida pra ser amada e desejada por Edward.

Que ele era meu!

Mas eu sabia que não podia ser assim, então em vez de dar uma voadora na cara de Karen, eu fui gentil.

- Tudo bem Karen – dei um sorriso pra parecer convincente.

- Mas vamos ser sinceras umas com as outras... Mel, se esse seu primo é tão lindo quanto vocês estão dizendo, num vai me dizer que você nunca brincou de médico na adolescência com ele... – disse Karen dando uma risada perversamente, levando a conversa pra um lado mais brincalhão.

- Bom, eu só vim ter mais convivência com ele agora, mas nunca disse que era santa e que não tinha tirado uma casquinha dele... – brinquei, enquanto as meninas atiravam almofadas em mim.

- Mel, sua safada! – gritaram juntas.

O resto da noite prosseguiu de maneira divertida. No meio da brincadeira, parei e mandei uma mensagem para Kate avisando onde eu estava, com quem, e que ligaria para ela no dia seguinte, afinal, quando eu liguei meu celular havia 15 ligações perdidas somente dela.

Edward tinha razão, ela estava preocupada.

Quando deu umas 4 horas da madrugada, nós jogamos alguns colchões no centro da sala, e todas nós – exceto Ivy que ainda estava bêbada e desmaiada no quarto dela – adormecemos.

Na manhã seguinte, lá pelas 9:30 hs., Karen, Luana e eu acordamos e fomos pra cozinha passar café e bater um bolo.

Karen foi acordar Mary, Natalie e Ivy, enquanto Luana e eu cuidávamos das coisas na cozinha e jogávamos conversa fora.

- E então, sobre Ian... – ela começou.

- O que tem ele? – perguntei, enquanto abria o forno pra tirar o bolo de chocolate que havíamos feito. Já estava pronto e bem assado, se ficasse mais tempo no forno iria queimar.

- Você gosta dele? – respondeu com uma nova pergunta.

Coloquei a forma com o bolo fervendo sobre a bancada.

Olhei para ela e fui o mais sincera possível ao responder.

- Luana, eu... Eu conheci seu irmão ontem, nós estamos nos conhecendo. Eu gostei dele, seu irmão me parece ser uma boa pessoa, mas... Gostar mesmo, eu só vou poder te responder isso com o tempo.

- Ah, tem razão. Desculpe-me, eu nem devia ter perguntado isso... é que eu me preocupo com ele, me preocupo que ele possa vir a sofrer novamente... – disse com um suspiro.

- Sofrer novamente? – indaguei.

- Já fazia muito tempo que eu não via Willian olhar para uma mulher como ele olhou para você. Há alguns anos, ele teve uma namorada chamada Juliet. Ela morava em Verona. Ele estava completamente apaixonado por essa garota, e ela parecia também estar por ele.

- O que aconteceu? – eu quis saber, enquanto jogava a calda de chocolate por cima do bolo.

- Ele se enganou. Juliet parecia ser uma donzela indefesa que ele amava, mas não era. Era uma cobra criada. Ela só estava interessada no dinheiro de nossa família. Um dia, depois de sair da casa de Juliet ele decidiu voltar, pois tinha esquecido o casaco. Quando ele chegou lá, a porta estava entre aberta, e quando ele entrou no quarto dela, ela estava na cama com outro homem. Ele teve uma briga horrenda com ela, e ela confessou que planejava aplicar um golpe nele, junto ao amante. Desde então, Ian perdeu a confiança nas mulheres. Em seguida nossos pais morreram e tudo ficou pior. – ela me contou, imersa em pensamentos.

- Sinto muito – disse á ela.

- Bem, o tempo passou... E há alguns meses o amigo dele Alec, disse que precisava de ajuda numa coisa aqui em Londres, e nós viemos para cá. Estamos recomeçando a nossa vida agora, e fico feliz que me irmão tenha se encantado por alguém depois de tanto sofrimento e desgosto – ela sorriu para mim.

- Eu só não sei se sou a pessoa certa pra ele se encantar nesse momento Luana – alertei.

- Por quê? Você já tem alguém? – perguntou.

- É complicado de explicar... Eu estou solteira, mas não estou livre... Não estou disponível pra me envolver com ninguém da maneira como Willian parece estar interessado.

- Compreendo. Você esta interessado em outro? Ou é mais do que isso? – perguntou.

- É mais do que isso. É uma história antiga, e meu coração sempre pertenceu a ele... acho que é uma mistura de amor e paixão... ainda não sei dizer o que é, mas eu sinto. Ele me tira do chão, me leva pra um mundo onde só existe nós dois – disse á ela.

- Isso é paixão, já me senti assim. Só que a paixão um dia acaba – ela me disse.

- Então eu quero vivê-la enquanto durar – disse á ela, tendo em mente de que a minha história com Edward poderia não durar muito.

Enquanto isso a campainha tocou, ao mesmo tempo em que Karen, Natalie e Mary apareciam.

Karen foi atender a porta, enquanto eu terminava de adoçar o café.

- Bom dia, Willian! – ouvi Karen exclamar.

- Bom dia Karen, bom dia meninas! – ouvi ele cumprimentar, enquanto eu estava de costas mexendo nas coisas do fogão e pensando no que Luana havia me dito.

- Bom dia, Willian! – cumprimentaram as meninas em coro.

Enquanto eu colocava café em uma xícara, Ian se aproximou de mim.

- Bom dia raio-de-sol – ele sussurrou em meu ouvido, enquanto eu estava de costas para ele.

Virei-me e empurrei a xícara com o café, no peito dele.

- Bom dia, Sr. Von Doelinger. Aceita uma xícara de café? – perguntei com um sorriso.

- Claro... Com o maior prazer senhorita Baudelaire – respondeu com um sorriso, pegando a xícara da minha mão.

- Mais você trouxe outro bolo, Ian? Se eu soubesse que você ia trazer, nem tínhamos feito esse aqui – reclamou Luana apontando pro bolo que eu e ela havíamos feito.

- Não tem problema, nós comemos um pouquinho dos dois. Alias quem foi que fez esse aqui? Esta com um cheiro ótimo – perguntou Ian, observando e sentindo o cheiro do bolo de chocolate.

- Foi a Mel e a Luana – respondeu Karen, arrumando as coisas em cima da mesa para tomarmos café da manhã, junto com Mary e Natalie.

- Que a Mel tenha feito eu acredito, mas a Luana? Ela é horrível na cozinha – disse Willian dando risada.

Luana deu um tapa na cabeça do irmão.

- Ai... Ai... Lúh – reclamou passando a mão no lugar em que a irmã, deu o tapa.

- Isso é pra você aprender a não reclamar dos meus dotes culinários Willian, porque eu ainda faço coisas comestíveis em casa, se depender de você e Alec, ninguém come nada – disse Luana jogando seus lindos cabelos negros para trás.

- Ninguém come nada uma pinóia – reclamou Willian, para a irmã, enquanto eu e as outras garotas nos divertíamos vendo a discussão dos irmãos.

- Ah é? Então, se eu não cozinhar, quem vai, em? – perguntou batendo o pé no chão, com as duas mãos na cintura.

- O chefe de cozinha do restaurante da esquina! – respondeu dando de ombros.

- Ah, claro! Maravilha... Você ia enriquecer o restaurante lá da esquina de casa, comprando comida pronta todo santo dia né?

- Claro, a comida de lá é melhor que a sua – respondeu o irmão, se esquivando de mais um tapa que Luana ia dar nele, dessa vez no ombro.

Mas ela foi mais rápida, pegou uma almofada que estava na cadeira e atirou na cara dele.

Eu e todas as meninas caímos na gargalhada.

- Okay, vou deixar essa passar Luana – ele disse.

- Acho bom mesmo, hum!

- Okay irmãos Von Doelinger, chega de briga e vamos comer – pediu Karen dando risada chamando a gente pra sentar na mesa para tomar café da manhã.

Nisso, Ivy apareceu toda descabelada na sala com pantufas da pantera cor de rosa e a mesma roupa que a deixamos ontem a noite.

Ela estava com a cara toda amassada, com os olhos vermelhos e com uma cara de quem está com uma ressaca do caramba.

- Bom dia povo! – ela disse acenando para todo mundo.

- Bom dia Ivy, esta melhor? – perguntou Willian.

- Quem é você? – ela perguntou olhando para ele, completamente confusa.

Não agüentei e comecei a dar risada. Ela não se lembrava de nada do que havia acontecido na noite passada.

Quando começamos a contar tudo que havia acontecido, ela ficou vermelha que nem um tomate, ela pedia desculpas pelas gafes que dera durante a noite e ficou super envergonhada quando contamos que ela havia dado em cima de Ian.

Acho que aquele foi o café da manhã mais divertido que eu já havia tido em minha vida.

Enquanto dávamos risada sobre os acontecimentos da noite passada no pós - café da manhã, meu celular tocou.

Fui para a sala e o peguei em cima da mesinha ao lado do sofá.

Reconheci o numero de imediato.

- Oi Kate, bom dia! – cumprimentei atendendo ao telefone.

- Oi Mel, bom dia. Você está bem?

- Estou sim, e você? Como estão as coisas ai em casa?

- Melhores. Eu queria saber se você pretende voltar pro hotel, ficar ai na casa de Ivy e Karen ou vir para casa...

- Como estão as coisas ai, de verdade? Acha que eu posso voltar? – perguntei.

- Acho não, deve. Aqui é a sua casa, aqui é a sua família. Irina sumiu e tenho certeza que depois de tudo que Eleazar e Carmem disseram, ela não ira voltar. Tanya esteve aqui agora de manhã, mas já saiu novamente... Edward e Alice acabaram de chegar e estão aqui conversando com Eleazar e Carmem.

- Ótimo. Então, daqui mais ou menos uma hora que chego ai – disse olhando para o relógio em cima da lareira da sala.

- Não quer que eu vá te buscar? – perguntou.

- Não é necessário, eu pego um taxi – respondi.

- Então esta bem. Vou dizer pra Edward que você vem vindo para casa.

- Não, não diga nada – pedi.

- Por quê? – ela quis saber.

- Quando eu chegar, nós conversamos – disse á ela.

- Que mania essa sua de me deixar curiosa, mas okay. Se tu quer assim... – reclamou.

- Então, até daqui a pouco – despedi-me, desligando meu iPhone, logo em seguida.

Voltei para a mesa e fui falar com Karen.

- Karen, desculpe, mas vou ter que voltar pra casa – disse á ela.

- Nossa mais já? – questionou Ivy tomando o seu café extra forte e sem açúcar.

Eu não disse que ela estaria de porre hoje?

- Pois é, surgiram uns imprevistos, vou ter que voltar. Aonde você deixou a roupa que eu estava ontem, antes de ir pra boate? – perguntei a Karen.

- No meu quarto, esta em cima da cama. Vai lá se trocar, fica a vontade – disse.

E foi o que eu fiz.

Fui para o quarto de Karen, fechei a porta e troquei de roupa.

Coloquei a calça jeans que eu usava ontem, a blusa azul marinho com decote V, as botas de salto e cano longo e a jaqueta de couro, com zíperes nas laterais.

Peguei a bolsa que eu havia trago junto comigo ontem, e procurei por um elástico de cabelo, assim que eu encontrei fiz um rabo de cavalo no alto da minha cabeça.

Ótimo, agora eu estava descente.

Peguei as roupas que haviam sido me emprestadas e coloquei em minha bolsa.

Iria mandá-las para lavar e depois eu as devolveria para a minha amiga.

Sai do quarto e voltei pra sala.

- E ai, você já vai? – questionou-me Karen zapeando pelos canais da TV dela.

- Vou sim.

- Ótimo, então a gente leva você pra casa, também já estamos indo – disse Luana a mim, enquanto Ian aparecia e ficava do meu lado.

- Não é necessário, eu pego um taxi.

- Nós estamos indo embora Mel, não nos custa nada deixar você em casa – disse Ian com um sorriso.

- Vocês nem sabem onde eu moro... – lembrei.

- Mais um motivo para nós a levarmos, assim nós descobrimos – disse Luana com um sorriso e uma piscadela para mim.

Pelo visto ela estava decidida a me fazer ficar cada vez mais perto do irmão dela, não era uma coisa ruim. Eu gostava de Ian e me sentia atraída por ele, mas ele não era o Edward.

- Tudo bem, eu vou com vocês – cedi.

Ivy veio até mim.

- Qualquer coisa que precise, ligue para mim e Karen. Somos suas amigas e sempre estaremos ao seu lado. Espero que tenha se divertido e se distraído depois de ontem... – ela disse.

- Sim, me distrai e me diverti muito. Muito obrigada, por tudo – agradeci dando um abraço na minha amiga.

- Não há de que, amigo é para essas coisas – respondeu com um sorriso.

- Qualquer coisa, já sabe... Estamos ai Mel – disse Karen, sorrindo.

- E ai... Vamos? – perguntou Luana abrindo a porta.

- Vamos – concordei.

Despedi-me de minhas amigas, de Natalie e Mary.

Quando chegamos na rua onde Ian havia estacionado seu carro, Luana insistiu para que eu fosse na frente junto com ele.

Ian me perguntou onde eu morava e quando eu disse, ele deu risada, pois ficava a quatro quarteirões da casa dele.

Éramos praticamente vizinhos. Luana e eu fomos conversando sobre a faculdade e descobri que ela estava estagiando num ateliê aqui em Londres, afinal, o curso dela era Moda. A conversa no meio do caminho foi suave, eu só fique tensa quando, ele decidiu deixar primeiro a irmã na frente do Edifício Lórys que era onde eles moravam, antes de me deixar em frente de casa.

Depois do que Luana me disse na cozinha da casa de Ivy e Karen, aquilo não era nada bom.

Bom, meus temores foram inúteis, pois ele apenas fazia algumas perguntas sobre mim e minha família, ele queria me conhecer mais. Aliás, medo do que exatamente eu estava sentindo, eu não entendia.

- Chegamos – ele anunciou estacionando o carro no meio fio, em frente a minha casa.

- Obrigada por me trazer, não precisava se incomodar, sério – disse á ele, agradecendo.

- Não foi incômodo algum – ele sorriu. – Bela casa – comentou olhando para a frente do jardim.

Olhei para o lado do vidro e quando voltei para concordar, fiquei sem fala.

Perto demais.

Seus lábios, seus lindos olhos azuis, seu rosto, tudo estava perto demais de mim, eu podia sentir sua respiração quente em meu rosto.

Ele começou a se inclinar cada vez mais perto de mim, e quando seus lábios estavam á dois milímetros dos meus...

Eu me afastei, e virei o rosto discretamente.

Eu não podia fazer aquilo, eu não podia beijá-lo sendo que eu amava outra pessoa. Mesmo eu me sentisse tentada a fazer isso, não era certo comigo, com Ian e nem com Edward.

Minhas bochechas esquentaram violentamente, pareciam estar em chamas, pareciam estar pegando fogo.

Mas afinal de contas... Não havia nada de errado com o fogo, desde que eu não chegasse perto demais dele.

- Ian, é melhor não... – comecei a sussurrar completamente constrangida, confusa e sem jeito.

- Me desculpe, eu não... – ele suspirou.

- Não tudo bem, eu... é... É melhor eu ir – disse com a mão na maçaneta da porta.

- É claro. A gente se vê por ai, Mel – disse ele dando um pigarreio na garganta.

Ele parecia tão constrangido com a situação quanto eu.

- É, a gente se vê – disse e sai do carro batendo a porta atrás de mim.

Caminhei em direção a entrada da minha casa, e nem sequer olhei para trás, eu só ouvi o motor do carro ser ligado e ele partir, enquanto eu brigava com a fechadura da porta para abri-la.

Entrei em casa, fechei a porta e me encostei atrás dela fechando meus olhos, para normalizar a respiração.

- Isso não é nada bom – sussurrei para mim mesma, mas ela ouviu.

- Não é nada bom mesmo – quando abri meus olhos em choque, Kate estava parada no pé da escada olhando para mim.

- Ah, oi Kate – disse meio desajeitada, cambaleando até me sentar no sofá.

- Quem era ele? – questionou sentando na poltrona de frente para mim.

- Ele quem? – respondi tentando parecer inocente.

Ela bufou.

- Vou precisar mesmo responder?

Respirei fundo e então respondi a ela.

- O nome dele é Willian Von Doelinger, mais conhecido como Ian. Nós nos conhecemos ontem a noite na boate em que eu estava com Ivy e Karen.

- Diz pra mim que você não mentiu quando disse que estava na casa de Ivy e Karen e estava com esse cara – pediu.

- Eu não menti. Eu estava na casa delas, junto com Natalie, Mary e Luana que é a irmã do Ian – respondi.

- E como é que ele veio te trazer aqui em casa?

- Ele foi buscar a Luana na casa de nossas amigas, e como era caminho pra casa dele, ele me deu uma carona até aqui em casa – expliquei.

- Nós não vimos nenhuma outra pessoa além de você e o tal Ian naquele carro – observou.

Como assim nós?

- Ele deixou a irmã em casa, antes de me trazer.

- Mel, você e esse garoto se beijaram? – questionou com os olhos completamente acusadores.

- NÃOOO! – gritei completamente desesperada.

- Mas nós vimos a cena no carro, eu estava na janela e...

- Nós, quem? – questionei.

- Eu e Edward. Ele estava aqui até 10 segundo antes de você abrir a porta, ele queria ver se você estava bem. Mas aparentemente você estava mais do que bem e em excelente companhia. – ironizou.

Lágrimas quentes transbordaram dos meus olhos.

Joguei minha cabeça para trás, enquanto elas – as lágrimas – escorriam por minha face.

- Droga! – amaldiçoei-me mentalmente.

- Acalme-se, Mel. Não chore... – tentou me acalmar Kate, segurando minha mão agachada na minha frente.

- O que ele viu? – perguntei a ela.

- Eu não sei. Ele viu tudo pela mente do seu amigo... Não sei o que ele viu, só fui na janela quando o Edward sussurrou não preciso ver mais nada e saiu daqui pelos fundos. Mas tem algo a mais pra ver?

- Não, não aconteceu nada. Willian tentou me beijar, mas eu me esquivei e ele não forçou a barra.

- O que esta acontecendo? – ela perguntou com um suspiro.

Eu contei tudo para ela, desde a hora em que eu estava dançando na boate e comecei a me sentir atraída por ele, a parte da minha conversa com Edward, e até a hora que Ian tentou me beijar no carro.

- Eu não sei o que esta acontecendo comigo... Eu amo o Edward, mas... não entendo essa atração pelo Willian – disse para ela, que me observava desabafar de olhos arregalados.

- Primeiro de tudo, mantenha a calma. Segundo, não se condene por algo que não aconteceu – orientou-me.

- E o que eu faço em seguida?

- Dorme. Umas boas horas de sono irão lhe ajudar a clarear a mente – respondeu. – Mas antes, tem algo que deve saber.

- O que eu preciso saber? – indaguei.

- Teve a maior discussão de madrugada aqui em casa no escritório, entre Tanya e Edward.

- Por quê? O que houve, qual foi o motivo da discussão? – perguntei.

- Você. Edward rasgou o verbo com ela, disse que é pra ela deixar você em paz, pois ele ama você e é com você que ele pretende ficar por toda a eternidade e que não adianta ela tentar manter vocês separados, pois não irá conseguir. Eles brigaram feio, ai ela foi embora e veio só hoje de manhã aqui em casa, mas saiu alguns minutos depois. Edward também tinha ido embora, mas voltou há umas duas horas e foi embora, quando você chegou com esse cara – ela disse.

- Ele não devia ter feito isso! – eu disse.

- Mas ele fez. Edward te ama Mel, e sei que você também o ama, mas agora você precisa resolver essa situação com esse tal Willian, aí...

- Eu sei. Eu vou dar um jeito nisso, mas agora não estou com cabeça pra pensar em nada – disse.

- É melhor você ir descansar. Eleazar e Carmem saíram, voltam amanhã de manhã.

- Aonde eles foram? – perguntei.

Ela fez uma careta.

- Bom, não vou mais mentir pra você dizendo que eles tiveram que viajar a negócios. Eles foram caçar no continente, eles caçam de duas em duas semanas. Eles queriam ficar pra conversar com você, mas eu achei que seria melhor eles caçarem antes.

Tradução: Foram procurar animais para se alimentar do sangue deles, pensei.

- Tudo bem, eu vou pro meu quarto... Mais tarde eu desço – disse indo em direção as escadas.

- Isso, tome um banho e durma um pouco, isso deve te ajudar. Qualquer coisa... estou no escritório, vou ler um livro.

- Esta bem – disse e subi as escadas.

Andei pelo corredor lentamente cambaleando de um lado para o outro, até chegar no meu quarto, mas quando abri a porta de meu quarto tapei a boca com as mãos para abafar o meu grito horrorizado.

Rosas murchas estavam espalhadas por todo o lado, havia sangue espalhado por todo o lugar. Na minha cama, no chão, nas cortinas, nas paredes... Em todo o lugar. E o que mais me assustou foi o que eu vi em cima da minha cama.

Uma coroa de flores, daquelas que se colocam em túmulos de cemitério.

Andei lentamente para dentro do quarto, tentando segurar as lagrimas e controlar a tremedeira em meu corpo.

Quando toquei a coroa em cima da minha cama, havia um bilhete e quando eu abri, havia uma seta indicando para que eu olhasse para cima.

Olhei para o teto e pestanejei quando vi a mensagem deixada, que também havia sido escrita com sangue.

Quem não faz as coisas por amor, faz pela dor.

T & I.

O horror e o medo tomaram conta de mim, eu fiquei sem fala. Não conseguia encontrar minha voz para chamar por ajuda, não conseguia encontrar mais as palavras para chamar Kate que estava no andar de baixo.

Tudo havia sido paralisado. O tempo havia congelado. O meu corpo havia sido petrificado.

Não conseguia me mexer.

Olhei para o bilhete e para a coroa em cima da minha cama novamente.

Vi que havia uma faixa cruzando a coroa de flores virada para baixo, e quando virei a faixa para cima, o pavor tomou conta de mim.

Movida pelo medo, corri para o closet e tranquei as portas me fechando na escuridão lá de dentro, nem sequer me preocupei em acender as luzes.

Sentei-me no chão, atrás de porta e coloque a cabeça entre os joelhos deixando as lágrimas me cegarem por completo.

A ameaça estava bem clara na faixa da coroa... Aqui jaz Edward Cullen.

T & I, eram as inicias das assinaturas da mensagem no teto.

Eu não precisava pensar muito para saber de quem eram: Tanya & Irina.

Quem não faz as coisas por amor, faz pela dor, estava escrito.

Eu não precisava ver mais nada, não precisava pensar em mais nada, pois sabia o que aquilo significava.

Significava que a vida de Edward estava em risco, e se eu não agisse por amor, elas me fariam agir pela dor.

Não havia escolha.

Não podia arriscar a vida de alguém que eu tanto amava, eu tinha de ser forte.

Havia chegado a hora de botar um ponto final em minha história com Edward. Para sempre.

Minha decisão já havia sido tomada, afinal, como diz o ditado: manda quem pode, obedece quem é inteligente.


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Notas finais do capítulo

Ih, agora a coisa ficou séria... Séria mesmo!
Não deixem de comentar e deixar a opinião de vocês, por favor (:
Lembrando que sou aberta a críticas tanto positivas quanto negativas.
E ah, curtam a fã page da fic no facebook :: https://www.facebook.com/eternapaixaofanfic
Bjos minhas lindas e até breve ♥